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Companheiros

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LUCILLE

Eu tinha que estar preparada para este dia, mas não estava. Engoli cactos e tentei não torturar o máximo de vampiros que eu pudesse porque não queria que Jasper sofresse também. Não conseguiríamos fugir de jeito nenhum.

Estamos cercados, pensei, o pessimismo tomando conta do meu corpo e minha alma, estamos cercados e vamos morrer. Não me permiti entrar em pânico, mas não consegui impedir. Me apavorei, nunca estive tão desesperada, no entanto, o meu medo dessa vez incluía também o medo de perder Jasper. Ele é a melhor coisa que me aconteceu, não quero que ele morra!

Chinara se aproximou de mim, imponente e orgulhosa. Ela ocultou minha visão de Jasper vestindo uma capa que costumava ser minha, e se inclinou na minha direção.

— Eu falei que ia te pegar— a bruxinha de meia tigela começa a se vangloriar.

Minha boca estava cheia de veneno. Cuspi-o na cara dela e ela se afastou imediatamente, me dando as costas. O meu veneno queimando sua bochecha.

— E eu falei que ia matar você!— consegui ficar em pé, mas Alec e Demitri se meteram entre nós, empurrando meus ombros para trás— Se quer tanto me vencer, tente a sorte com as próprias mãos, sua desgraçada! Sem truques, sem regras, só eu e você!

— Não piore as coisas, Lucille— pediu Demitri em voz baixa.

— Morra!— rosnei para ele e o caçador cerrou os dentes, parando de me olhar enquanto me empurrava.

Chinara se voltou para mim com uma jogada dramática da capa que eu mesma já fiz várias vezes quando a vestia, quatro vampiros segurando tochas se espalharam pela clareira para facilitar a visibilidade da bruxa. Incrível como ela consegue fazer tantas coisas, mas é incapaz de enxergar no escuro.

Em sua bochecha esquerda, havia uma queimadura de segundo grau, arruinando seu rostinho lindo e simétrico. Lágrimas enchiam seus olhos verdes, mais fatais do que os que seu tio possuía antes de eu incinerar o corpo dele. Continuei a tentar avançar na direção dela ainda que houvesse um muro entre nós, impenetrável. Eu não desisto nunca.

— Você tem os olhos do titio, princesa— debochei, metendo um sorriso largo no rosto— Foram as primeiras coisas a derreter quando eu o mandei para o inferno, sabia?! Ele não pôde nem gritar, porque eu já havia quebrado a porra do seu pescoço quando as chamas o engoliram, mas pode ter certeza de que não serei tão piedosa quando colocar as mãos em você!

— Acha que me dá medo?— ela responde, friamente. Suas mãos tremem e eu tenho certeza de que não é só raiva— Você não pode encostar em mim sem se queimar, sua vaca.

— Obrigada pela dica, assim só vou empalar você, enfiando uma tora bem grossa no meio da sua bu...

— Cala a boca, Lucille!— Alec me interrompeu à minha direita, me recordando de sua existência. Bati com a língua nos dentes e não tive coragem de olhar em seus olhos. Chinara sorriu para mim, o olhar alucinado. Me agitei enquanto ela ia em direção a Jasper.

— Espera.

— Ah, é isso mesmo?— ela disse, dando a volta nos seus vampiros domésticos e ficando atrás de Jasper, que a olhava por cima do ombro com absoluta repulsa— Uma pena que não possa fazer isso agora.— ela me encarou cheia de rancor e colocou as mãos dentro da camisa de Jasper, o fazendo berrar de dor no mesmo instante.

O som de algo fritando ecoou pela clareira e o loiro se debateu loucamente, sem ser capaz de se soltar ou de tirar as mãos dela do seu peitoral. Lutei para me soltar como nunca antes, mas muitas mãos me prenderam antes que eu sequer conseguisse dar dois passos na direção dele. Sibilei tantas ameaças juntas que elas se misturaram, tornando-se uma só, completamente incoerente. Enquanto ela queimava Jasper, era como se eu ardesse também.

Eu nunca perdoaria aquilo, eu a mataria nem que fosse a última coisa que eu fizesse.

— SAI DE PERTO DELE!— gritei com tanta força que fiquei rouca. Quando ela tirou as mãos do meu loiro, abriu um sorriso largo, completamente satisfeita com minha reação. Jasper ficou com a cabeça caída, ofegante e fraco. Não, não, não. Ele não, eu implorava em meus pensamentos— Sua cobra maldita...— eu cairia de joelhos se não fossem os rapazes me segurando.

— Não, não se frustre!— disse a bruxa, unindo as mãos e adiantando-se para perto de mim. Deve ter passado tempo demais com Aro, pois estava agindo da mesma maneira cínica que ele— Isso é muito bom, porque, se não fosse por ele, você não teria pontos fracos a serem explorados e tudo isso acabaria tão rápido! Seria muito frustrante, não concorda? E quem melhor para torturar do que o companheiro de sua existência, bem diante dos seus olhos? Mesmo que chegue a sobreviver esta noite, Lucille, nunca será capaz de suportar a perda dele— ela veio para o meu lado e me apontou Jasper, que levantava a cabeça, exibindo um semblante cansado e perdido.

Franzi a testa, sem entender o que ela queria dizer. Companheiro da minha existência?

Ao ver minha cara confusa, Chinara soltou um suspiro.

— Ah, sim, Aro não contou... Vocês são companheiros um do outro!— ela exclamou, como se isso explicasse muita coisa. Continuei sem entender.— Você e seu doce Jasper foram feitos para se encontrar e ficar juntos por toda a eternidade— ela se inclina um pouco mais perto, mas não abusa de sua sorte. Sabe que não pode se aproximar demais ou vou mordê-la até arrancar um pedaço— Uma vez que companheiros vampiros se acham, não podem mais viver um sem o outro e, quanto mais se convive, mais o laço fica poderoso e difícil de romper. É amor à primeira vista... só que eterno.

Eu não fazia ideia de que diabos ela estava falando, mas não era a única. Alec e Demitri a olhavam com a mesma curiosidade.

— Esses casos são muito, muito raros, Lucille.— continuou ela, ignorando o fato de que não estava convencendo todo mundo com o que falava. Nem de longe era sua prioridade, ela só olhava para mim— Não acontecia algo assim havia muitos anos, mas, quando percebemos que Jasper tinha ido atrás de você em Volterra depois de tão pouco tempo de convívio, Aro, Caius e Marcus começaram a discutir que talvez houvesse algo a mais entre os dois, considerando que era inexplicável vocês não terem se conhecido antes e ainda compartilharem um laço que só nosso querido Marcus poderia ter visto desde o começo, porque... você sabe, é o dom dele.

"Eu sabia que tinha de ter outro significado, então pedi para Marcus compartilhar tais lembranças comigo, prometendo que não me meteria em nenhuma outra... e era engraçado, porque, cada vez que ele os via juntos, sua relação se tornava mais intensa e única, progredindo lentamente. Não há nada mais genuíno do que um amor de companheiros e é compreensível que vocês não tenham entendido no começo sendo os seres naturalmente egoístas que são. Mas depois se adaptaram tão rápido um ao outro que acabaram gostando... o laço do companheirismo é algo maior do que vocês! Não tem como evitar! Vocês precisam se proteger, precisam estar perto um do outro acima de qualquer coisa."

Jasper e eu nos encaramos e muito do que ela falava fez sentido. Era como se eu tivesse achado a peça perdida do meu quebra-cabeça.

— Ouvi dizer que você nunca passou tanto tempo sem matar alguém com quem tivesse um relacionamento— ela continuava, a voz melodiosa e impertinente. Meus olhos estavam arregalados, então... Jasper é minha alma gêmea? Que porra é essa?!— Não consegui ver muito na sua mente depois da primeira vez que a invadi, só que aposto que tentou matá-lo, Lucille, mas não conseguiu. Não seria capaz de matá-lo nem se ele lhe desse motivos para tal. Mesmo se ele fosse capaz de te dar motivos.

— Você está inventando— murmurei.

— Será?— ela uniu as sobrancelhas, dissimulada. Então ela ajeitou a postura e mordeu os lábios, pensando— Então não se importa de fazer uma troca, suponho.

Como ela não continuou, me senti obrigada a interagir com o teatrinho.

— Que troca?— perguntei friamente.

— Você fica livre... mas ele não. Jasper ficará sob meu domínio até o dia que eu me cansar dele. Eu vou machucá-lo a cada momento e jamais deixarei que ele se acostume com a dor. Ele se esquecerá de você e de tudo o que viveram, não conhecerá nada além do medo. Mas você... nunca mais será perturbada por mim ou um dos meus.— ela propõe.

— Aceita, Luci— Alec disse para mim— Aceita e nós vamos para casa.

Meus amigos iriam me matar, mas não almejavam por isso. Percebi que me queriam de volta. Eles não me odeiam. Alec não me odeia. Quero dizer, isso explica a ausência de Vossas Majestades, eles sempre se recusaram a assistir a morte de alguém importante.

Mas... mas... o que....

Meus olhos procuram os de Jasper. Eu sei. Eu sei que se fosse qualquer outra pessoa, eu deixaria acontecer, porque sou egoísta o suficiente para continuar vivendo mesmo que outro sofra as consequências no meu lugar. Mas.... o Jasper? O meu Jasper? Eu ainda nem... a gente...

— Aceita, Lucille, por favor.— Demitri implorou, mas eu não conseguia parar de olhar para o loiro a tantos metros de mim. Era como se estivessem esticando minha carne para longe dos meus ossos. O que Chinara disse só pode ser verdade. Eu não quero viver sem o Jasper.

Pisco algumas vezes e olho para a bruxa.

— E se...— balanço a cabeça, não conseguindo raciocinar direito— E se ele for embora? Você já tem a mim. Não precisa dele. Ele não tem nada a ver...

Nem eu conseguia acreditar que estava falando essas coisas por outra pessoa. Mas eu falei.

— O que é que você não está entendendo!?— vociferou Chinara, perdendo o personagem indiferente que fingia ser, ela surtou, parecia que uma nuvem negra pairou sobre ela, de repente— Você tirou algo importante para mim! Agora, eu vou destruir tudo o que você ama! Há algo que você se importe mais do que ele!?

Ela esperou, as narinas infladas de ódio. Eu não soube responder. Não conseguia pensar. Chinara se virou para Jasper e ergueu as mãos. O ar a nossa volta ficou mais denso, os pelos do meu corpo se arrepiaram trazendo me o pior dos presságios.

— Espera— me debati e tive um déjà vu da caverna em que fiquei presa por dias, mas não são correntes mágicas que me seguram agora. São meus amigos. Os meus amigos que eu despedacei há pouco tempo e com certeza não me perdoaram— Espera, espera! Espera!

Eu pensei que não poderia haver tortura pior do que aquela que passei nas mãos de Sekani, mas, quando Jasper começou a gritar, era como se não tivesse nada mais doloroso na face da terra. Ouvi-lo sofrer é a pior coisa que já me aconteceu. Meu coração protestava e eu queria lutar, matar todos a minha volta, precisava que parassem imediatamente. Era insuportável. Enquanto Jasper era torturado, os vampiros ao seu redor o soltaram e o deixaram se contorcer no chão, sozinho. O empata tentou não gritar, ele lutava para não gritar, mas não conseguia. Ele rolava na neve como se estivesse sendo eletrocutado e cicatrizes se espalhavam pelo seu corpo. Ela estava ameaçando despedaçá-lo sem nem tocá-lo.

Entendi sua força nesse segundo.

— Solta ele, deixa ele, sai de perto dele!— eu gritei e implorei, completamente desesperada. Eu preciso de ajuda— Alec! Alec, por favor, faz ela parar!— eu olhei para o moreno e ele fechou os olhos com força, como se isso fosse o impedir de me ouvir. Ele pode fazer com que todos parem, se ele intervir, nós teremos uma chance!— Eu devolvo seu dom, por favor, eu faço o que você quiser, por favor, Alec. Irmão!

Participando da tortura, Tom chutava o corpo do meu loiro e seus soldados o imitavam. Jasper gritava, sem ser capaz de se defender. Eu vi seus olhos se encherem de sangue e este deslizou pelo seu rosto como se fossem suas lágrimas.

— LUCI— ele chamou por mim e eu soltei um gemido angustiado.

— Por favor, Demitri— minhas pernas não aguentavam mais me manter de pé. A fraqueza de Jasper me deixava fraca também. O desgaste me matava, me sufocava. Eu queria tampar os ouvidos, mas meus braços estavam estendidos como os de Jesus na cruz e eu não me sentia capaz de fechar os olhos ou virar o rosto— EU VOU MATAR VOCÊS, EU VOU MATAR TODOS VOCÊS!— prometi, me enchendo de fúria.

Eu percebi que estava sozinha outra vez. Ninguém me ajudaria, ninguém me salvaria. Ninguém salvaria Jasper. Eu preciso salvar Jasper. Desejei ardentemente que todos pagassem por estar fazendo aquilo com ele. Eles tem que pagar. Eles tem que sofrer. Eles tem que conhecer a dor verdadeira...

Um formigamento se espalhou pelo meu corpo, minha respiração foi ficando ofegante e lava começou a correr pelas minhas veias. Concentrei-me no dom de Jane, concentrei-me em todos aqueles que estavam ao nosso redor, nos atacando sem a menor piedade. Meu estômago se comprimiu e em minha cabeça era como se eu estivesse em um terremoto. Algo explodiu dentro de mim, como se eu fosse uma bomba sob tensão e então... chega de tensão.

Eu me espalhei naquela clareira, senti como se pudesse tocar cada um dos presentes, sentia-os na ponta dos meus dedos, sob meu domínio feito marionetes. Com toda a minha força, empurrei as mãos para baixo e de repente não era apenas Jasper que gritava e se contorcia no chão. O poder subiu a minha cabeça, e eu estava cega de raiva. Nunca fiquei tão focada, eu só enxergava vermelho.

Caí por conta da falta de apoio, mas logo me levantei, pronta para matar.

Jasper ficou encolhido no chão, ofegando e livre de qualquer magia. Chinara, seus soldados e os meus, se contorciam e debatiam. Desejei que sofressem e eles estavam sofrendo, todos eles. Avancei para atacar Chinara, no entanto, Tom se atirou contra mim. Embora estivesse com uma resistência maior contra o dom de Jane, estava mais do que evidente que não seria capaz de lutar contra mim. Empurrei-o para o lado e ele deslizou na neve.

Não.— ele gemeu e tentou me atacar de novo, mas eu o soquei, ergui seu corpo no ar e o arremessei para fora da clareira. Chinara apertava a cabeça com as mãos e seus gritos faziam parte daquele coro macabro. Em uma batida de seu coração acelerado, chutei-a na costela e ela caiu, metros a frente, seu corpo, meio humano, não aguentaria por muito tempo golpes desse jeito mesmo que eu pegasse leve.

E isso é algo que eu não pretendo fazer.

Outros soldados cambalearam na minha direção, tentando defendê-la, mas os tirei do caminho como se não fossem nada além de bêbados sem equilíbrio.

— Lucille, para!— Demitri implorava sem se intrometer na briga. O ignorei como ele me ignorou e alcancei a bruxa, sentindo meu corpo extremamente pesado.

Como os cabelos crespos de Chinara eram curtos demais, peguei sua nuca e comecei a bater sua cabeça no chão com toda a minha força. Mais resistente do que um humano e do que o seu tio, a bruxa levou três batidas para começar a sangrar. Minha mão ardia, não dá para dizer que não fui avisada: era como se eu estivesse tocando o fogo, mas ela me paga. Não importa o que eu tenha que fazer, o que eu tenha que sofrer, eu vou matá-la.

— Para— ela ordenou com a voz embolada, desnorteada. Fiquei tão perdida no ódio que me tornei um animal selvagem. Rosnava e veneno escapava entre os meus dentes.

— Você nunca mais vai tocar nele!— eu disse, cravando meus dentes no seu braço estendido em minha direção e arrancando um pedaço da carne bruxa. Minha boca queimou, mas não por tempo demais.

— PARA!— ela berrou e eu fui empurrada por uma força invisível para o outro lado da clareira. Meus pés encontraram o chão e finquei minha mão na terra com um soco, para parar de deslizar em direção ao declive da montanha. Meu dom oscilou, soldados saíram do meu controle e se levantaram, ficando entre Chinara e eu. Não consegui cobri-los novamente com a dor, o esforço me machucava. Cuspi a carne de Chinara para o lado e me preparei para lutar. Partiram para cima de mim e eu corri para eles sem piscar, sem hesitar. Despedacei corpos com tanta precisão que me surpreenderia com minha eficiência quando a adrenalina deixasse meu cérebro. Então, foram-se cinco soldados.

Mais vampiros foram libertados do dom de Jane, eu não conseguiria me concentrar em tudo ao mesmo tempo. Separei-os, usei seus golpes mal pensados contra seus próprios aliados e percebi que a desvantagem acabaria me matando.

— Lucille— Jasper tentou ficar de pé, cambaleante. Quis gritar para que ele aproveitasse a distração para fugir, mas a mesma ruiva de mais cedo, partiu para cima dele e os dois rolaram para fora da minha visão.

O meu tempo estava acabando, os soldados estavam se aprimorando mais rápido. Não, não acabou, pensei, nós não vamos morrer  aqui.

— JASPER!— chamei, tentando afastar todas as mãos que tocavam em mim. Sabia que era inútil me distrair em tal momento vital, só que eu preciso vê-lo.

— LUCI!— ele apareceu por cima do mar de cabeças dos soldados de Chinara e eu mal pude ficar aliviada já que logo em seguida, fui derrubada no chão e três estavam em cima de mim, tentando desesperadamente me despedaçar. Soquei, chutei, mordi e amaldiçoei. Uma mulher agarrou minha cabeça, se sentou no chão e empurrou meus ombros com os pés. Não sei de onde tirei forças reservas para chutar a loira de cima de mim, mas precisava muito segurar minha cabeça no lugar.

Como um anjo salvador, Jasper caiu sobre a vampira de cabelos longos que estava quase me decapitando, e virou seu pescoço cento e oita graus. O parceiro que sobrou partiu para cima do loiro e eu me pus de pé em um pulo, sentindo minha cicatrização me curar.

Minha intenção era de ajudar Jasper, no entanto, Tom se meteu entre nós num piscar de olhos.

— Você!— ele rosnou, com dois gravetos entre os cabelos castanhos e desvairados.

— Você!— soquei-o sem hesitar e ele me devolveu uma joelhada na barriga. Cambaleei e fiquei zonza. Tive certeza que Chinara estava brincando com minha mente. Sacudi a cabeça e ergui os punhos, focando a visão em outro homem importante para ela e que eu vou matar.

Em uma atitude completamente inesperada, Demitri se meteu entre Tom e eu. Pensei que ele me atacaria em conjunto com o braço direito de Chinara como da última vez e estava pronta para decapitá-lo, só que ele não estava contra mim. Ele me defendeu. Partiu para cima de Tom e arrancou sua cabeça antes que o mesmo percebesse a traição.

Fiquei surpresa por um momento, mas não tinha como demorar a me recuperar. Heidi veio para o meu lado também. Eu não entendia o que estava acontecendo e estava com medo de ser só uma armadilha; que eles só estavam tentando me enganar. Félix surgiu, arrancou os braços de um dos soldados de Chinara na minha frente e eu com certeza levei o ato como uma ameaça. Tinha de matá-los. Tinha de me proteger, Jasper ainda não retornara.

Mostrei os dentes para o grandalhão, só que Alec se aproximou também. Ele era péssimo lutando, mas eu tinha devolvido seu dom mais cedo e ele imobilizou os soldados, que eu já não conseguia mais torturar, com sua nevoa negra. Os dez vampiros que ainda tinham seus corpos inteiros, foram ao chão. Félix pegou uma das tochas caídas e começou a queimá-los.

Parei, não tinha mais com quem lutar, agora que eles passaram para o meu lado. Encarei Alec, atônita e abri a boca sem emitir nenhum som. Ele passou o polegar na própria testa e depois estendeu o mindinho na minha direção, como se fosse fazer comigo. Meu coração se remexeu.

— Eu sempre protejo você— ele prometeu e, em meio a todo esse caos, com minha mente a milhão por hora, eu o amei completamente.

— Alec— avancei para meu irmão, porém, chamas azuis o alcançaram mais rápido, o abraçando por trás como se um dragão estivesse o abocanhando. Alec foi engolido pelo fogo e começou a gritar, mas não por muito tempo. Seu corpo caiu diante dos meus olhos e eu fiquei imóvel, desconcertada. Não consegui acreditar. Não.

Alec se levantaria em um segundo e nada disso teria acontecido.

— Alec.

Eu não queria que ele morresse. Estava furiosa com ele, mas não queria que ele partisse rápido assim. Não tem como ele ter morrido.

— ALEC!— gritei, uma exigência para que ele se levantasse.

— LUCILLE!— Demitri me empurrou e nós caímos no chão antes que as labaredas nos pegassem também.

Olhei por cima do corpo de Alec e vi Chinara de pé, o braço e o nariz sangrando e fogo saindo de suas mãos.

Restavam seis soldados seus, saídos do encanto paralítico de Alec antes que fossem engolidos pelo fogo de sua bruxinha. Demitri, Heidi e Félix foram os atacar e eu tentei os torturar novamente para que os meus tivessem vantagem, embora estivesse exausta e correndo na direção de sua líder.

Meu corpo estava completamente arrepiado, todos meus instintos me diziam para recuar, mas eu continuei. Precisava vingar Jasper e Alec. Meu Alec, meu irmão se foi. Senti como se parte de mim tivesse morrido também.

Quando eu menos esperava, Chinara arqueou as costas e os seus olhos verdes se arregalaram de horror. Sangue começou a jorrar de sua boca como uma cachoeira, pintando a neve aos seus pés de vermelho. Ela olhou para baixo e ergueu as mãos para o peito. A cabeça de Jasper apareceu ao lado da sua, rastros de sangue saindo dos seus olhos. Parei de correr a seis passos de distância dos dois.

— Tá com medo agora?— meu loiro sussurrou no ouvido dela e deu um puxão brusco nas costas da bruxa, arrancando-lhe o coração. O corpo de Chinara tombou para o lado e, rápido assim, tudo estava acabado. Seus olhos verdes completamente vazios e sem brilho. Seus soldados eram jogados sobre o corpo incinerado de Alec, todos mortos.

Acabou.

Jasper jogou o coração por cima do ombro e sacudiu a mão coberta de sangue. 

— Ela não queima por dentro— ele contou com apatia.

Eu pulei em Jasper e ele não demorou a me acolher num abraço reconfortante que preencheu quase todas as lacunas. Apesar de tê-lo inteiro para mim, me senti tão triste, mal e fraca que todo o alívio de vê-lo bem foi superado em segundos. O mundo desmoronou nas minhas costas e eu não consegui ficar de pé, o obrigando a se ajoelhar comigo na neve.

— Você devia ter fugido— lhe disse.

— Eu nunca deixaria você— ele ofegava e passava a mão nos meus cabelos— Eu nunca deixaria você.— Jasper beijou meu rosto e colou nossas testas. Fiquei tão vulnerável.

— Ela matou Alec, Jazz... ela matou o Alec— quem me ouvisse, poderia jurar que eu estava em prantos. E eu estava mesmo.

Uma pena que eu não seja capaz de derramar uma única lagrima. Agora, isso é tudo que eu preciso.

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