6 . (Good) bye
"Um pouco bom demais em despedidas"
- Too good at goodbyes, Sam Smith
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Evitar.
Era esse o plano agora. Evitar você era o melhor jeito de levar tudo isso.
Te bloquear.
Trocar de calçada quando te visse.
Me esconder no meu quarto e permanecer de porta trancada.
Não queria ver você.
Na verdade, queria desesperadamente. Depois de fugir após a declaração apesar de querer saber sua resposta, mesmo que seu silêncio já fosse uma, eu queria ouvir.
Mas ao mesmo tempo não queria. Então te evitar era mais fácil, Soso, inexplicávelmente mais fácil.
Entretanto quem disse que você aceitaria isso?
Duas semanas depois lá estava você, do outro lado da porta trancada do meu quarto sentada de costas assim como eu. Apenas respirando e esperando o próximo passo.
- Me desculpe... - dissemos juntos depois de longos minutos de silêncio.
- Por que está se desculpando? - questionou a ruiva batendo a cabeça de leve na porta.
- Porque... Porque talvez eu... Eu fui infantil em ter te ignorado assim.
Ela soltou um som em compreensão e depois suspirou pesado voltando ao silêncio de antes.
- E você? Por que se desculpou?
- Porque... - uma longa pausa - Eu não sei ao certo o porquê, acho que, talvez, por ter perdido tanto tempo pra te procurar ou... - de novo mais uma pausa que fez meu coração se acelerar - Por não sentir o mesmo por você, pelo menos não agora.
Eu queria uma resposta.
Ali estava ela.
Limpa e de verdade.
Nenhum sonho doce onde tenho um final feliz.
Apenas a verdade.
- Eu te amo, Tae, te amo muito, pode acreditar nisso porque esse amor eu te garanto que é real, assim como tudo que eu vivi do seu lado, mas não posso mentir pra você, nunca fiz isso é não vou começar a fazer isso agora. - a voz da minha ruivinha se tornou embargada a medida que falava e isso me quebrou ainda mais - Eu te vejo no meu futuro sim, mas não do mesmo jeito que você me vê com você. Se quiser a gente pode tentar, estou disposta a tentar com você, sei que é errado com você dizer isso depois de falar que não sinto algo na mesma intensidade que você só que.... - agora ela soluçava - Eu só não quero te perder, my bear...
- Soso... Sophia... - eu estava chorando, mas não queria deixar que ela soubesse - Por favor, não... Eu, eu vou ficar bem, mas acho que a gente precisa dar um tempo um do outro.
- Tae, por favor...
- Não, Soph. A gente precisa... Tentar esquecer isso, mudar os ares, conhecer outras pessoas, nos desligar um pouco um do outro... Talvez seja bom pra gente...
- Por favor não...
- E se não for, eu estarei disposto a tentar, pois nada vai ter mudado. Acredito que nada vá mudar. Eu te amo muito, Sophia, mas não seria certo agora... Não agora.
- Mas... - ouvi ela se levantar e pude jurar que ela estava passando as mãos nos olhos - Você jurou... Prometeu que ia ser nós dois, pra sempre.
- Eu sei...
- Você prometeu, Taesan! Eu quero você do meu lado. Me desculpa por não ser do jeito que você espera, mas eu quero tentar, por favor... Eu só quero você por perto, como sempre foi.
- Soph, agora não.
- Por favor.
- Você vai encontrar um bom substituto, bruxinha.
- Eles não são você.
- São melhores do que eu.
Você bateu na porta com os dois punhos e eu estremeci. Ainda estava sentado, lágrimas descendo pelas minhas bochechas e molhando minha camisa mais surrada do Nirvana.
Olhei pela janela, o sol ia se por.
- Vai logo, bruxinha, não quero que você ande tarde pela rua.
- Eu te odeio, Taesan! - bateu na porta mais uma vez - Abre isso e vem dizer na minha cara pra eu ir embora!
- Eu não posso...
- Abre.
- Sophia...
- Eu não vejo problema nenhum em esperar aqui.
Levanto relutante secando o rosto e colocando o óculos, repito fundo e giro a chave. A porta se abre e uma cabeleira ruiva entra que nem o raio e se joga em meus ombros num abraço se afastando em seguida para olhar em meus olhos.
Coloco uma das minhas mãos em sua bochecha e faço um carinho ali.
- Tae...
- Vai embora, bruxinha... - sinto a voz falhar e a visão embaçar mesmo estando com os óculos - Por favor.
Você balançou a cabeça em resignação e me deu um último abraço seguido de um beijo na bochecha.
Vi você descer as escadas devagar, queria ter te chamado de volta, queria ter aceitado sua proposta, mas eu não podia.
Quando ouvi o clique da porta da frente eu desmorona, de joelhos no assoalho da casa com as mãos abafando os gritos de dor e frustração.
Meu peito doia e minha garganta fechou. Minha boca estava seca e os olhos ardiam, sentia o corpo completamente dormente e a cabeça girar.
Corações podem não se partir no sentido literal, mas ele faz com que você se sinta completamente quebrado por dentro e isso é demonstrado do lado de fora.
Depois de cerca de dez minutos vou até a janela para fecha-la, ainda chorando e soluçando e então vejo os cachos ruivos sentados no meio fio em frente a minha casa. A cabeça entre os joelhos e as costas subindo e descendo num título descompassado.
Fechei a janela e a cortina.
Agora o tempo iria dizer o que deveria ser feito.
Apenas o tempo diria se ficaríamos juntos.
Mas por enquanto o tempo só me faria chorar.
O tempo seria cruel.
Mas ele me faria ser bom em despedidas.
Sophia Monét tem o meu coração desde que me mudei.
Sophia Monét sempre foi minha melhor amiga.
Sophia Monét, eu te amo.
Mas hoje, vamos por um fim nessa amizade.
•
fri (END) s
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