Gente, não coloquem a musica agora, eu vou avisar quando for para começar. Boa leitura.
🌼🌼🌼

Despertar naquela segunda-feira era como uma enxurrada de expectativas. Abri os olhos absorta de tudo, levada pela rotina na certeza de que sairia de minha casa e encontraria Blake esperando na calçada.

Troquei de roupa e desci as escadas correndo, com a música ecoando pelos meus ouvidos.
Mattew estava deitado na bancada com uma tigela de cereal intocada a sua frente. Peguei a vasilha levando uma colherada a minha boca e logo depois batendo em sua cabeça para que acordasse, então peguei mais uma colherada enquanto ele estava sonolento demais para brigar comigo.

- Bom dia, flor do dia! - falo rindo dele e comendo mais de seu cereal.

- Ei,  meu cereal, sua delinquente juvenil.  Vai arranjar sua comida! - falou puxando a tigela de minha mão.

Continuei rindo enquanto pegava morangos na geladeira. Lavei-os,  tirei dois e joguei na comida do meu irmão.

- Justiça - falo rindo e me viro para pegar leite.

- Hope.

- Oi - falo ainda de costas para ele.

- Bom dia. - fala e rio.

Termino de comer, escovo os dente e calço meus tênis, que estavam jogados pela sala. Pego minha mochila e abaixo o volume nos fones indo até a entrada da casa. Abri a porta e todo meu bom humor se esvaiu junto da ação.

Não era mais um início de aula como todos os outros de minha vida e nem mesmo uma manhã comum. Blake não estava me esperando na porta com aquele sorriso divertido e um pacote de balas que dividiamos todo primeiro dia de aula desde que entramos na escola, o que fazíamos no intuito de melhorar o dia. A questão é que nunca foram as balas que melhoraram o meu dia, sempre foi ele, Blake Gray era o remédio para meu mau humor e era também o motivo de meus maiores sorrisos e mais francas risadas.

Aumentei o volume no fone atravessando para a calçada oposta. Segui pelo caminho de sempre encontrando com meus amigos. Pausei a música guardando meus fones. Seguimos para a escola conversando, cantando e rindo, como sempre. Virei a esquina vendo a imponente construção sobre nós, seus grandes portões me causando o típico frio na barriga. Assim que passamos sob ele tenho a visão mais nauseante de toda minha vida, Blake, Tayler, Mark e uma loira de cabelos curtos estavam no terceiro banco, contando a partir de mim. Os garotos riam de forma estranha, Tayler segura a gola de Blake e diz algo ao garoto que assente indo até a garota. Ele a segura pela cintura e beija-a sem dizer uma plavra. Minhas pernas já não parecem tão firmes quanto antes e me desvio para o corredor, com as mãos firmemente fechadas em um punho.

Se Ammy não tivesse me guiado até meu armário, começando um assunto qualquer sobre as atividades extras, não tenho certeza do que seria da minha sanidade mental remoendo e repetindo a cena na minha mente. Minha vontade era de socar o armário a minha frente, ele parecia implorar para que eu o fizesse, e não tenho ideia do motivo de ter ficado tão irritada.

- Hope, meu amor, olha para mim. Ele era seu amigo, ERA. O que quer que ele faça, não deixe que te afete. Ele não é mais digno de nenhum sentimento seu, ele foi seu melhor amigo, mas, se ele mudou isso, foi por que quis. - fala e eu concordo com a cabeça sem me sentir muito certa sobre conseguir fazer o que ela me pediu.

- Hey Sunny giiirls!!! Tenho aula com vocês. - Ally fala sorridente mas logo murchando ao olhar para mim. - o que houve honey bunny?

- Blake - Ammy fala e Ally parece entender.

- Acho que vai gostar de saber que o primeiro horário é de História. Vamos, você não vai querer perder sua aula favorita. - fala me puxando pelos corredores. Ally parecia mais animada que o normal, o que me fez sorrir. Eu não tinha motivos para ficar mal, Ammy estava certa, Blake fez uma escolha, não ter ele não pode tornar minha vida chata e nem me causar mau humor. Eu não fiz nada de errado, eu tenho amigos e uma vida incrível, não posso ficar gastando meu tempo com isso.

- Mais rápido, quero falar com o Sérgio antes de começar a aula. - rio largando a mão de minha amiga e correndo pelos corredores, logo sendo acompanhada pelas outras. Nós estávamos rindo e correndo, tentando alcançar umas as outras, e foi naquele momento em que eu me senti a garota mais sortuda de todo o mundo, sortuda por ter aquelas meninas sempre comigo,  sortuda por ser incrivelmente feliz ao lado delas.

Atravessamos a porta tentando desacelerar mas quase trombando no professor. Parei de pé em frente a sua mesa, Ammy agarrada ao batente da porta e Ally caída no chão.

- Bom dia, Sérgio. - falei ofegante com um sorriso no rosto.

- Bom dia meninas... - estava com a testa franzida mas com um sorrisinho de quem queria rir no rosto. - Ally, está tudo bem com você?

- Tuudo certo - falou e sentando no chão. - E você?

- Bem - falou esticando a mão para ajudá-la.

- Estávamos com saudades, professor. - Ammy falou se aproximando.

- Tanta saudades que precisavam correr dessa maneira?  Onde está Loren?

- Não tem aula com a gente esse horário. - respondo.

- E seu filho, como vai, professor? - Ammy pergunta.

- Ammy!!! - eu e Ally falamos ao mesmo tempo, repreendendo-a.

- Tudo bem, desculpa, só queria saber como vai o menino!

- Bem, Ammy. Ele está bem. Vão se sentar que eu vou começar a aula.

🌼🌼 Colocar a música agora🌼🌼

O terceiro horário acabou e saímos da sala em direção ao pátio. Eu e Ally fomos direto para a mesa, já que haviamos trago lanche de casa. Atrsavessamos o pátio em direção à nossa mesa no gramado onde sentamos desde o sétimo ano. Não estava vazia, de longe podiamos que fosse um dos meninos, mas eu reconheceria o garoto de cabelos dourados em qualquer lugar.

- Blake. - falo atraindo a atenção da morena ao meu lado. Respiro fundo - espero que ele tenha errado de mesa, por que aquele loiro oxigenado não vai sentar na nossa.

Me aproximo tomando a atenção do garoto. Coloco a bandeja na mesa o encarando.

- Está ocupada. - fala me olhando nos olhos.

- Sim, por mim. E por meus amigos, acontece que você não é nenhum dos dois. Será que precisa de um mapa para encontrar seu lugar ? - falo e o garoto levanta uma sombrancelha.

- Hope,  a gente pode sentar em outra mesa.

- Não, a gente não pode, Ally. Essa é a nossa mesa, se ele quer ser amigo dos fuckboys ele vai sentar na porra da mesa dos fuckboys. Se quiser eu te mostro o caminho, caso seu cérebro, assim como imagino, não esteja funcionando. É no meio do pátio, ao lado da máquina de comida. Boa viagem! - falo e o encaro nos olhos  com toda a raiva que sentia.

O encaro, o encaro, eu iria explodir a qualquer momento. Meus amigos pareciam se aproximar da mesa. E então ele faz a última coisa que eu esperava. Levanta-se se inclinando sobre a mesa com um sorriso cafajeste no rosto.

- Calma, gatinha, pode ficar com a mesa. Me liga quando estiver a fim de descontar essa raiva toda na cama. - fala e pisca - Está precisando relaxar.

Minhas mãos se fechavam em um punho enquanto ele falava. Apertava tanto que não duvidava que minhas mãos sangrassem com a pressão das unhas. Meu maxilar estava travado e eu estava prestes a socar o garoto quando ele saiu da mesa rindo e eu desabei com toda minha raiva sobre o banco de concreto.

Palavras sem sentido, dos meus amigos, ecoavam pela minha cabeça sem que eu pudesse compreender as frases que se formavam. Era tudo um embaralhado de palavras que ecoavam na minha mente como se não tivessem significado algum. Apenas sabia que se direcionavam a mim e, talvez tenham notado meu estado de confusão, talvez não, mas esperavam que eu respondesse algo que nem ao menos compreendi. Foi então que minha cabeça começou a latejar, quase como se fosse espremida, e abaixei-a na mesa sentindo como se tudo tivesse se apagado a minha volta.