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Ele É Meu Namorado | Capítulo Vinte E Um

Virou o quadro, escondendo-o de Valerie. Ela parecia preocupada, mas, para alívio de Bethany, Liam chegou logo depois e lhe fez um curativo. Inventou qualquer coisa sobre a faca da cozinha e um acidente enquanto estava desatenta.

Sabia que ele não havia acreditado, mas não pediu mais explicações, não na frente de Valerie. Realmente estudaram naquela noite, se esforçou para conseguir focar nas atividades e nas apostilas, para tirar uma boa nota na prova.

Não sabia dizer quando parara de se importar com as coisas, nem sabia dizer quando começara a se sentir tão indiferente e ter crises de pânico, mas precisava parar. Não sabia como voltar a ser aquela Bethany que tinha grandes planos para o futuro, desenhava usando toda a alma e se esforçava para atingir os objetivos, mas precisava tentar.

Seu pai talvez tivesse razão, talvez um psicólogo fosse um ótimo caminho.

Não ficou surpresa quando Nicholas e Noah chegaram juntos e foram direto para a garagem, também foi com Valerie para lá depois de um tempo. Nicholas havia trazido o violão e ficaram os quatro jogados no sofá, comendo pipoca, ouvindo a música suave e aproveitando o resto da noite.

Via como Noah e Nicholas trocavam olhares brilhantes, como tinham sorrisos particulares entre si. Estava desconfiada dos dois, mas eles trocavam olhares e palavras tão sinceras que era impossível de se ignorar, impossível de não notar como o mundo sumia ao redor dos dois.

Noah tocou bateria, Nicholas continuava com violão. Comeram pipoca e chocolate, Bethany quase esqueceu-se do quadro pintado com sangue, do homem sinistro na campina e sua mãe dizendo ser a filha de Lúcifer.

Estava tudo bem, pelo menos por aquele momento. Sentiu-se estranhamente aliviada por ter Valerie ao seu lado.

Já era tarde da noite quando fechou os olhos por alguns segundos, ouvindo a melodia suave que Nicholas tirava do violão. Era como uma pluma, uma bolha de nostalgia que lhe envolvia como uma coberta quente, lhe aninhando e acalmando.

— Que música é essa? — perguntou, ao notar a melodia familiar que ele cantarolava e tocava no violão. Tinha a sensação de que já tinha ouvido antes, de que tinha boas memórias com aquela melodia com cheiro de infância.

— Não me lembro, devo ter sonhado com ela — disse ele, dando de ombros. Franziu as sobrancelhas, confusa. Nicholas geralmente tocava rock e música alternativa, aquela era diferente do que ele costumava cantar, tão delicada e com palavras tão leves.

Quando já estava deitada no silêncio de seu quarto, depois de Valerie e Nicholas terem ido embora, começou a repassar a melodia e a letra, tentando lembrar-se de onde conhecia aquilo. Era como se pudesse ouvir sua mãe ao seu lado, cantando suavemente para lhe fazer dormir.

Ela geralmente lia histórias ou ficava cantando baixinho até que pegasse no sono, nos dias em que Bethany fazia birra antes de dormir.

Naquela noite, sonhou com ela. Sara, um quarto de bebê e uma criança pequena em seus braços, um menininho de cabelos escuros, bochechinhas rosadas e gorduchas, mãozinhas apoiadas no colo dela. Sua mãe cantava para o menininho a mesma música que Nicholas cantava, Bethany ficou encantada com sua voz doce e melodiosa como mel, com o sorriso leve e carinhoso em seus lábios.

Queria fechar os olhos e ouvir melhor aquela voz suave, absorver aquelas palavras.

Sentiu lágrimas escorrerem enquanto ouvia a voz, enquanto via Eric nos braços dela, lhe encarando com aqueles olhinhos brilhantes e impressionados de criança. Ele estava absorto na música também, acompanhando cada palavra cantada.

A melodia foi se afastando, assim como sua mãe e seu irmão. Queria abraçá-los, queria correr até lá e ouvir aquela voz tão linda mais de perto, mas a imagem se apagava, se desfazia no escuro. Aos poucos, percebeu que estava de volta ao quarto escuro, sozinha em sua cama.

Se encolheu entre as cobertas, sem conseguir conter um leve soluço. Seu rosto estava coberto de lágrimas.

« ♡ »

No dia seguinte, ficou surpresa quando Sara foi lhe buscar ao final da aula e depois foram direto para a casa de seu pai.

Havia mostrado o quadro para ele naquela manhã e foi só depois de entrar no carro que percebeu que Sara provavelmente queria discutir sobre isso. Noah não estava, naquele dia ele realmente tocaria com a banda depois da aula.

E agora estava com seus pais na cozinha, explicando pela décima vez que estava pintando com a tinta, mas então percebeu que era sangue. Não sabia o que estava fazendo, não percebeu o que estava fazendo.

— E a crise de pânico? Teve algum gatilho específico? Há alguma coisa interligando tudo isso? — Sua mãe estava preocupada, Bethany sabia que não conseguiria escapar do interrogatório dos dois. Hesitou, pensando no choro de criança, no fato de Eric parecer rodear tudo em sua mente. — Beth, se mais alguma coisa estiver acontecendo, precisamos saber. Queremos te ajudar, mas precisamos da sua ajuda também — pediu, sentando-se na cadeira em sua frente e acariciando sua mão por cima da mesa. Até agora, eles estavam em pé enquanto permanecia sentada, mas ela havia se sentado na mesa para lhe encarar nos olhos, colocando os cabelos escuros para trás dos ombros.

Seu pai continuava em pé, os cabelos loiros desorganizados e os olhos focados, protetores. Encarou ambos, sentindo-se minúscula, a mesma criança que era quando acordava no meio da noite e corria para a cama dos dois, dormindo entre eles.

— Tenho sonhado com Eric, acordado com o choro dele — confessou, olhando para baixo e sem querer encarar a reação de seus pais. Falava mais do filho deles do que de seu irmão, já que era eles que se lembravam de Eric. — Durante a prova e o ataque de pânico, comecei a ouvir o choro dele, a voz me chamando — relatou. Voltou-se para sua mãe, hesitando por um segundo e esperando que as palavras viessem. — Ontem sonhei com vocês, você estava cantando uma música de ninar e fazendo-o dormir. — Viu como eles se encararam, percebendo o silêncio, os lábios tensos, uma conexão que apenas seus pais entendiam, como se estivessem lendo os pensamentos um do outro. — É como se eu pudesse sentir a presença dele, como se ele estivesse ao meu redor. — Silêncio por alguns segundos. Só queria se encolher e abraçar as próprias pernas, deixar as lágrimas engasgadas caírem.

— Esse não é Eric — disse seu pai, com o olhar baixo em algum ponto da mesa. Bethany se assustou com toda a certeza em seu tom de voz, com a dureza nas palavras. — Se isso acontecer novamente, dê um jeito de bloquear e se afastar, não deixe que se aproxime e nem interaja com qualquer espectro que possa parecer seu irmão. — Sentiu ainda mais vontade de chorar. O menininho lhe chamando, a criança inocente nos braços de sua mãe, a canção de ninar...

Era tudo tão inocente e puro, queria tanto ajudar aquele menininho, abraçá-lo e protegê-lo.

— Como você sabe? — gaguejou, sentindo que algo havia se quebrado dentro de si, que as expectativas haviam despencado.

— Meu anjo, você acha que nós não saberíamos? Acha que nós não procuramos modos de tê-lo aqui? Que não procuramos por sinais todos os dias, mesmo depois de tantos anos? — respondeu sua mãe, com um tom gentil. Ela parecia exausta e seus olhos estavam um pouco apagados, como se realmente estivesse cansada de se decepcionar ao longo dos anos. — Eric era uma criança, era inocente. Não tinha nada que o prendesse aqui e certamente seguiu em frente — disse, apertando sua mão. — Seu pai pode te ensinar a bloquear os sonhos e as manifestações, se proteger de tudo isso. Me avise se os ataques de pânico continuarem, se não estiver bem em qualquer aspecto. Um de nós vai te levar ao psicólogo na semana que vem, mas saiba que você não está sozinha, pode falar conosco se as coisas não estiverem indo bem e vamos resolver juntos, tudo bem? — Não soube o que dizer ou responder. As coisas estavam bagunçadas ultimamente, mas estava se esforçando para estudar e voltar a desenhar, sair do casulo de proteção de seu quarto e voltar a ser quem era antes.

Só queria abraçá-los, sentir a proteção deles afastando tudo de ruim que habitava no escuro, afastando toda a escuridão. Mas não era mais uma criança e agora os monstros eram reais.

A porta da cozinha se abriu e Noah entrou apressado, Nicholas estava logo atrás. Bethany quase começou a rir. Eles agiam como duas crianças empolgadas, colados um no outro e sempre juntos no que quer que fizessem.

Noah ficou surpreso quando encontrou os três na cozinha, o olhar indo de Liam para Sara e então de Sara para Bethany.

— Reunião familiar e não fui convidado? — Nicholas estava parado logo atrás, Bethany estranhou a reação de seus pais quando viram o garoto. As expressões ficaram mais sérias e tensas ainda, trocaram olhares que conversavam entre si.

Bethany odiava quando eles faziam aquilo, quando eles conversavam em silêncio e não diziam o que estava errado.

— Longa história, querido — respondeu Sara, e Bethany estranhou o tom duro da mãe, o olhar obscurecido que recaía sobre Nicholas. Era como se ela tivesse visto alguma coisa que não tinha gostado, parecendo um tanto alarmada.

Hm, ok. — Noah deu de ombros, ainda confuso. — Nick esqueceu umas partituras da última vez que esteve aqui, viemos pegar e estamos de saída — disse, já se virando para ir atrás das partituras. Seu pai pigarreou, o interrompendo.

— Na verdade, preciso que fique aqui. Precisamos conversar — disse ele, e Noah se virou. Parecia um tanto indignado pela ordem, sem entender o pedido. Ele havia avisado que sairia, não fazia sentido que eles lhe pedissem para ficar tão em cima da hora.

Bethany viu novamente a comunicação silenciosa entre os pais, aquela linguagem que apenas os dois entendiam.

— Mas eu tinha avisado que sairia depois da aula — insistiu, incrédulo enquanto encarava os dois.

— Precisamos que fique aqui — foi Sara quem respondeu, o tom rígido não deu espaço para mais protestos. Bethany quase revirou os olhos em irritação, sem entender o complô dos pais.

— Mas Nick... — começou, virando-se para Nicholas. O menino deu de ombros, sorrindo para o loiro. Só então voltou-se para Sara e aquela troca de olhares foi esquisita, com as íris obscurecidas e maxilares tensos, travando uma guerra silenciosa.

Bethany percebeu que talvez algo maior do que conseguia observar estivesse acontecendo ali.

— Fica para outro dia — disse Nicholas, ainda olhando fixamente para Sara. Bethany franziu as sobrancelhas, mas não falou nada sobre a tensão e a troca de olhares, sobre a estranha reação de seus pais quando Nicholas entrou na cozinha.

Noah ainda estava irritado quando foram para a garagem e depois acompanhou Nicholas até o carro, despedindo-se. Voltou para a cozinha com os braços cruzados, as sobrancelhas erguidas por baixo da franja loira.

— O que foi isso? — indagou, sem conseguir esconder a indignação nas palavras. Bethany permaneceu calada na cadeira, olhando para seus pais e esperando por uma resposta enquanto Noah se sentava ao seu lado na mesa de mármore.

— Você conhece os pais dele? — perguntou Sara, assim que ele se sentou. Aquele mesmo tom preocupado e ríspido, uma dureza inusual.

— Não, os pais dele raramente estão em casa — disse Noah, e Bethany trocou olhares com o irmão. Ele parecia perguntar algo com o olhar, então deu de ombros. Sabia tanto quanto ele sobre o que estava acontecendo.

— Isso explica a quantidade de festas — comentou Liam. Bethany admirava a capacidade dele de exalar sarcasmo mesmo sem se esforçar ou planejar.

— O que está acontecendo? Por que o interrogatório? — Noah estava ainda mais frustrado, a impaciência escapando por seus dedos inquietos em cima da mesa.

— Ele não é humano, Noah — respondeu seu pai, com simplicidade.

— O quê? — Bethany sentiu-se tão espantada e surpresa quanto Noah, sem saber exatamente como reagir. Nicholas sempre parecera tão normal e inocente que era estranho imaginar que ele estava envolvido em todo aquele universo sobrenatural.

— Ele vibra energia demoníaca e não é pouca, está em tudo ao redor dele — murmurou sua mãe, com um olhar de preocupação era inquebrável. Bethany sentia pena de Nicholas, sabia que ela não facilitaria as coisas e nem lhe daria um voto de confiança tão fácil. — Quais as chances de, se eu pedir, você se afastar desse garoto? — Noah hesitou, em silêncio por alguns segundos. Olhou para Bethany, que mais uma vez deu de ombros. Não havia muito a se fazer ou dizer além do óbvio.

Noah inspirou fundo.

— É um pouco difícil, considerando que ele é meu namorado. — Mais silêncio. Mais uma troca de olhares interna entre seus pais. Sara levantou as sobrancelhas, a face tomada por um misto de incredulidade e indignação.

— Ai, meu Deus, e eu te deixei dormir na casa dele — disse, e então parou mais uma vez, dando-se conta do que Noah havia falado sobre os pais de Nicholas. As sobrancelhas continuaram levantadas, afiadíssimas. — Espera, vocês estavam sozinhos? — Noah desviou o olhar, mordendo o lábio de leve e evitando a pergunta por alguns segundos. Sabia que ela ficaria brava de um modo ou de outro, então era melhor arrancar o curativo logo.

— Hm... Talvez — hesitou, mantendo o tom incerto e sugestivo. — Qual o problema com Nick? Também não somos exatamente normais — continuou, tentando mudar logo o assunto e olhando para Bethany como se pedisse ajuda. Não havia muito o que pudesse fazer. É claro que ambos ainda pareciam incrédulos e irritados pelo fato de Noah ter mentido sobre ter dormido sozinho com o namorado, mas parecia não ser o foco da indignação.

— Então por que ele não te contou sobre isso antes? Por que ele sempre nos evitou e nunca esteve no mesmo cômodo que eu e seu pai? Se ele estiver escondendo esses poderes, se estiver nos evitando propositalmente... — Percebeu que era verdade. Sempre que Nicholas estava ali, ficava na garagem e raramente entrava, sempre permanecia a uma boa distância de seu pai ou passava rápido demais, mas nunca ficava na sala ou cozinha, qualquer área onde poderia topar com Liam. Ele nunca fora ao apartamento de sua mãe, mas sempre se despedia de Noah na porta do colégio e nunca o acompanhava até o carro quando Sara o buscava. Era um tanto estranho aquela distância, considerando que Nicholas e Noah viviam colados. — Há muita coisa acontecendo agora e há muitos riscos que você não pode correr, namorar um garoto cheio de poderes demoníacos é um deles. Só quero que você tenha certeza das intenções de Nicholas, que tenha certeza de que ele não está envolvido com qualquer entidade demoníaca mais poderosa. — Isso fez Noah parecer mais incrédulo do que já estava, contendo uma risada fraca e ajeitando a franja loira que cobria os olhos.

— Meu Deus, mãe, nós estamos namorando, eu tenho total certeza das intenções dele comigo — comentou, sem conseguir conter uma risada. Pela troca de olhares de seus pais, eles não estavam dispostos a relaxar tão fácil assim, nem dar uma chance para Nicholas. — Vocês são muito estranhos. Eu acabo de assumir que namoro um garoto e vocês estão preocupados com os supostos poderes demoníacos e aliados malignos que ele possa ter — protestou, o que fez Bethany rir. O fato dele namorar um menino parecia a coisa menos chocante e menos importante ali. — Tenho certeza de que foi um mal entendido. Posso chamar Nick para almoçar ou jantar, isso se vocês prometerem não interrogar o coitado e nem ficarem agindo como se ele fosse me atacar a qualquer momento — ofereceu, tentando melhorar a situação.

— Noah... — Sua mãe não parecia gostar da ideia, mas Noah estava irresoluto e balançou a cabeça, sem mudar de ideia.

— Não vou me afastar dele enquanto vocês não o conhecerem e me darem razões palpáveis para isso — falou. Parecia justo, Bethany pensou. Sabia que seus eles não tinham como negar aquilo, por mais que ainda estivessem incertos sobre a ideia. Era a melhor forma de conhecer as intenções de Nicholas.

— Tudo bem. Um jantar amanhã às sete — concordou seu pai, trocando olhares com Sara. Ela assentiu, confirmando o horário e dizendo que estaria ali. Bethany se empolgou com a ideia dos pais reunidos em um jantar. Fazia muito tempo que não faziam algo juntos, nada além dessas estranhas reuniões quando algo ia mal, então estava feliz de ver a família reunida para algo mais social. — Até lá, nada de ensaios e nem sair com ele, você vem da escola direto para casa. — Noah concordou com certa relutância, ainda reclamando quando subiu as escadas para seu quarto e revoltado com a situação. Bethany não sabia o que pensar. Entendia seus pais e a dúvida deles, mas também entendia Noah.

Nicholas parecia ser sincero, talvez Noah tivesse razão e fosse tudo um mal-entendido.

— Nick estuda comigo há anos, ele não parece estar envolvido com Mamon e nem os outros — disse, tentando interceder ao favor do irmão. Não via nada sobrenatural em volta de Nicholas, e ele parecia fazer Noah feliz.

Achou melhor não dizer isso porque eles já pareciam bravos o suficiente por Noah ter omitido o namoro, não precisava que descobrissem que foram os últimos a saber.

— Ainda preciso ver isso com meus próprios olhos — respondeu sua mãe, fazendo a frase soar como um desafio.

Bethany apenas observou seu olhar obscurecido e irredutível, os braços cruzados como se estivesse pronta para dissecar o namorado do filho. Seu pai não estava muito diferente, sua face tinha uma seriedade inabalável e parecia ser capaz de analisar cada palavra, interpretar cada gesto em busca de qualquer movimento errado. Eles eram uma dupla imbatível protegendo Noah.

Pobre Nicholas.

« ♡ »

Não ficou surpreso quando sua mãe bateu à porta do quarto, percebendo pouco depois que seu pai estava junto.

Noah tirou os fones de ouvido, fazendo um gesto para que eles entrassem. Deixou o notebook de lado, observando quando eles se sentaram na ponta da cama, um de cada lado. Noah levantou as sobrancelhas, tentando adivinhar o que era aquilo, que tipo de complô eles estavam tramando.

Pela primeira vez, nenhum dos dois reclamou do quarto bagunçado, das camisetas e tênis espalhados entre os pacotes vazios de salgadinho e copos abandonados.

— Você é... — começou sua mãe, dando brecha para que completasse.

— Completamente gay. Sinceramente, vocês estão surpresos? Porque eu me sentiria pessoalmente ofendido se tivessem achado que eu era hétero esse tempo todo — disse, semicerrando os olhos e contendo a risada. Sentia-se um pouco culpado por não ter falado nada antes, mas queria ter certeza. Certeza e um motivo. Nicholas lhe dava esse motivo.

Sara riu, se aproximando e ajeitando de leve seus cabelos loiros. Eles sempre estavam despenteados e ela sempre insistia em arrumá-los.

— Sabe que te amamos muito, não sabe? — disse, ainda sorrindo e trocando olhares com Liam. Fazia tempo que não via os dois trocarem olhares assim, tão leves e em sintonia um com o outro.

— Tirando o fato de seu namorado ter poderes demoníacos, nós só queríamos dizer que ele será bem-vindo se tudo ocorrer bem no jantar de amanhã — disse seu pai, e Noah assentiu. Sentia-se mais tranquilo e feliz com aquilo, mesmo que soubesse que eles não julgariam.

— Sua casa sempre será um local seguro. Você pode contar conosco se precisar de ajuda, de colo ou desabafar — completou Sara, o que foi um tanto acolhedor. Não era como se ela precisasse falar para que soubesse, eles sempre estavam ali quando precisava, sempre compreensivos, mesmo que superprotetores. — Mas isso não quer dizer que você pode dormir sozinho com seu namorado e mentir para nós sobre isso — disse, revirando os olhos. Ainda assim, ela não conseguiu esconder um sorriso de canto de lábio. — Sinceramente, você e sua irmã me enlouquecem. — Noah estava rindo quando foi para a ponta da cama, abraçando os dois ao mesmo tempo e sentindo-se mais acolhido depois de toda a cena estranha com Nicholas.

Falaria com Nicholas na manhã seguinte e esclareceria tudo.

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