𝟬𝟬 | 𝗣𝗥𝗢𝗟𝗢𝗚𝗨𝗘
𝐅𝐑𝐈𝐄𝐍𝐃𝐒
PRÓLOGO
O DRAMA DO FERIADO NATALINO
Quatro dias para Véspera de Natal
─ Você recebeu a carta, com as informações sobre o natal? ─ perguntou Aaron, enquanto caminhavam em direção à aula de poções.
─ Recebi, sim. ─ respondeu Margot, distante.
Os fios loiros levemente avermelhados de seu cabelo caíam em perfeita harmonia sobre a longa capa preta, onde o emblema do corajoso e voraz leão reluzia. Em suas mãos, os livros eram carregados na altura do peito, e abraçados como bens preciosos.
─ Bom, não será de todo ruim. ─ pensou ele.
Margot parou sua caminhada abruptamente, dirigindo um olhar de perplexidade ao primo, que franziu o cenho, visivelmente confuso.
─ "Não será de todo ruim"? ─ repetiu ela, indignada. O rapaz concordou com a cabeça, de forma óbvia. ─ Será que preciso lembrá-lo do prazo dado por mamãe!? ─ perguntou ela incrédula, fazendo Aaron encolher-se sutilmente. ─ Se não apresentar alguém, ela o fará! E sabemos como Rachel tem um gosto peculiar. Você está certo, Aaron, não vai ser ruim; será péssimo! Não quero me casar agora, muito menos casar com um esquisito.
─ Como se você também não fosse! ─ exclamou o rapaz.
Margot revirou seus olhos e voltou a caminhar, sendo acompanhada do primo.
─ De qualquer forma, preciso apresentar alguém à eles! ─ acrescentou. ─ Nem que seja de mentira, sabe, apenas para ganhar tempo.
Aaron riu.
─ Ambos sabemos sobre seu problema com a mentira! ─ debochou ele. ─ Sabe que não irá funcionar.
A moça revirou os olhos e o acertou o ombro, com um soco leve.
─ Ora, cale-se! ─ pediu. ─ Não sabe o que fala!
Parados rente à porta da sala de poções, Margot suspirou pesadamente. Sua cabeça foi inclinada para área interna, seus olhos percorreram as extremidades da masmorra, tentando localizar o professor Slughorn em meio aos poucos alunos que já estavam ali.
─ Certo, temos muito tempo para pensar em uma solução - informou. -, enquanto trabalhamos em nossas poções, podemos discutir sobre o assunto. Estou aberta a qualquer ideia.
Aaron franziu o cenho, arqueando levemente sua sobrancelha direita, fazendo com que Margot ficasse desconfiada.
─ Desde que não seja uma ideia idiota e louca, como todas as que você tem. ─ completou a moça.
─ Relaxe, prima. ─ pediu o primo, pousando gentilmente sua mão esquerda ao ombro da garota. ─ Eu sou a pessoa mais qualificada para o cargo.
Margot torceu o nariz, assentindo com a cabeça. Juntos, entraram no pequeno ambiente e se dirigiram até uma das últimas mesas, ocupada apenas por Remus Lupin.
O rapaz possuía um cabelo de tonalidade castanho-claro, e seu rosto pálido era marcado por linhas prematuras e uma expressão cansada. Lupin não pareceu notar a presença de seus amigos, uma vez que sua atenção estava completamente voltada ao exemplar de Estudos Avançados para o Preparo de Poções.
─ Alô! ─ disse ela, agitando suas mãos em frente aos olhos do rapaz, fazendo-o levantar o olhar. A moça sorriu ao vê-lo fazer o mesmo.
─ Margot, Aaron! ─ cumprimentou ele, animado, enquanto fechava seu livro. ─ Como estão?
Ambos se olharam.
─ Bem! ─ respondeu Aaron. ─ Quer dizer, melhor do que você, aparentemente.
Margot lhe desferiu uma cotovelada nada discreta, fazendo-o inclinar-se para o lado direito.
─ Qual o seu problema!? ─ perguntou ela de forma retórica. ─ Me desculpe, Remus! Às vezes Aaron é sem noção.
O rapaz lhe mostrou o dedo médio e Remus riu.
─ Na verdade, ele tem razão. ─ informou. ─ A lua cheia está chegando, e bem, isso está me matando.
Margot e Aaron eram umas das poucas pessoas que sabiam sobre a licantropia de Remus. E, como bons amigos, apoiavam-o e tentavam ao máximo ajudá-lo.
─ Caso precise de algo... ─ disse ela, sorrindo. ─ Sabe que pode contar comigo.
Ele agradeceu em um olhar.
─ Eu já lhe devo demais, Margot.
─ Você fala como se eu estivesse contando, Remus. Entenda que eu faria qualquer coisa pra lhe ajudar, quantas vezes fossem necessárias!
─ Muito bem! ─ começou o professor Slughorn, andando em meio aos estudantes, que o olhavam cheios de expectativa. ─ Na aula passada preparamos um elixir capaz de provocar Euforia. ─ continuou. ─ Hoje, faremos o oposto. Os ingredientes e as informações necessárias poderão ser encontradas junto ao livro de vocês, e os anotei na lousa. Caso tenha dúvida, levante a mão e irei até você.
Após sua fala, os livros foram abertos na página indicada e o preparo de suas poções teve início.
─ Então, passarão o Natal em Hogwarts? ─ perguntou Lupin após um tempo, distraído, enquanto reunia os ingredientes.
Margot arqueou as sobrancelhas, demonstrando uma expressão de desânimo.
─ Na verdade não. ─ respondeu, observando o primo e voltando sua atenção à Remus e seu caldeirão. ─ A família irá se reunir este ano, então temos de ir.
Aaron concordou, e não houveram perguntas depois.
Margot estava distraída, normalmente aquela aula a deixaria em completo êxtase, mas naquele momento, e naquela situação, nada poderia animá-la. A moça apoiou o cotovelo sobre a mesa, tendo a cabeça sustentada por sua mão direita. Os olhos percorriam pelos amigos, observando-os com atenção.
─ Ei! ─ exclamou Aaron, fazendo-a fixar seu olhar sobre ele. ─ Já que não está fazendo nada, poderia me passar a camomila, por favor.
A moça assentiu. Sem ler, apenas pegou um frasco qualquer em suas mãos e o estendeu ao primo, que agradeceu e colocou diretamente em seu caldeirão.
Não demorou muito até que uma explosão chamasse a atenção de todos presente. Margot arregalou os olhos e Remus deu um pulo para trás.
─ Mas que... ─ Aaron reprimiu um xingamento.
A capa preta, que trazia ao peito um gentil texugo, estava agora coberta por uma substância viscosa.
─ Uou! ─ exclamou o professor, se aproximando do lufano atingido. ─ O que temos aqui!?
─ Essa doida! ─ exclamou Aaron em resposta, passando a mão sobre o rosto. ─ Ela fez isso!
Encolhida, a moça tentou sorrir.
─ Me desculpe, Aaron! ─ pediu, estendendo sua mão, e então optando por a recolher. ─ Eu juro que não foi de propósito!
O professor Slughorn observava os dois, e sabia que a garota estava sendo verdadeira. Seria injusto a punir.
─ Sua doida ─ disse ele. ─, essa não é a primeira vez que você tenta me matar.
Remus riu, levando a mão à boca.
─ Muito bem, limpem isso, terminem a poção, e podem sair. ─ informou o diretor da Sonserina.
Eles assentiram.
✹
─ Certo, deixe-me ver se entendi ─ pronunciou Remus, enquanto caminhavam lentamente até o Salão Principal. ─, sua mãe pretende lhe arranjar um casamento?
Margot balançou a cabeça de forma positiva. O dia havia passado rapidamente e agora, o teto encantado do Salão Principal exibia uma agradável paisagem noturna, onde era possível vislumbrar um céu estrelado.
─ Se eu não for capaz de fazer, ela irá! ─ respondeu. ─ Então, sim.
Remus pareceu pensar. Eles sentaram à mesa da grifinória, como de costume, próximo à James Potter; que não pareceu notar.
─ Tem algo em mente? ─ perguntou Remus, servindo-se.
Margot olhou à sua volta, voltando-se à mesa, escolhendo o que comeria.
─ Eu pensei em mentir! ─ respondeu, dando de ombros e, atraindo atenção de James.
O rapaz, de corpo esguio, físico atleta, olhos castanhos-esverdeados e cabelo preto desarrumado, não pode conter sua risada; fazendo-a olhá-lo.
─ Isso vai ser impossível! ─ exclamou ele, passando a mão sob a lente de seus óculos, limpando as lágrimas que caíam; ocasionadas pelo riso.
A moça revirou os olhos.
─ Não se meta, Pontas! ─ disse ela.
O rapaz ignorou seu pedido e voltou-se por completo à seus amigos.
─ Sobre o que estão falando, exatamente!?
Remus baixou o cálice, contendo suco de laranja, e o respondeu:
─ A mãe de Margot planeja arranjar um casamento à ela!
─ Mas, eu não quero me casar! Ou ter filhos, ou qualquer uma dessas merdas! ─ completou ela. ─ Quero viajar mundo afora, conhecer pessoas legais...
─ Apresente Remus à eles! ─ disse James, como se fosse óbvio.
Margot engasgou-se com a própria saliva, e Lupin lhe dirigiu um olhar confuso.
─ "Apresentar Remus!?" ─ repetiu, tendo certeza de que ouviu corretamente. ─ Isso seria a coisa mais estúpida a se fazer! ─ garantiu. ─ Sem ofensa, Remus.
O rapaz sorriu ladino.
─ Não ofendeu.
James balançou a cabeça, franzindo o cenho. Inclinou a cabeça à Margot e continuou:
─ Eu não entendi, essa foi a melhor ideia que eu já tive!
A moça arqueou suas sobrancelhas.
─ Eu não posso apresentar Remus aos meus pais! ─ pronunciou. ─ Ele é o rapaz perfeito, minha família pode querer que nos casemos no mesmo instante!
O rosto de Remus ganhou uma coloração avermelhada.
James levantou as mãos em sinal de rendição e Margot baixou a cabeça, fazendo com que sua testa entrasse em contato com a madeira gélida à sua frente. Instintivamente, a moça virou sua cabeça ao lado direito, fixando assim seu olhar à entrada do Salão e, de forma gradativa, tornou a erguer o rosto.
Sirius Black havia acabado de entrar, atraindo atenção de muitas garotas, as quais suspiravam de forma desejosa. Os longos cabelos negros, e olhos acinzentados eram responsáveis por completar sua elegância aristocrática. O sorriso brilhante era dirigido a Marlene Mckinnon, mas não atingia somente ela, como também quem estava à sua volta. Seu desprezo pelas regras e habilidade em não se envolver seriamente causariam um ataque cardíaco em seus pais.
E foi ali que sua mente se iluminou e seus olhos brilharam, perigosamente.
─ Se Remus é perfeito demais, porque não tentar o oposto dele? ─ disse ela, de forma baixa, atraindo atenção de seus amigos.
Obrigada mais uma vez à schxrbatskx por me disponibilizar esse plot incrível, já com o prólogo e o primeiro capítulo escritos ❤ você é tudo!!!
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