42°
Leiam as notas finais
QUINTA-feira, o bando já está na minha casa de novo, para uma noite de filmes. Passei essa semana fazendo nada além de pintar, mas minha mãe prometeu que segunda-feira eu já vou voltar para a escola, depois da última consulta amanhã, apenas para se certificar que eu estou bem.
Sebastian tem vindo sempre depois da escola. Para pintar, é claro. Apenas isso, apesar de ele não ter evoluído nada.
Estou na cozinha fazendo pipoca, depois de obviamente perder no pedra, papel e tesoura, que tenho certeza que eles combinam apenas para eu perder, quando Max aparece.
- Se veio me apressar, pode dar meia volta. Vocês comem pipoca igual bebem água, então precisam esperar - digo a ele e meu irmão ergue as sobrancelhas.
- Você come tanto quanto. - Ele me ajuda com a bebida. - Mas não é isso.
Eu me preparo. Nós não brigamos ou discutimos, mas... As coisas ainda estão meio estranhas.
- Kendall deve chegar em alguns minutos.
- É mesmo? - não escondo meu cinismo e Max suspira.
- Só vim avisar e pedir para que seja legal com ela.
- Nossa. Você diz isso como se eu fosse voar no pescoço dela. Eu sou inofensiva, Maximilian. E civilizada.
- Aham... Eu também sou civilizado, você vê. Não toquei em um fio de cabelo de Sebastian. Então se eu posso aturar ele, você pode aturar a Kendall.
- Mais alguma exigência? - Forço um sorriso. Max não diz nada ao me dar as costas e sair da cozinha.
Termino com a pipoca e chamo Wesley para me ajudar a levar para sala, mandando Ethan ir pegar as bebidas.
- Tá sem sal - Turner diz e eu olho para ele, incrédula.
- Eu tenho cara de cozinheira? - Arqueio a sobrancelha e Turner revira seus olhos esverdeados.
Déborah ri ao lado de Carson, que está olhando para ela feito bobo. Esses dois estão apaixonados e só eles não percebem isso.
Sento ao lado de Sebastian, com um balde de pipoca. Ele passa distraidamente o braço por meu ombro. E eu me apoio nele. Sebastian beija minha bochecha e eu sorrio.
- Vocês quatro me dão enjôo! - Turner revira os olhos mais uma vez e mostro a língua para ele.
- Você só está com inveja. - Déborah diz e Turner engasga com o refrigerante. Sebastian e eu sorrimos, sabendo o por quê da sua reação.
- Inveja? Deus me livre ter que beijar alguma garota.
- QUÊ? - Déborah está tão surpresa que dou risada da sua cara. - Você é gay?
- Agradeço a Deus todo dia por isso. Sou rodeado por garotos e ainda tenho acesso privilegiado no vestuário masculino.
- Cara, cala a boca. - Ethan joga pipoca nele e todos rimos.
- Ele teve uma queda por mim na quinta série - Wesley conta.
- E por mim - Max emenda.
- Ele teve uma queda por todos nós - Sebastian murmura.
- Deveriam se sentir sortudos. - Turner dá de ombros. Realmente, quem namorar com ele será um cara sortudo.
A campainha toca e Max vai atender. Segundos depois, Kendall surge.
- Boa noite! - ela diz e eu fico imóvel.
Em um segundo, minha mente está na sala da minha casa e na outra, eu estou em um banheiro - no banheiro da escola - me olhando no espelho e Kendall está atrás de mim, dizendo coisas sem sentido...
- Madelaine? - Sebastian sussurra em meu ouvido e eu pisco.
- Boa noite. - Forço um sorriso, ainda vendo a memória que acabei de lembrar.
- Filme, então - Turner corta a tensão que eu não tinha percebido que se formou na sala.
~•~
Não foi tão ruim assim, no fim das contas. Kendall não me provocou, na verdade, ela não me dirigiu a palavra, além daquele boa noite. Sebastian também não pareceu incomodado com a presença dela, mesmo eu tendo certeza que ele não teria escondido nada de mim.
Mais um filme começa quando eu já estou dormindo, encostada em Sebastian. Eu não sei o que acontece comigo, mas eu nunca consigo ficar acordada para assistir mais que dois filmes antes de cair no sono.
- Um dia ainda vamos maquiar ela enquanto dorme. - Ouço Carson dizer.
- Estou ouvindo isso, seu idiota - murmuro e fico de pé, mas tropeço nos pés de Sebastian. - Merda.
- Olha a boca - Maximilian também murmura e sei que eles estão tirando com a minha cara apenas porque eu estou bêbada de sono.
- Vá pra merda, Maximilian. - consigo dar dois passos antes de bater no sofá.
- Talvez se a gente a deixar cair, ela bata a cabeça e recupere a memória. - Carson parece refletir sobre isso.
- Talvez - eu digo - se eu bater sua cabeça, você esqueça de ser tão idiota.
Carson ri alto e Déborah o repreende.
- Nós queremos assistir o filme - minha amiga diz e eu mostro a língua a ela, antes de tentar minha caminhada de novo.
- Fiquem bem e bom filme - murmuro, sentindo meus olhos fechando de novo. Eles respondem algo que eu não raciocino.
- Vamos. - Sebastian aparece ao meu lado e eu murmuro um obrigada quando ele me ajuda a subir as escadas até meu quarto.
Nem mesmo tiro os sapatos quando me jogo na cama. De olhos fechados, sinto meus sapatos serem tirados, a colcha da cama é puxada e sou virada para um lado e para outro e depois sou coberta.
- Dorme bem. - Sebastian beija minha testa e eu o sinto se afastar, então seguro sua mão.
- Não... Fica... - murmuro, abrindo um pouco os olhos.
- Vão pensar que estamos fazendo outra coisa. - Ele olha de relance para porta e eu me esforço para revirar os olhos.
Murmuro para ele ficar só um pouco e ele cede, sentando na beira da cama e segurando minha mão. Ele começa a cantar uma música.
- Put your lips next to mine, dear
Won't you kiss me once, baby?
Just a kiss goodnight, maybe
You and I will fall in love... you and I will fall in love...
Eu adormeço com uma lembrança ou um sonho, onde nós dois estávamos dançando e ele cantava essa mesma música em meu ouvido.
Antes de pegar no sono por completo, eu o ouço sussurrar:
- Eu te amo.
~•~
Quando acordo, aquela música está em minha cabeça e eu fico cantarolando a manhã toda, até minha mãe dizer que ela prefere uma filha pintora do que cantora. Eu não engoli a ofensa, mas parei para pensar.
- Não vou estudar artes, esqueceu? - Nós duas estamos sentadas nos fundos, perto da estufa, tomando chá. - Vou estudar Direito.
- Por quê? - Minha mãe olha em meus olhos e eu entendo que é uma pergunta séria, apesar de ela saber a resposta.
- Porque sempre foi o que a gente quis? O plano é eu me formar e trabalhar com o papai no escritório - digo como se fosse óbvio.
- Nós queremos que seja feliz, querida. Seu pai e eu não nos importamos com a profissão que seguir. Se faz você feliz, nós estamos felizes também.
- Por que está me dizendo isso agora? - Eu pouso a xícara na mesa. - Todos esses anos, meu único objetivo foi estudar para conseguir entrar em Stanford e me formar em Direito, porque isso agora?
- Não estou falando por mal, filha. Mas não queremos que sinta-se obrigada a seguir uma profissão, porque acha que é o que nós queremos.
- Mas... - começo, mas não termino. Não sei o que dizer, para ser sincera. Ela está falando sério?
- Achei que gostasse de pintar. Vejo como a deixa feliz. E você tem talento de sobra para ser uma artista conhecida. Não quer isso? - Mamãe segura minha mão, dando um leve aperto.
- Eu nunca pensei nisso, mãe. Eu me dediquei aos meus estudos a minha vida toda. Eu arruinei meu relacionamento com Theo porque estava focada em ser a melhor da classe. Por que... Por que está me dizendo isso agora? Por que não me disse essas coisas antes de eu resumir a minha a um objetivo que eu me sentia obrigada a alcançar? - Minha mãe fica em silêncio e eu suspiro. Talvez eu esteja sendo injusta com ela. - Desculpe. É só que ouvir isso de você, depois de todo esse tempo...
Eu suspiro de novo e nós duas ficamos em silêncio por um tempo, até eu ficar de pé.
- Acho que vou sair. - Espero que ela tente me impedir, mas minha mãe apenas anue.
- Tome cuidado, ligue se precisar de alguma coisa e volte antes do jantar. - Ela hesita, mas diz: - Sinto muito que achou que deveria fazer algo que não queria apenas para nos impressionar, Made.
Eu não tenho o que dizer, então apenas pego meu celular e saio de casa.
Só me arrependo de não ter pegado um casaco. Ainda é de tarde, mas com o início do inverno, está começando a ficar um pouco frio.
Ligo para Sebastian, mas ele não atende, então deixo uma mensagem.
- Oi... A gente pode se ver? Eu tô indo para a biblioteca, caso você queira aparecer... Estou com saudade.
~•~
Postei um novo livro e ficaria muito feliz se fossem lá dar uma olhadinha. O prólogo já foi postado!
Vou deixar aqui a sinopse 👇🏾
💎AMOR INSANO💎
De um lado está um homem que foi traído por aqueles que mais amava. Do outro, a mulher que foi abandonada por sua família.
Genevieve Prescott e Eros Blackburn deveriam ser rivais, como suas famílias são, mas quando Genevieve é contratada para ser a estagiária de Eros, eles são obrigados a trabalhar juntos e enfrentar essa rivalidade.
Até certo dia, quando uma mentira é o primeiro passo que irá mudar suas vidas... e seus corações.
Sendo obrigados a conviver juntos e fingirem estarem apaixonados um pelo outro, Genevieve terá que abrir mão de alguns segredos e confiar em Eros quando ele se torna o único a ajudá-la. Enquanto Eros sai da bolha de mágoa e tristeza que assombrava seu coração, dando uma nova chance àquele sentimento que começa a brotar em seu peito.
Entre jogos, mentiras e poder, o amor falará mais alto ou nem mesmo ele pode suportar o que está por vir?
TRECHO DO LIVRO 👇🏾
"- Primeira coisa. - Genevieve põe um joelho entre minhas pernas, apoiando-se na cadeira e eu fico muito consciente do meu pau. - Eu não sou um cão de caça do meu pai ou qualquer outro. Segundo: eu jamais me deitaria com um ser tão desprezível, arrogante e egocêntrico feito você. E para alguém que despreza tanto a escória Prescott, você parece estar gostando muito.
Um sorriso surge em seus lábios com suas últimas palavras e ela olha para baixo. Para a ereção em minha calça.
Seu joelho me pressiona e dou um sobressalto, meio gemendo, meio grunhindo. Não sei dizer."
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