Atenção !  

Leitores do meu coração <3 

Tem bastante pessoas que estão acompanhando e isso é ótimo!

    Hoje não seria exatamente um dia de postagem, mas estou tentando fazer um acordo com vocês para ter mais capítulos na semana. Então, vamos fazer o seguinte.

Os Dez primeiros leitores a lerem este capitulo, se votarem postarei os próximos dois capítulos amanhã mesmo!

É uma boa proposta não? Então por favor pessoal, peço do fundo do coração para que votem beleza?

Boa leitura! 

Bjs '3'

***

   Era a última da fila indiana do grupo que andava atento em meio as árvores com o sons de nossos pés estralando as folhinhas secas que caíram das árvores. Estava começando a anoitecer.

   Lidja estava na minha frente até diminuir os passos e ficar ao meu lado.

       -Como você esta? – Ela pergunta.

       -Bem. – Minto. – E você?

       -Bem também. – Diz ela certamente mentindo.- Não acredito que ainda estou viva. – Ela diz suspirando. – Achei que não passaria nem da primeira noite.

       -Te entendo. – Comento, meu comentário a faz abrir um sorriso que eu acuso ser sarcástico.

       -Acho que não.- Ela diz deixando bem claro que ainda estava fresca em sua cabeça a última conversa que tivemos. – Seus, amiguinhos sabem? – Ela diz de referindo a Christian e Spencer.

       -Christian sabe. – Falo.

       -Tá explicado então. – Ela diz olhando em volta. Olho para ela confusa e um pouco irritada. – Por que acha que ele ainda não te matou? – Paro os passos e fico calada. – Por que você ainda é útil para ele. Ele sabe que você vai chegar a final e só quer te acompanhar, sabemos o que acontece quando chegar essa hora. – Ela diz parando na minha frente. – Não fica brava, lá no fundo você sabe disso. – Ela não podia estar falando sério.

       -Acho que você esta um pouco enganada. – Falo olhando em seus olhos. – Antes que ele soubesse do meu resultado, ele já tinha me ajudado muitas outras vezes. – Aquela situação era muito embaraçosa, não sabia se podia ver Lidja como uma amiga querendo abrir meus olhos, ou como uma ameaça que estava tentando me desestabilizar. – Mas e suas amiguinhas? Me diz por que se juntou a elas. – Falo ainda um pouco brava.

       -Livrei a barra delas uma vez, estavam mortas se eu não tivesse aparecido na hora certa, formei o grupo por que cada uma por si era muito fraca, somos fracas por que o nosso resultado foi muito baixo, mas juntas conseguimos nos virar.

       -E se você chegasse ao final? Você e as três garotas que você ajudou para depois te protegerem, o que faria... As mataria certo? – Respondo por ela antes.

       -Só pode ter um vencedor, Nara. – Ela diz.

       -Eu sei disso, mas não estaria disposta a quebrar as regras pelas pessoas que te mantiveram viva?

       -Não me arriscaria a desafi...

       -Esta ai o motivo de ainda não ter sido morta pelos meus companheiros, por que prometi que ajudaria a sair daqui vivo.

   Ela fica sem saber o que dizer, eu fico raciocinado o que tinha dito.

       -Nara, Lidja. – A voz de Spencer nos faz olhar para o pessoal que estava distante de nós. – Que tal começarmos a nos prepara para o anoitecer aqui?

       -Pode ser. – Lidja responde. Eles então começam a despachar suas bolsas no chão. – Pensa bem no que você vai fazer Nara. – Ela diz e então da as costas indo se juntar ao outros.

...

   Junto com as gêmeas fui a procura de lenha para a nossa fogueira, o tempo todo relembrando do que tinha acontecido a algumas horas atrás. Por que aquela porcentagem trazia tantos conflitos? E por que eu não sabia ao certo o que fazer e o que pensar? Começava a achar que era a única que não acreditava em nenhuma circunstância sobre o resultado. Afasto todo aquele pensamento atormentador e então me concentro em guiar as gêmeas, Maia a que descobrir ter nascido primeiro e Melly a que nasceu três minutos depois.

   Eram elas da cidade dois, de onde desde pequenas foram ensinadas a cuidar dos próprios ferimentos, tinham dezenove anos e com dezesseis já tinham ido para o cargo de aprendiz avançado em seu setor de trabalho.

   Enquanto eu e Christian fazíamos a fogueira, as duas trabalharam com o que tinham para ajudar Spencer com os ferimentos causado pela bomba que foi lançada por Melly. Kim conversou algo com Lidja enquanto isso, me perguntava se Lidja teria coragem de contar sobre mim.

       -Pronta assim já esta bom. – Christian diz depois de jogarmos mais um pouco de lenha na fogueira. O céu agora estava azul escuro em um lado e do outro a cor negra do anoitecer.

   Me sento em um canto perto da fogueira com a garrafa de água da mão. Minha pernas estavam doloridas, passo a mão por cima da gaze onde estava protegendo a fratura, fecho os olhos a mesmo temo que faço uma careta de dor.

       -Se eu fosse você dormiria enquanto ainda não tocaram no assunto de turnos. – Christian diz antes de se sentar ao meu lado. Forço uma risada com resposta. – Ainda esta doendo muito? – Pergunta ele se referindo a fratura na costela.

       -Esta. Mais nada pior do que estar aqui. – Digo olhando para a fogueira.

       -É – Diz ele suspirando.

       -Caraca. – Diz Spencer a nossa frente ao lado de Kim enquanto riam. – 30% é mesmo pouco. Que bosta. – Ele diz rindo. – Pelo menos no meu deu 40% - Dizer isso só fez os dois rirem mais ainda. Estava obvio que riam da própria desgraça para não chorarem de desespero. – E vocês duas.? – Ele diz olhando para as gêmeas na outra ponta.

       -50% cada uma. – Maia diz fazendo careta.

       -Caramba. – Diz ele rindo mais uma vez. – Faz sentido. E você Lidja?

       -Igual você. – Ela diz sem desviar o olhar das mãos com um pedacinho de folha que ela rasgava. Spencer balança a cabeça concordando e não diz nada. Torço para que ele não continue com aquelas perguntas, estava sentindo que não iria acabar bem.

       -Christian? – Ele diz se virando para o lado onde eu e ele estava.

       -80% - Ele diz olhando para o fogo assim como eu.

       -Olha. – Ele diz fazendo uma cara de admiração. – Isso é bom, muito bom. – Ao mesmo tempo que tentava disfarçar sua insegurança e surpresa com o seu falso humor, ainda era possível ver o quanto estava incomodado em saber disso. A expressão de todos foram mudando, era possível sentir o espaço ficando cada vez mais tenso. – Nara? – Ele diz me fazendo desviar o olhar do fogo para ele que estava logo a frente. – E você? – Ele pergunta ainda tentando manter seu tom simpático.

    Nesse instante pude sentir todo meu corpo ficar sem reação, entreabro os lábios na esperança de voltar a respirar, olho para o fogo engulindo  em seco, olho para a frente e vejo Spencer e Kim me olhando assim como as gêmeas e também Lidja que dessa vez estava com o olhar de quem sabia de coisas que o resto não sabia. Olho para o lado e Christian estava apenas com o olhar baixo.

       -Não vai falar? – Spencer pergunta mais uma vez me fazendo olhar para o seu lado. Não podia falar, se falasse todos eles iriam agir como Christian e Lidja, iriam me encurralar e me encher de duvidas mais uma vez, me verem como uma ameaça que não quero ser. Iria ficar sobrecarregada de responsabilidades que não deveriam existir. Começo a lentamente a negar com a cabeça quando Lidja se levanta.

       -Você deveria falar Nara. – Ela diz me fazendo olhar para seu rosto.

       -Lidja por fa... –Sou interrompida.

       -Ou eu posso falar. – Ela diz fazendo gestos com a mão. Nesse instante Christian também se levanta.

       -O que foi gente? – Spencer diz também se levantando.– Por que todo esse clima?. – Não conseguia acreditar que aquilo estava acontecendo, me sentia sufocada.

       -Fala Nara. – Lidja diz arqueando as sobrancelhas. Olho para baixo por uns instante. A raiva acaba tomando conta de mim.

   Solto um suspiro e me levanto. Olho para Lidja que esperava que tudo se desabasse em cima de mim enquanto ela apenas iria assistir. Olho em volta tentando achar palavras certas pra dizer sem que todos se voltassem contra mim, as gêmeas assim como Kim ainda estava sentadas com pontos de interrogação evidentes em seus rostos. Suspiro mais uma vez, fecho os punhos e então tomo coragem para começar a falar.

       -Primeiramente Lidja. – Falo olhando para seu rosto. –Eu realmente queria entender o por que você esta fazendo isso comigo, pensei que você, uma das poucas pessoas que mesmo sabendo do meu resultado ficaria do meu lado...

       -Isso é um jogo Nara, você deveria começar a jogar direito – Ela fala por cima da minha voz.

       -Mas... – Continuo. – Você só pensa em si mesma. – Os outros ficam nos olhando mais confuso ainda, fico me perguntando se estava errada em pensar assim, sabia que aquele jogo tornava as pessoas egoístas mais até agora não tinha conseguido me tornar uma. – Quer mesmo saber o meu resultado, Spencer? – Pergunto e ele faz que sim com a cabeça. – Esta bem. – Falo e então tomo coragem me entregando por completo. – Quando fiz aquela droga de teste que vocês acreditam definir os dias de vocês nesse inferno, tive a surpresa de ter o resultado em 99% - Falo de uma vez, Spencer entreabre a boca e da um passo para trás as gêmeas e Kim se levantam surpresas Lidja simplesmente pressiona os lábios. – " Nossa mais como ela teve esse resultado? É só uma adolescente" " Ela deve estar mentindo, é só uma garota comum da Cidade 6" – Falo interpretando. – É isso que estão pensando não é? Também pensei assim quando recebi o resultado, e para falar a verdade ainda penso, tentei achar uma justificativa que explicasse conseguir ter saído viva de todos os conflitos que passei desde quando isso começou, mais parece não ter outra a não ser essa. – Eles estavam sem reação, Christian ao meu lado parecia mais tenso que eu. Lidja cruza os braços e olhava para baixo. – " Então por que não a matamos?" Pensaram isso não foi? – Falo indicando com mão na direção deles ainda conseguindo dar um riso forçado e hipócrita. – Se quiserem podem ir em frente... – Falo estendendo os braços. Christian vira pra mim surpreso.

       -Não a motivos para que você continue viva. – Kim começa a dizer. – Essa oferta é tentadora, talvez assim posso ter mais chance contra os outros, mesmo com 30% de chances positivas.

       -Entendo. – Digo cruzando os braços na tentativa de parecer tranquila. – Não tenho a intenção de ameaçar vocês, nem nada disso. Por mais que seja tentador vendo o quanto ficam assustados. – Falo rindo um pouco. Os deixando mais assustados ainda. – Mas, eu não sou assim, não consigo ser. Se... Vocês. – Olho para cima tentando achar palavras certas. – Prometeram que não iram me ver como uma ameaça, por mais que seja difícil, eu prometo levarem vocês até a final. Era isso que estavam precisando não? Alguém que pudesse garantir a vida de vocês? – Mas o que eu estava falando? Como pude prometer uma coisas dessas? Mas no fundo eu sabia por que, por mais que soubesse disfarçar eu tremia por dentro, sabia exatamente o que estava fazendo, jogando. Talvez alguma parte do que eu estava dizendo fosse mesmo verdade, se pudesse ter uma chance de protege-los da morte faria, assim como tinha feito com Christian a maior parte do tempo, em troca iria querer a confiança deles.

       -Você pode mesmo fazer isso? –Melly pergunta.

       -A menos que tenha outra pessoa que teve o resultado de 100%, acredito que eu posso fazer isso. Afinal o que importa aqui dentro são as porcentagens não? – Falo entrando no jogo deles.

       -O que vai acontecer quando sobrar apenas nos sete na ilha? – Spencer pergunta.

       -Não sei vocês, mais estou disposta a quebrar alguma regras, mas não posso fazer isso sozinha. – Falo vendo ele relaxar um pouco. – Posso contar com vocês então? – Pergunto ansiosa.

       -Por mim tudo bem, eu confio em Nara. – Christian finalmente diz preenchendo o silêncio torturante.

       -Por mim também. – Spencer diz. Olho para as gêmeas que se olham e depois balançam a cabeça positivamente.

       -Nós também. – Olho para Lidja que olhava para mim.

       -Eu também. – Ela diz um pouco relaxada. Olho para Kim que estava muito quieta, os outro fazem o mesmo que eu esperando por sua resposta.

       -Tudo bem. – Diz se sentando novamente. O som de um Drone passando por nossas cabeças nos fazem olhar para cima até que ele some na escuridão.

       -Quem bom. – Falo em seguida. – Assim fico mais tranquila, e vocês também podem ficar. Obrigado. – Falo suspirando.

   Todos a minha frente se sentam novamente, aperto os lábios e me direciono para o caminho que tinha percorrido mais cedo. Precisava caminhar e raciocinar o que tinha acabado de fazer, ando um pouco rápido tentando me distanciar o máximo possível do lugar, minhas mãos ainda estavam cerradas quando começo a repensar tudo que tinha dito, não acreditava em como tinha conseguido ter aquela posições na frente de todos eles, aquela não era eu, na verdade era um lado meu que não nunca tinha conhecido, e saber que ele existia me dava um pouco de arrepios, me sentia uma pessoa cruel por que eu prometi coisas que achava não ter capacidade de cumprir.

       -Droga! – Grito quando soco a árvore a minha frente sentindo ao mesmo tempo a pele dos meus dedos rasgarem com o ato.

   Estava com ódio de mim mesma por ter mentindo não só para eles mas para mim mesma,cubro a minha cabeça com as mãos e me abaixo com os olhos fechado enquanto minhas mãos tremiam, agora eles acreditavam que a vida deles estavam seguras ao meu lado, e eu tinha feito isso apenas sendo mais uma com medo de morrer, tinha que fazer alguma coisa se não já estaria morta a alguns minuto atrás, tive que fazer. Foi nesse momento que senti que realmente estava jogando.