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XXVI. Isaac não vai voltar

2031, TERRA 52, BRASIL



O céu está um azul claro e sereno, como se a paz fosse inevitável, mas o ser deitado na grama fresca e verde abaixo dele sabe que isso não é verdade. Lorenzo não deixa de olhar para cima, tentando fugir do que há poucos minutos lhe ocorreu. Pergunta-se quando sua memória inútil vai voltar, porque já não suporta mais essas descobertas absurdas que o deixam desconfiando de tudo. Está aí algo que considera pior do que não se sentir seguro em relação aos outros: Lorenzo não confia em si mesmo.

As asas negras estão completamente abertas, ocupando quatro vezes o tamanho real de seu corpo, mesmo que seus músculos sejam sobre-humanos. As mãos cruzadas atrás da cabeça fazem seus braços parecerem maiores e a calça e sapados sociais pretas parecem desconexos com todo o torço nu de Lorenzo.

Nenhum som ocupava seus ouvidos até um segundo atrás, mas agora ele escuta os passos cautelosos em sua direção. Não se vira para encarar Eloísa, mesmo sabendo que é ela quem está cada vez mais perto dele.

— Psi. — O chamado é alto. — Psi. — Lorenzo olha para a sua esquerda, a mulher está parada em pé.

Com uma calça jeans azul, uma camiseta branca e sem graça e os cabelos loiros presos no alto da cabeça. Ela parece muito mais com a garota que Lorenzo lembra ter se apaixonado. De certa forma, confia mais nela assim do que com os olhos amarelos e longos cabelos brancos de bruxa. Eloísa está sorrindo. Os olhos brilham e o rosto está levemente avermelhado. Lorenzo gosta do conforto de olhá-la, mas não se mexe. Ela caminha descalça até ele, senta-se sobre sua asa esquerda, ajeitando-se entre as penas negras e o olhando no fundo de seus olhos pretos. Ela suspira. Lorenzo continua apenas encarando-a em silêncio.

— Você é especial — sussurra ela. O outro não se mexe e nenhuma feição de seu rosto indica que ele ao menos a escutou. — Quer saber uma história bonita? — Pergunta e ele cerra um pouco os olhos. — A história de por que você e Teodora têm a relação mais pura que já existiu? — Lorenzo afasta um pouco a cabeça, surpreso, ela continua sorrindo. — O amor que eu sinto por você é puro e grande, Lorenzo. Eu te prometo isso. — Ela alisa o rosto dele com o polegar esquerdo. — Mas o amor fraternal entre Caim e Seth é o mais poderoso da história. Nada, nunca, vai se comparar a ele.

As sobrancelhas dele estão tensionadas e Lorenzo busca nela respostas que Eloísa se sente feliz em finalmente poder falar. O corpo dela se arrasta até que sua cabeça repouse no braço daquele de asas abertas e Lorenzo retira sua mão esquerda da cabeça e a coloca sobre o ombro de Eloísa. Aperta-a um pouco, aproveita seu calor, e treme de medo pelas palavras dela. Quer saber a verdade, mas sabe que respostas vêm junto com um peso que não sabe se é capaz de carregar.

— Caim foi condenado a vagar sozinho pela eternidade. — Eloísa suspira, como se um filme passasse em sua cabeça. — Lilith ainda estava no Éden original quando Seth foi criada.

— Por que sempre fala sobre você na terceira pessoa? — Quer saber Lorenzo, ela coça a garganta.

— Costume, eu acho. Estou acostumada a recontar essa história — revela.

— Para quem? — Quer saber, ela fecha os olhos e se ergue do encontro de seus corpos, ele a puxa de volta, quer ela perto, mas a cabeça de Eloísa permanece erguida enquanto o olha nos olhos. Falando em olhos, os dela agora estão amarelos. — Está com medo? — Lorenzo aprendeu a reconhecer uma falta de equilíbrio. — Por quê?

— A nossa casa é tão grande — sussurra. — Ele é... Quatro vezes o tamanho do mundo material. Quatro vezes o tamanho de todas as terras juntas — suspira alto. — Sabe, o Inferno, o Éden Original, é só um pedaço de lá. Consegue imaginar isso? É triste que não se lembre, mas são tantos seres que viviam lá e em sua maioria estão presos aqui. Antes de tudo, eu ajudava a ensinar a história para novas mônodas, no inferno, por isso falo de mim na terceira pessoa. Enzo, lá nós somos uma mitologia também.

Lorenzo ri, nervoso. Não entende nada do que Eloísa está falando, parece fora da realidade. Ela continua, séria:

— É tão difícil colocar isso em palavras, você não faz ideia. — E ela não faz ideia do quando é angustiante para ele não lembrar de nada disso. — Posso voltar à história? — Pergunta e Lorenzo assenti, ela se recosta nele mais uma vez. — Ao contrário de Caim, Seth dava um valor grande à lealdade e ao amor entre irmãos. Sentimentos intensos, o suficiente para que ela fosse buscar o fugitivo. Dar a ele perdão — sussurra e se aconchega. — E então, algo aconteceu. Seth amava Caim como um pedaço de seu coração. Ela ensinou ao mais velho como se importar verdadeiramente pode mudar a humanidade e tudo ao seu redor, mas Caim a rejeitou. Ele era o oposto de Seth. A odiava por tentar mudá-lo, mas ela não desistiu. Seth nunca desiste. Logo o sentimento deles floresceu como se não existisse outra opção.

— Quando você usa esses nomes nem parece que está falando de mim e da Teo — comenta Lorenzo, baixo, ela o ignora.

— Ele continuou vagando e permaneceu exilado, mas o amor de Seth a fez fugir também. Ela passava pelos mesmos lugares de Caim logo depois dele. — Eloísa sorri, é gratificante para ela lembrar. — Caim a escutava e via dentro de sua cabeça, sem que precisassem se encontrar de fato. Ele e Seth nunca se encontraram durante milênios de existência na terra. Até que Lilith, que era a única habitando o éden original até então, soube da existência desse sentimento. — Engoliu em seco, respirou fundo. — Ela se interessou em saber o que havia de tão especial em um ser a ponto de ele fazer uma unidade de amor, como Seth, burlar regras de Deus. Então o encontrou e de longe tudo ao redor brilhou. A alma de Caim era única e inigualável.

Eloísa se senta rapidamente e Lorenzo não deixa de encará-la. Ela lança um olhar sorrateiro para o de asas abertas.

— Você a coisa mais bonita que já vi na vida, Caim — sussurra e o sentimento gerado nele não é como Lorenzo esperava. A forma que ela disse essas últimas palavras o assusta. — Eu não matei Seth por ciúmes do criador, matei porque você pediu.

— O que? — Gritou sentando-se. Arrastasse para trás, como se pudesse de fato fugir dela, mas Eloísa nem se moveu. — Do que está falando, El?

— Eu nunca contei isso para ninguém — diz ela. — Existem segredos que precisam ser mantidos a todo custo. Segredos importantes demais. — Engole em seco, encara a face do aflito amado e coloca as duas mãos sobre seus ombros descobertos. — Confia em mim, Enzo? Como confiei em você em 2031?

— Não! Eu não confio em você — diz cortando-a por dentro.

— Você me pediu para matá-la, Caim. Você pediu a Lilith que matasse Seth.

Ele não sabe o que dizer, por isso desvia o olhar e solta o ar com força, mas Eloísa insiste em encará-lo. Ela começa a se levantar e a camiseta de rasga quando a de olhos amarelos liberta suas asas negras e grandes. Estende a mão para Lorenzo, ele apenas encara o gesto. Ela se aproxima dele e se agacha antes de passar as mãos por suas costas descobertas até alcançar a raiz de suas asas, o que o deixa arrepiado por inteiro. Eloísa encosta a cabeça em seu peitoral e suspira.

— Preciso saber se você consegue lidar com o que significa ser irmão de Seth. — E ele a encara ofegante e com os olhos arregalados, ainda demora alguns instantes para notar ao que Eloísa se referia. Fechou os olhos e gemeu quando um sentimento perturbador e até então não encontrado chegou até seu coração.

— Ela se quebrou por minha causa — Lembra ele, de forma repentina e cruel, Lorenzo acaba de se lembrar o que de fato aconteceu. Seth não se quebrou por desgosto de Lúcifer, ela fez isso por desgosto a Lorenzo.

Está desconcertado, desesperado. O ar treme deixando seus lábios e ele obriga Eloísa a se afastar. Encara-a dentro dos olhos amarelos dela.

— Isaac nunca teria existido caso Seth não fosse mandada para o Éden original. Porque, viramos almas gêmeas depois disso. — Eloísa está assentindo enquanto ele fala. — Eu queria a terra só para mim. — Engole em seco. — Ainda odiava ela, mesmo depois de tudo.

Que memória perturbadora. O líquido branco desce de seus olhos enquanto Lorenzo se levanta, deixando Eloísa cair de bunda no chão. Da passos para trás. Ele balança a cabeça negativamente, e os gemidos de desgosto são altos e ensurdecedores. A pedra em sua testa brilha como nunca e Eloísa se apressa em se levantar.

— Todos os irmãos têm problemas, Caim — grita, tentando ser ouvida em meio aos ventos que agora são fortes demais. Ela pega a mão de Lorenzo e encosta-a em sua pedra, na tentativa de absorver parte da dor que parece crescer com uma velocidade absurda. Eloísa pressiona, com as duas mãos, a mão esquerda dele contra sua energia, e fecha os olhos porque é apavorante lidar com essa parte de Lorenzo.

— Teodora está sofrendo por minha causa — grita ele, e a afasta com um empurrão. — Eu te usei, como consegue me amar, Lilith? — É a primeira vez que ela a chama assim, isso a desespera. Olha o céu quando um raio estoura uma fiação elétrica próxima deles e o barulho do trovão chega logo depois. Encara Eloísa mais uma vez. — Eu não deveria ter as lanças de diamante. — Olha para suas unhas enormes. — Por que Deus me daria uma arma tão poderosa se sou o pior dos seus filhos?

E ela quer responder que ele já foi perdoado. Que tudo foi um erro já resolvido e que de nada adianta sofrer agora, mas sabe que será inútil. Porque para Lorenzo é como se estivesse acontecendo agora mesmo.

Ela para de tentar segui-lo, Lorenzo ainda caminha para trás. Eloísa encara o sol, e fecha os olhos com tristeza. Queria ser capaz de ajudá-lo a entender, de fazê-lo se lembrar de como Seth era, mas não têm essa capacidade. Chora em um amarelo que pinga pelo seu queixo e molha seus seios. Aperta os olhos de dor, mesmo que não a de Lorenzo, mas por vê-lo tão perdido.

— Tudo bem, Caim — sussurra Eloísa, mas ele não consegue escutá-la. — Tudo bem errar.

Lorenzo tenta iniciar o voo, mas algo acima dele, como uma placa de vidro transparente, o lança no gramado com força e ele encara a barreira assustado, depois olha Eloísa, que permanece imóvel. Tenta mais uma vez, o mesmo acontece, mas quando olha para a de cabelos loiros mais uma vez, algo mudou.

Eu estou aqui.

O céu retorna ao seu azul anterior e o sol brilha em sua máxima intensidade. Meus olhos vermelhos estão amostra e se movem como um oceano de sangue. O vento se acalma e apenas um ralo se passa sobre meus cabelos pretos enquanto ando até o homem cheio de culpa e medo. Lorenzo está deitado, suas asas apertas pousadas no chão, e o rosto encostado na grama. Soluça de maneira contida, em um choro baixo e doloroso.

Nunca fui tão capaz de entender a dor dele quanto hoje.

Eu entro no campo de energia que criei e me sento ao seu lado. Passo as mãos sobre seus cabelos e em seu rosto molhado, o olhar dele se mantem fixo no nada.

— Você não pode falhar — digo, sem receios, e sei que Eloísa me pragueja antes de erguer suas asas e subir aos céus. Meus métodos a deixam furiosa, ainda mais do que os de Lúcifer, mas funcionam. — Não consigo manter essa proteção — refiro-me ao campo de energia no qual o prendi. — Porque Lúcifer foi apunhado por uma lança de zinco.

Dessa vez ele me encara e nota que dos meus olhos, nariz, e ouvidos, um líquido vermelho escorre. Mantenho minha fala calma, apesar da insuportável dor que estou sentindo:


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