Capítulo 14 -Noob
Sabia que no dormitório não era a única acordada, Lidja ficava se mexendo inquieta, Spencer se levantou duas vezes e Christian sentado em sua cama esperava para o chamado e irmos para a missão.
Estava virada de costas para eles, apertando a ponta do meu travesseiro com tanta força que meu pulso doía, estava mais inquieta sabendo dessa missão do que das outras vezes, por que sabia que dessa vez iria proteger e vida de mais alguém do grupo, e esse alguém tinha pontos a mais para me dar motivos de preocupação.
O bater na porta me faz ressaltar da cama, desço da cama e vou até a porta onde Maxim estava.
-Vamos? – Ele pergunta. Faço que sim com a cabeça e olho para trás, onde Christian estava com sua posição de confiante.
Saímos de lá e vamos até o outro dormitório, quando entro depois de Maxim, perto da porta estava Olivia que quando me vê fecha a cara no mesmo instante, passo por ela e pego dois uniformes que estavam dentro de sacos plásticos em uma das camas. Vou até Christian.
-Veste. – Falo jogando o uniforme para ele.
Sabia exatamente o que ele estava sentindo, estava completamente perdido, assim como fiquei em minha primeira missão. Enquanto vestia o uniforme criava mentalmente um plano para que Christian pudesse ficar no lugar mais seguro da missão, se tivéssemos que nos dividir entre dois grupos mais uma vez, iria fazer de tudo para que ele ficasse no Helicóptero, lá ele iria correr menos riscos. Terminando de me vestir percorro o olhar pelo local a procura dele, ele vestia a camiseta de mangas longas e de couro. Que por sinal, ficava bem nele.
Suspiro e vou para perto de Rafael a espera de que começasse a dar as ordens.
Não demorou muito e saímos do quarto indo em direção a sala dos equipamentos. Assim como Maxim me ajudou da ultima vez, pego um dos aparelhos de comunicação e vou até Christian. Me aproximo e sem avisar coloco o equipamento nele.
—O que é isso? – Ele pergunta.
—Para nos comunicarmos. – Aquilo era tão familiar, ele realmente estava agindo como eu agi.
Rafael dirigiu o Helicóptero dessa vez, fui uma das primeiras a entrar com Christian, ocupamos os primeiro assentos um de frente para o outro. Não consigo deixar de notar o tique nervoso de Christian que não parou um segundo se quer de mexer a perna, olho para sua perna e olho para o seu rosto que olhando para baixo estava pensativo, suspiro e desvio o olhar.
Dessa vez a missão seria um pouco diferente, como sempre era em volta BrocklinHill, onde os Rebeldes costumavam criar abrigos, mas essa missão foi dada como a mais importante, pois iriamos invadir um dos abrigos que foi criado perto da Cidade 1, e todos os governadores temem que a qualquer momento eles iriam ser atacados mais uma vez, a missão era mata-los antes que pensassem em fazer isso.
—Escutem. – Rafael diz saindo do banco do piloto assim que desligou o Helicóptero. – Dessa vez o grupo todo vai precisar ir, porem, eu vou ficar dentro do Helicóptero para adiantar a fuga se for preciso. – Ele dizia olhando para todos nós depois de já termos postos nossos capacetes. – Vocês sabem o que fazer. Maxim. – Pronuncia o nome de Maxim que levanta o olhar no mesmo instante. – Você esta no comando do grupo. – Ele concorda com a cabeça tomando toda a responsabilidade do grupo. – Certo, então vão. – Ele diz voltando ao assento.
Maxim levanta em seguida e abre a porta do Helicóptero, todos nós pulamos para fora com nossos equipamentos fazendo barulhinhos.
—Bom. – Maxim começa a dizer no meio da roda. – Iremos invadir um prédio com dois andares. Não deixem todas as luzes do capacete acesas vai chamar a atenção. Se separem quando entrarmos mas não sozinhos, duplas ou grupos pequenos para vasculharmos toda a área mais rápido. – Ele da uma pausa pensando um pouco. – Usem o comunicador se algo der errado. – Ele encerra. – Prontos? – Concordamos.
Todos juntos mais em uma boa distancia caminhamos por entre a terra recoberta de pedrinha com nossos pés estralando elas a cada passo. Christian estava um pouco distante de mim, me fazendo olhar algumas vezes em sua direção para me certificar se estava bem. Não demorou muito e já estávamos passando pela abertura de porta do prédio um pouco alto com pichações, mal terminada e iluminada.
No térreo estava tudo em silencio, o grupo se distanciou um pouco, com a arma erguida e com a luz pequena do capacete acesa andava lentamente pelo espaço, a luz pequena acima de mim iluminou as pichações na parede ao lado onde de varias formas estava escrito "Noob", franzo a testa sem entender o que aquilo significava. Escuto um fraco assobio e olho para trás, onde o grupo estava distante prestes a subir uma escada.
Vou até eles parando ao lado de Christian que parecia saber bem o que estava fazendo, Laura foi na frente com seu arco e flecha em posição para atacar se precisasse. Um por um subimos a escada indo para o segundo andar. Estando já em cima o vento forte nos atinge, o local estava com mesas compridas, e com grande parte recoberta de papelão, suponho ser naquele espaço onde dormiam. O grupo se dividiu, sem precisar dizer nada, Christian veio atrás de mim atento a cada movimento. Ao escutarmos um som alto de algo caindo, olhamos todos para o mesmo lado, como tinha dito, os Rebeldes estavam ficando cada vez mais espertos para se protegerem de nós.
Aquilo serviu como distração para que eles começassem a atirar do lado oposto. A troca de tiros então começou, me abaixei com Christian na escada conseguindo ter uma boa visão dos dois lado. Uma hora ou outra levantava atirando nos Rebeldes. Eles estavam com armamentos pesados, e dessa vez tinha muito deles, algumas pessoas da Equipe D, viraram mesas para que servissem como escuto, Christian então no susto atirou para o começo da escada onde começou a subir homens com revolver, se assustando com seu próprio ato.
—Nara, temos que sair daqui. – Ele diz enquanto atirava ainda para a escada. Olho em volta com a respiração e coração acelerado. Por cima da escuridão da noite consigo finalmente encontrar um canto onde poderia ser mais seguro.
Toco em seu braço e o puxo comigo quando começo a correr atirando para próximo dos inimigos onde tinha achado um mínimo corredor onde poderia ter boa visão para atirar. Corremos os dois atirando neles que por pouco quase nos acertaram, tiros são disparados nas paredes que usamos como apoio, aperto os lábios com medo.
Olho para Christian, ele estava tão assustado quanto eu, e dava para perceber que iria se culpar depois que tudo terminasse. Travo o maxilar e me viro contra a parede retirando o revolver preso na cocha e atirando nos adversários, faço isso varias vezes até perceber que Christian caminhava para a porta velha que tinha no fundo do pequeno corredor.
—Christian – O chamo mas ele parece não ouvir, ele abre a porta a para olhando para dentro, vou apressada até ele. – O que pensa que está fazendo?! - Pergunto parando ao seu lado. Seu rosto estava parado olhando para frente, sigo seu olhar e sou surpreendida ao ver um grupo de crianças encolhidas misturadas com coisas velhas que tinham no pequeno espaço, elas chorava olhando assustados para nós.
Um delas que parecia a mais velha mesmo sendo pequena, envolvia os outros com um braço com medo do que estava por vir. Entreabro os lábios e olho para Cristian.
—São só crianças. – Ele diz ainda as olhando com pena. Tiro sua mão da maçaneta e fecho a porta lentamente.
—Não vimos nada. – Falo balançando a cabeça para que ele entendesse.
Ele assente, passa por mim e volta a sua posição anterior onde começou a atirar. Balanço a cabeça tentando voltar a mim, depois de olhar mais uma vez para a porta, vou até Christian atirando mais algumas vezes.
—Droga. – Ele diz de repente.
—O que foi? – Como resposta ele aponta para um canto, onde tinha de baixo de uma janela no meio daquilo tudo, um garotinho pequeno que abaixado tampava os ouvidos. – Ele tem que sair dali – Falo com pesar no peito.
—Eu sei, vou tira-lo de lá. – Ele diz recarregando suas munições.
—O que? – Me espanto. – Não pode ir lá, você pode levar um tiro. – Falo segurando seu braço.
—A criança também. – Ele fala já decidido. – Me da cobertura.
—Christian... – Tento chama-lo mas o mesmo abaixado sai de perto de mim.
Xingo quando percebo o tamanho da burrice que ele estava fazendo, mas entendendo e agradecendo no fundo que pelo menos alguém teve coragem e um bom coração para tirar a inocente criança que não sabia o que estava acontecendo. Tomo seu lugar conseguindo ter uma melhor visão de frente.
O vejo do lado de uma mesa virada, ele destrava a sua arma e se levanta no mesmo instante que começa a correr em meio a troca de tiros atirando algumas vezes. Atiro naquele que miravam nele, recarrego a arma duas vezes até que finalmente Christian consegue pegar a criança, ele a pega no colo e volta atirando mais uma vez. Aquilo com certeza foi pura sorte de Christian. Ele chega até mim e dou passagem para que passasse, com uma criança assustada e tremula em seus braços. Assusto quando um homem sai do grupo dos rebeldes e começa a correr em nossa direção, o atinjo com dois tiros, o mesmo cai no meio do espaço.
Aquilo causou um engano horrível, pessoas pensaram que estávamos levando a criança, sendo que apenas estávamos tentando protege-las.
—Christian! – Grito quando um grupo maior nota nossa posição e veem correndo contra os tiros. O mesmo estava ainda colocando a criança no lugar mais seguro que tinha no momento. Atiro seguidas vezes conseguindo atingir apenas dois dos grupo de seis homens furiosos.
Jogo a arma bruscamente quando minha munição da melhor arma que tinha acaba, me obrigando a me defender somente com o revolver. Atinjo mais um, e outro cai com uma bala que não foi minha. Os dois homens estavam quase chegando em nós, xingo alto quando a munição do revolver também acaba, miro ela nos homens para pelo menos assusta-los mais isso não funciona, dois homens furiosos chegam até mim, um deles estava com um pedaço de madeira em mãos.
Um era alto e o outro nem tanto, tinham em comum o rosto recoberto de ódio, jogo o revolver no chão e me preparo para enfrenta-los com a força que tinha. O primeiro tenta acertar meu rosto com um soco, agarro o seu braço esticado o puxando bruscamente em seguida lhe acertando com um soco, o empurro para o lado o fazendo bater a cabeça na parede, certamente com tontura cai no chão, com essa ação meu capacete cai.
O que estava com um pedaço grande de madeira em mãos avança em cima de mim, empurro o braço em que estava com a madeira para o lado e acerto um soco em seu rosto que sangra o nariz.
Quando ergo a mão para acerta-lo mais uma vez sou agarrada forte por trás, o homem que a segundos antes estava caído no chão agarra meus pulsos e os prende atrás das costas, o empurro contra a parede mas ele continua firme em me segurar. O mais alto deles, atinge o pedaço de madeira em minha cocha, grito de dor.
—Me solta! – Grito desesperada.
Com ódio tentava me soltar daquelas mãos grandes, escuto a porta ao lado sendo fechada bruscamente, Christian sem hesitar atira naquele que estava armado.
—Solta a garota. – Ele diz com a arma erguida para a minha direção.
—Não vou soltar. – Ele diz e me puxa junto com ele para fora daquele curto espaço. Quando noto, ele esta me usando como escudo com um objeto pontudo grudado ao meu pescoço, com os dentes cerrados de ódio olhava para Christian que avançava lentamente apavorado.
Do lado de fora os tiros tinham cessado, e a atenção volta toda para mim sendo usada.
—Vocês são todos covardes! – Ele começa a gritar no meio do lugar. – Matam pessoas inocentes! – Tento tirar suas mãos de mim mais era quase impossível. – Já mataram tantos de nós. – A equipe D estava todos com a arma erguida para ele, mas sabiam que enquanto estivesse junto a ele, eu poderia ser atingida também.- E agora... Esta na hora de pagarem por isso! – Ele berra ao mesmo instante que faz pressão do objeto em minha garganta me fazendo sentir o corte e as gotas de sangue começando a escorrer.
Entro em desespero, em um tentativa de se livras dele, dobro o joelho e acerto o dele com a sola do meu pé. Ele se assusta com o movimento e sinto seu pulso fraquejar enquanto ainda prendia minhas mãos. Rapidamente me solto de suas mãos, viro-me para ele que ainda sim tenta me acertar com a faca, desvio dela e lhe acerto um soco no rosto, seguido de um chute na barriga que o faz cair.
—Por favor não – Ele implora quando estou em pé a sua frente com a respiração ofegante. Alguém vem por trás de mim e para do outro lado, segundos depois dois tiros disparados, matando o homem a minha frente.
Travo o maxilar o olho para o lado onde Alvaro tinha acabado de terminar o ato, Christian suspira.
—O que foi que aconteceu aqui? – Paloma pergunta se aproximando.
—Minha munição tinha acabado. – Logo falo.
—Você não estava com Christian? – Kla pergunta, concordo com a cabeça. – Então onde ele estava quando isso aconteceu? – Olho para Christian que não disfarça seu olhar sobre a porta atrás dele.
Paloma sendo observadora vai até a porta, e tem a mesma reação que nós.
—O que foi? – Kla pergunta.
—Crianças. – Ela fala nos olhando com pena. – O que fazemos com elas? – Ela pergunta voltando lentamente até nós.
—Elas serão encontradas pelo resto do grupo. – Maxim diz. – Quando os outros rebeldes souberem o que aconteceu aqui.
—E se não vierem? – Christian pergunta dessa vez.
—Elas fazem parte dos rebeldes, vocês sabem que a missão é acabar com todos eles... – Olivia diz.
—São crianças Olivia – A interrompo. Todos ficam quietos.
—Vamos embora. – Maxim diz. Todos lentamente começam a se retirar. Fico parada no mesmo lugar tentando criar forçar para não olhar para a porta, sinto meus olhos encherem de lagrimas, eram apenas crianças. – Elas ficaram bem Nara. – Ele diz quando percebe o quanto estava mal. Nego com a cabeça não conseguindo falar nada.
Movida com o ódio que estava sentindo, me forço a andar, passo por ele transformando a dor que a culpa estava me fazendo sentir, em raiva.
Desço as escadas correndo, cerro os pulsos quando dou de cara com o grupo de pessoas mortas ao pé da escada. Passo por elas com a testa franzida. Sinto passos apressados atrás de mim, um pouco mais a frente o grupo andava em meio a escuridão com suas lanternas iluminando seus caminhos. Apresso o passo na tentativa de chegar logo no Helicóptero, e voltar para a Garena para gritar e exigir que me dessem a liberdade que merecia.
Passo por eles ficando alguns poucos metros a frente, já conseguindo ver o Helicóptero.
—As coisas seriam muito mais fáceis, se Nara fizesse as coisas como realmente tende ser feitas. – A voz elevada de Olivia me faz parar imediatamente sentindo meu sangue ferver.
—O que você disse Olivia? – Pergunto me virando e caminhando até eles, Kla percebendo minha alteração coloca um braço a minha frente me impedindo de ficar cara a cara com Olivia. A mesma fica calada me olhando com desprezo. – Qual é o seu problema!? – Grito.
—O problema é que por sua culpa e do seu namoradinho, todos nós iremos sofrer consequências! – Ela grita de volta. –Por que como sempre, você não obedeceu as regras, sendo mais uma vez teimosa.
—Essas regras não são justas, será que só eu notei isso!? Vocês que são os errados da historia, por que continuam agindo como fantoches! Vocês sabem bem que as pessoas tem medo da gente, eles tem... – Tentava achar as palavras certas em meio ao ódio. – Eu não sou assim, não vou matar crianças! – Falo com a voz embargada.
—Sabemos bem o quão manipuladora você é Nara, nós vimos! Você vai prejudicar todos nós! – Ela grita quando dou passos me distanciando de Kla e todos os outros.
Ignoro Olivia, e de costas para eles, limpo as lagrimas que escaparam do meu rosto, por que sabia que minhas ações iriam de uma forma ou outra prejudicar as pessoas.
***
Assim, uma coisa bem nada a ver kkkkk
Mais quem ai, gosta de Naruto?!??
Nessa quarentena descobri que anime é legal kkkkk
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