•Capítulo três•
Enrico
Não. Eu não amo ninguém,não zelo pela vida de ninguém, não me importo com o sofrimento das pessoas. Porque me importaria? Ninguém merece minha pena, nem meu amor. Casar-me com esse filhote não vai mudar nada para mim, apenas me dar mais crédito, e mérito. Era a chance perfeita para me tornar capo, meu pai não vai durar muito mais tempo, então apenas incrementei o que faltava. Um homem não se torna capo solteiro, nem na mais pequena das máfias isso é possível, ele precisa reproduzir e criar um legado respeitável, é isso que vou fazer, me dedicar a Famiglia, fazer o que deve ser feito sem questionar.
Prefiro que todos pensei que sou o monstro que sou, eles serão leais a mim assim, com medo, e eu quero o mesmo dela. Ela deverá me respeitar e obedecer as minhas ordens, carregar meus herdeiros e enfim, ficar em paz. Não vou exigir muito.
- Ela o obedecerá, devera mostrar quem manda. - Meu pai diz assim que saímos da sala de reuniões. - Não se afrouxe por uma boceta, elas contém veneno. - Diz duro quando passamos pelos nossos homens.
Ergo minha sobrancelha e o olho de modo interrogativo.
- Ela não o fará. - Digo apenas antes de deixá-lo seguir e entrar pela primeira porta que me aparece. Assim que entro a tranco e tiro meu paletó.
Estava quente esse dia, cada poro do meu corpo estava aberto exalando suor. Desabotoo minha camisa e paro na frente do espelho olhando todo o meu corpo, não há um centímetro de pele exposta no meu tronco, está completamente tomada pelas minhas tatuagens, cada uma um formato, sincronizando perfeitamente.
O modo como Pietra me olhou mais cedo me veio a mente, parecia amedrontada e ao mesmo tempo maravilhada. Eu sei do meu efeito sobre as mulheres - pelo menos pelas que não são da máfia - mas nenhuma agiu como ela. Ou era medo ou admiração que eu via em seus olhos, mas nos olhos azuis de Pietra eu vi tudo.
- Sono arrivato demone! - (Eu cheguei demônio) ouço o grito de Giuseppe antes da porta se abrir.
Meu irmão entra com um largo sorriso e me olha com uma das sobrancelhas erguidas.
- Ti stai preparando per le tue puttane? - (Você está se preparando para suas prostitutas?) Pergunta ironicamente.
- Non che siano affari tuoi, ma devo uscire un po '- (Não que seja da sua conta, mas tenho que sair um pouco).
Giuseppe sabia como mexer as merdas dentro de mim, nada que uma boceta não resolvesse, toda essa burocracia e negócios estão acabando com meu psicológico e o que eu menos quero agora é sair desse maldito quarto e dar de cara com a minha futura noiva assustada .
Ela parecia um filhote acuado quando me viu, o que me fez aprecia-la, claro, nada melhor do que o temor.
Eu serei tudo que ela odeia, mas ela vai me desejar como o inferno.
Pietra sem dúvidas é a mulher mais linda que eu já vi, os cabelos loiros volumosos e curtos até os ombros, os olhos azuis como o céu e ao mesmo tempo escuros como o oceano. Do mesmo jeito que eu sei que moverei o céu dentro dela, sei que ela moverá o inferno dentro de mim.
- Stella, spazio blu, notte di danza - os melhores clubes que a Cosa Nostra possuía em toda a Sicília. Giuseppe me encarava esperando a minha resposta, na verdade eu não queria ir em nenhum deles.
- Na verdade, eu quero fazer outra coisa - Digo recolhendo meu paletó e o jogo por cima do ombro.
Giuseppe se levanta sorridente e passa a mão pelos cabelos.
- Posso saber o que é?- Pergunta irônico.
- Claro, você fará parte dessa merda. - Dou um sorriso de tubarão para Giuseppe. Seus olhos brilham com antecipação e ele reflete o mesmo sorriso que está em meus lábios.
Saímos do quarto e seguimos pelo amplo corredor até a sala principal, assim que alcançamos a porta ouço a voz do pai atrás de nós.
- Saindo assim Enrico?- Ouço o bufo de Giuseppe atrás de mim, então me viro e vejo meu pai escorado na parede.
Nunca gostei dele, sei que é meu pai, mas se hoje sou assim é por causa dele. É difícil encontrar um filho que se importa com o pai em nosso meio.
- Vou resolver um assunto. - Digo e me viro de volta para a porta, agarro a maçaneta e a giro. Giuseppe e eu saímos bem a tempo de ver Pietra entrando em um de nossos carros, cercada por soldados e seu pai, que me lança um olhar sério.
Dou meu melhor sorriso de tubarão e olho para ela novamente, que retribui o olhar comigo atrás do vidro da janela.
Minha.
- O velho não gosta de você. - Giuseppe fala animado enquanto Lorenzo me encara.
- Não me importo. - Começo a andar em direção a eles, Enzo não tira a mão da porta aberta do carro.
Quando passo pelo lado que Pietra está, lhe lanço o meu melhor olhar sério e depois paro em frente ao pai dela, me estendo alguns centímetros acima dele.
- Quero saber onde está Paul Novais.
Enzo olha para Giuseppe atrás de mim e depois para mim.
- Ele é livre para ir. - Disse Enzo firmemente.
- Ele agiu com você pelas nossas costas, é um traidor.
Um cheiro doce atinge minhas narinas, as inflando, é então que olho para baixo e vejo Pietra ao meu lado com um olhar assustado.
- O que você quer com Paul?- Sua voz fina e suave me faz querer ouvi-la sem parar, gemendo...
Mantenho minha postura e a encaro com raiva.
- Saia daqui. - Claro que ela me ignora, um dos problemas das mulheres é esse, a incapacidade de não obedecer.
- O que você quer com Paul? - Repetiu novamente, seus olhos brilhantes de medo e antecipação.
É então que algo me vem a mente, porque ela está tão preocupada com Paul?
Meu rosto se transforma em uma carranca quando penso nisso e meu olhar se volta para seu rosto, mais severo do que antes. Aproximo meu rosto do dela até que nossos narizes fiquem a centímetros um do outro, Pietra recua por um momento mas não tira seus olhos dos meus.
- Você teve algo com ele? - Minha voz sai baixa e áspera, raiva começando a me tomar.
Pietra dá um passo atrás, seus olhos azuis arregalados de medo e seus lábios entreabertos. Por um momento meus olhos vagueiam até seus lábios, olhando como parecem macios e chamativos, mas não posso perder meu foco agora.
- Não.. não, Paul era meu amigo. - Ela diz embaraçada.
Começo a desconfiar dela mas quando ela me olha nos olhos vejo que ela não está mentindo.
- Paul jamais faria algo que pudesse prejudicar a ele Enrico. - Enzo intervêm.
Volto minha atenção para ele que mantém os olhos fixos em mim, ele sabe que a filha está em apuros.
- Onde está ele? Porque não entrou com vocês? - Perguntei novamente, já estava sentindo toda a paciência escorrendo pelos meus dedos.
- Seu pai resolveu deixar Paul livre, para não atrair mais atenção. - Senti meu pescoço queimar quando minha raiva aumentou.
O acordo seria apenas com Lorenzo e sua família, não Paul, ele ficou perto dela todo esse tempo e deve pagar. Olhei para Pietra que ouvia a conversa com atenção.
- Certifique-se de nenhum soldado ou homem fique perto de Pietra, não quero me dar com problemas no dia da apresentação dos lençóis. - Falei me virando para sair, mas antes fitei Pietra. - Non osare niente di cucciolo.
(Não ouse fazer nada filhote).
Com essas palavras viro as costas e vou ao encontro de Giuseppe, assim que chego perto dele sorrio.
- Mudanças de planos. - Falo me virando para os carros. Observamos enquanto os carros partem com minha noiva e Enzo, passando logo abaixo pelas ruas da colina.
- O que você tem em mente? - Pergunta entusiasmado.
- Adivinhe. - Começo a andar em direção ao meu carro estacionado do outro lado da rua.
- Nem precisa falar. — Sorrimos e entramos no carro.
- É bom aproveitar seus últimos dias de solteiro. - Diz ironicamente.
Sorrio sombrio e piso no acelerador.
- Como se uma mulher fosse me parar.
Entramos na boate mais movimentada que possuímos, Spazio Blu. As mulheres já começam a lançar olhares em nossa direção assim que nos enfiamos no meio da multidão, mas meu foco está na especialista chupadora de pau na área vip. Raquel, filha de um associado da máfia, uma das únicas transas que mantenho, mas que sempre é uma dor na bunda.
Assim que subo as escadas até a área vip vejo seus cabelos tingidos de loiro, os olhos escuros me fitam e ela nem espera para vir até mim.
Olho ao meu redor e já vejo Giuseppe com uma morena. Meus soldados já estão atentos a qualquer ameaça, os russos tem sido um grande problema nos últimos meses, tivemos que reforçar a segurança desses pequenos delinquentes, ou nossos nomes iriam para lama junto com a máfia, exatamente como os russos queriam.
Raquel para em minha frente, sua mão toca meu peito, o que me faz olhar para ela.
Um sorriso que ela acha sedutor puxa em seus lábios e continuo indiferente a isso.
- Enrico. - Fala com a voz manhosa demais. O vestido bege como uma segunda pele em seu corpo, o salto preto a deixando no nível do meu queixo.
- Vamos direto ao ponto Raquel. - Seguro seu pulso e a arrasto até o beco atrás da área vip.
Assim que estamos no escuro ela se ajoelha e abre a braguilha da minha calça rapidamente. Assim que meu pau é liberado ela começa o seu trabalho com a boca.
Não sinto nada além de desejo carnal,amar uma mulher como essa é impossível. Fecho meus olhos quando sinto que estou prestes a gozar, a imagem de grandes olhos azuis tomam minha mente, e lábios avermelhados suculentos. Gozo com a imagem dela fixada sob os meus olhos.
Pietra.
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