Toda perfeitinha.
(Desculpa pelo tamanho do cap. Me empolguei kkkk mas terá só 2 então...)
Toda temporada era quase a mesma coisa.
E no fim dela tentávamos fazer uma petição para que ele saísse do programa, e éramos completamente ignorados.
E dessa forma a vida continuava.
Mas vamos começar com um pouco da minha visão de tudo isso, só pra contextualizar.
Meu nome é Penélope Blake e eu sou uma das quádruplas unigênitas desta família tão abastada e famosa (Graças a minha caçulinha xereta e encrenqueira). Mas... como todo o primeiro filho sou eu quem sabia todos os podres e erros da minha família e como que meus pais ficaram assim tão ricos e o que tinham de fazer para manter essa tamanha fortuna.
Minha vontade era só correr pra bem longe de tudo aquilo.
E desta vontade infantil de fugir daquela realidade, daquele mundo insano e tentar proteger minhas irmãs de nunca descobri a verdade veio a minha paixão por corridas.
E como eu jamais iria querer nada que vinha daquele dinheiro sujo deles, construí toda minha vida sem ter relação com este nome, e segui minha vida assim como cada uma das minhas irmãs seguiu com as delas.
Usei o nome de Penélope Charmosa por conta do contrato.
Eles queriam uma garota bonita para por junto com os carros e apenas isso.
Iria me tornar um clichê feminino para homens nojentos babarem, mas estava tudo bem isso nunca me ofendeu, deixa os idiotas sonhando comigo. Eu estava bem satisfeita e com o ego sendo massageado todos os dias, isso alem de estar segundo o meu próprio caminho sozinha.
Ate por que os trajes que usávamos eram bem fechados e cobertos respeitando a censura da época.
Marcavam o meu corpo e o do Piter apenas para mostrar que ele era forte e eu bonita, mas tudo na roupa escondia bem o corpo e mantinha a idéia sexual bem longe de nossas formas parecendo coisas puras e assexuadas. Mesmo que sempre exista algum tarado por ai...
Mas mesmo assim meus pais mandaram alguns capangas se infiltrar na corrida e ficar cuidando de mim. Eu sei que eles se preocupavam afinal era uma coisa realmente perigosa mas...
Não deste jeito!.
Aquela quadrilha deixava tudo muito claro.
Minha família não prestava, e eu só não queria pensar nisso.
Mas como era a minha relação com ele?
Como a de todos ali.
Todos o odiávamos e não entendíamos o por que de os contratantes ainda deixar alguém como ele participar da corrida. Entendíamos que ele trazia muita visibilidade e vendia muitos produtos, mas era uma péssima influencia.
E não. Não estava rolando nada conosco quando Daphne se casou, tudo entre nós foi tão rápido que me senti sendo levada por um tornado.
Tudo começou com suas piadinhas de que a minha irmã caçula estava se casando e eu continuava encalhada. Mesmo sendo uma mulher forte e que nunca pensou em constituir família (por conta do assunto com a minha) isso doeu; afinal comparativos sempre doem. Mas eu tentei o ignorar apesar de seus comentários maldosos fazerem alguns dos demais corredores rirem.
Os cretinos agiam como se ele fosse o grande vilão e o odiassem, mas sempre riam quando ele estava a zombar de alguém ali.
Mas de toda forma eu fui ate o casamento e tudo foi muito lindo e perfeito.
Fiquei muito feliz e a ver naquele lindo vestido púrpura e junto daquele louro perfeitinho dela. Estava muito orgulhosa das escolhas de vida que ela fez, todos os seus amigos eram meigos e gentis e ela sempre se mantel na luz.
Foi como viver um pouco dentro de seu pequeno conto de fadas.
Chorei feito uma idiota.
Minha linda irmãzinha estava se casando.
Eu tinha acompanhado o romance deles de longe.
Desde que ele tentava se aproximar dela de qualquer forma quando ela mudou de colégio e o odiava com todas as forças, vi quando se tornaram amigos e ele pareceu desencanar de ficar com ela ate esse romance engajar junto com a fama do time.
E agora ver essa conclusão era mágico de mais.
Então deve imaginar como fiquei desesperada quando eles desapareceram naquela ilha.
Ela sempre me ligava e conversávamos.
Pelo menos uma vez por mês para por o papo em dia já que ambas éramos extremamente ocupadas. Digo para todas nós.
Então logo liguei para Delilah que confirmou o desaparecimento. E depois de três meses todas nos desesperamos juntas.
E foi nessa época que ele se aproximou de mim.
Foi babaca?
Sim. Mas eu não vou desmentir que ele realmente tem aspectos que não presta.
Como o programa não parava e estávamos sempre viajando para o próximo local da próxima corrida acostumei a morar em trailer e na real era muito confortável. Cada um tinha o seu e o levava rebocando com seu próprio carro.
Era ate que bem divertido.
― Ta um charme só. ― Ele diz ao dar um tapa na minha bunda assim que me viro para trancar o trailer.
Só viro um tapa na cara dele deixando as marcas das minhas unhas bem cravadas naquela cara lavada dele.
Ele nem diz nada, apenas olha pra mim com uma expressão que não sei identificar e passa o polegar sobre o sangue que escorria de seu rosto nas três linhas finas que fiz em sua face; pondo sobre os lábios.
― Mi a u.
― Vai à merda. ― Respondo abrupta passando por ele e o empurrando da minha frente e seguindo o meu caminho mesmo sabendo que ele estava a olhar a minha bunda.
Essa era a nossa ralação comum.
Mas eu estava abaladissima há dias, e não tinha por que revelar o motivo a ninguém ali fora o Peter que era um grande amigo. Mas ele também não sabia o que dizer para me acalmar e não era uma obrigação dele o fazer.
[Tok, tok]
Estava chorando no trailer para variar imaginando que a minha querida irmãzinha estaria morta justamente agora que deveria estar em sua lua de mel feliz com o marido lindo e perfeito que conseguiu; e achei ser o Peter então apenas gritei.
― Entra. Ta aberta.
Mas lógico que não era ele se não nem faz sentido eu estar narrando isso.
― Teve mudança de planos e você não responde então... Esta chorando? ― Ele entrou corriqueiro apenas para me contar uma coisa, mas assim que notou meu estado parou de falar. ― O que ouve? ― Se aproximou mais calentoso, mas eu me esquivei. Afinal era ele. ― Tudo bem não tem que me contar. ― Disse ao voltar a se afastar. ― Notei que você não anda com a cabeça no lugar mesmo. Mas ok. O assunto é teu. ― Diz ao se virar e sair do trailer, parando nas escadas e me olhando uma última vez antes de tirar um frasco do bolso e por sobre o móvel do lado da porta. ― Se precisar.
Me levantei e peguei por curiosidade.
Passiflora. Um calmante bem comum que podia ser comprado sem receita alguma...
Interessante. Mas por que ele tinha isso com ele?
Tomei um para conseguir por a mente em ordem afinal estava mesmo perdendo as noites em claro preocupada e isso estava afetando meu desempenho nas corridas e poderiam me substituir.
Eu não podia perder esse emprego.
Então achei que mesmo sendo ele deveria ir agradecer o gesto e devolver o frasco.
Tomei um banho para ver se me ajudava a melhorar o humor e fui procurar por seu trailer.
Ele sempre estacionava longe de todos.
Cada um tinha um trailer personalizado e lógico que o dele combinava com seu... carro. Eu só não entendia ainda por que só ele tinha direito a ter um de dois andares enquanto o restante de nós só podia ter um tradicional mesmo que enorme e bem customizado.
E enquanto o meu era todo cor de rosa com detalhes em dourado, lembrando uma maquiagem com boca e olhos o dele tinha aquele tom de anil com detalhes em preto pontudos.
[Tok, tok]
Bati a porta mesmo ouvindo o som alto de musica vindo lá de dentro e logo aquele cão dele abriu a porta.
Ele me olhou dos pés a cabeça e esticou a pata sabendo que eu deveria ter apenas vindo devolver o frasco.
― Agradece ele por mim. ― Disse por plena educação e o cão apenas fez que sim com a cabeça e fechou a porta na minha cara.
Nem me irritei com isso, já esperava.
Me virei e segui meu caminho de volta pra casa, e senti aqueles olhos de falcão sobre mim e logo vi que ele estava no andar de cima meio que olhando pela janela, parecia estar sentando em algum lugar e apenas se virou e me olhou. Não me cumprimentou nem nada apenas olhou e voltou a fazer o que estava fazendo.
Sempre estranhava o ver sem seu traje.
Sem aquele chapéu bizonho que escondia suas tranças e aquele bigode engomado (Sabe... pra ficar reto tem uma técnica e tal; que ele ate ia em competições tinha o maior orgulho daquela porcaria.), estava tão acostumada que estranhava mesmo. Esse cavanhaque era ate que legal, mas não era o personagem que estava acostumada a ver nas pistas.
Então voltei para o meu próprio trailer e no dia seguinte fui a uma farmácia pegar alguns calmantes. A idéia dele não era ruim; realmente não adiantava e nem resolvia nada eu ficar tão abalada, eu tinha que me manter sã e no foco, por que caso contrario acabaria sendo demitida. E isso não traria minha irmã de volta. Eu não me rebaixei tanto a ser apenas um rostinho bonito e sexy pra perder tudo que tinha agora.
Nem ela me perdoaria...
Fiz então o que podia para continuar ajudando a encontrar a minha irmã, mas não obtive resposta alguma; ate parecia que todos os envolvidos estavam contra mim. Então quando ela finalmente foi encontrada naquela costa eu corri ate o hospital e não sai do hospital ate ser expulsa pelos médicos e enfermeiros.
Ela me contou todos os horrores que passou naquela ilha e todas nós ficamos ali ate nossos pais chegarem e a ajudar a se acalmar. Ela tinha passado o inferno, mas não era nenhuma coitada. Minha irmãzinha era uma guerreira e estava apronta para ir atrás de quem fez aquilo com ela, seus amigos e os outros grupos. E eu estava morrendo de orgulhosa dela!
Voltei para o grupo já comemorando e contando tudo, trazendo umas biritas e drinkis e todos enchemos a cara.
E foi em meio a essa comemoração toda que consegui me lembrar das palavras dele antes de cada corrida.
A verdade era que eu estava tão abalada com a preocupação com minha irmã que não via e nem ouvia nada a meu redor.
""― Quando entrar na pista esvazia sua mente. Não existe nada no mundo só você e a pista. Você não tem problemas, você não tem família nem nada, só existe a pista.""
Fiquei remoendo isso e pensando durante a festa e logo percebi que ele estava ali como sempre. Bebia e participava, mas ficava de canto e só se envolvia na conversa de vez em quando e foi então que passei a prestar um pouco mais de atenção em suas atitudes.
Logicamente ele sabia que era odiado e que o queríamos fora do programa, e suas constantes provocações fora das câmeras pareciam uma comprovação de que ele não seria demitido e sim qualquer um de nós poderia sair e ser trocado muito antes dele.
― Eu ainda não saquei qual é a sua. Mas valeu pelo apoio emocional. ― Disse ao passar por ele e sair para o meu trailer antes que ficasse bêbada de mais.
Mas ele apenas me olha de soslaio e nem responde nada.
O povo ficou ali ate a noite ir embora bebendo e zuando e no dia seguinte acordamos cedo para mais uma corrida.
Mesmo com uma enxaqueca foda morrendo de ressaca acordei feliz e fui fazer a minha corrida diária e levei comigo umas duas squeeze desta vez para ver se melhorava.
Todos estavam apagados de mais por conta da festa de ontem, e durante a corrida fiquei pensando no por que ele teria sido legal comigo neste momento de fraqueza emocional e constatei que assim como a maioria ali ele só queria me comer.
Então depois de mais uma corrida bem sucedida eu nem percebi como minha vida estaria prestes a mudar completamente. Bem a escolha de ela mudar ou não estaria nas minhas mãos. E eu sempre fui do tipo de garota que se jogava de cabeça em uma aventura; se não fosse por isso eu não estaria ali sendo uma das corredoras mais importantes da corrida mais perigosa do mundo.
Dentro de um mês teríamos as nossas férias e eu queria muito passar esse tempo com a minha imazinha, mas eu acabei fazendo outra trajetória.
Ele sempre era o primeiro a vazar quando as ferias começaram e os diretores ficavam planejando a próxima temporada; tudo o que mudavam e manteriam. E aquele dia todos estavam comentando a idéia do Major de mudar de sexo.
A real é que ele queria fazer isso a anos, mas tinha medo de perder o emprego. Mas com as mudanças no mundo a diretoria amou a idéia e ate ajudaria apagar pela cirurgia então ele estava mega animado.
Outra mudança que teríamos era que o professor já estava querendo se aposentar e por seu neto em seu lugar. O garoto era um gênio, mas tudo estava em negociação. E com isso todos imaginavam o que mais iria ser inovado para a nova temporada.
― Parem de demência. O que vai mudar ou manter não é vocês quem decidem em seus personagens e sim a diretoria. Ate parece que não sabem disso. ― Ele diz ao passar por nós no refeitório pegando um lanche e seguindo seu caminho.
Ele era isolado mesmo, mas não parecia se importar com isso. Na real parecia gostar.
E de fato seu cão ate rosnava para qualquer um que tentasse se aproximar dele.
[― Mas isso não vai machucar ele?]
Tinha ido falar com a diretoria para saber se algo mudaria em meu personagem desta vez ou não e acabei ouvindo por trás da porta a conversa que ele estava tendo com os chefões. Ele parecia mesmo preocupado com as idéias dos caras.
[― Mas é claro que não. Isso é só estético não ficara fincado em seu corpo é só para dar um tom mais... "maneiro" ao Muttley. ― Um daqueles homens diz animado. ― Ele também tem de perder peso acha que consegue?]
[― Você sabe como ele é...]
[― Tudo bem. Melhor ainda substituídos o cão por um melhor.]
[― Substituir o Muttley? Olha isso é impossível. Como vai conseguir um cão melhor que ele? Ele anda nas patas traseiras é super inteligente e...]
[― Nós sabemos. Por isso imaginamos contratar o filhote dele. Se lembra daquele cão?]
[― Pensei que o filhote fosse bem odiado.]
[― Ele é mas nada que uma repaginada não resolva.]
[― Entendo. Por mim tanto faz que cão vai aparecer na T.V. O Muttley continua comigo no trailer e ta praticamente aposentado.]
[― Claro o cão é seu. Agora sobre o seu personagem para essa nova temporada precisamos inovar. ― Um outro fala. ― O publico já esta cansando deste perfil de vilão engraçado, eles querem algo mais maligno. Podemos dizer que você esta em uma faze ruim depois que o Muttley morreu e por isso esta com um cão novo. Se o publico odiar; fazemos você voltar a antiga formula e dizer que a faze passou. Se gostarem mantemos ate enjoar. O que acha?]
[― Tanto faz. Vão mudar a minha aparecia certo? Alguma recomendação ou pedido?]
[― Veremos com os figurinistas ainda e te mandamos quando pudermos.]
― Tudo bem. ― ele diz saindo e da de cara comigo, se assusta e finge que não me viu ali. ― Ate cambada. ― Diz ao sair de lá e fechara porta me levando com ele. ― Você não ouviu nada.
― Isso tudo é de propósito?
― Você não ouviu. Já disse.
― Um personagem? Jura?
― Sim igual você não é tão "charmosa" assim. ― Ri ao apontar para a marca que ainda estava visível em seu rosto.
― Isso foi bem merecido seu porco. ― Digo revoltada a o me afastar um pouco já que ele me puxou pelo braço. ― Uma agressão por outra.
― Tanto faz. ― Diz ao seguir seu caminho e o cão apenas o acompanha.
Aquilo me deixou indignada, mas era tão obvio e lógico que fiquei irritada com a minha burrice de não pensar nisso sozinha antes.
― Por que mentir para nós? Esconde de nós? ― Disse quase gritando ao o seguir e ele paro de andar querendo que eu calasse a boca.
― Se vocês são tão burros que não se deram conta do obvio não posso fazer nada. E fica melhor na T.V. o publico acredita mais.
― Você não liga de ser odiado por todos?
― Quer a real? ― Ele diz parando de caminhar e olhando para mim. ― Não. ― Responde áspero voltando a se virar e saindo. ― Eu to cagando pra existência de todos vocês. Sacou?
É...
Ele era realmente isso que eu imaginava.
Não tinha um outro ele mais meigo para descobrir.
Mas aquele dia eu estava feliz por ter minha irmã de volta e morrendo de vontade de extravasar toda essa energia com algo. Qualquer coisa. E provocar ele parecia divertido.
Mas não foi.
Entrei em seu trailer esperando encontrar qualquer coisa para me entreter.
Ele chegava a deixar a porta destrancada de tanto que todos o evitava, mas ao adentrar aquele local que sempre emanava uma musica pesada quando ele estava ali me espantei, pois não esperava ser tão organizado. Na verdade o lugar era bem mais arrumado que o meu próprio trailer.
Cresci com empregados fazendo de tudo por mim e desde que eu comecei a morar sozinha aprendi apenas o essencial para se viver e realmente não ligava muito para a organização de nada. De fato eu só era charmosa nas câmeras...
Em fim.
Era uma casa bonita.
Ele fez dos fundos no trailer uma sala de estar com um sofá bem aconchegante e uma televisão enorme, tinha alguns poucos armários simples que ficavam no centro formando uma cozinha bem jeitosa com tudo bem organizadinho, um fogão de parede separado do forno e outras coisas, a geladeira pequena e um armário com comida para o cão, ficando no centro do Trailer que era por onde se entrava e na parte da frente que era para ser onde se dirigia se não as guinchássemos, se estendia o restante da cozinha com uma mesa dobrável na parede e um banheiro bem maior que o meu.
O que me deu certa inveja admito.
Com isso imaginei que o quarto dele ficasse no andar de cima e subi aquela escada que mais parecia uma escada de saída de emergência.
Mas lá em cima era puro luxo.
Parecia ate um motel bem caro com uma cama linda e um banheiro no mesmo cômodo que se separava por uma parede de vidro.
Mas o que mais me chamou a tenção naquele lugar era uma foto sobre a cômoda, parecia ser dele com... uma família? Aquilo parecia ser a esposa e o filho dele. Mas...
― Estão mortos. ― A vos dele me assustou e logo me dei conta de que estava deitado sobre a cama como um vampiro a olhar o teto e que aquele cão bizarro estava deitado a seu lado e só não estava rosnando para mim por que ele punha um braço sobre ele acarinhando sua cabeça para se manter calmo com a minha invasão inoportuna. ― Entediada?
― É... não posso negar que estou sim. ― Me aproximo me recompondo do susto e ele continua a olhar o teto. ― Todos já têm as férias planejadas, mas eu só queria passar esse tempo com a minha irmã sabe. Mas acho que vou dar só uma visitada rápida. Não tenho por que passar tanto tempo lá importunando a garota.
― Por que esta me contando isso? ― Pergunta a se sentar e o cão me olha querendo rosnar para mim, mas bufa e sair como se fosse pegar algo para comer. Era mesmo difícil entender o que ele falava. ― Não dou a mínima para o que você vai fazer da sua vida garota. Some da minha casa. ― Se levanta passando por mim.
― É difícil ser menos grosseiro?
― Você invadiu não? O que queria? Matar o tédio? Você não é mais uma adolescente. Se comporte como tal. ― Me olha com certo desprezo indo tirar uma coisa daquele frigobar. Serio o lugar parecia muito um motel chique. ― Tisc. Se esta tão incomodada com a aparência do quarto porque não vasa de uma vez?
― Tédio. Ainda tenho algumas horas para matar ate nos liberarem. ― Falo claramente o julgando. ― Serio? Isso?
― Não sei o que você tem contra. É confortável e agradável aos olhos. ― Diz ao se sentar na cama com um copo de sei lá o que. ― Por que? Meu quarto te lembra algo? ― Comenta com um tom bastante insinuador. ― Algum ambiente que você passa muito tempo?
― Vai à merda! ― Grito e ele ri.
― Nada contra. Como pode ver também sou familiarizado com esses lugares. Isso não é crime sabia? Agora fora.
― Esta bem. Desculpa invadir. ― Disse me virando e logo volto a olhar aquele porta retrato. Ele parecia tão... diferente. Ainda estava com a cara de poucos amigos que mantinha. Mas parecia outra pessoa. Mais... regrado. ― Obrigada pelas palavras de apoio e os remédios. Me ajudaram muito.
― Ta tranquilo. Ainda somos um time nessa merda de programa. Se a única mina cair o programa vai ficar bem mal falado. Já pensou o que a militância feminista vai fazer? ― Diz ao dar de ombros. ― E entendi sua dor. Estar longe e só descobrir quando for tarde de mais... É foda. Mas que bom que ela esta viva.
...
....
Não consegui ir embora.
Não sem saber.
― E a sua? O que ouve? ― Perguntei seria e ele voltou a olhar para mim.
Eram raros os momentos em que ele olhava diretamente para qualquer um de nós. Mas quando o fazia era algo bastante intimidador.
Era como sentir que tinha um predador bem na sua frente pronto para te dar um bote e arrancar a sua carne lentamente enquanto se alimenta com você ainda vivo.
Desconfortável é pouco.
― Foi um assalto. Um simples assalto. ― Diz ao por o copo na cômoda e desviar o olhar. ― Eu estava servindo o pais na guerra e eles morreram por conta de um assaltante que invadiu a nossa casa... Disseram que o meu filho entrou em pânico e ela tentou o acalmar. O assaltante achou que ela estava indo fazer algo e atirou. Simples assim.
Ele me contou sem sentimento algum na voz. Parecia ate anestesiado com esse ocorrido.
Deveria fazer muito tempo.
Mas mesmo assim... deve doer falar nisso e estar se segurando.
― M-me desculpa. ― Digo bastante envergonhada saindo dali.
Mas não tinha mais o que fazer ele não saia da minha mente.
Essa perda tão terrível...
Ele falou como se já tivesse aceitado, mas ainda tinha fotos da família pela casa toda e se afastava de qualquer outro ser humano, rosnando mais que seu cão bizarro.
Com toda certeza se sentiu traído por sua própria pátria já que prefere viver aqui mesmo que seu sotaque seja usado para o por como um vilão na mídia. Eu não tenho como compreender a dor que ele deve ainda sentir.
Mas ele não era um cara fofo e meigo escondido atrás de uma carapaça de dor.
Era um cara mal que aprendeu a lição com uma dura e cruel lição da vida e agora apenas seguia com sua vida.
Como ele não me pediu segredo contei o que ouvi a Peter que ali se tornou meu melhor amigo, coisa que ajudava o mundo a nos "casar". Era tão engraçado isso.
― Nossa. Que... pesado. Mas porque ele te falou isso? E por que você foi lá assim? ― Ele diz preocupado já fazendo suas malas.
― Ele é inofensivo. E eu não sei. Acho que não tem ninguém para desabafar. ― Digo a analisar meus planos de férias pela décima quinta vez.
― Garota. Você não esta afim daquele cara esta? ― Ele para na minha frente sendo bem direto. ― Eu lembro muito bem do que você disse a primeira vez que o viu. "Interessante, mas esse figurino estraga, e é velho de mais."
― Olha a minha faze de ter fraco por um tipo como ele já se foi. ― Respondo ríspida e revoltada com sua idéia. ― E mesmo assim ele continua velho de mais pra mim. O fato de ele já ter sido casado e ter tido filho só piora isso.
― Se desdenha muito é por que quer comprar. Esta arrumando muitas desculpas. Fala só não e pronto. ― Me zomba se virando e terminando e de fazer a mala. ― Bem de todo jeito eu queria ir com você ver sua irmã. Não acredito que todos do time do Speedy estão mortos. Deixar aquela maquina com eles é um desperdício. Já pensou se todos os nossos carros fossem como ele? Vou ver se a Velma consegue replicar isso para a próxima temporada.
― Adorei o plano. ― Correspondo saudosa já mandando uma mensagem para Daphne. ― Há. Quase esqueci. Parece que a Josie esta solteira. O cara que ela estava afim se assumiu é a sua chance cara. ― Falei como quem não quer nada ele deu um pulinho de alegria comemorando no ar.
― Eu adoro gays! Serio! ― Comemora. ― Em falar nisso. O que esta achando das mudanças para ter mais representatividade? Tão achando que vão por mais corredores. Contratar alguém negro, japonês, e mais garotas também. Umas mais duronas para tirar o ar de mulher frágil.
― E eu tenho que continuar sendo a charmosa?
― Não pode mudar um personagem assim né? Aproveita que você tem muitos fãs.
― Tudo idiota que prefere a dama perfeitinha pura inocente e ingênua. ― Bufo. ― Esse perfil só ajuda a passar o ar inalcançável. Nem eu sou tão charmosa.
― Garota. Seu personagem não é amado só por homem tarado. Muitas garotas aprendem com você como ser... Assim. A sua personagem consegue estar aqui sem deixar de ser Charmosa. Não renegue essa arte feminina. ― Ele argumenta me fazendo refletir melhor. ― Alem de que você ta garantida. Para de reclamar. Ninguém meche com os clássicos.
― Ta certo.
Então fizemos a nossa confraternização de despedida.
Comemoramos a cirurgia de sexo do Sargento Bonbarda que já estava agendada e paga e o Soldado Meekley tentava não comentar nada, mas era lógico que não o deixamos em paz e dessa foram descontraída cada um foi falando seus planos; o Peter queria voltar das férias casado com Josie e foi muito hilário ver ele falando seus planos todo bêbado. Não botava muita fé, mas torcia.
Quem diria que quem iria se casar nessas férias seria eu? E com a pessoa menos provável...
Mas como disse tudo foi rápido entre nós.
― Você não bebe. ― Parei a seu lado um pouco embriagada, mas sóbria o suficiente para saber o que estava fazendo. ― Mas fuma. Quer? ― Lhe entrego o maço e ele pega, e logo acendo o cigarro dele com o meu. ― Foda o que você passou cara. Eu... nem sei como responder a isso. Te conheço a anos mas não te conheço nada.
― Você ta bem chapada garota.
― To sim se não. Se não, não iria vir aqui falar isso. Mas é o que eu quero fazer por isso bebi pra vim. Então cala a porra da sua boca.
― Charmosa como sempre.
― Cala a boca.
― O que quer falar garota? Fala de uma vez e vaza.
― Você ta nesse luto faz tempo não? Não acha que já ta na hora de seguir em frente? Duvido que eles queiram que você fique assim pra sempre. ― Disse e ele me olhou serio se levantou e saiu de perto de mim.
― Vai a merda garota.
Fiquei olhando ele sair e pensando.
É... eu to bêbada pakas.
Ele ate que é bem bonito sem aquele uniforme e isso não mudou com os anos, mesmo com a idade o cara ta inteirão.
― Ei vovô. ― Fui ate ele bem puta da vida. ― Acho que temos uma parada em comum. Correr pra fugir de tudo. ― Falei e ele me olhou bem surpreso. ― Eu entrei nessa merda para fugir da minha família e da minha vida e você da sua. O problema é que a sua ta morta e a minha viva e correr não vai os fazer sumir da nossa mente.
― Garota. Você ta passando dos limitas. ― Ameaça.
Meu problema não era tão simples.
Eu não sabia exatamente quem eu era ou o que eu queria ser.
Eu amava a fama que tinha e ser adorada. Gostava sim de ser chamada de charmosa e ser admirada por minha aparência e servir de inspiração para outras meninas como o Peter falou. Mas...
Mas também desgostava e quanto mais era forçada a ser essa personagem irritante mais eu queria ser rebelde. Estava dividida; e aquele dia eu bebi por dois motivos.
Falar com ele o que não teria coragem já que a sua historia realmente me surpreendeu e me marcou não saindo da minha cabeça e... matar essa vontade que só aumentava e por a culpa na pinga.
― Eu nem comecei a passar dos limites ainda. ― Digo parando a sua frente e ele ergueu uma sobrancelha. ― Vem aqui um segundo. ― Falo bem provocativa me encostando na parede e vendo se daquele ângulo alguém poderia nos ver ou não.
Ele me olha como se perguntasse se isso era serio ou armação e novamente o chamo, mas desta vez com o movimento dos dedos e ele caminha em minha direção.
― Você esta bêbada garota. Muito bêbada.
― Não tanto. Só o suficiente para por a culpa nela depois. Vamos. Testa pra ver se estou sã ou não.
― Tudo bem. ― Diz pensativo. Duvido que tenha feito isso por ser uma boa pessoa; ele só não queria problemas posteriores. ― Já dormiu com outro membro da corrida?
― Engraçadinho. Sabe que somos proibidos de nos relacionar. Mas... mantenho uma amizade bem colorida com o Peter. Isso não ta no contrato.
― Você é uma vadia. ― Ele fala e dou outro tapa nele e ele sorri. ― OK ta bem sóbria.
― O teste foi me xingar?
― Sei que você é da militância do feminismo com meu corpo minhas regras. Fodasse se você deu pra todos da corrida os caras também não prestam.
― E você é santo desde quando?
― Não sou. To me incluindo.
― Unm. Então vem aqui logo. ― Só queria matar essa vontade. Ninguém tinha de saber deste pequeno pecado. Era pra ser só uma curiosidade.
Quem nunca teve um deslize na vida nunca viveu de verdade.
Estava realmente cansada de ser a princesinha perfeita, e fazer isso provava a mim mesma que eu não era nada disso.
Mas como tudo que é ruim e te faz mal... Aquele cara era viciante.
Ele me prensa contra a parede de um jeito, que eu já quero esquecer a idéia de parar em apenas um beijo.
E o seu beijo?
Ah... ele era como uma mordida, como se ele me devorasse com vigor; e acredite para quem era tratada como uma boneca de porcelana todas as vezes, aquilo foi maravilhoso. Me sentia uma mulher de verdade e não uma fadinha encantada. Era safado e ate vulgar seu modo de beijar, não tinha nada de príncipe encantado. A-do-re-i.
O empurrei de leve assim que ele foi para o meu pescoço sentindo o meu corpo todo reagir a seu toque e principalmente a sua respiração em meu pescoço, aquilo estava bom de mais. Realmente bom de mais. Não era para estar tão bom assim.
Mas ele segurou em meus pulsos e os ergueu voltando a tomar os meus lábios.
E apesar de sentir sua força infringida contra mim, não senti medo; foi sexy. Assim que tentei me soltar ele largou e me segurou pela cintura e pela nuca descendo aquela mão safada ate a minha bunda e apertando com vontade. Correspondi o segurando pelo corpo e o trazendo para mim e prolongando aquele momento tão selvagem.
Não consegui evitar pensar que se o beijo era assim, na cama ele acabaria comigo.
Ummnnm...
Não era uma idéia tão ruim assim?
Nos afastamos assim que ouvimos alguém se aproximar, mas seja quem foi passou muito longe.
Sentia o meu coração bater na cabeça, e respirava pesado tentando normalizar todo o meu corpo, que só queria saber de ir logo para o próximo estagio disso.
Me virei querendo voltar ao meu trailer e resolver isso com um dos brinquedos que tinha na minha gaveta do quarto ou do banheiro, mas ele me segurou com um sorriso sórdido nos lábios.
― Chega vovô. Foi divertido, mas a brincadeira acaba aqui. To sem preservativos, não tava planejando nada então não comprei e não mantenho estoque. ― Falei ao me soltar dele e ele apenas deu mais um passo pondo seus dedos de leve sobre o meu rosto.
― Arrisca sua vida nessas corridas, mas ainda sim tem medo deste risco? Que fofa. ― Sussurra no meu ouvido. ― Sabemos bem que nenhum de nós tem doenças deste tipo por que temos de fazer exames como qualquer esportista então... ― Confirma ao se afastar.
― Não é tão simples. Não seja idiota você entende muito bem as conseqüências disso.
― Sim entendo. E ai esta a graça. Não seria divertido se não tivesse riscos. Não concorda?
Esse tom e essa idéia foram bem tentadoras.
Brincar de roleta russa com ele assim.
Isso era um risco muito maior que as corridas traziam. Uma adrenalina muito maior... Afinal já manjava das corridas e me garantia como piloto. Mas isso...
Sorri de volta e fomos ate seu trailer que ficava mais afastado de todos e ninguém nos veria por estarem ocupados na confraternização de despedida.
Muttley só olhou pra mim e deu uma risadinha ficando no andar de baixo de guarda e ele ligou o radio como sempre fazia para ninguém ouvir nada incluindo o cão. Não sei você, mas eu não queria aquele animal ouvindo tudo.
― Tem que tomar algum remedinho vovô? ― Provoquei mesmo e ele me olhou por sobre os ombros como se não ligasse já retirando seu casaco e vindo pra cima de mim.
― Vou te mostra que tem coisas que só se aprende com a idade. ― Diz ao me puxar firme pela cintura abrindo o zíper do meu traje de corrida.
Comprovado.
Realmente tem pessoas que amadurecem como um vinho.
Ele abre completamente o zíper enquanto me beija com volúpia acariciando meu corpo com a mão direita enquanto me segurava firme com a esquerda.
Nem sei quando retirou meu soutien só me dei conta que tinha retirado meu traje quando foi em direção a meu pescoço e minhas pernas ate bambearam, descendo ate meus seios de forma a me fazer perder o ar; ficando a caprichar nos meus mamilos com aquela língua que ate parecia ter vida própria. Eu nem era a pessoa mais sensível ali, mas ele sabia mesmo alguns truques ótimos.
O empurrei e ele me olhou meio confuso então apenas arranquei sua blusa.
Ele era bem mais magro que o Peter que tinha um corpo... perfeito? Mas ele não era feio por conta disso, tinha o corpo marcado e algumas cicatrizes que associei a seu tempo de serviço militar o que só fez ficar mais sexy, e uns pelos nos lugares certos que davam aquele tom de másculo que o Peter realmente não tinha por ser todo raspadinho.
E sem demoras ele voltou a me agarrar e logo me jogou sobre aquela cama, puxando as calças do meu traje sem a menor cerimônia me deixando apenas de calcinha.
― É realmente uma bela visão. ― Diz ao parar de pé em frente acama me olhando enquanto desabotoa a calça e abre o zíper.
― Nem começa você também. Não sou obra de arte. ― Protesto ao me levantar ficando de joelhos na cama e o puxando pelos ombros para voltar a me beijar e ele corresponde prontamente se envergando sobre mim.
O ajudei a retirar aquela calça e taquei na puta que pariu enquanto ele chuta os sapatos para não me importo onde, voltando a me atacar como um vampiro. Sabia que fazendo aquilo com ele ficaria realmente coberta de marcas, e pela primeira vez na vida dei graças por aquele figurino ser todo fechado.
Sentia suas mãos percorrendo meu corpo e acariciando com firmeza enquanto nos beijávamos com vontade. A essa altura o efeito da cachaça já tinha passado, mas eu continuaria pondo a culpa nela ate o fim.
Senti seus dedos descerem ate ali e facilitei para ele brincar.
― Olha que safada que você é. ― Murmura em meu ouvido. ― Mas vamos ver se essa garotinha da conta de um homem de verdade. ― Completa ao adrentar-me com seus dedos.
A partir daí fica ate complicado de continuar narrando.
Mas ok.
Vamos lá.
Ele já me deixou em ponto de bala com aqueles beijos imagina mexendo ali assim, ainda bem que tinha ligado o som por que era impossível segurar a voz, se bem que ela mal saia de tão sem ar que eu estava.
― Mas já esta assim? Que garotinha mais safada. Acho que vou acabar com você de uma vez por todas. ― Diz com a voz rouca ao segurar em meu quadril e me puxar em sua direção já nos encaixando em um único solavanco.
Gritei e ele sorriu com a minha reação não perdendo tempo algum para iniciar você sabe bem o que.
Ele apóia o corpo sobre a cama ficando em cima de mim e pondo os braços atrás dos meus joelhos me prendendo nesta posição bem favorável para ele; me tomando com toda vontade. E como imaginei, ele não era fofo nem meigo, fazia com força e certa violência ao ponto de movimentar todo o meu corpo com seus solavancos.
Era aquele tipo de situação onde você sabe que só iria sentir as conseqüências depois, como uma ressaca brava depois de uma ótima bebida.
E desde quando alguém já parou qualquer atividade por conta do dia seguinte?
Então era lógico que eu iria tirar o maximo proveito daquele momento. E o deixar com uma marquinha... ou quem sabe ate duas.
Cravei minhas unhas perfeitamente feitas, o puxando para mim o desestabilizando e fazendo com que caísse sobre mim; mas isso não pareceu um problema para ele. E olha... tenho que dizer uma coisa. Se você não gosta de nenhum pelo facial como eu não gostava... Só digo que esta perdendo. E muito. O arrepio que aquele cavanhaque dava no meu pescoço era indescritível!
É... a expressão de prazer fica ótima em qualquer um... mesmo que cada um tenha a sua. E a dele era uma delicia; uma mistura de predador e rendição; passava completamente a realidade, de que ele se focava/entregava tanto que deixava sua guarda completamente aberta.
― V-va-vai... a-caba comig... ― Pedi morrendo de vergonha, mas era tudo o que queria naquele momento.
Chega de ser tratada como se fosse de porcelana, assim era bem melhor. Descobri de fato como eu gostava de fazer.
Com vontade e nenhuma frescura.
Voltamos a nos beijar enlouquecidamente como dois amantes tornando aquele momento cada vez mais incrível.
Eu só queria mais e mais; só que como tudo na vida, uma hora iria acabar.
Mas nada impedia de repetir a dose uma outra vez. Estou certa?
O que você faria no meu lugar?
Sim. Ele era mais velho e tinha uma fama bem ruim... das piores. Mas na cama a coisa era de outro mundo; ia ser bem difícil encontrar outro neste nível de novo.
Já sai com muitos caras nessa vida sim, e ate pra revistas eróticas já posei então não era mesmo a santinha que você imagina. Ninguém é um personagem raso de uma faceta só.
E o Peter queria ser fiel e ficar com a Josie. Nada mais perfeito que isso não?
Foi o que pensei quando tive o melhor orgasmo da minha vida.
Nossa! Serio quando cheguei ao clímax, e senti aquele arrepio irradiar por todo meu corpo achei ate que fosse apagar. Ainda bem que já estava deitada porque não tinha mais controle de nada no meu corpo; minhas pernas estavam tremendo mesmo paradas, na verdade todo o meu corpo ainda estava tremulo, mas as pernas estavam sem força alguma.
Fiquei deitada ali olhando o teto e sentindo o corpo todo ainda a reagir. Se tivesse forças tinha dado um tapa nele por terminar dentro, mas ainda estava tentando recuperar o fôlego.
― I-diota irresponsável... ― Reclamei ao só virar de lado e dormir. Estava realmente exausta.
Fui acordar horas depois, meio atordoada a me localizar.
Como planejei iria por a culpa na birita e fim.
Mas ai como eu combinava uma outra vez?
Me levantei e fui tomar um banho, olhei a hora no relógio de cabeceira ao lago daquele porta retrato que parecia me julgar e vi que ainda estava de madrugada; podia ver pela janela do banheiro que o sol começava a querer aparecer; e fiquei a o observar dormir afinal a parede que separava os... Cômodos? Era de vidro. Fiquei me acostumando com aquela imagem, afinal eu estava sim acostumada com ele e sua aparência tão característica, mas isso era diferente; podia mudar tudo. E essa escolha estava...
...nas minhas mãos?
Fiquei o olhando e decidindo se queria mesmo decidir isso.
Podia muito bem apenas sair de lá e fazer de conta que nada aconteceu.
Mas a realidade é que isso não tinha como partir apenas de mim. Afinal ele podia muito bem me tratar como sempre tratou; e eu duvidava completamente de que ele seria do tipo romântico que poderia me surpreender.
Se bem que tinha aquele retrato ali.
Mas isso na real podia ser mais um motivo para ele me evitar depois. Ok. Já estava pensando de mais nisso.
Só que assim como ele tinha me convencido... eu agora sabia como o convencer. Era só usar das mesmas palavras.
A adrenalina do proibido era maravilhosa!
Me vesti calmamente e logo vi que ele estava a me observar sem dizer nada.
Não consegui entender a emoção por detrás daqueles olhos.
Mandei um beijinho e sai, ele sorriu um sorriso incompreensível e se virou na cama.
De volta ao meu próprio trailer tomei um banho de verdade para tirar aquele cheiro dos meus cabelos usando os meus próprios produtos e dia seguinte parti junto de Peter para ver minha irmã e passar um tempo com ela; e ele se entreteve muito com seu marido tentando pegar dicas de como conquistar Josie, e tentando convencer Velma de criar esses carros para nós. E como essa estava arcando com os gastos de construir uma casa, o casamento e criar um filho, acabou aceitando.
E quando voltei tudo estava mudado.
Não entre mim e ele, mas no programa.
Todos conversavam fervorosamente sobre cada uma das alterações emocionados e muito empolgados; todos menos ele. Que parecia não se importar. Na verdade sobre ele a única coisa que estranhamos foi à mudança de cão.
Para os espectadores Muttley estava afastado por conta da idade, caso eles o exigissem de volta era a melhor desculpa de vez dizer que ele morreu e foi substituído tão fácil. E para isso, foi ate revelado que o novo parceiro era o filhote dele e as capacidades do ser não deixou brechas para duvidas. Eu só... Descobri que preferia um cão que não conseguia entender o que falava. Por que esse Scooby-Loo era chato de mais.
Mas tudo foi o maior sucesso.
E os fãs amaram a idéia de nossos carros terem personalidades como Speedy Bugg e começou a ser implementado isso para uma nova temporada, já que não era algo fácil de ser feito.
Mas você quer saber como ficaram as coisas entre nós?
Bem...
Ele realmente me tratou normalmente como se nada tivesse rolado entre nós durante toda a nova temporada, que durou poucos episódios já que era um teste. E no fim dela resolvi ir falar com ele novamente.
Mas não consegui. Vou te explicar por que...
― Você foi o único que não comentou as mudanças. ― Me aproximei iniciando um assunto corriqueiro qualquer. Queria saber se ele iria estar na defensiva achando que eu iria exigir uma relação seria. Mas não. Apenas me olhou e deu de ombros.
― Sabe que não ligo. ― Diz ao olhar para o novo companheiro que conversava com o novo motorista do Carro Cheio de Truques o neto do Professor Aéreo. ― Eu só não sabia que ele também tinha "problemas de família". Nunca me falou nada. Chega a ser irônico.
― Eu acredito que cada um tenha um motivo para estar nesse programa arriscando sua vida. ― Digo ao olhar para o pequeno e meigo garoto; tentando imaginar o dele. ― Mas sabe... o que você me disse a um tempo a trás. Estava pensando nisso hoje.
― O que eu te disse?
― Foi mais a idéia. ― Disse ao erguer uma sobrancelha e ele logo entende o que eu estava querendo dizer. ― Eles implementaram outras competições. E se implementarmos "outro risco"?
― Garota...
― O que foi? Esta com medo? ― Provoco ele vem ate mim. Ate gelo por que estávamos em publico e realmente todos podiam nos ver ali, só não dava pra ouvir pela distancia.
― Não seja... boba. ― Claramente ele mudou o que ia falar. ― Você só esta fantasiando uma linda historia de amor. É uma garotinha sonhadora e não pode mudar isso. Aquele erro não vai se repetir.
Aquilo doeu.
Eu não estava acostumada a tomar toco.
― Tudo bem você quem sabe. ― Virei saindo e dando com o cabelo na cara dele. ― Eu só achei a foda da hora não estou apaixonada por você. Ta se achando muito.
― Usar um palavreado pesado não te faz menos princesinha.
Ele era babaca.
O que estava esperando?
Mas não dava para ele negar que ficava me olhando durante toda a temporada e se contendo. O flagrava mordendo os lábios e ele tentava disfarçar inutilmente; então acreditava que aquilo foi mais para se proteger. Agora de que? Ele tem medo de se apaixonar? Ou tem medo de mim?
Iria me divertir a descobrir.
― Muttley... pode dizer para ele parar de ficar olhando a minha bunda, se já falou que não quer. ― Comento com o cão assim que passo e o vejo virar o rosto meio sem graça. Não o suficiente para corar, mas para dar aquela famosa dragada de ar.
Mas o cão apenas ri da cara dele.
E então passei o resto do fim da temporada a o provocar sempre que tinha a chance. E apesar de estar muito divertido para mim, sabia que uma hora ele não iria mais agüentar.
Não era tão forte assim.
― Garota infernal! ― Esbraveja ao me segurar contra a parede assim que saio do meu vestiário.
Eu queria dar uma ultima volta no percurso antes de partir.
― O que foi? ― Correspondo bastante provocativa, usando tanto do tom de voz quanto do olhar.
― Você sabe muito bem. Quer que alguém descubra e acabamos pagando uma multa?
― Serio que você tem medo de multa? Que decepção.
― A multa contratual é pior que qualquer coisa que já vi. Não seja maluca garota.
― Eu sei. ― Sai de seu enlace e ele se afastou. ― Mas eu não estou fazendo nada.
― Você sabe muito bem que esta. Ontem você abriu o zíper no traje! Ta ficando maluca.
― Eu só vi que ele emperrou e estava arrumando. Nem vi você ali.
― Finge muito mal.
― Tudo bem. Admito. Esta divertido. ― Dou de ombros e ele bufa. ― Mas não quero nada serio. Você esta errado. Você pra mim é como essa corrida. ― Digo ao passar os dedos em seu rosto. ― Um perigo muito interessante e divertido.
― Você não pode ter tudo o que quer garota.
― Eu sei. Eu não vivo no conto de fadas que você acha... ― Digo ao pensar na minha vida e acabo mudando de tom e ele me olha serio. ― Esta certo... Foi uma brincadeira infantil. É perigoso de verdade. Tenha um bom recesso. Eles vão verificar a aceitação das mudanças pelo publico antes de iniciar a segunda temporada desta nova versão. ― Digo saindo e o deixando ali parado mas ele me segura.
― Você é mesmo... muito maluca. ― Diz ao me segurar contra seu corpo e já bambeio com o prelúdio do que poderia acontecer. ― Eu não sou seu príncipe encantado princesinha.
― Você não entendeu mesmo. Eu nunca estive esperando por um príncipe encantado. ― Respondi o olhando nos olhos.
E a partir de então nos tornamos amantes.
Não namorados. Amantes. Entende a diferença disso?
Não tinha essa chatice de se conhecer melhor, ou conversar sobre a relação já que não existia relação; muito menos pensar sobre o que o outro sentia e queria. Era só sexo e nada mais.
Fazíamos coisas realmente... erradas.
Como: no carro por exemplo.
Quer que eu conte essas também? Que safadeza!
Mas não.
Vou deixar o resto da historia para ele contar por que já falei de mais aqui.
Ok? Bjs! S2
(Pra quem a já leu a HQ da corrida maluca deve ter reconhecido a aparência que narrei dele. Fiz isso pq nela ele ta beeeem gato kkkkk e na serie original ele é... zuado kkk. Só por isso. N da pra fazer um shipp se eu n por nos meus padrões. Fiz o mesmo com AV. Mas mantive as características pricipais como seu bigode etc, se não virava um original. Tbm fiz comentários sobre a diferença de idade pq sempre vi eles como tendo isso mesmo que não fosse dito. Tipo ela parecia ser a mais jovem lá tirando o cadete que parecia ser da mesma idade.)
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