Capítulo 43 - Sem Aliados
Enquanto seguimos adiante, a Arena escureceu, Sam disse que estava cansada de andar, imaginando que ela não tivesse dormido a muito tempo, descansamos até que ela enfim se rende ao sono. Tiro o colete que eu estava usando o colocando em cima de seus braços na esperança de que aquilo servisse como um cobertor. Maxim com uma lanterna pequena clareava as arvores para vê-las balançando. Me sento ao seu lado e observo o circulo de luz se mover.
—Esta machucada – Ele diz ainda olhando para cima.
—Não é nada. – Falo dando um meio sorriso mesmo sabendo que ele não veria.
—Esta com ela a muito tempo?
—Não muito.
—Eu sinto muito. – Diz desligando a luz e olhando para mim.
—Pelo o que?
—Por sua irmã. – Desvio o olhar do seu ao assunto ser tocado.
—Não quero falar sobre isso Maxim.
—Eu sei, desculpe mas... Não fiz o que deveria ser feito, deveria ter dito isso muito antes. – Concordo com a cabeça sem demostrar estar incomodada com o assunto. – E também por ter deixando você ficar bêbada... E por ter deixado você me beijar estando bêbada. – Viro para ele com as sobrancelhas levantadas.
—Você me beijou. – Rebato. – E não estava bêbada.
—Na verdade estava sim. – Olho para ele com os olhos cerrados.
Apenas rio pelo Nariz sem saber o que dizer. Maxim sem dizer nada se recosta na arvore.
—Por que me beijou? – Pergunto por impulso, ele sendo pego de surpresa abre a fecha a boca como se quisesse dizer algo mais não soubesse como.
—Talvez eu também estivesse bêbado. – Ele diz sem olhar para mim.
Olho para ele e sem conter sorrio, Maxim era um cara engraçado e divertido, não tinha esquecido da sensação de ter o beijado, foi bom, mas sabia que teve algo a mais naquele momento, sentia algum sentimento diferente da parte de Maxim, e para falar a verdade, gostava disso.
Ficamos em silencio por alguns segundos, o lugar estava ficando mais abafado ainda, sentia o ar quente em volta de minha pele, Maxim parecendo notar a mudança do ar acaba tirando o casaco cinza que usava.
—De onde era aqueles que estavam com você? – Pergunto.
—Não perguntei.
Acabo contando para ele sobre o que Sam tinha me dito, falo também sobre Dallas e sobre Samuel, não exatamente tudo, mais sobre suas historias vindo de seus países.
—E o que aconteceu com eles? – Ele pergunta.
—Mortos. – Respondo rápido – Aliados de mais, as vezes, não conseguimos ajudar a todos. – Mais uma vez me convenço da minha própria mentira. Ele concorda com a cabeça. – Eles querem saber do que somos capazes. – Me recordo do que Abbey disse antes de me jogar dentro da Arena mais uma vez.
—O que fazemos? – Pergunta ele suspirando.
—Mostramos do que somos capaz. – Falo simplesmente.
—E depois?
—Depois... Veremos. – Dou de ombros.
Não sabia o que haveria depois, e nem se teria mesmo o depois, Abbey e Winike queriam saber do que éramos capazes, queriam saber quem era o mais forte. Não estava com medo de agir, sabia muito bem o que estava fazendo, descobrindo do que eu era capaz, mas sabia que se toda a equipe se juntasse, eles não teriam chance de nos controlar, eram ingênuos de mais de achassem que iriamos matar uns aos outros.
Fecho os olhos quando lembro que eu mesma já fiz isso.
—Vamos. – Falo me levantando e dispersando meus próprios pensamentos. – Não vamos perder tempo.
Maxim se levanta, enquanto ele recolhe nossas coisas, vou até Sam e a acordo.
Sem demorar, continuamos na trilha, andamos alguns longos metros quando enfim a Arena começou a clarear, paramos os passos para observar em volta. A claridade estava mais forte tive a impressão, olho para cima e desvio olhar no mesmo instante sentindo eles arderem com a cor forte de mais. Junto com isso o calor aumenta sendo totalmente perceptível. Não fazia ideia de quantos dias tinham se passado lá dentro.
—Eles estão manipulando... Estão manipulando o tempo. – Falo sentindo minha boca começar a ficar seca sede.
—Droga. – Maxim diz junto com outros palavrões. – Vamos para alguma sombra.
Não demorou muito para que sentimos nossas peles ardendo e ficarmos ofegantes desejando por uma brisa fresca. As arvores que tinham em volta não estavam sendo o suficiente para nos proteger do calor.
—Vão nos cozinhar vivos. – Sam diz ficando irritada.
Me abaixo e distribuo as pequenas garrafas de água que tinha na bolsa, foi quase inútil pois estavam quentes.
—Mais que Droga. – Maxim se irrita. – Estar aqui já não o suficiente?! – Grita.
Passo as mãos pela testa de onde se acumulavam gotas de suor e escorriam por meu pescoço. Não aguentaríamos ficar tanto tempo expostos ao calor antes que desmaiássemos.
—Precisamos achar algum rio, ou então alguma caixa de água. Estarão conservados e frescos – Sugiro na esperança de que fosse verdade.
—Acho que já passei por aqui. – Sam diz dando alguns passos em volta. – Acho que... Acho que tem um rio aqui perto! – Ela se anima. – Vamos.
—Sam – A chamo mas ela continua andando.
Coloco a mochila nas costas e a sigo com Maxim. Ela tão empolgada em ter reconhecido o lugar quase corria, para não perde-la de vista apresso um pouco os passos.
Eu e Maxim trocamos um olhar ao escutar o som fraco de água corrente, Sam mostrando um sorriso se vira para nós. Pelo visto ela estava certa, o que era um alivio para todos nós que sentíamos cada vez mais o ar nos prejudicando aos poucos. Ela sem preocupação alguma correu entrando no raso rio, Maxim fez um sinal indicando que ficaria de guarda para que eu pudesse ir, de pressa me livro de todos o equipamentos, vou até a borda e olho em volta ainda com medo de ter alguém por perto, ignorando a sensação começo a entrar na água.
O rio batia em meu pescoço refrescando cada parte do meu corpo, suspiro aliviada em estar fresca e sem sentir a pele ardendo. Molho meus cabelos e então alguns segundo depois saio da água, Maxim me observava enquanto me aproximava, desvio olhar do seu ao notar um silhueta ao lado esquerdo.
—Maxim! – Grito, ele enruga a testa e vira para o lado onde eu olhava, um tiro é disparado, Maxim atira de volta errando também. Corro em direção a ameaça com a roupa ensopada e sentindo o ar quente me acertando.
O alvo me nota, tenta correr mais o alcanço sem muito esforço, o puxo pela blusa para trás, o alvo cai aos meus pés. Era uma garota, olhos claros o que não combinava muito com seus cabelos avermelhado e curto, tinha as bochechas rosadas, estava suada e com a boca seca. Ela olha para mim e pega seu revolver mais uma vez. O puxo de sua mão em um movimento simples, ela arregala os olhos. A faço se levantar e então prendo seus braços atrás das costas.
—Esta sozinha? – Pergunto a empurrando para próximo ao rio deixando seu rosto a alguns centímetros dele. – Esta sozinha?! – Grito esperando por uma resposta. Ela não responde, forço a se abaixar um pouco mais.
—Espera! – Grita quando sua cabeça encosta na água. – Espera! – Interrompo meus movimentos. – Estou sozinha! Por favor não me mate.
—Não tenho motivos para isso. Você quase acertou o meu companheiro.
—Por favor não!
—Nara! – Maxim grita se aproximando, ele olha para nós duas sem saber ao certo o que dizer.
—Me deixe ficar com vocês! Estou sozinha! Não quero morrer por favor! – Ela dizia com a voz tremula. Olho para Maxim mais uma vez, ele estava tentando tomar alguma decisão.
—Solte ela. – Diz para mim.
—Não precisamos de aliados, você sabe. – Falo o alertando. Ele sem dizer nada apenas demostra olhando com olhos piedosos para a garota.
Cerro os dentes e então a largo, ela se joga para trás se distanciando do rio.
—Vamos ajudar todos que encontrarmos em nossa frente? – Pergunto ficando de frente a Maxim, estava irritada, como ele conseguia ter piedade de alguém que quase o matou.
—Ela esta sozinha, podemos ajuda-la por enquanto.
—Você esta se escutando?! – Pergunto ficando cada vez mais irritada. Sentia as gotas da roupa pingando na grama seca aos meus pés, meus cabelo encharcado, sentia o ar quente cada vez mais evaporando a água que ainda restava em mim. – Estamos em uma Arena, ela quase acertou você. – Aponto para trás onde a garota estava desconfiada. – Como ainda quer ajuda-la?
Ele sem dizer nada apenas me olha com olhos confusos.
O que era? Estava errada mais uma vez? Agindo por impulso? Dessa vez não, eu estava certa.
Sem dizer nada, dou um passo atrás negando com a cabeça sem conseguir entender o que ele estava pensando. Passo por ele me distancio , era assim que se jogava agora?
***
O engraçado desse capitulo, é que ele representa o calorão que ta fazendo ultimamente. Será que tem alguém manipulando o clima??
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