29. amigos para sempre

Mason não sabia quanto tempo fazia que ele estava deitado mas suspeitava que uma hora já tivesse passado, não importa o quanto ele trocasse de posição ou se esforçasse para dormir, o sono simplesmente não vinha. Ele não sentia nenhum pouquinho de sono e odiava isso.

Ficar ali no silêncio com seus pensamentos enquanto seus colegas de quarto dormiam era horrível. Teddy dormia tranquilamente na cama ao lado da do Scorgman – pelo menos era isso que Mason achava, na verdade Lupin só estava com os olhos fechados, sem nenhum sono –, Mason se perguntava como ele conseguia dormir? Como ele conseguia estar tão tranquilo depois de tudo que aconteceu? Afinal, o Scorgman estava surtando.

Mason podia lidar com as opiniões dos alunos de Hogwarts sobre seus pais, eles sempre falaram sobre isso mesmo, podia até mesmo lidar com o que Molly tinha dito, doía e muito afinal ele gostava dela, gostava de verdade, apesar de tudo podia lidar com isso.

Só não podia lidar com a briga que teve com Teddy. Já fazia quase uma semana que estavam sem se falar, o que era um recorde para a dupla.

Lupin tinha tentado falar com Mason mas o garoto fez questão de ignorá-lo, a briga ainda martelava em sua cabeça. Por que Teddy não tinha ficado do seu lado? Mason quis gritar naquele momento enquanto a briga se repetia em sua cabeça.

— Mason! – Teddy exclamou, correndo atrás do melhor amigo que se afastava da multidão.

A mão esquerda de Mason tremia, não importava o quanto ele tentasse se acalmar ou controlar seu corpo, sua mão continuava tremendo. O que tinha acabado de  acontecer? Por que Molly tinha surtado daquele jeito?

— O que foi aquilo? – Perguntou o Scorgman chocado, quando ele e Lupin estavam no corredor, próximos ao armário de vassouras e longe da multidão que estava na festa. – Molly estava bem em um momento e no outro estava acusando os meus pais.

Edward observou seu melhor amigo andar de um lado para o outro, inquieto, nervoso, visivelmente abalado.

— Molly é explosiva, ela não pensa antes de agir, tenho certeza que não foi a intenção dela. – Teddy disse. – Sabe que ela gosta de você, Mason.

— Não, eu não sei, você viu o que acabou de acontecer? – Perguntou, trêmulo. – Viu como todos estavam olhando para mim como se eu fosse uma aberração? Meus pais, Teddy, o que eles vão achar dos meus pais?

— Cara, eles são uns idiotas, se alguém te provocar, vou fazer questão de azarar a pessoa. – Lupin disse. – Isso vai passar e seus amigos vão estar do seu lado, eu vou estar do seu lado.

— E se alguém tentar fazer algo para os meus pais? Eles não mataram ninguém. – Mason disse desesperado. – Você sabe que eles não mataram ninguém, você acredita nisso, não é Teddy?

Lupin queria concordar, dizer que acreditava em Mason e que os Scorgmans eram inocentes mas sua expressão o entregou. Ele suspeitava que havia algo errado com os pais de seu melhor amigo, apesar de nunca ter dito isso para ele.

— Você acha que eles mataram alguém? – Mason perguntou vendo a relutância de Edward.

— Eu.. Não sei, Mason. – Ele disse.

A expressão de Mason mudou, se ele parecia desesperado e aflito, agora estava irritado.

— VOCÊ CONHECE ELES, TEDDY! – Ele soltou. – Conhece eles, eles nunca fariam isso, não são assassinos.

— E se forem? Você tem que estar preparado para isso, eles saíram do mundo bruxo sem explicação nenhuma e todos os Weasley's, Potter's e minha avó ficam tensos com a menção dos nomes de seus pais. – Teddy disse.

— Eles não fizeram nada, eu tenho certeza disso.

— E quanto a Victoire? – Teddy disse e Mason suspirou alto.

— Acha que eles tem algo a ver com a Victoire ter sumido? ELES NÃO TEM NADA A VER COM ISSO! – Gritou. – Como poderiam ter pego a Victorie? Você está falando igual a Molly, está colocando eles como vilões.

Teddy pensou em acabar com aquele assunto, em tentar acalmar Mason, pensou em simplesmente sair mas quando se deu conta, já estava falando, tão alterado quanto o melhor amigo.

— E se eles forem os vilões? – Perguntou. – Faz dias que não vejo a Vic, se a Molly acusou seus pais deve ter um motivo, ela é racional, não faria nada sem ter certeza.

— O que? – A voz de Mason saiu em um tom surpreso e chocado.

— Não posso te dar cem por cento de certeza que eles não fizeram nada, Mason, eu não sei, você também não sabe.

— É inacreditável! – Exclamou o Scorgmans. – Nos conhecemos por que você me defendeu quanto atacaram os meus pais, agora é você quem está atacando.

— Não estou atacando ninguém! – Exclamou Lupin, se irritando com o rumo da conversa. – Por Merlin, o que você quer que eu faça, Mason? Um cartaz escrito "Eu acredito nos Scorgmans", já perguntou para os seus pais sobre isso? Deveria perguntar, eu posso ajudar.

Mason riu ironicamente, Teddy nunca tinha visto o amigo tão irritado.

— Eu conheço os meus pais, eles não são ruins só por que eles não são heroís do mundo bruxo com uma Ordem de Merlin como o seus!

— Agora você vai colocar meus pais no meio? – Teddy perguntou e observou Mason se afastar. – Onde você vai? Caramba!

— Para o meu dormitório, não sei se percebeu mas todo mundo nessa festa não para de falar de mim ou dos meus pais, minha parceira surtou e o meu melhor amigo não está do meu lado. – Ele disse e suspirou, frustado.

— O QUE VOCÊ QUER QUE EU FAÇA, MASON? – Gritou Lupin, irritado, frustado.

— Quero que seja meu melhor amigo, Teddy, não precisa estar do lado dos meus pais mas estar do meu lado, é isso que nós dois fazemos, apoiamos um ao outro, estamos juntos em qualquer situação. – Os olhos de Mason já estavam cheios de lágrimas. – Seja meu melhor amigo, Teddy.

Quando Mason saiu, Teddy suspirou e chutou a porta do armário de vassouras, com raiva de toda a situação, preocupado mas não iria atrás do Scorgman. Foi quando Teddy chutou a porta que o armário de vassouras abriu e o corpo de Victoire inconsiente caiu de dentro dele.

Mason balançou a cabeça, como se aquilo pudesse o ajudar a se livrar das lembranças.

Deitado na cama do lado, Teddy mudou de posição e pode ver que Mason também não estava dormindo. Lupin se lembrou de sua primeira noite em Hogwarts, ele não conseguia dormir e foi a noite em que ele e o Scorgman se tornaram amigos.

1 de Setembro de 2009
Hogwarts

Teddy Lupin estava em pânico, durante toda sua vida só tinha dormido em dois lugares: A casa de sua avó e a casa de seu padrinho. Era estranho para o garoto estar dormindo naquele dormitório desconhecido, com garotos desconhecidos, em uma cama desconhecida, tudo isso em um castelo que para ele era desconhecido.

O pequeno Edward de 11 anos não conseguia dormir de jeito nenhum, todos os seus colegas de dormitório já tinham dormido.. Todos com exceção a um.

Um garoto pequeno estava sentado na cama ao lado de Teddy, brincando com um brinquedo que Lupin não conhecia.

— Oi. – O garoto disse assim que notou que estava sendo observado. – Não consegue dormir?

— Não. – Disse se sentando na cama. – E você?

— Não também. – Negou com a cabeça. – Esse dormitório é muito escuro para mim, meu quarto tem mais luz, já sinto falta dele.

— Eu sinto falta da minha cama. – Teddy disse e o garoto sorriu.

— Eu não. – Negou com a cabeça de maneira desajeitada. – Minha cama era muito dura, mas meus pais prometeram comprar um colchão novo.

— Seus pais parecem ser legais.

— Os melhores! – Exclamou animado e sorriu. – Como seus pais são?

— Eles também são os melhores, é só que.. – Ele pausou, apertando as mãos uma na outra e suspirou. – Eles morreram.

— Oh. – O outro arregalou os olhos. – Eu sinto muito por isso.. Ah, eu posso dividir os meus pais com você se você quiser.

— Não precisa, minha vó cuida de mim, ela é muito boa, meu padrinho e a Ginny também. – Contou e sorriu de canto.

— Ninguém quer seus pais, Scorgman. – Disse um garoto que estava do outro lado do quarto, Teddy nem sabia que ele estava acordado. – Aqueles traidores!

Lupin viu a expressão de seu novo amigo mudar e ele encolheu o corpo, já era uma criança pequena e pareceu diminuir.

— Devia ficar longe dele, Lupin, meus pais dizem que os Scorgmans são loucos.

— Eu não sei nada sobre isso mas se ele diz que os pais dele são os melhores, eu acredito nele. – Teddy disse.

O outro garoto resmungou algo e mudou de posição para voltar a dormir.

— Obrigado. – Ele disse. – Eu sou o Mason.

— Edward. – Sorriu. – Mas ninguém me chama assim, só a minha vó quando ela está muito brava, todo mundo me chama de Teddy.

— Teddy. – Mason repetiu. – Você é meu primeiro amigo em Hogwarts, Teddy.

— Meu padrinho disse que o primeiro amigo dele em Hogwarts virou amigo dele para sempre.

— Então vamos ser amigos para sempre? – Perguntou animado.

— É, vamos ser amigos para sempre, Mason. – Teddy sorriu.

E daquele dia em diante, Hogwarts conheceu e jamais esqueceria da dupla Teddy Lupin e Mason Scorgman.

Atualmente

Teddy tinha dormido poucas horas mas mesmo assim teve que acordar cedo e ir até a sala de Transfiguração para uma reunião com o professor Garwell e Delfim Mercury, outra metamorfomaga.

Delfim era quatro anos mais nova que Lupin mas também era da Lufa Lufa, era quase impossível não gostar da garota baixinha, doce, gentil e com os cabelos coloridos.

— Teddy. – O professor Henry Garwell começou. – Te chamei aqui por que a Delfim também vai ser mentora em Transfiguração, ela está bem mais avançada que a turma dela e achei que seria bom se você desse dicas para ela, a ajudasse, tendo em vista que os dois  querem se tornar professores, são o futuro da Transfiguração em Hogwarts.

Delfim sorriu animada e Teddy não teve como não sorrir também.

— Claro professor, vou amar ajudar ela.

— Isso é demais! – Ela exclamou. – Sabe o que devíamos fazer? Batalha dos metamorfomagos.

— Tipo quem consegue se transformar em mais coisas primeiro?

— Exato! – Sorriu. – Até podemos dar um jeito de transformar isso em um jogo para ajudar os outros na matéria, eu estou cheia de ideias.

— Que bom, por que eu não tenho nenhuma ideia, vamos usar as suas. – Ela riu.

— Pedi para dois alunos que foram mal na última prova virem aqui hoje, um do seu ano e o outro do da Delfim. – Contou Garwell. – Eles vão precisar começar a ter monitoria e eu pensei "Por que não começar hoje?"

— Ótimo. – Disse Delfim. – Mal posso esperar para começar.

Teddy riu observando a animação da mais nova, ela parecia uma criança que tinha acabado de ganhar um doce.

Minutos depois, duas pessoas entraram na sala conversando, uma delas era Simon Weasley, um dos poucos Weasley não ruivos, herdou o cabelo castanho da mãe, Alexia.

O outro garoto era Mason Scorgman.

— Delfim esse é o Simon, você vai ser mentora dele. – Ele disse. – Lupin e Scorgman acho que vocês dois já se conhecem.

Eles se encararam por alguns segundos até que Mason se sentou em uma das cadeiras e Teddy se sentou na cadeira na frente dele.

— Agora eu entendi tudo. – O Scorgman disse. – Minha nota na prova nem foi tão ruim, fiquei chocado quando o Garwell disse que eu precisava de um mentor, agora eu acho que ele só estava tentando fazer a gente voltar a se falar.

Um silêncio constrangedor tomou conta da sala, nenhum dos dois sabia o que dizer. O professor Henry passou por eles e disse algo antes de voltar a se sentar.

— Conversem. – Disse e deu um tapa fraco no ombro de Lupin.

— Então. – Começou Teddy sem jeito. – Como foi sua semana?

— Boa. – Deu de ombros. – E a sua.

— Boa também.

Mais um silêncio constrangedor. Os dois se entreolharam, sentiam falta um do outro, muita falta.

— Desculpa. – Eles disseram ao mesmo tempo e se olharam surpresos.

— Por que está pedindo desculpas? – Perguntou Teddy. – Eu não devia ter dito aquilo, pelo menos não naquele momento, você estava sofrendo, eu devia te abraçar, te distrair, mostrar que estaria do seu lado mesmo sem entender, que estaria do seu lado quando ninguém estivesse mas eu falei a coisa errada e na hora errada, te deixei ir embora e passar uma semana sozinho quando você mais precisava e todo mundo estava te julgando, eu sinto muito, Mason, sou um péssimo melhor amigo.

— Não Teddy, eu estava irritado e falei um monte de merda, não posso te forçar a ficar do lado dos meus pais, é só – Ele suspirou. – Complicado e eu ainda coloquei seus pais no meio, eu sinto muito.

— É a sua família, eu entendo, também defenderia a minha família. – Lupin disse. – E estou pronto para defender o meu melhor amigo.

Mason sorriu e se aproximou do amigo, o abraçando, eles se afastaram rapidamente para poder fazer o "aperto de mão secreto" que criaram quando eram melhores amigos.

— Não acredito que passamos uma semana separados, que loucura. – O Scorgman disse.

— Foi uma semana tediosa, James Sirius é uma companhia bem chata. – Teddy disse e Mason riu.

— Ainda vai dar namoro, anote o que estou dizendo.

— E a Molly? – Perguntou o metamorfomago. – Vocês se falaram?

— Não, a Victoire veio pedir desculpas pela Molly e eu e a Toire estamos bem mas acho que a Molly não vai olhar na minha cara tão cedo, não sei se é raiva, vergonha ou – Suspirou. – Quer saber? Não importa.

— Você gosta muito dele, não é?

— Muito. – Ele disse. – Mas isso realmente não importa agora.

— Acho que agora que voltamos a nos falar, juntar pistas sobre o lobisomem vai ser mais fácil. – Teddy mudou de assunto.

— Com certeza.

Mason olhou ao redor, Garwell lia os pergaminhos da pesquisa dos alunos, Delfim mudava a cor do cabelo enquanto conversava com Simon.

— Ei Teddy. – Mason disse. – Isso quer dizer que ainda vamos ser amigos para sempre?

Teddy riu. Mason Scorgman era uma das pessoas mais importantes de sua vida, provavelmente a mais importante depois de Andrômeda, ele era seu melhor amigo, seu irmão.

— Amigos para sempre.

O resto do mês passou tão rápido que eles mal notaram quando o mês seguinte chegou, Teddy e Mason estavam unidos como sempre foram, a Defesa do Lobisomem tentou descobrir quem atacou Victoire, pesquisaram sobre os alunos, professores e funcionários, Penny ainda achava que a professora de Defesa Contra Artes das Trevas, Jane Brown estava envolvida, afinal havia uma garrafinha com Poção Mata-Cão no quarto dela.

A grande surpresa do mês aconteceu no dia seguinte a noite de lua cheia, quando o professor Henry Garwell foi encontrado cheio de cortes, no mesmo estado que Victoire tinha sido encontrada no mês anterior e com o nome "Willa em seu braço"

Oi mates!

Demorou? Sim mas o capítulo ficou gigante e eu espero que vocês tenham gostado. O que acharam do capítulo de hoje?

Fiquei um pouco insegura com esse capítulo e com medo de ter ficado chato mas achei essencial esse capítulo sobre a amizade do Teddy e do Mason por que Full Moon não é só uma história de amor, quero englobar várias coisas.

Faltam três capítulos para a primeira temporada acabar, eu estava querendo terminar ela na Quarta Feira, 24, que é a noite de lua cheia desse mês.

A personagem Delfim Mercury foi criada pela expcttroz, ela vai aparecer mais na segunda temporada e em Fall.

Atenta as teorias de vocês sobre Full Moon, quero saber tudo.