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"Uma luz na escuridão"

Dica:Leiam ouvindo: So Cold - Ben Cocks

Sentando em um banco de pedra embaixo de uma árvore no pátio da escola um menino de um pouco mais de 1,60. Olhos azuis como o céu e cachos negros como a noite. Ouvia música e lia Percy Jackson enquanto observava todas as crianças da escola correndo de um lado para o outro. Na verdade ele via as mesmas criaturas horrendas dos filmes e desenhos que assistia, já que desde que a mãe precisou viajar a trabalho sua vida havia mudado completamente. Agora morava com o pai e a madrasta, os quais só sabiam o pressionar para que fosse a criança perfeita. Demonstrações de carinho era tão raras quanto sobremesa após o jantar, afinal crianças perfeitas não poderiam comer muito doce se não teriam care e meninos não deveriam ser criados cheio de frufru ou então não se tornariam homens de verdade. Além disso agora estudava em outra escola, longe dos amigos. Na nova escola às crianças não gostavam dele pelo mesmo motivo que o pai e a madrasta, porque não era perfeito. Por ser um mais gordinho, era chamado de balofo. Por ser tímido, não tinha amigos. Por ser mais dócil que os outros meninos era chamado de gayzinho. O que ele sabia que não era algo ruim, a mãe havia ensinado a ele que um homem se apaixonar por outro homem ou uma mulher por outra mulher era tão normal quanto um homem se apaixonar por uma mulher e vice versa, e que o que não era nada normal era que existissem pessoas que fossem tão malvadas a ponto de querer destruir a felicidade e o amor dos outros. Porém quando repetiu isso aos amigos na primeira vez que o zoaram todos riram de sua cara e as brincadeirinhas malvadas pioraram, no mesmo dia contou tudo ao pai e foi ele que agiu como uma pessoa que não era nada normal, dizendo que era errado pessoas do mesmo sexo se apaixonar. Que era pecado. Então era perfeitamente justificável que o menino enxergasse as pessoas como os monstros dos filmes e desenhos, e que o mundo tem perdido suas cores vibrantes e agora fosse apenas um lugar cinza totalmente sem alegria, afinal tinha perdido a fé na bondade das pessoas. Outra coisa que ele acreditava que o tornava imperfeito, mas como poderia ser perfeito se tinha apenas 16 anos. 

— Gabriel querido vamos, o intervalo já terminou – Gabriel seguiu para a sala de aula após a inspetora gentilmente tirar seus fones de ouvidos e sinalizar que o intervalo havia terminado e que tudo começaria novamente.

Gabriel caminhou com passos lentos e silenciosos pelo corredor que ia do pátio até uma escadaria. Subiu cada um dos degraus como se tivesse um tempo incalculável, mesmo sabendo que o sinal para retornar para a sala de aula havia tocado a tempos. Ao chegar em frente a porta da sala hesitou por um instante, uma fração de segundos, que o fez pensar em milhares de ideias que poderiam livra-lo de todo aquele tormento, porém eram todas soluções momentâneas. Logo ele teria de retornar, então puxou o ar e o soltou sentindo o coração apertar e os olhos arderem com as lágrimas. 

— Com linceça professora — disse assim que tomou coragem para abrir uma pequena fresta da porta, o suficiente para colocar o rosto para dentro da sala.

A professora apenas assentiu indicando que Gabriel se sentasse. Todos estavam prestando atenção na explicação da professora, até que Gabriel entrou na sala. Era sempre assim, sempre que entrava na sala de aula os sussurros começavam, "balofo", "o estranho", "o gayzinho". Era sempre as mesmas coisas, não o deixavam em paz. Gabriel não conseguia prestar atenção nas aulas e com isso seu rendimento escolar tinha caído bastante, o que ocasionava mais brigas com o pai. Se é que poderia ser chamado de briga, já que o pai repetia sempre as mesmas coisas. "Que ele precisava se esforçar mais", " qual era o motivo das notas estarem baixas", "que ele não gastava o dinheiro dele com uma escola tão cara à toa". Então ele deveria tirar notas excelentes, mas nunca se perguntava o motivo pelo menino andar sempre abatido, sempre trancado no quarto ou por ter se tornado uma criança totalmente diferente desde que viera morar com ele. Sempre que a mãe perguntava ele dizia a mesma coisa "isso é coisa de adolescentes, logo passa". Gabriel não via a hora da mãe retornar da viagem e todo esse pesadelo acabar.

A aula correu normalmente bem, afinal por mais que machucasse todo vez, Gabriel já havia se acostumado com os insultos. Quando estava passando pela porta esbarrou em alguns meninos que estavam parados na porta da sala.

— vê se olha por onde ando o balofo– Rick um garoto mais alto e mais magro que Gabriel, cabelos louros e olhos claros. Que se sentia pela atenção que a aparência que tinha lê proporcionava gritou quando Gabriel esbarrou nele. — não tem noção do espaço que ocupa não o esquisito. 

Como sempre fazia, Gabriel abaixou a cabeça, engoliu as lágrimas e seguiu seu caminho pelo corredor. Quando chegou na porta da escola o motorista do pai o esperava, finalmente estava saindo daquele inferno. Não que em casa as coisas fossem um paraíso, mas ele se trancava no quarto e tudo se torna um pouco mais tolerável. O caminho foi como sempre, o motorista em silêncio e ele observando a paisagem pela janela enquanto ouvia "Demons - imagine dragons" ele não sabia explicar mas algo na letra daquela música mexia demais com ele.

Quando o carro entrou na garagem Gabriel saiu antes que o motorista tirasse o cinto e correu para o quarto. Era sempre assim, já havia se tornado rotina, Gabriel chegava da escola e corria para o quarto. O pai ainda estava no trabalho e a madrasta fazendo sabe se lá o que. Ele trocava a roupa e esperava que Ruth trouxesse seu almoço, depois que almoçava passa a tarde toda lendo seus livros e ouvindo música. Então vinha a hora mais tediosa do dia, o jantar com o pai e a madrasta, era obrigatório que ele jantasse com ambos na mesa. Gabriel se sentia reprimido na presença dos dois, tinha medo até de mastigar e incomodar. 

Gabriel seguia para a sala de jantar olhando para todas as paredes da casa, como se fosse a primeira vez que estivesse ali, na verdade queria apenas fazer uma horinha. Mas sabia que quanto mais demorasse pior seria. Quando entrou na sala de jantar comprimentou o pai e a madrasta e depois de murmurar um "tá tudo hem" para o pai quando o mesmo perguntou sobre a escola Gabriel jantou em silêncio enquanto o pai e a madrasta falavam sobre um assunto qualquer o qual ele não prestava atenção. A pior aconteceu quando ele estava levantando da mesa e esbarrou na taça de vinho da madrasta, fazendo com que todo o conteúdo caísse no vestido branco dela.

— Mais que… você não presta atenção no que faz não garoto? – a mulher levantou tão rápido que a cadeira tombou para trás, parecia o gato de sua tia Angela quando ele tentou dar banho no mesmo.

— Me desculpa por favor – Gabriel já estava perto da porta pronto para correr para o quarto quando a madrasta gritou mais uma vez. 

— Eu sabia que você vir para essa casa não seria a melhor ideia, eu falei mil vezes que era melhor deixar você em algum colégio interno. 

— Eu.. me desculpa 

— EU QUERO QUE VOCÊ MORRA GAROTO. — Gritou enquanto tentava  inutilmente limpar a mancha do vestido – Olha o estado do meu vestido, ele custou uma fortuna sua peste.

Os olhos de Gabriel se encheram de água e ele correu para o quarto como um raio, ouviu o pai gritando com a madrasta, ouviu ele xingando ela, ouviu ele correndo atrás dele. Mas tudo que Gabriel queria era ficar sozinho, melhor, ele queria a mãe dele. Depois de trancar a porta, Gabriel derramou todos as lágrimas que reprimiu durante o dia. Ele não sabia como conseguia chorar tantos todos os dias, às vezes se sentia como uma represa depois de ter estourado. Conseguia ouvir o pai gritando e socando a porta, implorando para que ele abrisse, tinha a sensação que a porta iria cair a qualquer hora. Mas para que ele abriria a porta, conversar para que se o pai não gostava dele. O tratava como as outras pessoas, como alguém insignificante, a única pessoa que não o tratava assim era a mãe, mas talvez os colegas estivessem certo, talvez ela tenha cansado de ter um filho insignificante e tenha ido embora. Ele não conseguia entender como pq as pessoas não gostavam dele, porque o odiavam tanto, ele nunca havia feito mal a ninguém. Nunca havia tratado ninguém mal, mas essas pessoas desse novo colégio só sabiam tratar ele mal, humilhar ele, xingar, maltratar. Não sabia demonstrar nenhum pouco de carinho com ele, e talvez a madrasta estivesse certa, talvez ele devesse morrer. Assim as pessoas não teria que aguentar alguém tão ruim em suas vidas.

E foi com esse pensamento que ele abriu a porta e caminhou silenciosamente para o quarto do pai e da madrasta, podia ouvir os gritos de ambos no andar de baixo. Os insultos direcionados a ele e a mãe, ouvir aquelas palavras direcionadas a mãe dele doía mais que qualquer coisa. Mas a madrasta só precisava ter paciência pq em breve ela não precisaria aguentar ele, e talvez a mãe fosse mais feliz sem o peso dele a atrapalhando. Gabriel abriu o armário do banheiro e colocou alguns remédios em cima da pia, mas quando estava enchendo o copo que ficava na cabeceira da cama do pai com a água da pia viu o brilho de alguma coisa refletir na parede. Chegando mais perto encontrou uma lâmina, uma gilete, havia visto uma vez que talvez na novela uma mulher que tentou se matar tomando muitos remédios. Mas havia sido algo inútil porque ela ficou apenas alguns dias no hospital, e ele não queria ser inútil até nisso. E lembrando de uma vez ter visto uma menina que cortando os pulsos havia conseguido se matar ele pegou a lâmina.

Conseguia ver o rosto refletido na lâmina, ele tinha medo, poderia ter 16 anos mas a mente era a mente de uma criança ainda. Ele tinha medo da dor, mas como aquela dor poderia ser maior do que a dor que tinha sentido durante aquele ano, como poderia ser maior que todas as vezes que o pai o humilhou ou o acusou de ser insignificante, a dor que sentia todas as vezes que o chamavam de estranho, balofo, gayzinho ou muitos outros apelidos idiotas. Ou a pior de todos as dores, ouvir as pessoas dizendo que a mãe não o amava, que ela apenas o suportava. Mas que tinha ficado cansada disso e o havia abandonado com o pai, essa dor definitivamente não poderia ser maior que todas as outras dores e pelo menos ela seria única, ele a sentiria apenas uma vez. Era a oportunidade dele descansar de todo aquele sofrimento, ele amava demais a mãe e precisava se despedir dela antes de enfim descansar. 

— alô? – a voz do outro lado da linha suou sonolenta, mas fez as lágrimas de Gabriel descerem com mais intensidade. Era a voz da mãe dele, da pessoa que ele mais amava no mundo, e da pessoa que ele queria acreditar que também o amava mais que tudo. 

— mamãe – a voz soou embargada

— meu filho que saudades, o que aconteceu porque você está chorando? 

— mãe eu queria dizer que amo muito a senhora, que agradeço demais por ter me aguentado todos esses anos. Que não existe pessoa mais importante no mundo pra mim e que eu espero que a senhora possa ser muito mais feliz sem mim — o choro preso na garganta fez com ele se atropelasse nas palavras de tão rápido que falou.

— que besteira é essa Gabriel, mamãe já está terminado as coisas por aqui logo eu volto. Você sabe que a mamãe te ama mais do que todo também, e eu nunca poderia ser feliz sem você porque você é tudo pra mim. — a voz soou preocupada, já tinha ouvido falar de coisas assim, começava a ficar desesperada. Onde estava o pai dele nessas horas

— mas você era antes de eu nascer — respirou fundo para tentar conter o choro

— meu filho eu só soube oque era ser feliz de verdade quando você nasceu, tudo que veio antes era apenas fragmentos do que eu senti quando te segurei a primeira vez, quando riu pra mim pela primeira vez ou quando me chamou de mãe pela primeira vez. Desde o momento que eu vi você meu filho eu soube que poderia viver sem qualquer coisa nesse mundo, menos você, porque você é meu mundo. 

O choro preso na garganta veio forte, em soluços que faziam o corpo de Gabriel chacoalhar com violência tamanha era a intensidade dos choros. A mãe dele entrou em desespero, onde estava o maldito do pai dele. 

— meu filho pelo amor de Deus, eu estou largando tudo aqui agora e estou indo te buscar, acabou, eu não sei onde essa ideia de confiar no seu pai para cuidar de você foi boa. Se acalma que a mamãe já está a caminho, arruma suas coisas que eu vou fazer o possível e o impossível para chegar ai logo. – Eliza não ligava para a distância, ela faria qualquer coisa para chegar até o filho o mais rápido possível.

— Não! – a firmeza das palavras do menino fez o coração de Eliza errar uma batida, ela parou bruscamente onde estava já com algumas peças de roupa na mão. — eu ligue para dizer que a senhora foi a pessoa que eu mais amei nessa vida, que eu não vou sentir saudades de mais ninguém além da senhora, que eu espero poder encontrar a senhora de novo e que eu espero que a senhora seja mais feliz sem o peso da minha existência na sua vida. Mas que dói muito, já está muito difícil suportar tudo isso, eu não aguento mais. Não sou forte o suficiente para continuar aguentando tudo isso. 

— meu filho pelo amor de Deus não faça isso eu já estou voltando. Quando eu chegar vou resolver tudo será apenas eu e você novamente eu juro — e o telefone desligou — Gabriel pelo amor de Deus. 

Eliza sentiu as pernas ficarem mole como gelatina, se arrastou pela parede até o chão, onde o pânico e o desperto a dominaram. As lágrimas ficando com uma intensidade tão forte que ela não enxergava nada, mas conseguiu com muito esforço discar para duas pessoas.


Após encerrar a ligação com a mãe Gabriel limpou o rosto, trancou a porta e pegou a lâmina em cima da pia. Era a última vez que sentiria  qualquer dor, enfim tudo iria acabar, todo o sofrimento, toda dor. Tudo teria um fim. Depois de se sentar no chão banheiro fez um corte nos dois pulsos, o sangue jorrando como uma bica aberta, o piso branco manchado com o sangue, as lembranças vindo tão violentas que pareciam querer machucá-lo ainda mais. O que ele julgava ser impossível, ser mais machucado do que já estava. E então tudo foi se apagando, como uma peça que chega ao fim, como a porta no fim do túnel que enfim se fecha, a esperança que infelizmente morreu e a dor que finalmente vai embora. 


— Eu sei doutora, sei que eu não deveria ter confiado meu bem mais preciosa a um cafajeste como o meu marido. Mas eu pensei que seria bom para eles, desde a minha separação eles estavam muito distantes, pensei que talvez pudessem construir um laço de pai e filho — a voz muito familiar suava como uma doce melodia em seus ouvidos, como o canto de anjos. Ele conhecia aquela voz. — que tolice a minha pensar que aquele canalha serviria para alguma coisa. 

— calma senhora, eu sei que tudo isso deve ser um choque muito grande para senhora. Admiro sua força, está de pé e resolvendo tudo desde a hora que chegou, não parou um minuto. Mas nada disso foi sua culpa, a senhora apenas quis incentivar seu ex marido a se tornar um pai melhor. Não teve culpa da negligência dele. 

— mais ele vai pagar por isso, eu vou começar… — Eliza parou na hora que virou de costas para a médica e de frente para a cama onde o filho estava e viu os olhos dele aberto olhando cada canto do quarto. 

Eliza tentou ser o mais forte possível, mas era isso que estava fazendo desde a hora que havia desligado o celular. Não permitiu que seus pensamentos a confrontasse um só minuto, tinha medo dos próprios pensamentos. Não queria acreditar que nada daquilo era verdade, acreditar que o pânico e o horror que sentiu era verdadeiro, ou acreditar na cena que viu quando chegou. O filho deitado em uma cama de hospital, branco como a morte e tudo por culpa dela, que acreditou que o maldito do ex marido poderia ser um bom pai. Mas ela viu toda sua força ir embora ao olhar dentro dos olhos do filhos e enxergar toda aquela dor onde só deveria haver alegria. 

— Gabriel meu filho – o choro não deixou que Eliza conseguisse fazer nada além de abraçar o filho.

Gabriel e Eliza choraram toda a sua dor juntos. A médica que já tinha visto muitas cenas semelhantes, o suficiente para se acostumar, respirou fundo e limpou as lágrimas que caíram de seus olhos, ela precisava ser forte para ajudar aquela família. 

Depois de chamar os enfermeiras para que pudessem chegar o paciente e deixar que mãe e filho conversacem um tempo ela pegou seu caderno e sentou ao lado da cama.

— Olá Gabriel, eu me chamo Joana Gray e sou psiquiatra aqui do hospital. Eu queria saber se poderíamos conversar um pouquinho – Joana falava com um tom doce e calmo, sabia que o que ele menos precisava era ser pressionado agora, mas percebeu a mão do menino firme no braço da mãe e os olhos cheio de água. — não precisa se preocupar sua mãe ficará conosco enquanto conversamos, se assim você quiser é claro. 

O menino olhou no fundo dos olhos de Joana, era um adolescente já, mas o olhar transmitia tanta dor e tanta angústia, que parecia uma criança assustada depois de acordar de um pesadelo. Mas o que Gabriel tentava fazer era enxergar Joana como ela era, não como os monstros que ele acreditava que todos fossem. Ela era alguém estendendo a mão para ajudar e ele queria confiar nela. Queria confiar porque a mãe confiava nela, se não ela não estaria falando com ele. Gabriel então fechou os olhos e respirou fundo e quando os abriu conseguia enxergar uma mulher muito bonita, o cabelo Black Power, a pele de um tom chocolate e os olhos de um castanho claro que transbordava doçura. 

— Sim, nós podemos conversar – a voz soou ainda chorosa.

Depois que Gabriel relatou tudo para Joana ou Jô como ela pediu que fosse chamada. Depois que contou cada palavra dita pelos colegas de classe, cada ofensa, cada insulto, cada brincadeira de mal gosto que fizeram com ele. A forma como o pai sempre dizia que aquilo era normal, que eram apenas brincadeiras, e que ele deveria entrar na onda dos amigos. Como o pai o precisava ou como a madrasta o tratava, e o que foi pior para Eliza e até mesmo para Joana escutar, a madrasta dizendo que queria que ele morresse. 

— Eliza eu sei que você não quer ver o seu ex marido tão cedo. Mas nos precisamos conversar, eu, você, ele e Gabriel – a simples idéia de que ele teria que conversar com o pai fez Gabriel se retrair na cama, parecia um bichinho acuado. 

— Eu vou esperar o meu filho se recuperar doutora, não vou colocá-lo de frente aquele cretino agora, porém eu concordo que precisamos conversar. – Eliza passou a mão nos cabelos de Gabriel, arrumando os cachos negros para trás. – não vou deixar aquele cretino machucar ainda mais o meu menino. 

— Gabriel muito obrigada por me deixar te ajudar, eu agora vou ver outros pacientes, mas prometo que vou voltar aqui mais tarde. Nossa conversa com seu pai e sua mãe ficará para daqui a algum tempo, mas isso não quer dizer que nós não podemos continuar nossas conversas até lá, não é? – Gabriel assentiu ainda receoso, Joana já havia atendido outros casos como o de Gabriel, mas ainda sim não conseguia entender como o pai de uma criança poderia o ferir tanto assim. – lembre-se Gabriel, você não é o que os outros falam de você, não é a opinião dessas pessoas que só estão interessadas em ferir você. Você é o menino maravilhoso que sua mãe criou com muito amor e carinho. E tudo isso vai passar e um dia você não irá nem lembrar disso tudo. 

Como que para dar ênfase ao que Joana dizia o sol escondido entres as nuvens escuras, começou a dar sinal iluminado todo o quarto. Joana observou enquanto Eliza ainda com os olhos cheio de água fazia carinho no filho, como se ele fosse de quebrar, Joana sabia que com algumas sessões Gabriel e Eliza superariam tudo aquilo. E ela faria o melhor dela para que aquela família fosse feliz de novo. Lançado um sorriso para os dois Joana fechou a porta atrás dela e deu um forte suspiro antes de seguir para sua próxima consulta.  

… 

Depressão não é frescura, não é charme, as pessoas não estão apenas querendo chamar atenção. Elas estão precisando de ajuda. Então se tiver algum amigo que esteja passando por isso, ajude ele antes que seja tarde demais. E se você estiver passando por isso, por mais que a dor seja insuportável e você queira acabar com tudo isso. Não sinta medo e nem vergonha, peça ajuda, sua vale demais e existem pessoas que te amam demais para viver em um mundo onde você não exista mais. 

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Você pode conversar com um voluntário do CVV (Como Vai Você - centro de valorização a vida )ligando para 188 de todo o território nacional, 24 horas todos os dias de forma gratuita.

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