Capítulo Dezoito
- Aint gonna give up on love
(...) Dias depois.
Justin estava sentado na sala de espera da diretoria da escola, minutos atrás o diretor havia chamado seu nome no alto falante. A secretária surgiu na porta e pediu pra que ele entrasse e assim ele fez. Diferente de como Justin costumava entrar ali ele apenas ficou quieto e se sentou esperando pra saber o que o diretor queria. O senhor de idade estampava um sorriso no rosto enquanto Justin o encarava com cara de poucos amigos. Ele estava irritado. Além das últimas noites más dormidas e as discussões com sua mãe. O rapaz estava prestes a mandar tudo mundo num raio de 50 km tomar no cu.
-Senhor Bieber eu vim lhe trazer uma ótima noticia! –o homem disse animado, mas Justin não moveu um músculo –Percebi um grande mudança no seu comportamento e nas suas notas e por isso, adivinha? -o silencio continuou enquanto Justin imaginava a cabeça do homem explodindo dezenas de vezes a sua frente. –Eu irei permitir que faça uma prova de nivelamento e o senhor poderá se formar junto com a nossa turma de 2014.
-Legal –respondeu sem entusiasmos algum.
-Só legal? Eu espera mais entusiasmo do senhor –disse desapontado.
-Nem sempre a gente tem o que espera –respondeu levantando da cadeira e se dirigindo a porta.
-Não terminamos a conversa rapaz –ele disse enquanto Justin passava a porta ainda calado.
O barulho no corredor incomodava ele, que podia ouvir da conversa sobre unhas da meninas encostadas nos armários aos nerds na porta do laboratório falando sobre prótons. O rapaz estava cansado, ele precisava ver a menina. A saudade dentro do seu peito crescia mais e mais a cada segundo, ele queria poder ve-la mesmo que fosse de longe.
-Bieber! –Chris surgiu na frente dele com um pacote de balas na mão. –Balinha? –ele ofereceu mas o rapaz recusou.
-Não valeu. –ele continuou caminhando pelo corredor.
-O que ta acontecendo cara? –Chris perguntou o parando no meio do caminho. –Você anda por ai com essa cara de cachorro sem dono não fala com ninguém. E eu nem preciso mencionar o fato de que nunca mais vi você com a puri...Isabelle. –o garoto ficou encarando o amigo esperando uma resposta.
-Os pais dela não me deixam mais vê-la. –respondeu num tom derrotado.
-Tipo, eles proibiram vocês de se verem?
-Isso, ou quase isso. Não foi como se nós tivéssemos conversado e chegado a um consenso. –eles voltaram a caminhar lado a lado pelo corredor.
-Já tentou ir la e conversar com os pais dela.
-Não, eu nem sei o que fazer.
-Vai lá. –ele riu fraco.
-Claro, até por que eu vou bater na porta o Pastor Jackson vai abrir a porta e me convidar pra entrar. –eles passaram pela porta de saída da escola.
-Não se ele não estiver lá. –eles se encaram –Acho que hoje tem uma reunião sobre a quermesse, como pastor eu acredito que ele esteja lá.
-Que horas? –o rapaz perguntou enquanto sua cabeça se enchia de ideias.
-Acho que... –Chris encarou o relógio –Agora mesmo.
-Será? –eles se encararam conversando mentalmente.
-Vai lá cara, vai ver sua garota. –O amigo o empurrou dando um pouco mais de confiança.
Justin resolveu não pensar muito, percorreu o campus rapidamente e entrou em seu carro acelerando em direção a casa de Isabelle. Seu coração parecia sair pela boca naquele instante, ele se perguntava como não havia pensado nisso antes. Estacionou o carro na frente da casa e correu até a porta apertando a campainha.
-Já vai –ele ouviu uma voz feminina gritar e logo a porta se abriu. Era Amélia, a mãe da menina.
-Como ousa... –ele se precipitou antes que recebesse uma chuva de ofensas.
-Eu sei que a senhora deve estar me odiando neste instante, mas eu realmente gosto da sua filha e eu preciso vê-la. –ele disparou deixando a mulher estática. –Por favor, eu preciso vê-la.
-Não. –ela respondeu calmamente se recompondo.
-Mas...
-Mas nada, eu não sei quem você realmente é, não sei quais são as suas intenções. A única coisa que sei é que você esteve com minha filha pelas nossas costas.
-Eu sinto muito...
-Não sei se posso acreditar em você, ela é só uma menina e ainda acredita em tudo que prometeu a ela.
-Eu não menti, em momento algum eu menti pra ela. Eu a adoro.
-Mesmo que isso seja verdade, você deveria ter falado comigo e com o pai dela. O que quer que aconteça com ela é nossa responsabilidade, nós a protegemos de tudo, todos os maus que possam vir a atacá-la, mas ai você surgiu e mexeu com o coração dela. –ela fez uma pausa dramática –De todos os maus que nós já tentamos protegê-la você é o único com qual nós não sabemos como lidar.
-Eu não pretendia causar toda essa confusão, o fato de eu namorar a sua filha não deveria render tanta discussão. Nós nos gostamos e eu não vejo nenhum motivo pra ficarmos um longe do outro.
-Meu marido não segue os mesmo costumes que você, ele tem uma cabeça diferente. Ainda que eu aceitasse... –ele a interrompeu.
-Então a senhora aceitaria? –mas ela o ignorou.
-Ainda que eu aceitasse, ele não aceitaria. Nunca.
O ar ficou pesado e os músculos do garoto enrijeceram.
-Ela ta bem?
-Não, mas vai ficar com o tempo.
-Ela não merece isso -ele murmurou chateado.
-Não merece mesmo, mas vocês procuraram isso quando começaram com aquela loucura. –a mulher estava prestes a fechar a porta quando ele protestou.
-Espera. –ele segurou a porta. –Me deixa vê-la e eu prometo que não os incomodo mais. –A mulher respirou fundo pensando por alguns segundos.
-Promete?
-Prometo. –ele respondeu engolindo em seco. A mulher colocou a cabeça pra fora olhando pros lados.
-Vá até o quintal, eu vou lhes dar apenas cinco minutos, e você some da vida da minha filha.
A mulher fechou a porta e Justin deu a volta na casa indo para o quintal.
Amélia voltou pra dentro da casa se perguntando se estava fazendo o certo, ela não deveria descumprir as ordens de seu marido, mas ver sua filha chorar todos os dias estava a matando. Ela ainda não confiava em Justin, mas daria sua vida pela felicidade de sua filha. A mulher bateu na porta do quarto e entrou encontrando a menina ainda de pijamas mexendo em seus cadernos e ouvindo Elvis no seu radio de cabeceira.
-Isabelle! – a garota encarou a mãe.
-Sim.
-Se sente melhor? – a menina sentou na cama encarando a mulher. Ela estava triste e cansada e de ficar em casa e nem era preciso citar a falta que ela sentia do rapaz.
-O que a senhora acha? –respondeu encarando o chão.
-Não pense que estamos fazendo isso pro seu mal, pelo contrário nós só queremos o seu bem.
-Eu pareço bem?
-Não, e é por isso que eu vou fazer uma coisa que eu provavelmente vou me arrepender mais tarde.
-O que?
-Ele ta te esperando no quintal.
-Ele? –ela perguntou levantando da cama.
-Sim, o rapaz Justin. –a menina pulou nos braços de sua mãe.
-Obrigada, obrigada ... –ela murmurava sem para apertando a mulher.
-Não ma agradeça agora, você em cinco minutos.
Isabelle desceu as escadas correndo e voou até o quintal.
Seu coração quase parou quando o viu ali parado a sua frente. Eles correram um na direção do outro se encontrando em um abraço apertado no meio do caminho. Eles se prendiam no abraço como se houvesse o risco de um dos dois não serem reais.
-Eu senti tanto a sua falta Belle, tanto –ele murmurou sentindo o cheiro da garota.
-Parece que eu não te vejo a mil anos –sussurrou.
-Parece mesmo, eu ia ter uma coisa se não te visse –eles ficaram se encarando de testa colada.
-Como conseguiu fazer com que a minha mãe deixasse você entrar aqui?
-Não importa –seus lábios se tocaram –nós estamos juntos nesse instante e é o que interessa.
Seus lábios se grudaram em um beijo intenso. Tão intenso que parecia ser o último ou o primeiro. Naquele instante todos os problemas do mundo sumiram e parecia só existir os dois ali. Indo em cada livre numa louca paixão.
-Eu te quero tanto –ele murmurou puxando delicadamente os cabelos da menina pra trás.
-Não tanto quanto eu quero –ela respondeu, mas dessa vez nem chegou a corar. –O que nós vamos fazer? Meu pai nunca vai permitir nós dois.
-Escuta Belle, não importa o que aconteça eu não vou desistir de nós, não vou desistir disso – ele a beijou calmamente.
Amélia os alertou sobre o fim de seus cinco minutos.
-Quando vamos nos ver de novo? –ela perguntou observando os lindos olhos do garoto.
-O mais breve possível, eu vou dar um jeito. –a menina assentiu acariciando o rosto dele.
-Já foi o suficiente, entre Isabelle – a mulher gritou da janela do quarto da menina.
-Tenho que ir –ela murmurou se separando dele, mas ele a puxou roubando um último e apaixonado beijo. Ela se distanciou parando na porta e olhando pela última vez. –Eu..eu te..
-Eu sei –ele respondeu sorridente a vendo entrar.
Aqueles cinco minutos pareciam ter tirado o peso do mundo das costas de ambos.
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