15: this world always give me love & fear
(N/A): eu tô CHOCADA em como a tradução dessa música combina TANTO com a fic (fingindo que não fiquei meses fora e conversando de boa
Yang Jeongin sempre se sentiu meio vazio. Como se estivesse faltando algo nele. Aos seus quatorze anos, ele teve certeza.
Os pais de Jeongin não eram pessoas ruins. De verdade, estavam longe disso. Apesar desse fator, não eram tão presentes quanto ele gostaria. Yang Jeongin era o tipo de pessoa que parecia ser aberto com todos, descontraído e extrovertido, do tipo que fala pelos ares. E ele era assim, até certo ponto, mas apenas fora de casa. Quando criança, era tímido. Os pais não se preocupavam em tentar fazê-lo se abrir com eles, então ele nunca aprendeu a destrinchar seus sentimentos. Depois de um tempo, achou que nem era mais necessário.
Ele parecia bem assim. Pra que pensar sobre sentimentos? Algo tão complicado, por que ele deveria perder tempo com isso?
Yang Jeongin tinha uma memória boa. Ele se lembrava de cada pessoa que já tinha beijado. E também se lembrava de tudo que escutou de cada uma delas. Mas, de todas as pessoas com quem tinha compartilhado momentos, a primeira garota depois do seu primeiro beijo (O de verdade) era a que mais aparecia em sua cabeça. Não o rosto dela, nem seu nome, muito menos o seu beijo. Mas o que ela disse pra ele, logo depois de ser recusada.
— Eu acho que não quero. Acho que estou começando a gostar de alguém... — Foi o que Jeongin disse pra ela, logo depois de ela se declarar. Ele ainda era novo com sentimentos. Sempre foi.
Jeongin começou a querer entender sentimentos — genuínos e inocentes, — quando conheceu Seungmin depois de se mudar, ambos ainda crianças. E ele queria muito ter continuado assim.
— É sério? Isso nem faz sentido. Você não sai com ninguém além do... — A garota o olhou surpresa. Jeongin não lembrava o nome dela. Nunca ligou. — Entendi. É o Kim, não é?
Jeongin não respondeu. Não era próximo dela pra comentar de algo tão íntimo quanto o que sentia. Ele só conseguia falar disso com Seungmin. Ele era o único que o incentivava a isso.
Foi quando a garota riu. Hoje em dia, Jeongin conseguia ver com outros olhos o que ela tinha feito. Porque ela agiu daquele jeito. Ela estava de coração partido, então agiu de maneira imatura. Mas, independente do quão bobas as palavras soem, e mesmo que não tenham o propósito de causar tanto dano, elas podem doer muito.
— Sabe que nunca vai dar certo, não é? Vocês são muito diferentes. Eu diria que completamente opostos. Qualquer um vê isso. — Jeongin quis retrucar. Mas não conseguiu dizer nada. Ela percebeu, e continuou. — Eu duvido que ele vá querer algo com você, e mesmo se quiser, aposto que vai dar errado. Ele é seu melhor amigo, não é? Tá mesmo disposto a perder ele por algo que nem começou?
É assustador como poucas palavras podem se arrastar na mente de alguém por tantos anos. Essas se arrastaram na mente de Yang Jeongin por muitos, estavam sempre ali, presentes, no fundinho dela.
Jeongin aceitou o beijo daquela garota. O que quer que eles estavam tendo, não durou muito. Ele foi grato por isso. Não gostava dela. Nunca gostou de ninguém.
Com o passar do tempo, sua lista foi aumentando. Ele procurava, incessantemente, um jeito de tirar aquele sentimento angustiante do seu peito. Sem respostas, ele ia de pessoa pra pessoa, achando que encontraria a solução em alguma delas. Nunca encontrando.
Foi ouvindo coisas cada vez piores. De cada pessoa que beijou, e quis algo mais com ele, ouviu palavras duras sobre como ele era alguém fútil, patético, que usava dos outros pra se livrar do vazio que tinha. Ele sabia que era verdade. Ou pelo menos acreditava que era.
Hyunjin foi a única pessoa a não dizer esse tipo de coisas pra ele. Hyunjin conseguiu sim, se tornar algo mais do que um simples alguém que Jeongin beijou. Se tornou um amigo. Jeongin tinha seus amigos, mas, sentia que já tinha montado uma personalidade tão ridícula na frente deles, que se sentia vulnerável demais pra expor tudo que vinha sentindo a tanto tempo. Sabia que eles ouviriam. Sabia que tentariam entender. Mas, de novo, Jeongin não gostava de destrinchar sentimentos. Não desde que tentou mudar os seus por Seungmin.
A primeira vez que falou de Kim Seungmin para Hyunjin, foi no dia que, ao mesmo tempo que estava em uma festa com os amigos, sabia que Seungmin estava em um encontro com Bang Chan.
— Ele saiu com ele. — Jeongin disse. Era noite. A festa ainda rolava, mas ele já não sentia mais vontade de estar lá.
— Quem saiu com quem? — Hyunjin perguntou, preparando uma bebida para si. Estavam na cozinha, poucas pessoas ao redor, com a música distante pelo cômodo da festa ser mais aos fundos da casa do Hwang.
— Seungmin. Com aquele veterano, Chan. — Ele só despejou as palavras. Não sabia direito porque estava falando disso, agora, e ainda mais para Hyunjin.
Se sentia confortável naquela amizade. Talvez porque já tinham ficado, e mesmo que Jeongin tenha o recusado, Hyunjin o tratou como alguém normal. É. Com certeza era isso. Jeongin se sentia patético.
— Hmm. Isso te incomoda? — Hyunjin perguntou, se apoiando na bancada da cozinha, tomando um gole da sua bebida.
Jeongin não respondeu. Hyunjin não insistiu. Estava escrito na cara do Yang, não precisava de muito. Depois disso, Hyunjin chamou um uber pro garoto, e disse para ele descansar. Alguns minutos depois de chegar em casa, Jeongin viu Seungmin chegando com Chan.
Seu estômago revirou.
Depois disso, continuou falando sobre Seungmin para Hwang Hyunjin. Muitas vezes. Mas em nenhuma delas ele dizia muita coisa. Eram sempre diálogos quase insignificantes, se Hyunjin não fosse atencioso, porque, considerava Jeongin seu amigo. E porque conseguia ver que ele precisava de ajuda.
Mas, de todas as conversas que teve sobre o Kim para o outro garoto, a mais importante aconteceu dias antes da festa de Hyunjin. A festa em que o Yang beijara Seungmin.
— Sabe, Jeong. Devia chamar Seungmin. Ver o que rola. — Hyunjin estava segurando isso há meses. Escutava atentamente tudo que o amigo dizia, e era cuidadoso com o que respondia, mas sentia que podia fazer mais por ele.
— Ah. Ver o que rola? Não sei, Jin... — Jeongin estava incerto. Ele sabia que Hyunjin entendia de certa forma o que ele sentia ou pensava, mesmo que ele próprio não entendesse muito.
— É sério. Eu acho que aquele veterano lá, Bang Chan, vai chamar ele. E, olha, não é por nada não, mas ele tá tentando já faz um tempinho algo com o Seungmin... Sei lá, talvez seja hora de você... Arriscar.
Jeongin riu amargo. Não era justo. Hyunjin também sabia que não devia ser, mas não queria por isso em discussão. A vida não era justa, de qualquer forma.
— Não. Esquece. Deixa, se for pra algo acontecer entre eles, vai acontecer. Não tem problema, sério. — Jeongin tentou rir de novo, e Hyunjin o encarou preocupado. — No final da noite eu vou arranjar alguém pra ficar. Quem sabe dessa vez eu não me sinto menos vazio, não é?
Ele disse em tom de brincadeira. Brincava muito sobre isso, e, por mais patético que se sentisse, Hyunjin não o via dessa maneira. Então, decidiu dizer o que pensava a muito tempo.
— Olha, Jeong... Eu sei que você já se conformou que se sente assim há muito tempo, e eu não quero me intrometer nos seus sentimentos, mas, se você me permite... — Jeongin o olhou, e Hyunjin tomou isso como incentivo pra continuar — Eu não concordo. Eu não acho que você seja vazio. Pode achar que se sente assim, mas já tentou descobrir se não é exatamente o contrário? Eu acho que você tá tão cheio de sentimentos dentro de você, e tentando tanto, de verdade, esconder eles dentro da sua cabeça, que já deve ter feito até buraco. — Ele riu um pouquinho, mas Jeongin o encarava sério. — Eu acho que você tem muito a descobrir, muitos sentimentos pra deixar transbordar. Essa sensação de vazio, deve ser a junção de tudo aquilo que você tá se evitando sentir. Você tem o que sentir. Só não tá deixando isso acontecer.
Em uma cabeça que intercalava constantemente entre não saber a diferença entre amor ou medo, Jeongin sentiu algo mudar.
Talvez fosse isso. Talvez ele devesse simplesmente... se deixar sentir.
(N/A): OK!! eu sei que ainda tem MUITO a se discutir sobre o que o jeongin sente, em relação a si mesmo e ao seungmin, e algumas pontinhas pra explicar, mas esse capítulo fica por aqui porque ele tá MUITO grande. é que de repente eu senti uma epifania e precisava escrever antes de desistir.
OI, QUANTO TEMPO!! nesse meio tempo minha vida mudou muito, e eu quase perdi o gostinho por escrever, mas ver que muitas pessoas ainda chegam aqui, leem o que eu escrevi antes, e ainda querem continuar essa fic aqui, me incentivou a voltar a fazer o que eu gosto :(
essa fic é complicadinha porque, como já devem ter visto no meu mural, eu não sei o que vai ser do fim dela kkkkk eu sinto que tem um final que faria sentido, mas ao mesmo tempo, não gosto de histórias de amores reais. e sei que ninguém aqui gosta de final triste, então tô desenvolvendo isso com carinho.
não sei quantos capítulos faltam, mas são pelo menos, menos que 20.
obrigada por me esperarem e continuarem lendo!! vejo vocês no próximo!
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