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Dimensão Dos Querubins | Capítulo Final

O sol já havia nascido quando Noah viu Naomi entrar na biblioteca.

Todos estavam em silêncio já havia algum tempo, sentados em um sofá e esperando por notícias. Bethany estava deitada no outro, ainda inconsciente. Lena havia garantido que ela ficaria bem e acordaria logo, só precisava recuperar as energias e, por alguma estranha razão, Noah confiava nela.

De uma maneira quase mágica, ela havia envolvido Bethany em um véu dourado e quente, logo toda a lama que a envolvia havia sumido. Bethany estava seca, tranquila como se houvesse acabado de adormecer.

E estava há tanto tempo encarando-a, esperando que ela acordasse, que ficou surpreso quando viu sua tia entrando. Ela os cumprimentou e logo depois chamou Lena para conversar em um canto isolado.

Noah suspirou com irritação. A velha divisão de os adultos e as crianças, e o grupo das crianças nunca recebia nenhuma explicação.

Bethany acordou enquanto as três ainda conversavam. Ela parecia confusa, mas estava bem, então todos ficaram em silêncio para tentar ouvir a conversa de Aislinn, Naomi e Lena. Finalmente Naomi voltou para a área de leitura.

— Vocês vão para a minha casa — explicou ela, com um tom cansado. Bethany e Noah trocaram olhares silenciosos. Era um daqueles olhares significativos que faziam o ar pesar quando se comunicavam sem realmente falar.

— Onde está minha mãe? E meu pai? — Noah perguntou, desconfiado. Naomi desviou o olhar, hesitando por alguns segundos antes de responder. Noah quase revirou os olhos. Era como se ela estivesse decidindo que mentira contaria para amenizar a situação.

— Ele está no hospital com Sara. Não é nada grave, vocês podem ir para lá depois das nove — falou, mas podia perceber o quanto ela estava preocupada com aquilo, que havia algo por trás do não é nada grave.

Bethany tinha os olhos arregalados, brilhantes de preocupação.

— O que aconteceu? — perguntou, rouca. Naomi mais uma vez fez uma pausa e demorou para responder, como se ainda estivesse buscando pela resposta certa, procurando uma forma de explicar e amenizar a situação.

— Acho melhor que seu pai explique — falou com cuidado, não querendo das mais informações. Noah se levantou, impaciente e com os braços cruzados a encará-la.

— Vocês precisam parar de mentir para nós — acusou-a, e Naomi suspirou baixinho quando assentiu de maneira relutante, passando as mãos pelos cabelos loiros e úmidos, ajeitando-os.

— Eu sei, querido. Não temos mais como esconder tudo isso de vocês, então prometo que saberão de tudo quando forem ao hospital — disse, a voz misturando frustração, cansaço e preocupação. Noah não ficou exatamente satisfeito, mas estava louco para sair daquela biblioteca.

Nicholas correu até seu lado e colocou-se em sua frente quando estava descendo as escadarias. Parou por um segundo, encarando-o diretamente. Os cabelos dele continuavam úmidos e escuros contra o céu cinzento, os lábios permaneciam arroxeados.

— Você pode vir comigo, se quiser — ofereceu ele, um tanto esperançoso. Noah revirou os olhos e desviou o caminho para ir atrás de Naomi.

« ♡ »

Sara acordou de súbito em um reflexo, um tanto desnorteada quando tentou reconhecer o lugar, sentando-se dentre as almofadas. Elisa levantou-se do sofá no mesmo momento, forçando um sorriso para aliviar um pouco da tensão e das incertezas que invadiam sua mente.

— Onde estamos? — Foi a primeira coisa que ela perguntou, olhando para o piano branco e absorvendo decoração elegante do quarto com os olhos, buscando cada detalhe prateado que decorava a cabeceira da cama.

— Dimensão dos querubins. Você tem mais liberdade com seus poderes aqui, não há restrições — respondeu, sentando-se na ponta da cama. Sara parou por alguns segundos, perplexa. Elisa achou melhor esperar que ela fizesse as perguntas.

— Eu estou morta?

— Não. Por pouco, mas não. Seu corpo continua em coma — disse, cuidadosamente escolhendo as palavras. — Nenhum regente infernal tem corpo humano. Você é um anjo puro, então achávamos que iria se adaptar, mas os poderes se expandiram demais e o elo com a dimensão infernal estava te arrastando para lá. Então eu te trouxe para cá — explicou, deixando que ela absorvesse as informações. Sara não parecia tão surpresa assim; estava preocupada, mas não surpresa.

Assim como os poderes de querubins eram refinados demais para um corpo humano, os poderes demoníacos dela também eram.

— As crianças estão bem? Eu posso voltar? — indagou, um tanto exasperada. Ela se ajeitou nervosamente entre as almofadas, deixando os cabelos longos caírem bagunçados sobre os ombros, formando uma bagunça escura e sedosa.

— Estão todos bem. Você acha que pode encontrar o caminho de volta? Já fez isso uma vez, talvez possa fazer de novo e se reconectar com seu corpo. — Elisa não conseguiu esconder a esperança e o nervosismo na própria voz. Sara sabia do que Elisa estava falando. O momento em que ressuscitou. O momento em que selou o próprio destino e as correntes que lhe prendiam à dimensão infernal. — Obviamente, seus poderes ficariam aqui, te ancorando e puxando de volta. Você teria apenas parcela deles, assim como acontecia com Lúcifer — complementou, mas sabia que ela não se importaria com aquilo. Sara ponderou por alguns segundos, sem lhe encarar e com os olhos fixos em algum ponto do piano delicado. Parecia aflita considerando a ideia, um brilho de incerteza iluminava sua expressão.

— Mas Liam foi minha âncora, ele não me deixou ir para tão longe quanto agora. Talvez, se eu puder encontrar algo forte o bastante para me guiar... — Elisa se aproximou um pouco, tentando confortá-la. Queria prometer que dariam um jeito, que ela conseguiria voltar a tempo, mas como podia fazer promessas se tudo o que tinha em mente era enevoado e incerto? Ficaram em silêncio por algum tempo, o ar ficando mais denso com a tensão. — Deu certo? Eu sou a nova regente infernal? — perguntou Sara, as palavras pesando no ar com a voz quase sussurrada.

— Sim e não — respondeu Elisa, enrolando o lençol entre os dedos para tentar manter a calma. Uma informação de cada vez, precisava manter isso em mente. Era muita coisa para processar. — Eu percebi que o elo é formado pelos poderes no momento em que você chega à dimensão, eles são programados para isso, mas ninguém nunca especificou qual dimensão. Então, no momento em que eu mudei o seu rumo e te trouxe para cá, o elo fez a mesma coisa e se agarrou à primeira dimensão que você alcançou — esclareceu, e os olhos escuros de Sara se arregalaram, Elisa viu um misto de alívio e surpresa margearem seu rosto em uma expressão esperançosa.

— Quer dizer que... — A voz morreu lentamente enquanto ela absorvia a ideia, olhava ao redor como se estivesse observando o local pela primeira vez. Elisa sorriu, desta vez com sinceridade e até um pouco animada.

Entendia aquele primeiro choque. O primeiro contato com toda a luminosidade, toda a elegância e toda a calma da dimensão dos querubins. Sempre achou que o lugar combinava com Sara, que ela gostaria dali.

— Você não pertence mais à dimensão infernal, Sara. Aquele nunca foi seu lugar — disse, aliviada ao perceber que ela estava um tanto deslumbrada e curiosa ao olhar em volta. — Agora, seu elo é aqui — concluiu. Sara ainda estava um pouco extasiada quando Elisa sentou-se ao seu lado na cama, mas pousou a cabeça em seu ombro e continuou em silêncio por algum tempo, lidando com todas as novas informações.

— Obrigada por me salvar — murmurou ela, quase sem voz. A ruiva não conseguiu conter uma risada suave, Sara sorriu também e duas lágrimas atravessaram seu rosto, brilhando como diamantes.

— Estamos sempre fazendo isso uma pela outra, não é?

« ♡ »

— Isso é minha culpa. — Bethany desabou sobre a poltrona de couro sintético branco, o rosto entre as mãos. Os ombros tremiam com os soluços, nem todo o ar do mundo seria capaz de preencher seus pulmões agora.

A cabeça latejava por causa do choro, achava que podia vomitar a qualquer momento.

— Beth, olhe para mim — pediu Liam, a voz mais suave. Sentiu quando ele colocou as mãos sobre as suas, afastando-as gentilmente de seu rosto. — Bethany, me ouça. — Aquilo lhe fez abrir os olhos e levantar a cabeça para encará-lo, sentado na poltrona ao seu lado. Ele raramente lhe chamava pelo nome inteiro, o tom cheio de seriedade lhe chamou a atenção — Quer culpar alguém? Culpe Mamon. Culpe os verdadeiros responsáveis, porque você não fez nada disso. Eles teriam dado um jeito mesmo que você não tivesse saído de casa. — Bethany olhou para Sara, inconsciente e envolta e máquinas hospitalares que monitoravam cada batimento cardíaco, cada oscilação em sua respiração.

Ela estava instável, era o que seu pai lhe dissera. De alguma maneira, o poder havia afetado seu corpo de maneira negativa e agora ela precisava se recuperar e fortalecer, estava fraca demais depois de toda a energia demoníaca. Definitivamente parecia fraca naquela cama hospitalar, envolta de tubos e tão pálida que lhe dava uma imagem horrivelmente frágil.

— Quando ela vai acordar? — perguntou, as palavras falhando levemente e a pronúncia lenta. Não adiantava argumentar com ele. Não adiantava dizer que nada daquilo teria acontecido se não tivesse saído de casa no meio da tempestade. — Você não acha que ela vai acordar logo, ou não teria a trazido para cá — argumentou, voltando-se para ele. Liam estava ali há horas, a acompanhando e tentando estabilizá-la. Bethany podia perceber os cabelos loiros bagunçados e os traços de quem havia dormido pouco naquela noite, embora os olhos continuassem extremamente focados e incisivos, como sempre eram.

— Eu não sei, meu anjo, mas eu não saio daqui enquanto ela não melhorar, você sabe disso. Estou fazendo tudo o que posso — prometeu seu pai, e aquilo lhe acalmou. Era como quando se machucava quando criança e ele prometia que melhoraria, que o remédio arderia, mas ficaria tudo bem. Sempre ficava tudo bem quando ele dizia isso. — Sua mãe é a pessoa mais teimosa que já conheci, se tem alguém que consegue atravessar dimensões para estar aqui, esse alguém é ela — disse, e Bethany riu. Toda essa teimosia e persistência se parecia mais com ela do que toda essa fragilidade que via agora.

Suspirou levemente, sentindo-se vazia agora que o desespero do choro havia passado. Noah não quisera vir, Bethany desconfiava que ele tinha um pouco de medo de ver a mãe assim. Não podia culpá-lo, também se sentia aterrorizada.

Precisou de um tempo sozinha antes de se aproximar para segurar sua mão, entrelaçando os dedos nos dela. Bethany quase voltou a chorar quando percebeu que a mão estava mais fria do que biologicamente possível, que aquele era o mesmo frio que sentia em Mamon e Azazel, a menina loira que lhe derrubara do penhasco.

Ficou ali por um momento, quieta, ponderando o que fazer. O que ela lhe diria para fazer? Continuar o treinamento? Se afastar? Tudo estava tão silencioso que os pensamentos gritavam, tudo muito barulhento e desorganizado.

Pensou na apresentação das líderes de torcida, no raio que fizera atravessar o céu, em como a sensação fora gloriosa.

Aquele poder corria naturalmente em suas veias e estava cansada de reprimir, cansada de se sentir fraca e indefesa, cansada de ser tão ingênua. Talvez devesse começar por aí, pensou. Dominando os poderes, estudando sobre o universo ao seu redor. Se tornando a neta de Lúcifer, poderosa como deveria ser.

O celular em seu bolso apitou, sentiu tudo paralisar ao seu redor quando percebeu que a mensagem vinha do número de sua mãe. Levantou o olhar, pálida. Quase deixou o próprio celular cair das mãos trêmulas quando viu que o celular dela estava na mesa ao lado da cama, intocado nos últimos minutos.

Demorou um bom tempo para conseguir criar coragem e ler a mensagem.

Seja forte. Continue vivendo. Eu amo você. 

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