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Capítulo 1

A parte difícil de um recomeço são as lembranças. Lembranças, às vezes, são muito boas, mas podem ser muito difíceis de recordar. Por poucos meses, vivi em um paraíso plenamente realizada e amada. Agora vivo em um abismo só, e com dolorosas memórias de um amor intenso, que agora são somente minhas.

Eu nunca acreditei em destino, signos, previsões do futuro, cartomantes, nada disso. Sempre fui muito realista, mas o modo como conheci Enrico, nosso envolvimento e amor arrebatador, me fez mudar de ideia. Já até dava crédito ao "escrito nas estrelas", mas voltei à estaca zero. Como um amor puro e verdadeiro pôde se perder em memórias? O que esse tal destino me reserva? Isso faz parte de um plano de conspiração ou é uma provação divina? Eram tantos questionamentos que permeavam a minha mente, que estavam me tirando o sossego, o sono, a alegria e a vontade de retomar minha própria vida.

Meu casamento poderia ter acabado de todas as formas possíveis e imagináveis, Enrico poderia ser de fato um cafajeste, ter me enganado, me traído, me abandonado como eu pensei, mas não, ele mais uma vez foi perfeito, me amou até enquanto suas memórias permitiram. Nunca pensei que poderia ter acabado desse modo, como cinzas, simplesmente tudo se apagou e se perdeu para Enrico, porque para mim estavam acesas como brasa.

Estou emocionalmente destruída, despedaçada e ainda tenho que sugar o restante da minha energia para prosseguir. Apesar de tudo isso, ainda tenho o meu filho, agora devo viver para ele e por ele.

— Chegamos, cenourinha. Você estava tão distraída e calada. — Observou, Mike.

Ele desceu do carro e veio abrir a porta pra mim.

— Só estou refletindo, meu amigo.

— Lili, tem certeza de que quer ficar sozinha? — Mike pegou minhas malas no porta-malas e voltou para o meu lado. — Eu fico com você.

— Sim, Mike. Eu quero ficar um pouco sozinha, estou muito cansada e não serei boa companhia, perdoe-me.

— Tudo bem, você quem manda.

Mike me acompanhou, levou minhas malas, não estava muito satisfeito e convencido de que eu ficaria bem sozinha, mas ainda assim, partiu sem protestar.

Entrar no meu apartamento foi angustiante, tudo me lembrava o meu marido. Absolutamente tudo, cada metro quadrado do meu apartamento me trazia recordações e lembranças torturantes. Um passado que será difícil esquecer, não resisti e chorei.

Enquanto estive fora, o Mike cuidou da minha casa por mim, apesar de estar tudo em ordem e organizado, eu me sentia como se não estivesse em casa, como se fosse nada aqui fosse meu.

Olhei o mar que outrora tinha efeito tranquilizante, porém, hoje só me lembrava os passeios de iate e a praia deserta que eu e Enrico visitamos.

Deixei minhas malas no quarto, tomei um banho e, ao abrir o closet, meu coração disparou e as lágrimas contidas rolaram. Ver algumas roupas de Enrico, me deixou ainda mais triste, peguei a primeira camiseta da pilha, perfeitamente organizada e que ainda tinha o seu cheiro, abracei-a tão forte como se ele estivesse aqui. Chorei abraçada a ela.

Eu precisava assumir o controle dos meus sentimentos e da minha vida, mas confesso que ainda tinha esperanças, que a qualquer momento Enrico bateria à minha porta e me faria sua, e tudo seria como sempre foi.

Vesti uma camisola e me sentei na sacada, a brisa do mar me deixava mais tranquila. Chorei tudo que tinha direito. Enquanto estava em Milão, segurei o choro muitas vezes, não queria que meus sogros e o Enrico me vissem chorando, precisava ser forte para dar forças a eles. Mas enfim, estou só e posso sofrer tudo que guardei.

Depois de muito chorar, retornei à sala e me deitei no meu sofá, adormeci em meio aos soluços e prantos.

Despertei atordoada com batidas fortes na porta, levantei-me rapidamente e corri para atender, meu coração estava acelerado e a boca seca, abri tão rápido que nem mesmo perguntei quem era. No fundo eu tinha esperanças de que fosse o meu marido, mas para decepção do meu coração, não era Enrico, e sim o meu pai.

— Oi, pai — cumprimentei-o, ainda sonolenta.

Afastei-me da porta para que ele entrasse, em seguida a tranquei.

— Oh! Minha filha.

Meu me abraçou ternamente, achei que não choraria, ledo engano. Eu não resisti ao abraço fraterno dele e chorei copiosamente. Depois de longos abraços, lágrimas e soluços, meu pai me puxou pela mão e nos sentamos no sofá, manteve-me nos seus braços, afagando os meus cabelos com ternura.

— Eu tentei chegar a tempo de encontrá-la no aeroporto, mas infelizmente não consegui antecipar meu voo.

— Tudo bem, papai, o importante é que está aqui agora.

Meu pai me afastou de seu colo e buscou meus olhos. Ele estava muito emocionado.

— Minha querida, você não pode ficar aqui sozinha, será pior. Vamos para casa da vovó. O que acha?

— Não, pai, eu preciso... — não consegui completar a frase e chorei novamente.

— Você ainda tem esperanças de que o Enrico recobre a memória?

— Não posso mentir, papai, o médico disse que isso pode ou não acontecer, mas meu coração espera por isso. Eu me recuso aceitar que o perdi. — Engoli o choro, respirei fundo e o encarei novamente. — É tão difícil, papai, eu não sei como você conseguiu superar a morte da mamãe.

— Vocês foram minhas forças. Eu precisava ser forte, precisava cuidar e criar você e o seu irmão. Vocês foram o presente mais bonito que ela poderia ter me dado. Mas a verdade, é que eu nunca a esqueci. A Joana sempre estará no meu coração e em minhas melhores memórias, e é desse modo que quero mantê-la. — Meu pau pegou minhas mãos e a apertou. — Você não deve esquecê-lo, guarde as suas melhores lembranças, porém siga em frente ocupando a mente com algo prazeroso, assim como eu fiz.

— Ah! Papai.

Abracei o meu pai e chorei novamente, ele ainda não sabia da gravidez, mas o seu sábio conselho fazia todo sentido. Preciso guardar essas lembranças e ocupar a mente urgentemente.

— Venha comigo, Lili, vamos para Niterói, lá terá um colo para você, a sua vó adorará recebê-la. Se não quiser ficar na casa dela, fique na nossa casa, porém eu prefiro que fique com ela, para não ficar sozinha. Eu pedi uma semana de licença para ficar com você.

— Obrigada, papai. — Afastei-me para encará-lo. — Eu preciso contar algo.

— Fale, filha — Meu pai ficou sério e me encarou um pouco assustado.

— Eu estou grávida. — Baixei a cabeça, esperando pelo sermão de preocupação dele.

Como não ouvi nada, levantei o olhar devagar e meu pai estava emocionado, encarando-me todo bobo. Deu-me um abraço forte, depois sorriu animado, confesso que fiquei surpresa com a sua reação.

— Um neto! — exclamou feliz. — Eu vou ter um neto?

— Sim, papai — respondi em meio às lágrimas e risos.

— Agora mesmo e que não te deixarei aqui. Você vai comigo para Niterói e ficará na casa de sua avó, nem que seja por enquanto — disse por fim, convencido de que seria o melhor para mim.

— Confesso que estava com um pouco de receio para contar essa novidade.

— É um neto! Como não reagir com felicidade? Eu estou muito feliz, apesar do que ocorreu com o pai do meu neto. — Meu pai me deu um abraço fraterno. — Enrico sabe da gravidez?

urpresa com sua reaç mente com algo prazeroso, como eu fiz.

— Não, papai. Eu descobri pouco antes do acidente dele, e esperava contar quando ele acordasse do coma, porém, infelizmente ele não se lembra de mim.

Segurei as lágrimas, falar do Enrico ainda doía demais.

— Você deveria ter contado, filha, afinal ele é o pai. E os seus sogros?

— Ninguém sabe da família dele, achei melhor assim. Meus sogros sonham em ter um neto, se soubessem da minha gravidez, jamais me deixariam retornar para o Rio.

— Concordo com eles. E acho que você não deveria ter contado a eles. — Meu pai respirou fundo, pegou minhas mãos e me encarou: — Eu quero muito ter você por perto, mas acho que deveria ter ficado na Itália, perto do seu marido. Talvez a sua presença e a notícia da gravidez o ajudasse a recuperar a memória mais rapidamente.

— Papai, eu não aguentava mais olhar para ele e vê-lo sofrendo pela morte da Marta. — Respirei longamente, contendo as emoções. — Ainda tem mais, ele mesmo pediu para eu seguir em frente. Como eu poderia contar para ele? O senso de responsabilidade dele falaria mais alto, mas não quero responsabilidade ou compromisso por conta do nosso filho. Eu quero é o amor que ele tinha por mim e não piedade, papai.

— Eu entendo, embora discorde, mas você já é adulta, sabe o que é melhor para vocês. Então, vamos seguir em frente, cuidar do meu neto. — Meu pai colocou a mão sobre o meu ventre, carinhosamente sorriu.

Eu precisava retomar a minha vida, e ficar próxima da minha família nesse momento me faria mais feliz. Meu pai tinha toda razão.

Peguei a mala que trouxera de Milão, decidida a partir junto com meu pai. Eu já estava me sentindo melhor. Recolhi tudo que eu precisava e abrir a porta para sairmos, mas o telefone fixo do meu apartamento tocou. Corri para atender.

— Alô — falei, ofegante.

Não ouvi nada, ninguém respondeu, insisti duas vezes, mas não obtive resposta e logo em seguida a ligação caiu. Deve ter sido engano.

Partimos no meu carro, meu pai tinha vindo de táxi até o meu apartamento. Ele estava tão feliz com a minha gravidez, que até me animou. Fez inúmeros planos do quarto até a festa de um ano do neto. Ainda dizia que se fosse menino, seria jogador de bola e se menina, uma bailarina como a mãe.

A viagem foi boa e rápida, sorri bastante com lembranças que o meu pai me fez recordar, da época que eu e meu irmão éramos crianças, foi bom relembrar.

Primeiro paramos na casa do meu avô materno, ele me aguardava na porta radiante como sempre. Meu pai tinha avisado que estávamos a caminho. Ele nunca perdeu o contato com meus avós maternos, mesmo após o falecimento da minha mãe e avó, sempre os tratou como sogros. Meu pai não se casou novamente, continuou viúvo. Conversamos um pouco, tomamos um café juntos e depois partimos em direção à casa dos meus avós paternos.

Eles nos aguardavam na frente da casa, ansiosos. Mal saímos do carro e já me encheram de abraços ternos e beijos.

— Lili, que bom que está aqui — disse minha avó.

— A Lili tem uma novidade para contar, não é, filha? — falou papai, radiante.

— Tenho sim, vovó. Eu estou grávida!

— Que maravilha, vou ter um bisneto! Meu Deus, quanta emoção, meu primeiro bisneto! — Minha avó colocou a mão no meu ventre, emocionada, depois me deu um longo abraço.

— Como está o seu marido, filha? — perguntou meu avô.

— Se recuperando bem, vovô, mas as memórias ainda não voltaram.

— Que pena, ele parecia ser uma boa pessoa — comentou meu avô.

— Ele é, vovô, um homem incrível.

Minha avó nos interrompeu ao ver minha aparente tristeza.

— Vamos falar do nosso bebê, que é o que importa. Vamos entrar, filha. Arrumei um quarto para você. Ficará até quando conosco?

Entramos abraçadas na casa, meu avô ficou conversando com meu pai, mas logo nos seguiram com a minha mala.

— Vamos ver, vovó, preciso dar um rumo para minha vida, acertar algumas coisas.

— Fique por aqui conosco, filha — comentou meu avô, assim que colocou a mala no quarto.

— Ficarei, por enquanto.

Seguimos para o quarto, meu avô e meu pai permaneceram na sala. O quarto ainda era o mesmo, passei boa parte da minha infância e adolescência aqui. Depois da morte da minha mãe, meu pai comprou uma casa ao lado dos meus avós. Eu e o Felipe tínhamos tudo em dobro: duas casas, dois quartos e até dois pais, como meu pai viajava muito a trabalho, ficávamos com os nossos avós, que sempre foram como nossos pais, ainda assim, meu pai sempre foi totalmente presente em nossas vidas. Niterói sempre foi o meu lar, estar aqui era bom, eu me sentia amada e querida, era bom recordar das coisas que vivi aqui quando criança, apesar da morte da minha mãe, que pouco recordo.

Sempre segui os conselhos dos nossos avós, cresci acreditando que a minha mãe sempre me estaria comigo em todos os momentos da minha vida, isso me ajudou a manter somente os momentos bons que tivemos juntas.

— Algum problema, Lili? — perguntou minha avó, preocupada.

— Não, vovó, só estou recordando os bons momentos que vivi aqui.

— É muito bom tê-la aqui conosco, querida.

— Também estou feliz por ter voltado.

— Agora sente-se aqui. — Minha vó pegou minha mão e me direcionou para cama. — Conte-me conte como está sua gestação, está com quantos meses?

— Farei cinco meses semana que vem.

— Você não tem nem barriga, é igualzinha à sua mãe. A barriga dela só aparecia por volta dos 8, 9 meses, acho que é privilégio das bailarinas.

— Deve ser, vovó.

— Vou deixar você descansar um pouco, se precisar de algo, por favor, não hesite em me chamar.

— Obrigada, vovó.

— Quer que coloque os seus quadros aqui no quarto?

— Sim, por favor, vó.

— Amanhã pedirei para o seu avô pendurá-los na parede.

— Obrigada, vovó.

Minha avó saiu, eu me deitei um pouco para descansar, estava com muito sono, ultimamente a fome e sono eram redobrados.

Adormeci por algumas horas e despertei com vozes vindo da cozinha, meu quarto ficava próximo, eram vozes familiares. Levantei-me e fui até lá. Ainda do corredor senti um cheiro delicioso e convidativo. Era um dos meus pratos preferidos, o frango com quiabo que a minha avó fazia. Fechei os olhos por alguns instantes e o aroma da comida me trouxe tantas lembranças boas. Era bom demais estar aqui.

Ao chegar à cozinha, minha avó conversava com meu tio Jorge e a minha prima Cléo. Fazia muito tempo que não nos víamos, Cléo morava em Florianópolis e ao me ver, correu na minha direção, animada, abraçou-me longamente.

— Quanto tempo, prima! — falou Cléo, sorrindo.

— Já faz muito tempo mesmo — confirmei.

— Realmente, eu estava com saudades de você. — Ela me afastou, buscou meu olhar, divertida. — Sentiu saudades do frango com quiabo da vovó também?

— Como não? É impossível, nem estava com fome, mas depois de sentir esse cheirinho, estou faminta — disse, risonha.

— Está quase pronto, filha — acrescentou minha vó.

— Eu espero, vovó, não tenha pressa — disse, animada.

— Vamos colocar os assuntos em dia, Lili?

— Claro! Primeiro deixa eu dar um beijo em seu pai.

Meu tio conversava com minha avó, próximo ao fogão. Cumprimentei-o com abraços ternos, depois dei um beijo na minha avó e fui ao encontro de Cléo, que já estava na sala me aguardando.

Sentamo-nos no sofá da sala, como tantas vezes fizemos quando éramos adolescentes, conversamos sobre diversos assuntos, nem ela e nem o meu tio tocaram no nome de Enrico. Se bem conheço a minha vó, ela deve ter proibido a família toda de falar sobre o assunto. Talvez fosse melhor assim, eu estava tentando deixar um pouco de lado esse assunto.

A casa da minha avó era sempre bem movimentada, muitos tios, tias, primos e primas a frequentavam a todo instante. As refeições eram sempre uma festa à parte, muita gente, conversa, brincadeiras e tantas coisas divertidas, que era impossível ficar triste por aqui.

Tive um dia repleto de boas risadas, comida com sabor de infância e muito carinho. Os dias aqui me fariam muito bem. Aqui até parecia que as horas se passavam mais rápido, acho que todo esse movimento de gente e as calorosas demonstrações de carinho comigo, colaboravam para que eu esquecesse o tempo.

Dormi cedo, tinha comido tanto, que nem sei como tinha estômago para tanto. Acho que se ficasse muitos dias aqui, engordaria rapidamente. Meu coração estava mais tranquilo, aos poucos eu estava conseguindo aceitar a minha situação, eu não tinha outra escolha, era melhor me conformar de vez. Era muito bom estar aqui, mas eu precisava retornar ao Rio de Janeiro e fazer a minha vida ter sentido novamente.

Acordei com meu celular tocando, tateei para pegá-lo no travesseiro ao meu lado, nem olhei quem ligava, muito mesmo que horas eram, atendi rapidamente.

— Alô. — Meu coração disparou e quase não consigo falar de tão nervosa.

Figlia, eu te acordei?

— Oi, Giordanna, sim, mas não tem problemas — murmurei, entristecida.

— Eu só queria notícias sua, você chegou bem? Como está?

— Sim, cheguei. E estou bem, na medida do possível.

— Que ótimo, eu também liguei porque estou preocupada com você — ela falou e suspirou profundamente.

— Aconteceu alguma coisa? — perguntei, preocupada.

— Na verdade, Enrico, o meu marido, pediu que te ligasse, estamos preocupados com a sua segurança.

— Eu estou bem. Estou na casa de meus avós, está tudo certo, não precisam se preocupar.

Figlia, descobrimos que o acidente de Lorenzo foi premeditado. — Ela fez uma pausa e continuou: — O Apollo foi envenenado.

— Envenenado? — questionei, atônita.

— Sim, a polícia está investigando, porém, o acidente foi apenas a ponta do iceberg, a MHR está com inúmeros problemas graves, infelizmente só o Lorenzo poderá responder essas questões. Uma alta quantia desapareceu das contas da empresa, o meu marido está trabalhando dia e noite com a auditoria, que contratou, para tentar entender o que está acontecendo.

— Meu Deus! — exclamei, nervosa.

— Por esse motivo tememos pela sua segurança, figlia, nós não sabemos quem está por trás de todos esses problemas, mas acreditamos seriamente que tudo está interligado. Contratamos uma equipe paralela à polícia para ajudar nas investigações, espero que tudo isso seja mera coincidência, apesar dos indícios apontarem que os problemas da empresa estão fortemente ligados ao acidente de Lorenzo. Por favor, se cuide, vou pedir para o Erick providenciar seguranças particulares para sua proteção.

— Não acho necessário, apesar da gravidade dos fatos, não temos mais nada que nos ligue. Eu já assinei o divórcio, Giordanna.

— Eu sei, Alícia, mas prometa que se acontecer qualquer coisa de estranho, vai me ligar imediatamente, por favor, mantenha-me informada sobre o seu bem-estar.

— Giordanna, agradeço muito a preocupação, mas para mim será mais difícil manter contato com você, espero que me compreenda. Eu estou tentando recomeçar, na verdade, eu preciso recomeçar a minha vida, e nesse momento preciso me afastar de tudo que me ligue ao Enrico.

— Oh, figlia! Eu compreendo, mas não aceito. Ainda acho que se precipitou ao partir. O Lorenzo está se recuperando rapidamente, eu creio que as suas memórias também retornarão do mesmo modo.

— Por favor, não me dê mais esperanças, isso é torturante. — Engoli em seco o choro preso na garganta desde que reconheci a voz dela.

— Perdoe-me, figlia, não foi minha intenção. Fique bem e se cuide.

— Obrigada.

Desliguei, com o coração acelerado, não consegui conter as lágrimas, chorei demais. Tentei pensar no meu filho, respirei fundo várias vezes, controlei minhas emoções e finalmente, consegui me acalmar e dormir novamente.

Os dias passaram rapidamente, eu já estava mais conformada e animada para retomar a minha vida no Rio. Passei alguns dias na casa do meu pai junto com ele, depois que ele retornou ao trabalho, voltei para casa da minha avó. E ainda estava por aqui, sendo cercada de muito carinho por toda a família.

Durante esse tempo, não obtive notícias do Enrico, eu preferi assim. O Mike me ligava diariamente e ultimamente implorava para que eu retornasse para o Rio, fiquei até curiosa com a urgência do pedido dele, no entanto, quando o questionei, ele falava que era só saudade.

Hoje acordei especialmente sonolenta, tirei breves cochilos depois do café da manhã e voltei para minha cama. Minha avó não me deixava fazer nada, nem mesmo lavar o prato que comia. Estava lendo alguns e-mails, quando uma sutil batida na porta despertou a minha atenção.

— Entre — gritei.

Era a Amélia, ajudante para fins domésticos da minha avó, entrou com um sorriso amigável e falou gentilmente:

— Lili, tem um homem lá fora dizendo que veio buscá-la.

— Veio me buscar? Eu não pedi para ninguém vir aqui — retruquei, confusa.

— Ele disse que é o pai do seu filho.

Levantei-me subitamente, com o coração disparado, minha boca secou, e as minhas pernas fraquejaram. Tomada de alegria e esperanças, corri para frente da casa, pedindo a Deus que isso fosse verdade.


Beijos, meu povo e até o próximo capítulo. Votem e deixem seus comentários.


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