- 34.
34. Scorgman.
— Eu não acredito que você emoldurou essa foto, eu fiquei horrível nela! – Exclamou Willa, franzindo o nariz.
A Sprout estava deitada na cama de Lupin enquanto ele colocava fotos nas molduras que tinha ganhado de Andrômeda.
Em uma das fotos, Willa sorria largamente – segundo ela, o sorriso tinha saído extremamente forçado – ao lado de Teddy que a abraçava de lado e sorria para ela. Lupin amava aquela foto, enquanto a Sprout a odiava.
— Eu gosto dessa foto e você está linda nela. – Ele disse enquanto colocava o porta retrato na estante. – Você é linda.
O rosto da garota esquentou e suas bochechas ficaram extremamente vermelhas. O metamorfomago riu quando ela escondeu o rosto nas mãos.
— Você me deixa sem graça, para com isso. – Ela disse. – Está proibido de fazer isso.
— Agora eu estou proibido de falar a verdade por que você fica sem graça? – Ele perguntou. – Sinto muito mas vou continuar te deixando sem graça.
Ela sorriu e apontou para seu lado na cama, indicando que Teddy deveria se sentar ali.
— Vem, eu te ajudo com o resto das fotos. – Ela disse e bateu palmas quando seu namorado se sentou ao seu lado, levando a caixa com fotos e molduras junto com ele. – Eu posso emoldurar aquela foto que você está com dois dentes faltando e pulando na sua vó?
— Não, eu detesto essa foto.
— Eu amo ela. – Willa sorriu pegando a foto na cama, junto a uma foto de Teddy com Mason. – Como o Mason está?
— Na última carta ele estava bem, animado por que ia ao cinema assistir um filme que está esperando a meses. – Ele disse. – Eu vou visitar ele no fim de semana, passar duas semanas lá.
— Eu não tenho a mínima ideia do que é um cinema, mas parece legal. – Ela sorriu.
— Seu único comentário é sobre o cinema? Pensei que ia dizer que vai ficar com saudades quando eu estiver na casa do Mason. – Disse dramaticamente.
— Quanto drama.
— Diga que vai sentir saudades ou eu te expulso do meu quarto. – Ele brincou.
Willa fingiu pensar enquanto colocava uma das fotos na moldura.
— Eu vou sentir sua falta. – Ela disse. – E que fique bem claro, eu só disse isso por que gosto muito do seu quarto e não quero sair daqui.
Teddy sorriu, se aproximando da namorada para beijá-la. Willa segurou o rosto de Lupin durante o beijo e quando se afastaram – sem pressa nenhuma –, ambos sorriam. Ele notou uma cicatriz nova próxima a boca que ficava mais aparente quando ela sorria.
Teddy Lupin estava apaixonado pela garota com o rosto coberto por cicatrizes.
— Pode ficar no meu quarto para sempre se você quiser. – Ele disse e Willa riu.
— É uma proposta tentadora mas eu tenho que ir embora daqui a alguns minutos, vou jantar com a Jane e o Tommy.
No último mês, Willa passara muito tempo com a professora Jane Brown e o filho dela, meio irmão da Sprout, Tommy.
— Você se deu muito bem com eles.
— Gosto deles. – Ela sorriu de canto. – Jane é muito legal, ela faz ótimas tortas e eu sinto muito por ela, ela gostava mesmo do Garwell e pelo que parece ele gostava dela também, tem fotos na casa, eles pareciam uma família linda e feliz. O Tommy é a melhor criança do mundo, ele é inteligente e adorável, passa o dia pendurado em mim, parece até um bebê, eu me identico com ele, nós dois temos licantropia e uma mãe para nos apoiar, fico honrada que ele goste tanto de mim.
— É um alívio que você tenha conseguido pelo menos alguma coisa boa com tudo que aconteceu. – Ele suspirou. Evitava pensar sobre Garwell e ele ainda estar foragido.
— Eu também acho. – Ela disse e então contraiu os lábios. – Mas eu nunca sei o que dizer para o Tommy quando ele pergunta do pai, eu sinto muito por ele.
— Você está fazendo de novo. – Ele disse e a Sprout o olhou, sem entender.
— O que?
— Está agindo como se fosse sua culpa, não é, Garwell fez a escolha dele e o que ele fez com você foi horrível, toda a tortura psicologica, além das pessoas que ele matou, ele é o vilão da história, Willa. – Disse Lupin. – Não é sua culpa que o Tommy esteja sem o pai, a culpa é toda do Garwell, ele se colocou nessa situação e ele merece ir para Azkaban.
Ela assentiu com a cabeça apesar de não estar muito convicta.
— Ei sobre o Mason. – Disse Willa em uma tentativa de mudar de assunto. – Como estão as coisas com a Molly? Eu tentei tirar informações com ela por carta mas você sabe, é a Molly, então não é muito fácil.
— Eles não se viram desde o último dia, ele está na casa dele e ela está viajando com a família para Itália, então eles só estão trocando cartas. – Teddy contou. – Espero que eles fiquem juntos quando finalmente se virem. Ainda não acredito que achei que ele gostava de Penny.
— Acho que de todas as vezes que você foi lerdo, daquela vez você se superou. – Ela disse. – E eu não acredito que fui na onda.
— Que tal dessa vez juntarmos ele com a garota que ele realmente gosta? – Perguntou e a outra riu.
— Eu acho uma ótima ideia. – Ela sorriu e se levantou da cama. – Eu tenho que ir agora, a gente se fala depois?
— Eu te mando uma coruja de noite. – Ele disse e sorriu quando Willa se inclinou para dar um selinho no mesmo.
A Sprout calçou seus sapatos que estavam no chão e quando correu até a porta, ouviu a voz de Teddy.
— Ei. – Ele disse a chamando. – Eu amo você.
Willa sorriu. Seu coração sempre parecia sair pela boca quando ouvia aquilo. A garota sempre achou que seria difícil alguém amá-la – tinha problemas familiares, a licantropia, cicatrizes por todo o corpo – mas Teddy a amava e fazia parecer tão fácil.
— Eu também te amo. – Ela disse.
Assim que a garota saiu, Teddy continuou colocando as fotos nos porta retratos. Ele escutou a voz de Andrômeda e se lembrou que ele e a avó sairam para jantar. Naquele momento, ele sentiu que nada podia atrapalhar aquele dia.
Mason achava que mensagens no celular eram o meio mais rápido de comunicação mas os bruxos não tinham tecnologia, muito menos internet então ele tinha que se contentar com cartas. Naquele verão mais do que nunca ele passava o dia escrevendo cartas, por que Molly o respondia muito rápido.
No momento os dois estavam conversando sobre como o pequeno Martin Fellow – que Molly tinha encontrado na viagem – do segundo ano tinha crescido no minimo meio metro e estava mais forte em um mês. Mason riu enquanto lia a resposta da ruiva.
Pegou sua pena para responder a carta, despreocupado e animado pois daqui a algumas horas iria ao cinema, segundo ele "uma das melhores coisas inventada pelos trouxas"
Seus planos foram interrompidos quando ele ouviu um grito, sua mãe e logo em seguida outro, seu pai. Foram gritos repentinos e ele quase deu um pulo pelo susto.
Mason tentou pensar em explicações para aquilo, não imaginou que poderia ser algo grave. Outro grito, dessa vez alto e novamente de sua mãe. O coração do Scorgman acelerou.
Ele se levantou tão rápido que a mesa balançou, toda a tinta caiu sobre a mesa mas ele não se importava. Saiu correndo de seu quarto e desceu as escadas correndo, reclamando com si mesmo por terem tantas escadas em sua cama.
A casa que ele cresceu, tão aconchegante e familiar, cheia de janelas agora estava escura, nenhum barulho.
— Mãe? – Ele perguntou.
Não obvete resposta e continuou correndo. Quando estava no último degrau, tentou convencer a si mesmo de que aquilo era uma coisa de sua cabeça.
— Pai?
Ele caminhou até a sala. Tudo na casa parecia extremamente normal, a sala estava arrumada, o relogio que seu pai ganhara de herança indicava que já eram seis horas da tarde. A coleção de porcelanas de sua mãe estava na estante próximo aos porta retratos.
Fotos de todas as fases da vida de Mason, de todas as férias em família, fotos que contavam sua história. Eram fotos trouxas, nenhuma delas se mexia com exceção a uma em que Mason e Teddy batiam um na mão do outro.
A primeira coisa que ele notou foi o sangue, a trilha de sangue. O desespero e pânico começaram a tomar conta do garoto e suas pernas fraquejaram quando ele viu a cena. Seus pais estavam caídos no chão, mortos, deitados em poças de seu próprio sangue.
— Mãe! Mãe! – Ele se abaixou para segurar o corpo de Stella em busca de pulso. Nada.
O sangue escorria de sua cabeça, provavelmente tinha batido a cabeça. Como aquilo podia ter acontecido? Foram poucos gritos, tudo foi tão rápido, muito rápido, como alguém entrara e saira da casa tão rápido, nenhum trouxa poderia ter feito aquilo.
— Não mãe, por favor não, eu preciso que você fique comigo, você não pode me deixar, é o Mason, eu não sei o que fazer sem você, mãe. – Ele disse ainda procurando por pulso desesperadamente. Lágrimas escorriam de seus olhos e ele nem se importava se estava todo sujo de sangue. – Mãe, você não pode me deixar, m-m-mãe.
A voz dele pareceu desaparecer e ele chorou, chorou alto, soluçando em meio ao choro e resmungando coisas como "Não". Suas mãos tremiam tanto e ele abraçou o corpo da mãe contra ele.
Foi ai que ele viu seu pai do outro lado da sala. O Scorgman tentou se levantar mas não tinha forças nas pernas, elas pareciam ter virado gelatina, o abandonado quando ele precisava. Mason literalmente se arrastou pela sala, sangue por toda parte, se tornava cada vez mais difícil respirar.
Ele precisou se controlar para não vomitar quando viu o estado de seu pai. Não havia sido uma arma que tinha o matado, mas sim um feitiço, buracos estavam espalhados por todo seu corpo e ele jorrava sangue. Seu rosto quase desfigurado.
— P-p-pai. – Ele mal tinha forças para completar a frase. – Eu te amo pai.
Mason precisou se apoiar na estante para conseguir se levantar, não conseguia parar de chorar e tudo doía. Quando se levantou, deu de cara com o grande espelho da sala.
Viu a si mesmo coberto de sangue da cabeça aos pés e a sala ensanguentada, os corpos de seus pais jogados como se não significassem nada. Ele gritou, um grito tão alto, um urro quase primitivo de pura dor.
Stella e Bill Scorgman estavam mortos.
Ele tinha perdido os dois, perdido os dois no mesmo dia. Mason nunca tinha sentido tanta dor, era como se algo dentro de si tivesse sido quebrado. E aquilo não podia ser concertado.
— Coloque um casaco, não quero que você fique gripado. – Disse Andrômeda. – Já te disse que não sou avó de neto doente.
— Disse sim e disse umas mil vezes. – Disse Lupin beijando a cabeça de sua avó.
Teddy podia não ter sido criado por seus pais mas se sentia abençoado por ter sua avó. Era sua pessoa favorita no mundo, ele a admirava, a via como a mulher mais forte de todas. Para Teddy não havia algo que Andrômeda Tonks não pudesse fazer.
Ele saiu indo em direção as escadas e estava na metade delas ouviu sua vó gritando seu nome, o desespero evidente na voz.
— TEDDY! TEDDY VENHA PARA CÁ, AGORA!
Ele correu até a sala e quando chegou, a porta estava aberta, Andrômeda abraçava alguém. Quando Teddy se aproximou e Andrômeda se afastou da pessoa, Lupin pode ver que era Mason
Mason coberto de sangue, Mason visivelmente abalado, Mason com uma dor no olhar que Teddy nunca vira antes.
Lupin se aproximou e abraçou o melhor amigo, Mason corresponreu rapidamente e começou a chorar, o Scorgman tremia e balbuciava tentando pronunciar alguma coisa. Quando Teddy finalmente entendeu, sentiu o enorme peso das palavras, não foram preciso perguntas, ele sabia de quem Mason estava falando.
— Eles estão mortos. – Disse ele. – Meus pais estão mortos, Teddy.
Olá. Para aqueles se perguntando "Nossa o que rolou? Cadê o livro dois?", eu resolvi juntar tudo em um livro igual TTF, eu tinha criado um segundo livro só por que a fic seria naquela dinâmica de um capítulo no futuro e um no passado, mas como eu mudei isso, optei por deixar a segunda parte aqui mesmo.
Obrigada pelo carinho e tentarei atualizar com mais frequência!
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