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O maior desejo de Jane

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LUCILLE

— Eu o encontrei.— Jane me contou, há um dia atrás. Algo útil finalmente surgiu, e não acredito que criei expectativas de que algo grandioso estaria por vir.

É um tanto quanto frustrante, para ser franca. O vento levanta minha capa e traz areia para os meus olhos, obrigando-me a piscar em busca de um alívio do incômodo. Estamos no meio do nada, o clima aqui é seco e a cidade é extremamente pobre. Sinto o fedor de carniça e frutas estragadas e é impossível deixar de franzir o nariz, com nojo.

— Tem certeza que é aqui?— perguntei a Jane. A lua cheia está no pico e eu a olhei brevemente. Apesar do céu ser maravilhoso, jurei para mim mesma nunca mais vir a este lado da Africa.

— Tenho.— ela respondeu, obstinada, e entrou no casebre que parece um lugar abandonado e ainda por cima assombrado. De mau gosto, a segui e deixei que a porta batesse nas minhas costas. Talvez, se Alec estivesse aqui, eu não sentiria tamanho agouro, mas Jane me trouxe às pressas e Alec estava acompanhando o novato para o seu primeiro treinamento. Primeiro no castelo, porque nós sabemos que ele sabe lutar.

O lugar era iluminado por velas pretas, mas não éramos nós que precisávamos delas para enxergar as quinas, o casebre não devia ser maior do que um de nossos banheiros em Volterra. O tanto de tralhas espalhadas tanto no chão quanto nas estantes me remetia a um lixão. Isso poderia ser um empório, mas acho que ninguém se interessaria por tantas tralhas que passavam uma energia ruim como a estatueta de demônio sobre o balcão aos fundos que parecia zombar e amaldiçoar quem a olhasse demais. Quando chegamos ao balcão, bati na estatueta com as costas da mão e a derrubei no chão.

— Não parece muito prudente tocar nessas coisas.— Jane disse com indiferença, ainda sem me olhar.

— O que ela vai fazer? Me matar?— levantei a sobrancelha e nós baixamos nossas toucas. Olhei de rabo de olho para a estatueta e percebi que ela caiu numa posição perfeita para ficar me encarando.

Comprimi os lábios, desgostosa, e a chutei para longe.

Então, um homem velho e magricela surgiu do outro lado do balcão, atravessando uma cortina cheia de traças. Ele parou ao nos ver, estreitando os olhos verdes.

Nós, os seres sobrenaturais, nos reconhecemos pelo cheiro, depois a aparência, mas nenhuma dessas coisas o fazia parecer especial ou diferente. Ele tinha o cheiro de um humano qualquer, nem muito doce, nem muito atraente, como se fizesse parte do seu organismo não chamar a atenção. Ele  fede a humano e tem uma feiura que o destacaria na multidão, não há dúvidas disso.

— Sekani?— Jane questionou. O homem assentiu e se aproximou, se movia como uma víbora encantada. Meus instintos queriam me obrigar a sair, mas ignorei, curiosa com o que aconteceria.

Jane.— ele disse em italiano com um forte sotaque, indicando a falta de uso do idioma.

— É mesmo um bruxo?— pergunto em inglês para facilitar o processo.

— Não posso dizer que sou, nem que não sou.— ele diz, arregalando os olhos de um jeito sinistro e dando a volta no balcão para segurar meu rosto. Recuei e o lancei um olhar de aviso e ele parou, curvando-se teatralmente na minha frente.— É tão bela quanto fui alertado.

Uni as sobrancelhas, confusa. Sei que Jane tem trocado correspondências com este homem, mas não vejo como minha aparência se tornou algo a ser discutido entre eles.

Olho para minha amiga indagando sem abrir a boca, no entanto, sua expressão não me entrega nada.

— Viemos com um objetivo, não me faça perder tempo com xaradas. É ou não é um bruxo?— ela pergunta, impaciente. Uma brisa circula nossos corpos de uma forma que não é nada natural, considerando que o ambiente está completamente fechado. Sinto meu corpo se arrepiar de um jeito menos natural ainda.

Eu senti. Senti o poder dele e até minhas entranhas estremeceram.

— Sou um tipo de bruxo.— ele diz, nos rondando como se não estivesse fazendo o ar pesar ao nosso redor. Se eu precisasse respirar, não conseguiria, mas mesmo assim sinto um terrível incômodo por não estar o fazendo. Ele está me deixando tensa.— Um dos poucos dispostos a ajudar sua espécie.— ele sussurra na nuca de Jane.

— Outra vez, Sekani— Jane começa, impaciente— Não me importo com o tipo de magia que pratica. E, mais uma vez, pode fazer o que desejo?

— Posso, posso, posso— ele volta para trás do balcão e para de manipular o ar. O velho magricela se debruça na nossa direção. Embora tenha a aparência de um troço deteriorado pelo tempo, tem a força de um jovem.— Mas isso, minha querida Jane, terá um preço muito alto e espero que esteja disposta a pagar sua parte.

Nada bom pode sair daqui. Dou outro passo para trás pensando em ir esperar do lado de fora, mas Jane segura meu braço de um jeito que nunca tinha feito.

— Não me deixe sozinha aqui.— ela pede e, mesmo que eu estranhe a atitude insegura, acho compreensível. Eu não tenho medo, penso. Mas quem não está sentindo medo nem pensa numa coisa dessas.

Esse deve ser a noite mais desconfortável da minha vida e não se passou nem meia hora. Não gosto do que sinto neste lugar, não gosto deste bruxo.

— A sua parte, Jane...

— Eu não sou surda.— ela o interrompeu, rispidamente.— Já lhe garanti que pagarei com o que for necessário, só me tire deste corpo de garotinha.— ela me largou e se voltou para o velho, seus olhos brilhavam com tanta intensidade que ela parecia tão lunática quanto o homem que encarava.

O bruxo sorriu pela primeira vez, mostrando os dentes podres e aqueles que faltavam. Ele é nojento.

— Antes de trocá-la de corpo, minha jovem, preciso ter certeza de que entende o que peço em troca.

Eu já entendi.

— O que vai pedir em troca?— quero saber. Se vou ter que ficar aqui, tenho o direito de participar, considerando que Jane não me explicou nada além da localização deste inferno. Estou às cegas aqui.

Ambos me olham e o silêncio se estica por segundos irritantes. Não foi uma pergunta difícil, mas deixei passar porque o velho gosta de ser dramático. Seus olhos verdes poderiam ser bonitos no rosto de qualquer outro humano, mas nele só o deixavam mais esquisito.

— A partir do momento em que eu transferir a essência dela para outro corpo, está casca que restar será minha para todo o sempre.— ele aponta para Jane e ela abaixa o olhar, parecendo imersa em seus pensamentos.

— E o que pretende fazer com o corpo dela?— interrogo. Ele solta uma risadinha enigmática, digna de filme de terror.

— Não conto os meus planos e não pergunto os seus.— ele sacode os dedos em minha direção, parecendo estar se divertindo muito e eu sinto meu cabelo ir para trás da minha orelha. Estremeço de repulsa e fico com raiva.

— Não deve seguir com isso, seja lá o que esse homem estiver tramando, não será algo bom— digo a Jane, sem me importar com a indiscrição e o meu tom de voz grosseiro.— Isso é maior que você, Jane. Pode até ser que chegue a atrapalhar Aro...

— Está decisão não cabe a Aro.— ela responde com uma audácia que nunca demonstrou já que é a pessoa mais devota a Aro que eu conheço. Me surpreendi.

Suma daí, meu subconsciente dizia, mas eu não poderia deixar Jane.

Depois de tantos anos convivendo juntas, ela é o que poderia ser considerado o mais próximo de uma irmã que eu tive. Abandoná-la neste lugar, ainda que pareça sensato, também será algo que me incomodará mais do que eu desejo, eu sei.

Pode ser que eu me importe com Jane, mesmo que de um jeito muito peculiar. Não a amo porque nós não somos capazes de sentir amor; somos egoístas demais para isso. Ela ainda mais do que Alec, mas isso não é algo que me magoa.

Sei que se a situação fosse o contrário, ela sequer teria vindo comigo.

— Diga-me— olho para o velho Sekani— É um processo tão doloroso quanto parece?

Lentamente, Sekani assentiu.

— Será para todos nós... é um processo lento. A possessão.

— Qual das pobres humanas deste vilarejo você poderia querer possuir, Jane?— aponto a porta— Vamos para casa. Outro dia então voltaremos com uma mulher mais velha que se pareça com você e faremos o que deseja.

Ela balançou a cabeça, o olhar perdido.

— Não irei adiar isto nem mais um segundo, Lucille.

— Mesmo que houvesse uma moça bonita neste vilarejo que ela fosse querer, não poderíamos usá-la.— Sekani disse.

— Por que não?

— Ela é imortal. Tem que possuir um corpo imortal.

No silêncio sugestivo que se seguiu, olhei minha "quase irmã", percebendo que ela já me encarava. Uma leve dor de cabeça me atingiu. Recuei dois passos, batendo as costas em uma estante que gemeu com a força do meu corpo.

— Jane, o que está fazendo?

— Quanto tempo você precisa para fazer a troca?— ela pergunta ao homem com os olhos fixos em mim. Em um combate corpo a corpo, Jane não é nem de longe páreo para mim. Tentei anular seu dom para que minhas chances triplicassem, no entanto, havia algo me impedindo. Isso nunca tinha acontecido antes, era como se meu dom estivesse se voltando contra mim e eu não conseguia fazê-la parar. As coisas ao meu redor se distorceram como se eu estivesse presa em um espelho embaçado. Olhei para o bruxo, ultrajada e cambaleante. Fraca. Como...?

— Alguns dias, mas se começarmos agora, a lua cheia diminuíra seu tempo de espera.— ele respondeu, malicioso.— E o meu.

Foi quando entendi. É uma armadilha montada para mim e eu caí direitinho. A tontura que se instalou no meu cérebro me obrigou a me apoiar na estante em que bati as costas.

— Jane.— rosnei e a dor que Jane causava em mim se acentuava. Preparei-me para atacar, lutando contra a vontade de segurar minha cabeça e gritar de dor.— Jane, pare agora com essa brincadeira estúpida e quem sabe eu seja piedosa.— sibilei. Fiquei com medo de um jeito que eu não me sentia há muito tempo, mas não podia demonstrar. Vampiros na minha posição não sentem medo. Era a primeira vez que me sentia vulnerável desde que me tornei vampira.

— Me desculpe, Lucille, mas você tem um rosto tão bonito. Eu o quero para mim.

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