- 26.

26. tonks e lupin
Willa sempre evitava olhar no espelho, seu reflexo nunca a agradava e toda vez que olhava parecia mais pálida, mais fraca, mais cheia de cicatrizes, a visão de si mesma sempre lhe causava insegurança e uma vontade desesperada de cobrir todas as suas cicatrizes.
Mas naquele momento, olhando para o espelho, suas cicatrizes não incomodavam, na verdade até pareciam fazer parte da fantasia, se encaixar perfeitamente naquele papel, de um homem que tinha tantas cicatrizes quanto ela.
— É, sua fantasia com certeza ficou melhor que a minha. – Disse Penny ficando na meia ponta dos pés, para poder observar melhor seu reflexo no espelho.
— Eu acho que você está uma Morgana incrível. – Willa disse e a menor sorriu, passando a mão pela própria peruca.
— Obrigada. – Ela disse. – E você ficou ótima de Remus, eu já quero ver o Teddy de Tonks.
— Eu também. – Willa sorriu. – Ele está muito animado com tudo isso, é realmente importante para ele.
A Sprout se olhou mais uma vez no espelho antes de se afastar. Usava uma blusa cinza, uma gravata – que ela e Penny demoraram pelo menos dez minutos para fazer um nó –, um casaco marrom por cima que ficava largo em Willa, calças e sapatos simples. Não precisou se dar o trabalho de fazer cicatrizes, só realçou suas próprias cicatrizes.
Willa não havia conseguido conhecer Remus Lupin – gostaria muito de tê-lo conhecido, o admirava muito – mas ela e Teddy passaram muito tempo vendo fotos de Tonks e Remus que haviam em livros sobre a Ordem da Fênix, além de fotos que Andromeda mandou para eles. Havia sido divertido organizarem a fantasia, os pais de Teddy eram exatamente como ela e ele, metamorfomaga e lobisomem, só que ao contrário.
— O que o Charlie vai vestir? – Willa perguntou e Penny deu de ombros.
— Não tenho a mínima ideia. – A loira disse. – Não vamos combinar as fantasias.
Penny apertou as mãos nervosa, não por ir para o baile com Charlie mas por que sabia o que eles iriam fazer no baile: Invadir o quarto da professora Brown. A Thompson precisou respirar fundo mais de uma vez para se acalmar e não acabar contando seu plano para Willa.
— No começo eu não gostei da ideia de uma festa fantasia. – A Sprout disse. – Mas agora eu gosto.
— Eu gosto de ver você despreocupada com as cicatrizes. – Penny disse e sorriu de canto. – Elas são parte de você e não afetam em nada, você continua linda.
Willa sorriu, grata por aquelas palavras, grata por Penny conhecer suas inseguranças e sempre saber o que dizer.
— Obrigada. – Disse e sorriu.
— Eu só disse a verdade. – Comentou Penny antes de dar uma cotovelada no braço da amiga. – Agora vamos, temos que encontrar o resto do time.
As duas saíram do quarto e caminharam indo até o primeiro andar, onde combinaram de se encontrar. A maioria deles estava fazendo suspense com as fantasias e a Sprout estava ansiosa para ver o que seus amigos e os outros estudantes estavam usando, além de estar muito ansiosa para ver Teddy.
Emma estava fantasiada de sereniana e Oliver de Frei Gorducho. A Sprout não viu Molly e nem Victoire ali, o que achou estranho mas no último mês sumir do nada era a coisa que elas mais faziam.
Ela não precisou dar muitos passos e já entrou Teddy e Mason. Willa não tinha a mínima ideia do que Mason estava fantasiado, provavelmente algo da cultura trouxa, sabia que ele gostava muito desse tipo de coisa.
— Wow, você está ótima. – Teddy disse a observando. – Parece com meu pai, isso é assustador.
Willa riu e então deu uma boa olhada na fantasia de Teddy. Ele usava calças, botas e um casaco que realmente pertencera a sua mãe e devia ficar muito grande nela – levando em conta que Teddy era bem alto –, ficava engraçado vestido daquele jeito. Seus cabelos curtos que Willa já tinha visto em várias cores, agora estavam em um tom rosa ciclete.
— Estamos mesmo parecidos com as fotos. – Ela sorriu. – Somos os reis das fantasias.
— Deviamos ganhar um prêmio por isso. – Ele brincou. – No ano que vem podemos combinar com o resto e vir de Ordem da Fênix.
Willa riu e se aproximou dele, o puxando pela gola – Lupin era alguns centímetros mais alto que ela e ser tão magro, dava a impressão de que ele era mais alto ainda – e o beijou, Teddy correspondeu. A Sprout não sabia definir a relação deles, eram mais que amigos mas não eram namorados, ela sabia que era a culpada disso, afinal foi ela que disse que queria esperar as coisas se ajeitarem, não ter uma distração enquanto um lobisomem a caçava.
Mas Teddy era uma distração de qualquer jeito, ele sempre seria uma distração e ela não conseguia ficar longe dele, muito menos queria, se sentia muito bem ao lado de Lupin.
— Vocês fazem eu me sentir muito solteiro. – Mason disse. – E esse casal é tudo para mim.
— Oi Mason. – Willa sorriu assim que se afastou de Teddy. – Está fantasiado de que?
— Eu imaginei que nenhum bruxo fosse conhecer, por Merlin, vocês tem que aprender tanta coisa. – O Scorgman disse animado. – Sou o Han Solo, ele é um dos melhores personagens de toda a cultura trouxa.
— A Molly entendeu a referência, na verdade ela até veio combinando com ele. – Teddy contou. – Mas ela sumiu a alguns minutos, deve estar no banheiro, sei lá.
— Ela é Leia Organa, só que ruiva. – Mason suspirou e sorriu. – Eu acho que foi a coisa mais bonita que eu vi esse ano, talvez em toda a minha vida.
— Que bom que as coisas estão dando certo entre vocês. – A Sprout disse. – Sinto muito por termos feito toda aquela confusão com você e com a Penny, mas em minha defesa, a culpa é do Teddy.
— Ei! – Ele exclamou e Willa deu um tapa no ombro do mesmo. – Ela tem razão, a culpa é toda minha.
— O que importa é que tudo deu certo. – Mason sorriu. – Essa festa vai ser incrível.
Não era difícil notar que Mason estava muito animado por ir a festa com Molly. Willa achou aquilo adorável.
— Com licença Mason, eu vou levar essa garota para dançar. – Teddy disse pegando a mão de Willa.
— Meu nome não é Mason. – Disse o Scorgman e Lupin riu.
— Ok. – Ele limpou a garganta. – Com licença Han Solo.
— Bem melhor, podem ir Tonks e Lupin. – Mason disse. – Que a força esteja com vocês!
Teddy sorriu e saiu junto de Willa indo até a pista de dança.
O caminho até a biblioteca pareceu gigante para Molly e seus passos irritados. A ruiva estava preocupada e geralmente reagia a sua preocupação com raiva.
Assim que chegou na biblioteca, olhou ao redor, o lugar estava completamente vazio, com a exceção da bibliotecaria. A ruiva suspirou profundamente ao não ver os cabelos louros, quase dourados, de sua prima ali.
— Madame Longbottom. – A ruiva disse se aproximando da bibliotecaria.
A mulher estava distraída com um livro de cama azul marinho com as palavras "O conto do cinzal", ao ouvir a voz de Molly, ela fechou o livro. Hannah Longbottom sorriu para ela, seus cabelos loiros e olhos castanhos, davam um ar simpático e ao mesmo tempo deteminado para ela.
Madame Pince havia se aposentado no último mês. Hannah Longbottom, esposa de Neville e mãe de Alice, era dona do Caldeirão Furado – atualmente ainda era dona do estabelecimento que tinha comprado a alguns anos, porém tinha gerentes que cuidavam do lugar – e havia se tornado bibliotecaria de Hogwarts, em parte por amar livros e em parte para ficar próxima a sua família.
— Você fica bem de Leia. – Comentou Hannah.
— Você conhece?
— Meu primo colecionava coisas de trouxa, acabei aprendendo uma coisa ou outra. – Ela contou. – E a biblioteca está fechando, então seja rápida Molly, se bem que eu posso esperar mais uns minutinhos.
— Você viu a Victoire? – Perguntou e a loira negou com a cabeça.
— Não. – Ela disse. – A última vez foi a uns dois dias atrás.
Molly contraiu os lábios, já fazia um dia completo desde que vira sua prima. Victoire mandou uma carta para ela, dizendo que iria sair pela passagem da cozinha e entrevistar um suspeito que sabia algo sobre os Scorgmans, não deu nenhum detalhe e não estava em Hogwarts no dia seguinte.
Era noite de lua cheia quando ela saiu, Molly temia pela prima, havia um lobisomem psicopata a solta e ao mesmo tempo também achava que podiam ter sido os Scorgmans, não duvidava de nada vindo deles.
Pensou em Bill e Stella, sorridentes, simpáticos, aparentemente inofensivos mas se os boatos fossem verdade – o que ela achava que eram – eles tinham matado Anna Sinclair, traido o mundo bruxo, dado informações para Voldemort. Eram falsos, cinicos, calculistas, usavam máscaras que faziam com que eles parecessem inocentes.
Por um minuto ela se perguntou se Mason também usava uma máscara. Se aquele garoto sorridente, leal e que se importava com ela era real, se o garoto que ela gostava – não importava o quanto quisesse negar – era como os pais. O pensamento causou nausea na ruiva.
— Não vai querer nada mesmo? – Hannah perguntou.
— Não. – Disse Molly. – Deixem o Mason esperando.
— Ele é fofo.
— É. – Forçou um sorriso. – Tenho uns assuntos para resolver com ele.
E na mesma velocidade que entrou, o furacão ruivo saiu.
Uma música antiga e conhecida de As Esquisitonas tocava, Teddy e Willa cantavam junto e dançavam no salão. A Sprout tinha que admitir: Estava se divertindo muito.
— Felicidade fica bem em você. – Teddy comentou quando eles se aproximaram da mesa de bebidas.
— Fica bem em você também. – Ela disse, colocando um pouco de ponche em seu copo. – Vi que gostou muito das fantasias.
— Sim, é besteira mas é uma forma de me sentir próximo dos meus pais. – Lupin disse. – Eu senti eles comigo hoje.
— Não é besteira. – Ela disse.
— Eu sempre me senti mais parecido com minha mãe, sabe? – Ele perguntou, sua voz carregada de sinceridade. – Sou metamorfomago como ela, fui para mesma casa de Hogwarts que ela, acho que sempre quis arrumar um jeito de me conectar ao meu pai.
Willa queria dizer que era só se olhar no espelho, Teddy tinha tantos traços de Remus, tanto parecido com seu pai.
— E então eu comecei a te ajudar, me senti próximo do que o meu pai passada e vai soar bobo mas Garwell me disse que tenho talento para ensinar, com certeza herdei isso do meu pai. – Ele disse. – Posso ser o segundo professor Lupin de Hogwarts.
— Seria incrível, Hogwarts realmente agradeceria. – Ela sorriu. – Eu te apoio totalmente na ideia, você conseguiu me fazer entender Transfiguração, com certeza vai ser um professor incrível.
Ele se aproximou para roubar um beijo rápido de Willa, antes deles voltarem para a pista de dança.
— Sabe de uma coisa. – Ela disse, colocando os braços em volta do pescoço dele quando a música lenta começou. – É uma das primeiras vezes que eu não me preocupo com as minhas cicatrizes.
— Suas cicatrizes só provam o quanto você é forte, devia aprender a amá-las, por que eu amo elas por que fazem parte de você. – Ele disse. – E eu amo você.
Quando as palavras saíram, Teddy notou o que tinha dito. Ele podia estar nervoso com aquilo mas sabia que era a verdade, as palavras estavam carregadas da mais pura sinceridade, ele a amava. A amava muito.
Willa arregalou os olhos e acabou prendendo a respiração por impulso. Foi um choque para ela quando suas próprias palavras saíram, igualmente sinceras, igualmente cheias de sentimento.
— Eu também te amo. – Ela disse.
Os dois se beijaram novamente mas aquele era sem dúvida o melhor beijo da noite.
Do outro lado da sala, os dois adolescentes fantasiados de Merlin e Morgana se preparavam para colocar seu plano em prática.
oi, não ta revisado não mas eu tô com sono e queria postar logo.
gostaraaaaam??
gente vocês gostam de full moon? essa fic é meu bebezinho mas eu fico tão insegura com ela
o que vocês acham que aconteceu com a victoire? também quero saber suas teorias sobre os scorgmans e sobre o lobisomem e o que ele quer com a willa
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