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Queda Livre | Capítulo Vinte E Cinco

Bethany fez um esforço para se levantar, tremendo e novamente encharcada. Quase caiu no chão algumas vezes, dolorida e fraca, sem ter onde se apoiar com suas pernas trêmulas. Encarou a garota loira, sem desviar os olhos dela.

Parecia ter a mesma aura demoníaca e fria de Mamon, isso disparou um alerta em sua mente, fazendo-lhe olhar em volta. Era um penhasco isolado, não tinha para onde correr, nem como se esconder, já que as árvores tinham boa distância umas das outras e o céu começava a clarear, tomado por uma coloração cinzenta e alaranjada perto do horizonte.

Nunca conseguiria sair dali correndo. Não conseguiria escapar sem apelar para seus poderes ou sem um carro.

Considerou se, por algum milagre, conseguiria usar seus poderes para se defender ou atacar. Ainda não havia feito muito progresso no treinamento, mas sentia que era para isso que seus pais queriam que se preparasse.

Não teve muito tempo para pensar, o mundo girou novamente e as árvores se transformavam em um borrão escuro contra a mescla alaranjada do céu. De repente, a loira estava em sua frente, tão próxima que conseguia observar cada lapso de luz em seus olhos impiedosos e gélidos.

Bethany queria falar algo, perguntar o que ela queria, mas sua voz não saiu. Lentamente, ela levantou a mão e deixou-a esticada no ar, em frente ao seu peito, lhe paralisando. Era como se cada pensamento, cada ato de vontade própria e cada resquício de autocontrole fosse sugado de sua mente e corpo, não conseguiu reagir.

Mal processou o fato de que estava quase na beirada do penhasco, apenas poucos centímetros de uma queda livre para a água fria e congelante. A mão da loira continuava esticada, seus dedos estavam envoltos de uma névoa escura e esfumaçada, rodopiando levemente no ar. Com espanto, Bethany percebeu que ela parecia sugar aquilo de seu corpo, drenando sua energia com facilidade.

Os pensamentos giraram, tentou se lembrar de qualquer estratégia de defesa que tivesse aprendido com sua mãe, tentou se lembrar do que Elisa havia ensinado. Tudo estava distante e borrado demais, ainda não havia conseguido bons resultados no treinamento, não o suficiente para conseguir se defender de algo tão invasivo e forte.

Não sabia o que fazer. Não conseguia se mover ou falar, presa naquele estado vegetativo, mesmo que a mente gritasse para fazer alguma coisa, para tentar se proteger.

— Azazel, solte-a — ordenou alguém, a voz ríspida e furiosa. Bethany quase chorou de alívio, imaginando se teria alguma ajuda para se salvar daquilo.

— Com prazer — disse a loira, abrindo um sorriso quase cruel e recheado de ironia. Ela baixou a mão lentamente, Bethany perdeu o equilíbrio, sem forças e sentindo-se drenada. O mundo girou, os joelhos cederam com tanta facilidade que não conseguiu se sustentar.

Antes de cair, viu outra menina de cabelos loiros, mas com mechas volumosas e cheias de cachos brilhantes. Seus olhos roxos resplandecentes, arregalados e cheios de vida, foi a última coisa que viu quando desabou para a queda livre em direção à água.

« ♡ »

Clarissa não hesitou nem por um segundo quando se jogou do penhasco atrás de Bethany. Tentou alcançá-la, segurá-la junto de si. Ela havia desmaiado assim que caiu, o que era previsível depois de ter visto Azazel drenando sua energia.

Sentia o vento chiando ao seu redor, mas não o frio. Sentia a chuva ao seu redor, o tempo desacelerando lentamente e congelando as gotículas no ar, a superfície da água cristalina como um espelho calmo, refletindo a luz dourada do céu nascente.

Não conseguiu segurá-la e tocá-la a tempo, fez o que pôde para criar um escudo de energia ao seu redor quando colidiram com a água. Clarissa mergulhou com violência, mas não doeu como deveria. Foi envolvida pela água e viu Bethany afundando, os cabelos escuros flutuando em mechas grossas que desapareciam na água.

Clarissa não teve dificuldades quando nadou para frente e a pegou pelo pulso, puxando-a para si e observando as roupas ondulando na água. Fechou os olhos por um segundo, sentindo uma pontada de calor cheia de energia que cresceu de dentro para fora. Não tinha muito tempo, cada segundo era regressivo ali, então esqueceu-se do quão ruim era em se teleportar e desejou com tudo o que tinha sair do meio da água, tirar a menina dali.

Quando abriu os olhos, o vento forte atingiu seus cabelos molhados e roupas encharcadas. Estava ajoelhada em um gramado que margeava o rio, os joelhos afundavam na lama que escorria com a chuva. Bethany continuava inconsciente em sua frente, assustadoramente pálida e imóvel, não parecia respirar quando colocou a mão sobre seu peito e nem conseguiu sentir as batidas cardíacas.

Deixou seu poder escorrer como nunca antes, fechando os olhos e concentrando-se. Tinha poucos segundos, pouco tempo para fazer a diferença e trazê-la de volta.

« ♡ »

Ninguém conseguiu reagir enquanto o raio rugia. Sara mantinha a espada levantada e o vento girava em um círculo ao seu redor, espalhando a chuva e carregando as folhas embarreadas do chão.

Elisa estava tão abismada e entorpecida que demorou um pouco para perceber que a intensidade do vento diminuía gradativamente, o fio de eletricidade que conduzia o raio ia se apagando e afinando, até que desapareceu completamente no ar.

Sara estava pálida, Elisa sentia-se desnorteada e sem ar. Alguém surgiu dentre a chuva fraca e a neblina, demorou um pouco para se livrar do torpor e reconhecê-lo. Sara caiu de joelhos na grama lamacenta e Liam se aproximou apressadamente, preocupado.

— Sara, fique comigo. — Elisa conseguiu ouvir a voz sussurrada e tensa de Liam. Ele tinha os braços em volta de Sara, que falseava. Os olhos dela estavam escuros, mais escuros do que geralmente eram, e o ar estava mais gélido e frio do que costumava ser.

Elisa olhou para baixo. A grama estava escura, havia imaginado que era por causa do barro e da terra, mas percebeu que as folhas estavam secas e mortas, assim como a vegetação que cercava toda a igreja. Mamon havia sumido, a escadaria da igreja estava vazia e só havia os querubins cercando o local, flutuando levemente como luzes entre as árvores obscurecidas do alvorecer.

Voltou-se para Sara e Liam, que estavam de frente um para o outro. Ele falava alguma coisa em um tom baixo e Sara estava atordoada, não parecia entender suas palavras.

— Beth... — murmurou Sara, um nítido som de preocupação escapando no sussurro rouco. Ela não conseguiu completar o que quer que fosse dizer, Liam lhe envolveu contra si antes disso e, em questão de segundos, ela estava inconsciente nos braços dele.

Elisa sentiu-se sufocada. Ela parecia tao jovial assim, inconsciente e encharcada, deitada nos braços de Liam como se tivesse dezessete anos de novo. Era como ver aquela Sara frágil e vulnerável que raramente conseguia ver.

Não precisava ser um Anjo da Morte para ver que ela estava se esvaindo ali. Sua vitalidade, seus poderes... Tudo.

Naomi havia corrido e se ajoelhado ao lado da irmã, envolvendo seu pulso. Liam falava algo para Naomi, o tom de voz um pouco mais alto por causa do desespero enquanto os dois discutiam e tentavam salvar Sara.

Elisa decidiu agir rápido e, em um impulso, correu até Sara e caiu de joelhos ao seu lado. Só podia contar com a sorte e tentar não pensar demais nas consequências do que estava prestes a fazer.

« ♡ »

— Cass? — Clarissa quase chorou de alívio quando a voz de Lena quebrou o silêncio e ouviu seus passos rápidos, correndo ao seu socorro. Clarissa ainda estava com a mão sobre o peito de Bethany, mas já não sentia sua pulsação ou respiração.

— Não consigo fazer isso sozinha, preciso de você — disse, exasperada. Era Lena quem era especialista em curar as pessoas ali, era ela quem sabia como utilizar sua energia para esse propósito.

Sem dizer nada, Lena colocou a mão sobre a sua. Clarissa fechou os olhos, deixando que ela guiasse sua energia, que seus poderes se fundissem para que pudessem salvar Bethany juntas.

Sentia tudo se aquecer e a pele vibrar, as pontas dos dedos formigavam com a sensação de eletricidade que dançava ali, os poderes escorrendo para Bethany. Trocou olhares com Lena, ela sorriu de maneira reconfortante. Clarissa sentiu o nervosismo se esvair, percebendo que aquilo significava que ia ficar tudo bem.

Só afastou a mão quando Bethany tossiu com força, encolhendo-se e curvando quando a água escorreu pelos lábios pálidos e trêmulos. Ela tremia forte, ofegando e ainda com os olhos fechados, como se estivesse desacordada.

— Tire-a daqui, Azazel ainda está por perto — pediu Clarissa, aliviada quando viu que Bethany parecia bem. Lena tensionou os lábios, preocupada e sem realmente querer sair dali. — Confie em mim. É perigoso para você ficar aqui — insistiu, colocando a mão sobre a dela.

Lena assentiu e se inclinou levemente, tocando-lhe os lábios em um beijo suave.

— Seja cuidadosa. Amo você — sussurrou, e Clarissa sorriu de leve. Quando piscou, Lena havia desaparecido em uma brisa quente e cheia de luz do sol, levando Bethany consigo.

Clarissa tomou um segundo para recuperar a coragem antes de se levantar da grama, os joelhos embarreados e as roupas brancas encharcadas, sujas com a terra e a chuva. Olhou em volta, observando a superfície escura do lago intimidador e gigante.

Se virou lentamente, encarando o bosque escuro e úmido que se abria ao seu redor. As folhas balançavam e caíam, o frio que sentiu a seguir lhe preparou para o que estava por vir. Azazel estava parada em um ponto escuro e intocado pelo sol nascente, rodeada de galhos retorcidos e sem folhas.

Clarissa fez um gesto rápido ao pegar a adaga presa na cintura, girando-a na mão. Descobrira que gostava da versatilidade de uma lâmina menor, era mais fácil de se usar do que uma espada.

Azazel riu, algo brilhou em seu pescoço. Era um pingente prateado e pesado, moldado na forma de um relicário. Havia algo na forma como aquele pingente lhe atraía, algo no modo como puxava seus olhos, então lembrou-se do cálice de sangue, do líquido viscoso se misturando dentro dele. A forma como o pingente lhe puxava era quase a forma como Elisa lhe atraía.

O cálice, percebeu. O cálice era o símbolo do elo e a chave de tudo, então ela provavelmente o derretera e transformara em um colar.

— Nós duas sabemos que você odeia lutar e não é boa nisso, Clarissa, então poupe seus esforços, estou aqui para um pequeno teste e então começar a diversão. — Clarissa apertou o punhal com mais força ao ouvir aquilo, deixando o poder pulsar com uma batida rápida e cheia de vitalidade. Seu coração não batia mais, agora eram seus poderes e sua energia que faziam esse trabalho e pulsavam por ele.

— O que ainda faz aqui? Claramente conseguiu o que queria — ponderou, mantendo a postura ereta e o olhar fixo nela, obscurecido pela seriedade.

— Mamon estava tentando evitar que eu tivesse o que ele mais queria, mas agora eu posso chantageá-lo e esfregar na cara dele o quanto ele foi lento — riu, um tanto satisfeita consigo mesma. Os cabelos loiros continuavam reluzentes na luz nublada do sol, uma mistura de dourado e branco que contornava o rosto delicado. Clarissa recuou quando Azazel se aproximou, levantando brevemente a adaga de uma maneira ameaçadora. — Não se mova — ordenou Azazel, e Clarissa congelou onde estava. Franziu as sobrancelhas, confusa. Foi tão... instintivo e intuitivo que nem parou para questionar por que seguira a ordem dela. — Solte a adaga — continuou Azazel, abrindo um sorriso irônico.

Clarissa tentou resistir, tentou manter a mão fechada e os dedos firmes ao redor do aço frio da adaga, mas era como se o próprio braço estivesse lhe traindo. Observou, com horror, quando estendeu-o para frente e abriu os dedos lentamente, deixando a adaga cair no chão de terra, a lâmina brilhando prateada, a ponta afiada sumindo na lama.

— Tenho certeza que nos divertiremos muito juntas, Clarissa — disse Azazel, e Clarissa achou que pudesse vomitar. Não sentia raiva, só enjoo e medo quando viu aqueles olhos escuros lhe encarando, as mechas onduladas e deslumbrantes lhe dando elegância.

Como pudera se enganar tanto sobre ela?

Em um piscar de olhos, Azazel desapareceu no mesmo momento em que o céu se iluminou em uma cor cinza tempestuosa.  

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