Capítulo 21- Granada
Andamos em silêncio por aquele caminho de estrada que ficava cada vez mais empoeirado, o céu aos poucos estava escurecendo e minha fome cada vez maior.
-Precisamos parar para comer. – Falo finalmente depois de horas. Para e olho para Christian que estava parado olhando ao redor.
-Sei onde podemos ficar. – Ele diz passando por mim. – Por aqui tem um posto de gasolina.
-Como pode ter tanta certeza? – Digo o seguindo.
-Por que cai perto daqui. – Ele diz. Ficamos em silêncio o resto do caminho, me animou um pouco quando ao longe consigo ver uma luzinha falha de poste acesa ao lado de uma pequena casinha quadrada.
Chegando mais perto pude ver que tinha baús e pneus espalhados em volta da casinha, e de frente para ela dois daqueles tanques para poder encher o carro. Chegando finalmente nela pude ver a placa redonda levantada, por estar enferrujada e empoeirada foi impossível a ler. Paramos em frente a porta de madeira trancada a cadeado.
-Como vamos entrar? – Pergunto a ele que estava pensativo, penso rápido e saco o revolver, antes que o pudesse usar Christian o abaixa.
-Não é uma boa ideia.
-Por que? – Pergunto colocando o revolver preso a cintura novamente.
-Por que vai chamar muita atenção.
Dou de ombros e olho em volta enquanto ele examinava a porta. O céu estava azul escuro e um vento forte começava a soprar, de onde estávamos dava para ver a inclinação para ir para uma parte mais funda onde tinha algumas casa de madeira por milagre ainda em pé. Volto a olhar para ele quando escuto um som forte.
-Como vez isso? – Pergunto me aproximando. E ficando espantada por não ver nenhum sinal de arrombamento.
-Muito anos de prática. – Ele diz dando passagem para que eu entrasse primeiro.
Entro e ele entra logo em seguida deixando tudo um breu. Tento enxergar ao redor mais e impossível, escuto uma bolsa sendo aberta e fico um pouco assustada.
-Christian? –O chamo mais não obtenho resposta, lentamente coloco a mão no revolver ficando atenta. Ouço o som de bolsa sendo jogada no chão.
-Buu. – Ele diz com uma voz assustadora quando seu rosto aparece iluminado por uma lanterna me fazendo dar um pulo de susto.
-Christian! – Grito com ele que gargalha. – Não teve graça nenhuma. – Falo cruzando os braços.
-Tinha que ter visto sua cara. – Ele diz ainda rindo. O encaro séria e ele fecha a cara novamente. – Desculpa. – Ele diz. E ilumina em volta.
O local era pequeno e tinhas caixas, ferramentas e um cheiro forte de borracha, minha barriga ronca enquanto ainda observava, paro o que estava fazendo e sento no chão tirando da bolsa os alimentos que tinha conseguido. Os coloco a frente de mim e estendo o pacote de biscoito oferecendo para Christian, ele se senta a minha frente e pega o biscoito. Comemos um pouco e bebemos água, guardo o resto para a próxima vez que a fome apertar.
Fico sentada no chão descansando as pernas enquanto uma hora ou outra Christian olhava pela janela checando o local.
-Por que você sempre esteve por perto? – Pergunto de repente enquanto o observava olhar a janela.
-Como assim? – Pergunta ele sem desviar o olhar.
-Você... sempre estava por perto, ou tentando estar. Por que?- Ele olha para mim e depois volta a olhar a janela. Suspira e se encosta na parede ainda em pé.
-Também não sei. – Diz dando de ombros. – Mas acho que tem haver com o fato de você ser muito parecida com uma amiga muito importante para mim. – Fico quieta esperando que ele fale mais. – O nome dela era Rita, fomos amigos inseparáveis desde a infância, quando chegou o aviso na nossa cidade ela entrou em pânico, pois não queria deixar sua mãe e seu irmão mais novo sozinhos, sua mãe já é de idade. Então quando... – Ele dá uma pausa. – No dia em que os guardas foram nós buscar ela tentou fugir, foi pega, de inicio eles não iriam fazer nada mesmo por ela ter tentado fugir, mas mesmo assim... eu falei para ela não ... mas... ela acabou se recusando a ir com ele, e no fim... eu a vi morrer. – Ele diz e abaixa o olhar, me sinto culpada por ter perguntado, não sabia que por trás disso tinha uma historia tão triste. – Acho que é por isso, é como se eu estivesse próximo dela. Olhar para você é como se seu estivesse olhando para ela. – Ele diz me encarando, o encaro de volta, fazia sentido sua aproximação, talvez ele ainda não tenha se conformado com a perda.
-Você gostava dela? – Pergunto por impulso.
-Mais do que amiga? – Concordo com a cabeça.- Acho que sim, mas nunca tive coragem de dizer algo, tive medo de depois disso perder a amizade.
Balanço a cabeça compreendendo, depois disso ficamos em silêncio. Tiro o capacete que ainda usava e estava incomodando meu pescoço, o examino, realmente aquele era muito bom, foi uma milagre ainda estar viva, pois no capacete havia duas marcas de balas.
-Esse aqui já era. – Digo para Christian que estava sentado ao lado da porta e janela. Ele estava muito quieto. – Acho melhor economizar.
-O que?
-A lanterna, podemos precisar dela depois.
-Verdade. – Ele diz erguendo a lanterna a examinado por um tempo e depois a apaga, deixando aquele breu voltar. – Você esta cansada? – Ele pergunta depois de um tempo.
-Estou. – Falo baixinho.
-Pode dormir, eu fico de guarda. – Ele diz se levantando.
-Tem certeza? Não estou tão cansada assim...
-Dorme logo antes que eu mude de ideia. Depois te acordo e agente troca. – Concordo com a cabeça, me deito de lado no chão firo e fico encolhida. Tento ainda segurar um pouco o sono pensando se seria uma boa ideia ou não confiar nele, no fim acabo não conseguindo evitar e durmo.
*
-Nara – Escuto uma voz de fundo me despertar. – Nara .- Vejo Christian em minha frente. – Nara! – Sinto ser chacoalhada. Percebo então a expressão aflita de Christian.
-O que foi? – Pergunto assustada me levantando rapidamente. Ele faz um sinal de silêncio com o dedo. Escuto atenta em volta, arregalo os olhos quando um som de carro cantando pneu passando em frente a onde estávamos. – Acho que foi embora. – Cochicho quando escuto o som se distanciar, mas então o carro volta a passar perto de nós mais uma vez. Me levanto lentamente e vou até a janela tampada com madeira mais ainda assim era possível ver do lado de fora.
-Nara não, vão nos ver! – Christian diz receoso. Ignoro seu alerta e olho pela brecha na janela, era de madrugada o céu estava em partes divididas de cores claras e escuras, o som se aproxima e eu continuo a observar. Passa então um carro vinho escuro desbotado rebaixado levantando poeira com uma pessoa o dirigindo.
-Tem algum plano? – Pergunto voltando a me agachar ao seu lado. Ele olha em volta e depois olha para a mochila pequena presa a minha perna.
–O que tem ai dentro? – Ele pergunta olhando para mim.
-Acho que algumas granadas. Por que? – Pergunto.
-Perfeito. – Diz ele abrindo um sorriso. – Vamos usa-las.- Ele diz e estende a mão. Tiro as duas granadas e entrego a ele.
-Sabe como usar?
-Claro que sei.- Ele diz enquanto começa a checar as minhas armas. – Usa essa. – Ele diz e me entrega a SKS. A pego e checo sua munição, começamos a pegar nossas coisas mas paramos assim que escutamos o carro passar pela nossa frente mais uma vez.
-Qual é o plano? – Pergunto para ele quando para agachado na porta.
-Vamos sair enquanto da tempo e ficamos atrás da casa, ai eu uso isso. – Ele diz mostrando as granadas concordo com a cabeça, o carro passa mais uma vez e quando o som some um pouco ele abre a porta me fazendo passar primeiro.
Corro para trás da casa e espero por Christian, ele chega até mim e faz com que eu de alguns passos para o lado quando o carro se aproxima mais uma vez.
-Assusta ele. – Ele diz gesticulando com a cabeça, o carro passa por nós e eu me direciono a ponta da casa podendo ver a parte de trás de carro, Christian fica ao meu lado com uma granada nas mãos. Destravo o gatilho e miro no vidro de traz do carro, solto o gatilho e depois escuto o som de vidro se transformando em pedacinhos e se espatifando sobre o asfalto empoeirado. Vejo o alvo dentro do carro se espantar ao ser pego de surpresa. Em seguida vejo Christian jogar a granada que estava em suas mãos na parte aberta do carro fazendo a granada cair de certeiro dentro. O alvo acelera um pouco mais. – Boa. – Christian diz com um sorrisinho no rosto.
-E agora? – Pergunto me encostando na parede da casa.
-Espera ele voltar . – Diz ele dando uma checada rápida no carro, concordo com a cabeça e espero.
Logo o som do carro se aproximando surgi ficando cada vez mais alto, olho para Christian que estava encostado ao meu lado com a respiração ofegante e atento ao som do carro. Dessa vez o carro passa um pouco mais lento é possível ouvir o som de um gatilho sendo destravado, e dessa vez não era o nosso. O carro passa pela frente da pequena casa e vai se distanciando, Christian passa lentamente por mim com outra granada na mão, ele fica agora no outro lado olhando para a granada, olha mais uma vez para o carro e então outra vez para a granada puxando uma cordinha que tinha nela.
-Vai para traz! – Ele me avisa antes de sair do seu esconderijo e lançar a granada para dentro do carro mais uma vez, só que dessa a granada estava ativada. O movimento foi tão rápido que mal tive tempo de dar três passos para trás, Christian vira para mim e se apressa pegando em meu pulso e me puxando junto enquanto corria para longe do carro.
Em menos de cinco segundos a granada dispara dentro do carro, que juntando com a outra fez um estrago enorme com o carro e certamente com a ameaça. Ocarro ao explodir causou um impulso forte fazendo com que nos jogasse no chão com pedrinhas que acabam arranhando um pouco o rosto.
***
Helloo!!
Iai gostaram no capitulo?! Espero que estejam gostando :)
Beijinhos e até o próximo '3'
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