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Eu sempre gostei de saltos, não porque eles me deixam mais alta que meus meros 1,61 de altura, nem porque é uma peça considerada estilosa, não -ok, talvez um pouco-, mas principalmente por causa de como ele me sempre fez me sentir.
Eu comecei a usar saltos quando tinha quatorze anos, lembro que na época, todos do colégio me olhavam como se eu fosse uma maluca ou como se fosse uma patricinha de merda, até hoje alguns me olham assim, mas eu ignorava, eu precisava do sentimento de me sentir superior e forte, ele era necessário para sobreviver onde eu vivia.
Mordo o lábio indecisa entre o salto meia taça vermelho ou o bom, e meu mais velho companheiro: salto agulha preto. Desvio o olhar para o espelho de corpo pendurado na porta do armário ao lado e analiso minha roupa: meia calça preta, saia rodada preta e blusa de lã gola alta vermelha, ok, vamos com o vermelho.
Calço o par de sapatos e me levanto da cama, passo as mãos pela saia, acabando com qualquer amassado na peça, ajeito a tiara vermelha em minha cabeça, meus cabelos estão grandes como nunca foram, antes, o máximo que já chegaram era um palmo abaixo do ombro, agora, estão no meio das costas, e apesar de eu gostar da mudança, os fios loiros que insistem em cair ao redor do meu rosto, me incomodam.
Puxo um sobretudo preto de dentro do armário e acompanho confusa um papel branco cair no chão, deixo o sobretudo em cima da cama e agacho, assim que viro o papel, sinto meu coração acelerar e meu peito enche de culpa, me ergo, passo os dedos pela escrita do convite de formatura dos irmãos Bianchi e engulo em seco, o evento fora no começo do ano passado, e apesar de não ter ido, me senti ainda pior só de pensar em jogá-lo fora. Eu havia o deixado dentro de uma caixa trancada escondida no fundo do meu lado do armário, ou pelo menos achei que havia, aproveito para guarda-lo no local certo.
Dispersa, minha mente vagando em lembranças antigas, ouço meu celular tocar em cima da cama e o pego, atendendo sem ver a tela, sabendo que é Jade preocupada pelo meu atraso.
— Oi, eu já tô saindo da irmandade, chego ao museu em trinta minutos. - Aviso sem esperar um cumprimento de sua parte primeiro, enquanto visto o sobretudo, a tarefa árdua com o celular apoiado em meu ombro - Acha que chegamos antes da 00:00? Scarlett não quer deixar a porta aberta a partir das sete - Reviro os olhos enquanto jogo todos meus pertences na bolsa e a penduro no ombro, então, seguro o celular com a mão - Como se ninguém fosse aproveitar sexta-feira à noite, vou ter que usar a chave reserva do vaso de planta. - Solto um riso e quando não ouço nada em resposta, franzo o cenho e paro, minha mão na maçaneta da porta - Jade?
Ouço o som de algo parecido com uma lufada de vento, depois o som de uma buzina ao fundo. Afasto o celular do ouvido e quando olho para a tela, não encontro o contato "Espanha" nela, mas sim "Número desconhecido", aumento o aperto ao redor do aparelho, é a segunda vez que recebo essa ligação, a primeira vez, porém, que atendo. Volto o celular para o ouvido.
— Quem é? - Pergunto.
Alguém parece rir do outro lado da linha, não consigo distinguir se é masculino ou feminino por conta do barulho abafado, como se estivesse correndo em uma moto ou pilotando com a janela aberta. Ainda assim, meu coração acelera com o ato e meu cérebro vaga para diversas direções, a possibilidade de estar sendo rastreada me faz desligar a ligação, não sem antes mandar seja quem for, se foder.
Encaro a tela escura do aparelho tentando adivinhar quem poderia ser, mas a única opção possível me faz querer vomitar. O celular volta a tocar em minhas mãos e dou um salto, quase deixando o aparelho cair, mas dessa vez é apenas Jade.
Respiro fundo e atendo a ligação, abrindo a porta e avisando para Jade que já estou indo.
— O que você acha que é isso?
Inclino a cabeça, tentando distinguir o que está sendo exibido na tela.
Os trinta minutos de trajeto acabaram se tornando cinquenta por causa de minha cabeça dispersa, tão dispersa quanto agora, enquanto tento adivinhar o que a mancha marrom em um formato estranho significa.
— Eu acho que pode ser um cavalo. – Jade me olha com o cenho franzido, depois, desvia o olhar de volta para frente.
— Parece o que sai de minha sobrinha quando ela come muito feijão.
Tento segurar uma risada, mas o ato falha e eu acabo fazendo um som estranho, uma mistura de engasgo e tosse. Todos os olhares por perto do corredor do museu a céu aberto vem em nós, agarro o braço de Jade e nos afastamos da tela estranha antes que nos expulsem.
— Ok, eu entendo que isso é arte, há pessoas que gostam, admiram, entendem e tal – Sussurro enquanto passamos por um grupo de adolescentes bastante interessados em uma estátua de... eu não sei o que é aquilo – Mas eu não entendo porra nenhuma disso e nem sabia que Luke entendia. – Jade solta um riso.
— Ele não entende essas coisas abstratas, na verdade, ele só gosta de grafite. – Paro de andar e me viro para a garota, chocada, tudo ao nosso redor grita arte abstrata.
— Que merda fazemos aqui então? – Ela dá de ombros.
— Acho que essa era a ideia de um encontro perfeito de Luke.
— Mas nem você e nem ele gostaria de estar aqui. – Afirmo, Jade não nega, principalmente desde que Luke sumiu com Samuel há dez minutos dizendo que iriam "ao banheiro".
— Ele tá se esforçando – Ela morde os lábios – E vi a página no google de um encontro perfeito no celular dele. – Solto uma risada.
Voltamos a andar, atravessamos um corredor e passamos na frente do banheiro, o local vazio, sem filas como imaginávamos, Jade me puxa em direção a uma tela colorida formando diversos desenhos geométricos, pelo menos esse eu entendia.
— Então, como tá indo o encontro pra você? – Cruzo os braços.
— Tirando que só falei duas frases com Samuel, tudo ótimo. – Jade suspira e a olho confusa, conheço-a tempo o suficiente para saber que algo a incomoda. – Desembucha, o que está acontecendo? – Jade vira o rosto na minha direção e seu rosto começa a ficar vermelho.
— Nada, só... – Ela desvia o olhar de volta para a tela e fala em um sussurro, que se eu não estivesse tão próxima de si, não teria ouvido: - Estamos saindo a alguns meses, as coisas estão boas, cada vez melhores, nos damos bem, mas tem alguns momentos que eu esperava que estivéssemos mais... mais sabe?
— Mais o que? – Ela respira fundo e se vira completamente na minha direção.
— Com seu primeiro namorado. – E único, adiciono mentalmente – Quando você sabia que era hora de dar um passo adiante? – Franzo a testa.
— Um passo romanticamente falando ou sexualmente falando?
— Os dois? Eu acho.
Mordo o lábio e desvio o olhar para sobre seu ombro, onde encontro Samuel e Luke na área infantil jogando bola com duas crianças, não sei se acho fofo ou fico com raiva.
— Eu não sei também. – Volto a olha-la a tempo de vê-la murchar em decepção, mas preciso ser sincera, por isso acrescento: - Nós nos conhecíamos desde criança, éramos melhores amigos e... algumas coisas nos aproximaram. – Não dou tempo para ela perguntar que tipo de coisas. – Quando eu vi, eu tava apaixonada por ele, admiti quando estava bêbada, ele admitiu de volta e ficamos juntos.
— Sem pedido de namoro?
— Não, mas era porque a gente era... diferente. – Ela franze a testa. – É difícil explicar, mas para nós não precisava de um pedido de namoro para falar que estávamos namorando.
— E isso é normal? – Dou de ombros.
— Acho que depende do casal. Mas escuta, você e Luke brigaram e deram um tempo porque ele não se sentia seguro consigo mesmo, e quando vocês voltaram, Luke ainda não estava 100%, eu achei perigoso, mas é visível que vocês estão melhores juntos do que separados, mas isso não significa que Luke esteja seguro para dar esse passo adiante, e não por culpa sua, mas porque ele não quer pedir no momento errado e estragar tudo de novo.
— Faz sentido. – Jade murmura.
— Mas no final Espanha. – O apelido a faz erguer o olhar para mim. – Uma denominação do que são não importa, o que importa é o que vocês sentem um pelo outro, se ele é fiel e se faz bem para você... e sobre o sexo. – Sussurro a palavra, sabendo que ela ficaria vermelha que nem um tomate se eu falasse mais alto. – Não da para saber quando é a hora, não da para agendar e nem pense em forçar, quando você sentir que é a hora, então converse com Luke, sobre tudo, o mais importante em um relacionamento é a confiança e a sinceridade. – Engulo em seco. – Um relacionamento sem isso, pode acabar da pior forma possível.
— O seu acabou por isso? – Os olhos verdes e doces de Jade me encaram, curiosidade brilhando neles e me sinto mal por não poder responder-la.
— Ei. – Nos viramos quando a voz soa. Samuel e Luke se aproximam de nós, quase beijo-os em agradecimento por isso. – Já querem ir?
— Sim. – Jade se vira para Luke e cruza os braços. – Se divertiu jogando bola? – Pela primeira vez na vida, vejo o garoto ficar sem jeito.
— Ah... – Leva a mão a nuca, em desconforto. – Sim? – Solto um riso, Jade revira os olhos e segura a mão do garoto, começando a arrasta-lo.
— Você vai me pagar uma torta. – Samuel e eu seguimos atrás do casal em silencio, ouvindo-os discutirem.
— Foi mal, museu não é muito minha praia. – Samuel murmura ao meu lado, solto um suspiro e tento melhorar minha cara, abrindo um sorriso leve.
— De nenhum de nós quatro pelo visto.
— Pelo menos beber é.
— Eu não. – Jade afirma por sobre o ombro coberto por uma jaqueta jeans clara, Luke solta um riso, fazendo a morena o olha brava. – O que?
— Você sabe que me perdoou quando estava completamente bêbada, né?
— Eu não estava completamente bêbada, só um pouco alta. – Consigo ver Luke erguer uma das sobrancelhas enquanto saímos do museu e entramos no estacionamento. – Sério? Então eu tive uma péssima ideia porque estava bêbada? Porque eu posso mudar e... – Luke passa os braços por sobre os ombros de minha amiga e solta uma risada.
— Não, só quis dizer que você bebe ocasionalmente e na verdade é muito divertida e sensata quando está alcoolizada. – Dá ênfase.
— Tá, mas hoje eu não vou beber.
— Zoela me passa mais um shot! – Encolho os ombros quando Jade grita em meu ouvido, mesmo estando exatamente ao meu lado.
— Você já não bebeu demais? – Grito de volta, em um tom mais moderado, apenas para ser ouvida sobre a música do bar, Jade leva as mãos a cintura.
— Quem disse? – Ergo a sobrancelha e a analiso.
Seus cabelos ondulados armaram por causa do calor e ela os prendeu em um coque no topo da cabeça, a jaqueta jeans clara da mesma cor da calça está amarrada na cintura e a blusa de lã verde que vestia por baixo dessa ficou perdida em algum lugar, quando ela a tirou, no terceiro shot, soltei um grito, achando que a garota ia ficar só de sutiã, nunca fiquei tão feliz por ver uma regata branca na vida. Seu rosto está soado, alguns fios de cabelo grudam nele e um pouco de rímel escorreu.
— Seu estado. – Jade bufa e se vira, provavelmente indo atrás de Luke para o convencer a dar outra bebida, penso em ficar preocupada, mas então lembro que o garoto parece ficar mais mau humorado ainda quando bêbado, me apoio no balcão.
O bar escolhido por Samuel é no centro universitário próximo a BNU, o que é um alivio já que nenhum de nós provavelmente estará sóbrio o suficiente para dirigir uma longa distancia no fim da noite. O local é pequeno, havia até uma fila de espera quando chegamos, a decoração é em homenagem a Irlanda, tudo em tons de verde, e o bar ocupa metade do espaço, a outra ocupada por uma pista de dança lotada onde Jade sumiu com Luke após o encontrar conversando com alguns caras do time. Todo mundo aqui tem nossa idade, não sei se isso é algo bom, mas o barman é.
— Outro mojito? – O barman ruivo se inclina na minha direção, um sorriso brilhante em seu rosto.
Inclino a cabeça e mordo o lábio, quero outra bebida, mas se elas vierem com um guardanapo com seu número que nem as anteriores -ele não desistiu após me ver amassar cada um deles-, será desconfortável.
— Nos vê uma rodada de shots de tequila. – Olho surpresa para Samuel que se senta no banco recém vago por Jade ao meu lado. O garçom ruivo se afasta, sem sorriso, e ergo as sobrancelhas para Samuel. – O que foi? – Apoio um cotovelo no balcão e a cabeça na mão, olho para ele, as luzes verdes parecem o deixar mais bonito.
— Quem disse que eu gosto de tequila? – Ele sorri e imita minha pose.
— Prefere vodka? – Solto uma lufada de ar e reviro os olhos.
— Não, não quero nada que me lembre da Russia nos próximos meses.
— Isso foi bem especifico. – Desfaço a pose quando seis copinhos de vidro são postos a nossa frente. Uma garçonete serve a bebida nos copos e empurra dois pedaços de limão e um potinho de sal, na nossa direção e depois se vira. Franzo o nariz para a bebida. – Com medo? – Olho para ele em choque.
— É claro que não, o que ela pode me fazer? Me morder?
Ele não precisa saber que o primeiro e pior porre da minha vida foi com tequila, acabei ficando de castigo e fiquei tão traumatizada que nunca mais bebi um gole dessa bebida.
— Não, mas pode te dar uma cirrose ou entrar em coma alcoólico. – Reviro os olhos.
— Agora sim irei beber. – Samuel ri. – Foi divertido lá no banheiro? – Franzo o nariz, que ótimo assunto.
— É, fiz muitos amigos na fila de dez minutos enquanto quase mijava nas calças. – Solto uma risada. – E você? Divertindo-se cuidando de Jade bêbada? – Solto um resmungo. – Ela bebeu o que? Cinco drinks?
— Três, e um deles tinha coca cola. – Samuel gargalha.
— Ok, entendi, você tem medo de passar vergonha se beber um pouco mais. Você aguenta o que? Dois shots? – Olho para ele chocada.
— Dois shots? Quem você acha que eu sou? – Ele ergue as mãos em rendição.
— Só estou dizendo, se você não aguenta, não tem...
— Não aguento? – Solto um riso e me viro para ele. – Eu aguento mais que você. – Quando o vejo semicerrar os olhos, descubro algo que temos em comum: odiamos ser desafiados.
Essa novidade me faz sorrir.
— Um desafio? – Seu sorriso se torna malicioso enquanto ele se inclina na minha direção, nossos joelhos se encostando.
— Aposto cem libras que aguento mais shots de bebida sem tropeçar ou ficar tonta, do que você. – Ele nega com a cabeça.
— Eu não quero cem libras. – Franzo a testa.
— Não?
— Não. – Ele se inclina mais. – Se eu ganhar, quero um beijo seu.
Eu deveria ficar surpresa e negar, mas talvez seja os dois mojitos que bebi antes ou apenas meu eu competitiva e confiante, que me faz apenas abrir um sorriso e concordar. Seus olhos parecem brilhar, a música e as pessoas ao nosso redor parecem ter sumido enquanto nos encaramos em desafio.
— E quando eu ganhar. – Ele ergue as sobrancelhas. – Quero que consiga uma entrevista com todos os caras do time, principalmente com o capitão, antes do jogo da final. – Ele parece surpreso e até um pouco decepcionado.
— Não consegue deixar seu eu jornalista de lado né? – Dou de ombros e pego o primeiro shot.
— Ele é quem faz eu ter dinheiro no bolso, comida na barriga e um carro, não você, foi mal. – Penso que ele ficará ofendido ou algo do tipo, mas ele apenas balança a cabeça, abre um sorriso e pego outro copo. – Pronto?
— Sabe que pelo meu físico, eu aguento mais que você né? – Reviro os olhos.
— Você é um jogador, não está, ou pelo menos não deveria, estar acostumado em ingerir bebidas alcoólicas em grandes quantidades. – Ele dá de ombros. – Além disso, você não conhece meu passado. Virando no três, 1, 2...
Com minha visão dupla, foi um milagre eu ter conseguido chegar até a irmandade sem causar nenhum acidente.
Desligo o carro, pego a chave, a bolsa e os saltos, que tirei para conseguir dirigir, e abro a porta do carro, indo junto para frente e quase caindo de cara no chão se não tivesse segurado na maçaneta.
— Cazzo. – Xingo enquanto tento recuperar o equilíbrio e saio do carro.
Olho para o jeep branco estacionado a minha frente, felizmente com nenhum arranhão, mas acabei estacionando em duas vagas, por elas serem contadas, com certeza vai gerar uma discussão com Scarlett amanhã.
— Foda-se. – Me viro, tropeço para o lado e mais devagar que uma tartaruga, caminho em direção a varanda da Beetles, tenho que pegar a chave reserva para conseguir abrir a porta.
A casa está quieta e escura, e preciso ligar a lanterna do celular para achar o caminho sem esbarrar em nada, ou todas estão dormindo, ou -a mais provável- estão em alguma festa ou quarto por aí.
Subo as escadas devagar, tropeço em dois degraus e caio de joelhos no ultimo, causando um estrondo alto e um gemido de dor da minha parte.
— Deus, se a bruxa não tiver ouvido, eu prometo nunca mais beber. – Sussurro, me apoio no corrimão e de pé, corro até meu quarto, a porta fecha em um estrondo atrás de mim. – Puta merda. – Fecho os olhos, tanto pela dor que atinge a minha cabeça quanto pela situação.
Felizmente Yelena se foi durante o almoço, ou estaria me xingando de todos os nomes possíveis em russo, ou seja, qual língua estranha ela fala. Largo minhas coisas no chão e sentindo todo o cansaço do dia, junto com as dezenas de shots de tequila que tomei, me jogo de cara no colchão, desejando hibernar por alguns meses.
Infelizmente, não consigo dormir rápido como eu gostaria, minha mente está a mil repassando todos os momentos a noite no bar. Samuel, na verdade, foi um ótimo competidor, mas acabou perdendo para mim no vigésimo primeiro shot, o que foi uma péssima ideia dado meu estado atual e futuro na manhã seguinte, mas não foi um perdedor completo, já que no meio da minha comemoração e alegria, acabei beijando o cara e dessa vez, não foi movido apenas a bebida.
Abro um sorriso quando lembro das conversas idiotas e engraçadas que tivemos entre um shot e outro e de quando ele e Luke tentavam arrastar eu e Jade para o carro, acabou que a morena precisou de ajuda dos dois para chegar ao veiculo de Luke, o mais sóbrio entre nós, e ir embora após cair duas vezes no chão e vomitar uma vez no caminho. Seu irmão vai matar um de nós quando a ver, por isso preferi fugir para casa.
Solto um suspiro e me viro, ficando de barriga para cima, solto um suspiro e me sinto finalmente cair no sono, que dura poucos segundos antes que eu acorde com duas batidas na porta.
— Scarlett é só entrar. – Murmuro, não sentindo minhas pernas após passar o dia todo de salto. A ruiva não me ouve e apenas bate de novo. – Tá aberta. – Falo mais alto dessa vez, mas quando a batida se repete, solto um palavrão e abro os olhos. – Acho bom não ser uma brincadeira se não mato você. – Resmungo enquanto me levanto e aos tropeços, vou até a porta – Qual a dificuldade de girar a maçaneta e... – Perco a fala quando abro a porta e não encontro Scarlett.
Dou um passo para trás, minha mão caindo inerte ao meu lado do corpo e olho a figura a minha frente dos pés a cabeça, quando chego em seu rosto, preciso semicerrar os olhos para identificar a figura embaçada e má iluminada pela luz da lua que vem da janela no final do corredor, mesmo assim, o perfume que invade meu nariz me faz arregalar os olhos.
— D-Dante? – Não enxergo seu rosto direito, mas pelo tom de voz, sei que está com um sorriso irônico no rosto.
— Surpresa.
Dante na área meus amores, quem está gritando? Espero que estejam prontes para o mistério envolvendo essa aparição dele.
Hoje finalmente a tia aqui vai se vacinar e já chorei duas vezes antes da hora, só gostaria de dizer viva o sus! Por favor, vacinem-se, isso não é questão de política, é questão de salvar vidas! Então quando sua hora chegar, bora virar jacaré (brincadeira em, mas só a parte do jacaré).
É isso por hoje amores, vejo vocês no sábado com um capítulo do passado da primeira vez que Zoe e Dante se viram!!
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