
Algo Se Rasgando | Capítulo Oito
Ela já estava lá quando chegou ao santuário. Era como se soubesse exatamente quando precisaria de um conselho, de um abraço. Mães sempre sabiam, não sabiam?
— Meu amor... — murmurou ela, quando Elisa jogou-se em seus braços e lhe abraçou com força. Ficou em silêncio, sentindo a proteção dela, encolhendo-se ali como uma criança com medo, o que parecia irônico.
A única diferença era que ela não poderia lhe proteger, não importava quantas vezes corresse para o colo de sua mãe como uma criancinha amedrontada.
— Me desculpe... — começou, mas Maitê recuou para lhe encarar com os olhos sérios. Os grandes vitrais fixados nas paredes do santuário brilhavam atrás dela, os cabelos ruivos mesclavam-se contra as chamas dos desenhos angelicais.
— Não peça desculpa — disse. Elisa desviou o olhar, sem saber o que dizer. Só conseguia pensar nisso depois de ser tão imprudente, de aceitar a oferta de Mamon, de não analisar toda a situação com calma. Deveria ter voltado, deveria ter pedido a ajuda de Kenan e dos outros, deveria ter falado com o Conclave sobre como prosseguir. — Se eu pudesse te dizer qual caminho tomar, te dizer exatamente o que fazer... — complementou ela, com um pesar nas palavras. Elisa sorriu levemente, as lágrimas iluminadas pelas centenas de velas espalhadas ao redor das duas.
— Eu sei. Mas então o destino seria mudado, tudo viraria caos e todo esse drama. — Elisa revirou os olhos, mas sorria de leve, tentando aliviar o peso em seu peito. — Não sem quem é pior, o Conclave ou você. — Maitê riu levemente, lhe levando para um dos bancos de madeira enfileirados no salão. Ela parecia se mover leve com as chamas das velas que balançavam, como uma brisa silenciosa. Seus pés mal tocavam o chão, Elisa sentiu-se pouco aliviada quando se sentaram, sem precisar encarar o fato de que ela ainda era um espectro.
— Você pode ter convencido os outros com aquela conversa sobre querer se afastar e descansar, mas te conheço bem demais para me recusar a acreditar nisso — falou, com desconfiança. Elisa encolheu os pés sobre o banco, abraçando os próprios joelhos encarando os azulejos delicados do chão, pintados em detalhes dourados que combinavam com as mesas de vidro.
— Eu estava falando sério em partes. Arthur consegue lidar com o exército muito melhor do que eu, não quero nem chegar perto do cargo — confessou. Clarissa sempre reclamava quando lhe via cansada, dizendo que mal tinha tempo para si. De fato, o exército sugava muito de sua energia, não tinha mais ânimo para aquilo. — Mas isso também me dá uma vantagem enquanto investigo e impeço os planos de Mamon. Meus poderes foram afetados pelas asas, estão muito mais fracos do que costumavam a ser. Contra um anjo, demônio ou até mesmo um querubim... é risível. Mal posso me defender dos poderes de outros, mas, pelo menos, não sou tão facilmente detectada — disse, engolindo a seco. Lembrava-se de quando fizera os testes com Kenan, da facilidade dele para atravessar seus escudos, de rebater seus poderes. Não conseguia atacar e nem defender-se de forma eficiente.
Kenan conseguia atravessar suas barreiras como se fossem bolhas de sabão. Nenhum dos dois havia falado nada, mas ambos sabiam que seus poderes não se recuperariam mais.
— E você acha que tentar impedir os planos de Mamon sozinha é uma boa ideia? — Maitê estava preocupada, Elisa evitou seu olhar maternal e repreensivo. Não queria lidar com aqueles julgamentos agora.
— É por isso que menti para eles e disse que não me lembrava do que ele me mostrou na praia. Os poderes de Clarissa são inofensivos para a dimensão enquanto ela estiver no controle, eles precisam dos poderes da trindade para conseguir controlá-la, transformá-la em uma arma — murmurou, brincando com a barra da blusa para distrair-se. Ainda precisava encontrar um modo de fazer aquilo, de ser útil mesmo sem seus poderes. — Se eu passar despercebida, posso encontrar um modo de proteger Clarissa e Lena de fora, de mantê-las seguras — complementou, estremecendo. O que descobrira sobre Mamon, sobre seus planos para Clarissa, sobre como ele planejava usá-la, transformá-la em um robô... Ainda tentava entender como seu sangue entrava no meio disso, mas sabia que não era nada bom.
Aquilo lhe deixava enojada, desesperada. Ainda mais quando pensava em Kenan e Lena no meio daqueles planos. Seu único conforto era que eles provavelmente não sabiam que Kenan completava a trindade gêmea de poderes, ou já teriam tentado algo.
— Se afastando de quem você ama, Liz? É assim que vai protegê-las? — A voz de sua mãe soou um pouco ríspida, o que fez Elisa levantar os olhos e encarar sua imagem tremeluzente entre as velas, com a aura branca lhe rodeando de forma protetora. — Clarissa te ama, você sabe. Se afastar dela daquele modo...
— Foi necessário — protestou Elisa, balançando a cabeça com um nó na garganta. — Quanto tempo até ela lembrar-se do quanto a magoei? Quanto tempo até discutirmos e ela perceber que ainda não me perdoou? Ainda não me perdoei pelo que fiz, como ela poderia? — Maitê entrelaçou a mão na sua e apertou levemente, Elisa conteve a vontade de chorar.
— Isso é tudo? Mesmo? — perguntou sua mãe, os olhos atentos. A menina suspirou, quase rindo com amargura. Era como se ela pudesse ler seus pensamentos.
— Não. Ainda tem Rafael. Ele continua me assombrando como um fantasma e tenho certeza que você entende a ironia disso. Ele já me assombrou demais quando nos conhecemos, além disso, eu sou a pessoa morta aqui — desabafou, colocando o rosto entre as mãos e balançando a cabeça negativamente. — Eu não entendo. Eu olhei para ele e disse para que seguisse em frente, torci por ele e por Naomi, pois sabia que ele tinha sentimentos sinceros por ela e que Naomi lhe faria bem. Recusei a oferta dele de achar uma maneira de me fazer ficar e escolhi voltar para cá. Mas, por algum motivo, ele continua reaparecendo — confessou. Não entendia quais eram seus sentimentos não resolvidos por ele, mas só pensava no que Lynn dissera no salão.
Todo aquele discurso passava por sua mente, girando e girando.
Nunca foi sobre Rafael, por mais que você o ame. Droga, Elisa, seus pais morreram e quando você finalmente colocou sua vida nos eixos, quando finalmente conseguiu seguir em frente e criar planos, entrar em uma faculdade renomada, sair de San Francisco e viver sua vida, você morreu e perdeu tudo. Não foi sua escolha, sei disso. Fez isso porque sabia que as pessoas que você amava morreriam sem a sua ajuda e então quem morreu foi você. E ainda há uma parte sua que nunca vai se encaixar aqui, que deseja viver, ter uma carreira, se apaixonar, viver de música como você sempre quis. Por isso viu Rafael, ele era importante quando estava viva e momentos antes de morrer, como a música. Música não tem importância na guerra, por mais que você ainda toque piano todos os dias, não é?
— Lisa, você sabe que aquilo só mostra seu maior desejo no momento, não é? — Sua mãe interrompeu seus devaneios, trazendo-lhe de volta para a realidade. — Não é estranho que, em dois momentos de tensão e perigo, você tenha visto justamente ele? Você poderia ter me visto, caso desejasse um conselho, poderia ter visto Lynn lhe entregando uma arma, se quisesse uma — começou ela, com um sorriso fraco. Elisa foi para mais perto, se aconchegando em seus braços e aproveitando os raros e rápidos momentos que tinha com ela.
— O que você está dizendo? — perguntou, um tanto confusa.
— Você não queria um conselho ou uma arma, você queria proteção. É claro que você não se sentia segura naquela situação e sei como a mania de superproteção de Rafael lhe sufocava, mas, ainda assim... — Ela fez uma pausa, afagando os cabelos de Elisa. — Ele sempre lhe mantinha segura, não é? Você confiava nele para isso, então você o viu, pois sabia que ele lhe protegeria da situação em que estava prestes a entrar — completou. Aquilo fez Elisa rir baixo, incrédula. Não conseguiu conter as lágrimas que escorreram quando pensou em Rafael e no quanto sua mãe tinha razão.
Nunca se sentira segura naquela dimensão, nunca se sentira de fato tranquila. Sempre havia um problema, um risco, alguma preocupação. Rafael... lhe faria esquecer daquilo, lhe protegeria do que quer que fosse.
Talvez só sentisse saudade do quanto se sentia segura ao lado dele na dimensão humana, mesmo quando não estava.
— Eu fico preocupada, mas também orgulhosa por suas escolhas. Seja corajosa, você consegue lidar com isso — disse Maitê, sorrindo enquanto lhe encarava. — Achei que estivesse aqui para te ensinar algo, Lisa, mas foi você quem mais me ensinou sobre força, independência e amor. Tenho orgulho de ver a mulher autoconfiante que você se tornou. — Elisa não segurou as lágrimas, mas também sorriu e encostou a cabeça no ombro dela, aproveitando o abraço da mãe.
Sentia-se estranhamente leve quando voltou para o quarto, fora bom desabafar daquele modo. Foi direto para o gaveteiro de cabeceira, onde ficavam os porta-retratos. Havia fotos com Clarissa, com seus pais, com Sara e tantas outras pessoas importantes.
Abriu a gaveta onde havia jogado a foto de Rafael. Havia a colocado ali para que não precisasse vê-la, para que não a encarasse todas as vezes que abrisse os olhos na cama. Doía mais olhar para ela do que para as outras, por algum motivo, mas agora sentia-se livre, como se a tempestade houvesse passado. Encontrou também uma foto com Lynn, o que apertou tudo dentro de si. Não estava ali antes, devia ter aparecido depois do que havia acontecido no salão.
Ela estava sorrindo, estavam sentadas na escada de mármore e rindo de alguma coisa.
Elisa inspirou fundo e colocou as duas fotos junto com as outras na mesa de cabeceira, bem visível. Seu passado não poderia mais lhe assustar, não tanto quanto o futuro.
« ♡ »
— O que aconteceu? — Não soube exatamente o que lhe fez se sentir tão atraída quando ouviu a voz de Clarissa, mas Elisa levantou os olhos no mesmo momento, como se fosse puxada por ela.
Quando seus olhares se encontraram, elas se demoraram por alguma razão e se fixaram uma na outra. Fazia algum tempo que não via Clarissa, odiava o fato de estarem tão afastadas, mas sabia que era necessário. Agora, só queria decorar cada contorno de seu rosto e cada cachinho loiro bagunçado que emoldurava suas bochechas.
Sentiu um aperto no peito e desviou o olhar com algum esforço. Era quase como se pudesse sentir seu coração disparado, cada célula despertada pela presença dela.
Ela e Lena foram as últimas a chegar. Azazel, Asmodeus, Kenan e Lucas já estavam sentados em volta da grande mesa de madeira no salão de reuniões. Quase sempre se encontravam na biblioteca, mas quando envolvia Azazel e Asmodeus, sentia que era errado, de alguma forma.
Era como se fosse íntimo demais para envolver os dois.
— Eles conseguiram — disse Elisa, inclinando a cadeira para trás e tensionando os lábios. — Eles derrotaram Lúcifer — complementou.
Havia ajudado como podia, mesmo com seus poderes limitados e enfraquecidos. Depois de tanto tempo, Rafael, Naomi, Sara e Liam haviam conseguido derrotar Lúcifer de vez.
Fora como voltar ao início da história, lembrar-se de como havia chegado ali. Tudo começara com o Ouija, com Lúcifer e seus planos para se libertar da dimensão infernal e recuperar seus próprios poderes.
Era no meio disso tudo que havia morrido. Que havia descoberto ser uma querubim.
— Por que todos parecem tão preocupados? Não é algo bom? — Clarissa puxou uma cadeira de madeira e encarou o restante dos presentes na mesa. Estava envolta de uma aureola de luz azulada que mudava levemente o tom dourado do salão, espalhando azul e roxo pelos arabescos na parede.
— Sim, claro que é — respondeu Elisa, rapidamente. — Só não entendemos as consequências disso para nós — complementou, olhando para as mãos inquietas sobre o colo. Sentia falta da voz de Clarissa, de seu sorriso e seu toque.
Era estranho o quão nitidamente conseguia se lembrar disso, como se ela houvesse acabado de sorrir ou lhe tocar.
— Nossos poderes, os dos sete regentes infernais, são um equilíbrio — falou Azazel, atraindo a atenção de todos. Ela e Clarissa continuavam a trabalhar naquela caixa depois de todo esse tempo, apesar de Azazel não se declarar abertamente como aliada dos querubins. Depois de incontáveis reuniões com o Conclave e o Concílio, depois de todos argumentarem a favor de Clarissa, ela finalmente estava explorando seus poderes com a ajuda de Azazel. Elisa sabia que ela estava em constante observação, os querubins que cuidavam da regência não eram bons em confiar, mas também sabia que eles nunca negariam Onyx a alguém com a energia angelical dela. — Se um de nós falta, o resto fica instável. Eles irão atrás de alguém para assumir o lugar e restaurar a totalidade dos poderes, já que não gostam de perder força assim. — Clarissa arregalou seus olhos arroxeados, eles brilharam em sua face pálida em milhares de tons azulados.
— Por favor, digam que não sou eu — pediu, tensa. Azazel balançou a cabeça negativamente, batendo os saltos no piso de mármore branco.
— A mais cotada para isso é a própria filha de Lúcifer — retrucou, mas Clarissa não relaxou a expressão. Elisa sentiu-se levemente sem ar quando a loira voltou-se para si, preocupada.
— Sara? — A ruiva assentiu levemente, baixando os olhos. Sentia o peito pesado, uma culpa esmagadora lhe empurrando para baixo enquanto tentava achar suas palavras.
— Não pude impedir, não consegui avisá-la a tempo. Ela ressuscitou, se ligou à energia dele, de alguma forma assumiu o lugar nas correntes que o prendiam naquela dimensão — murmurou, pensando na ironia de tudo aquilo. Sara precisando lidar com todo aquele drama sobrenatural depois de tudo o que já havia passado. Sara tomando o lugar da pessoa que mais odiava.
Aquilo lhe dava enjoos e calafrios.
— Enquanto ela não for para a dimensão infernal, ficará bem. Não há como prendê-la se ela não for para lá — disse Asmodeus, claramente entediado. — Vocês estão dramatizando, ela pode assumir o comando sem necessariamente ir para a dimensão demoníaca. Ela terá poderes mais refinados, um corpo imortal capaz de viagens interdimensionais, o controle de um exército ainda mais poderoso do que o que já tem agora — murmurou, e a indiferença na voz dele irritou Elisa. Era tudo tão simples para Asmodeus, tudo tão preto e branco e sem nunca se importar com os outros.
Ele não conhecia Sara, não sabia de tudo o que ela havia passado para estar junto da família, para mantê-los seguros.
— E dar a eles exatamente o que eles querem? A chance de roubarem os poderes dela? Sei que eles querem o controle do exército de Lúcifer, darão um jeito de tentar pegá-lo — retrucou Elisa, inclinando-se sobre a mesa e o encarando. — Sara não faria isso. — Asmodeus riu levemente, aquela mesma risada rouca que já havia escutado em situações mais particulares. Ele ajeitou o terno cinzento que usava, deixando os cabelos claros caírem sobre os olhos.
— Você está se esquecendo de que a filha dela também pode assumir se quiser, docinho. — O sorriso sugestivo dele fez Elisa estremecer. Bethany. Sara jamais deixaria que ela se envolvesse, que ela ao menos pensasse na ideia. — Acha mesmo que ela adiaria isso se a filha dela fosse pressionada? Que ela vai deixar a menina ocupar esse lugar? — Elisa ficou em silêncio por alguns segundos, os outros se entreolhavam enquanto tentavam ligar os pontos da conversa. Asmodeus tinha razão. Se Bethany fosse envolvida, Sara assumiria o comando sem pensar duas vezes.
— Todos os outros sabem? — questionou, apesar de toda a pressão na garganta e das lágrimas que ameaçavam a desabar sobre o rosto. Os arabescos brilhantes das paredes estavam borrados, os cabelos claros de Asmodeus eram envolvidos pela mesma luz dourada do salão, como se ele fosse uma das figuras divinas dos desenhos do teto.
— É claro. Sempre há uma profecia, se ela não assumir, a filha dela assume. Tenho certeza de que os outros já estão interessados na garota — respondeu ele, dando de ombros. — Você está sempre arranjando razões para o Conclave te deixar ir para a dimensão humana, aposto que essa é uma ótima justificativa, princesa — complementou. Elisa afundou na cadeira, baixando o olhar.
— Preciso de tempo para pensar — disse, arratando a cadeira para trás e se levantando. Os outros continuavam discutindo enquanto atravessava o salão, mas não prestou atenção. Sentia-se sufocada e ansiosa para deixar aquele lugar.
Havia adentrado o corredor quando ouviu as portas de madeira se batendo, indicando que mais alguém havia saído.
— Liz! — A voz de Clarissa lhe fez parar e se virar, surpresa e um tanto aliviada. A voz dela era como uma brisa fresca depois de muito tempo sem fôlego. — Eu só... Você está bem? — Ela veio em sua direção, parecendo pequena e delicada no meio do extenso corredor branco e dos candelabros que se estendiam por todo o caminho.
O único diferencial daquele corredor era as estátuas de gesso que imitavam anjos, duas estruturas realistas que ficavam de guarda nos dois extremos das portas duplas.
— Eu... acho que estou. Agora que acabou, não sei se me sinto como deveria me sentir — respondeu, sobre o olhar preocupado da loira. Um bom tempo havia se passado desde que haviam terminado o relacionamento, desde que ela havia voltado definitivamente para aquela dimensão. Apesar de não estarem tão próximas, de odiar aquela distância, ficava feliz de ver que ela estava bem. — Achei que fosse me sentir melhor, talvez satisfeita ou vingada, mas... Só estou preocupada — confessou, com um leve dar de ombros.
Era por causa do drama sobrenatural de Lúcifer que seus pais estavam mortos. Por causa dele que estava morta. Que precisara se afastar de Clarissa quando ainda estavam vivas. Havia muita mágoa, mas agora só sobrava um vazio.
— Estou aqui se precisar conversar — disse a loira, com um tom compreensivo. Era algo natural entre elas, sempre buscar refúgio uma na outra quando necessário. Elisa se questionava se haviam perdido esse costume.
— Eu sei. Ficarei bem, prometo — falou. Clarissa sorriu e assentiu, só então se virou para voltar ao salão. Quando ela se afastou, foi quase doloroso fisicamente, como algo se rasgando dentro de si, um elástico se esticando e apertando tudo por dentro.
Clarissa sentou-se ao lado de Lena, e Elisa viu pela porta aberta quando as duas entrelaçaram as mãos debaixo da mesa, em um claro gesto de proteção e conforto. Com um leve estremecer, Elisa acelerou os passos para sair daquele corredor.
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