01 | COBRANÇA DE DÍVIDAS
𝐅𝐑𝐈𝐄𝐍𝐃𝐒
CAPÍTULO UM
COBRANÇA DE DÍVIDAS
PETER PETTIGREW, um rapaz de cabelos loiros pálidos, não muito alto, nariz pontiagudo e olhos pequenos, estava sentado na sua cama, localizada na torre da grifinória, quando Sirius Black abriu a porta rispidamente, o surpreendendo por trazer ao seu encalço Margot Goldwing; que deu um chute na porta, impedindo-a de bater contra si.
─ Você não pode me deixar falando sozinha! ─ exclamou ela, visivelmente irritada. ─ E muito menos fechar a porta na minha cara.
O rapaz de longos cabelos negros parou abruptamente, virando-se à ela e fazendo-a colidir contra seu peito. Margot se afastou atordoada.
─ Por Merlin, você ainda está falando!? ─ perguntou de maneira retórica, levando as mãos à têmpora.
─ Ela é uma garota, o quê essa garota faz aqui!? ─ indagou Peter, quando a porta do dormitório foi aberta, novamente, por James e Remus risonhos.
Sirius e Margot o fitaram ameaçadoramente, fazendo-o encolher-se.
─ Seu cachorro pulguento! ─ exclamou ela, empurrando-o e fazendo-o cair sentado em sua própria cama.
Sirius a olhou indignado.
─ Você é completamente doida! ─ vociferou ele. ─ Não temos mais treze anos, eu não serei seu namoradinho falso.
Margot cruzou os braços.
─ Isso não é um favor. ─ lembrou ela. ─ Eu estou cobrando uma dívida.
O corpo de Sirius cedeu, fazendo com que suas costas chocassem contra o colchão pesadamente. Ele suspirou, visivelmente incomodado. James e Remus estavam próximos de Pettigrew, e observavam a cena rotineira da discussão de Goldwing e Black.
─ Peça ao seu melhor amigo, Remus! ─ disse de forma impaciente.
Margot cruzou os braços e se inclinou à ele.
─ Remus é perfeito demais!
O rapaz citado corou de forma violenta, olhando para o chão.
─ Peça ao James, então. ─ insistiu ele.
Seu peito fora estufado.
─ Está brincando!? ─ a loura perguntou, retoricamente ─ Pontas é tão apaixonado pela Evans que arruinaria o plano todo. Imagine, me chamar de Lily na frente da família!
O rapaz abaixou sua cabeça, timidamente.
─ Então, parabéns! Você ganhou um Peter Pettigrew!
Margot exibiu uma expressão de nojo.
─ Eca! ─ exclamou ela, não se importando se a ouviriam. ─ Nem morta!
Peter franziu o cenho.
─ Porquê uma garota está no nosso quarto!? ─ perguntou ele, novamente. ─ Eu não gosto disso, James.
Margot revirou os olhos castanhos.
─ Cala a boca, Rabicho! ─ pediram Sirius e a moça; juntos.
─ São apenas duas semanas! ─ garantiu ela, quando o rapaz se levantou e começou a caminhar em círculos. Ela se aproximou dele. ─ Por favor!
Sirius a olhou, torceu o nariz e semicerrou os olhos acinzentados.
─ Só uma pergunta, sim!? ─ pediu, levantando o dedo indicador e umedecendo os lábios. A moça assentiu. ─ Se você planeja mentir, como vai controlar seu probleminha com mentiras!?
A moça deu de ombros, não havia pensado nisso ainda.
─ Que divertido. ─ Sirius ironizou. ─ A garota com problema em segurar o vômito, quando está mentindo, não pensou em como irá fazer para impedir que aconteça.
Margot pareceu ofendida. James se adiantou, com uma expressão monótona no rosto e apanhou um pequeno recipiente, entregando-o a moça, que franziu o cenho.
─ Eu posso sim controlar isso!
Todos esperaram, não demorou até que o conteúdo do estômago da garota fosse posto para fora. Era algo natural ao vê-la mentir.
─ Eu posso tentar, okay!? ─ garantiu, limpando a boca com a manga de sua capa. ─ Só preciso de ajuda ─ ela se voltou a Sirius. ─, e que você viaje comigo, para que eu cale a boca da minha família.
Sirius passou a mão no rosto, nervoso.
─ Eu prometi que passaria com Marlene. ─ revelou de forma pensativa. ─ Não quero quebrar minha promessa, sem contar que irei aproveitar mais com ela, do que com você e sua família maluca.
Ela revirou os olhos.
─ É o único favor que te peço. ─ implorou. ─ Sirius, por favor! Você precisa me ajudar.
O rapaz voltou a sua cama e sentou, Margot fez o mesmo; ficando ao seu lado.
─ Certo, eu não queria! ─ exclamou impaciente, deixando todos confusos. ─ Estou cansada de ser boazinha, agora vou pegar pesado. ─ todos a olhavam atentos. ─ Se não me ajudar, eu vou contar a todos, sobre o fato de serem animagos.
Peter arregalou os olhos, horrorizado. James se colocou em pé, alarmado. Sirius voltou-se à ela, nervoso. Remus ficou pálido.
— Você não… — Peter começou, a voz falhando.
─ Sim, eu faria! ─ garantiu. ─ Eu entregaria todos vocês, exceto Remus.
Os rapazes direcionaram seus olhares à Sirius; suplicantes. O moreno suspirou pesadamente e fechou seus olhos por alguns instantes.
─ Eu vou ajudar! ─ exclamou, levantando as mãos em sinal de rendição. ─ E também, vou ajudar com seu problema em conter essa nojeira. ─ ele apontou ao recipiente.
O rosto de Margot se iluminou, ela voltou-se à ele, abraçando-o fortemente. O aroma de seus cabelos, chocolate branco com morango foi inspirado por Sirius acidentalmente, provocando-lhe um arrepio incomum; ele não gostou daquele sentimento.
─ Certo ─ o rapaz a segurou pelos ombros, afastando-a de cenho franzido. ─, fique longe de mim, sua doida.
Margot riu. Se ele à achava doida, teria um colapso nervoso com sua família; mas não iria assustá-lo.
─ Apenas arrume as malas, Black. ─ pediu, se dirigindo até a porta. ─ Saímos em dois dias. E lembre-se, guarde seu pior para minha família!
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Margot se jogou em sua cama, fechando os olhos e suspirando alto. Estava inegavelmente nervosa com toda a situação, e seu problema com mentiras era o que mais lhe preocupava.
Ela não podia vomitar a cada vez que abrisse a boca durante o recesso de Natal. Se Goldwing já vomitava por mentiras leves, não conseguiria falar duas palavras sobre o irritante Sirius Black ser seu namorado ─ era apenas a coisa mais impossível de acontecer, no mundo inteiro ─, ela colocaria até as tripas para fora.
Duas semanas com Sirius. Aquilo era muito tempo, sem dúvidas, e os dois já compartilhavam náuseas apenas de pensar nessa viagem. Goldwing e Black estavam sempre se atacando pelos motivos mais idiotas possíveis; fingir que estavam apaixonados seria impossível!
─ Como é que eu me meto nessas situações?! ─ sussurrou para si mesma, passando a mão pelo rosto.
─ É uma ótima questão. ─ uma voz se fez ouvida na porta, assustando Margot. ─ Talvez seja uma espécie de imã.
─ Não vi que estava aí. ─ contou, observando Remus se sentar ao seu lado na cama, com um sorriso de quem estava achando muita graça da situação. ─ Remus, não ria de mim!
─ Eu vim trazer a solução para seu problema com as mentiras! ─ exclamou, e ela se levantou num pulo, curiosa. ─ É bem óbvio, na verdade, mas nós não fomos capazes de pensar nisso, Lily foi quem teve a ideia.
A garota franziu o cenho, cruzando os braços.
─ Estou com medo de saber o que é.
Remus a deu dois tapinhas no ombro, em consolo, e a garota o encarou ainda mais desconfiada, se levantando e começando a andar em círculos, ansiosa. Aluado riu, apoiando as costas no travesseiro e suspirando, antes de anunciar:
─ Depois de saber o que é, vai ficar com mais medo ainda.
─ Você não está ajudando, Lupin.
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