🌼• capítulo 9- O beijo sob o luar 🐄
Capítulo 9 : O Beijo Sob o Luar
brisa fresca do campo dançava em volta de Theo e Liam enquanto o silêncio entre eles se tornava quase palpáve.
Theo, mexendo no chapéu como se fosse a coisa mais interessante do mundo, finalmente quebrou o silêncio:
— Acho que é melhor te levar para a casa da sua avó. Já tá ficando tarde e... bem, você precisa descansar.
Liam arqueou uma sobrancelha, cruzando os braços com um sorriso leve.
— Descansar? É isso que você diz depois de um beijo desses? Nem um “boa noite especial”, Theo?
Theo travou. As palavras de Liam tinham o efeito de um laço que o prendia cada vez mais. Ele tentou se recompor, mas era impossível ignorar o calor que subia pelo rosto.
— Não sei do que você tá falando... — Theo murmurou, olhando para o lado. — Só quero ter certeza de que você vai chegar bem.
Liam deu uma risada curta, subindo o primeiro degrau da varanda e ficando de frente para Theo.
— Você é péssimo nisso, sabia? Tá escrito na sua testa que não quer ir embora.
Theo revirou os olhos, mas antes que pudesse responder, Liam subiu mais um degrau, perdendo o equilíbrio por um momento.
— Opa!
Instintivamente, Theo segurou Liam pela cintura, puxando-o para perto. O toque fez os dois se encararem, tão próximos que podiam sentir a respiração um do outro.
— Você tá bem? — Theo perguntou, tentando soar preocupado, mas sua voz saiu rouca.
Liam não respondeu de imediato. Ele apenas sorriu, com aquele brilho travesso nos olhos que Theo já começava a reconhecer. Antes que Theo pudesse recuar, Liam deu um selinho rápido, tão inesperado quanto provocador.
— Ei! — Theo exclamou, mas sua expressão era mais de surpresa do que reprovação.
Liam riu, afastando-se o suficiente para encará-lo, mas ainda mantinha as mãos nos ombros largos de Theo.
— O que foi? Reflexo. Achei que ia cair.
— Reflexo, é? — Theo estreitou os olhos, tentando não sorrir. — Você é um safado.
— E você adora.
Antes que pudessem se aproximar de novo, o som de palmas cortou o momento. Malia, apareceu na varanda segurando um prato com biscoitos e um sorriso que denunciava que tinha visto tudo.
— Ah, claro! Sabia que ia achar vocês dois aqui. — Malia disse com um tom provocativo. — E pelo visto, interrompi alguma coisa importante.
Theo se afastou de Liam tão rápido que quase tropeçou no degrau.
— M-Malia! Não é o que você tá pensando...
— Não? — ela perguntou, arqueando uma sobrancelha. — Então vocês estavam ensaiando um número de circo?
Liam gargalhou, com as bochechas vermelhas, recostando-se contra a mureta da varanda.
— Relaxa, Theo. Ela já sabe.
— Sabe o quê?! — Theo olhou de um para o outro, sentindo-se completamente fora de controle.
— Que vocês dois tão nessa dança de vai, não vai há dias— Malia revirou os olhos com um sorriso divertido. — É tão óbvio que chega a doer.
Theo abriu a boca para protestar, mas nenhuma palavra saiu. Liam apenas riu mais, aproveitando o embaraço do cowboy.
— Eu contei pra ela, Theo. Sobre... você sabe.
— Sobre o quê? — Theo perguntou, a voz subindo uma oitava.
— Sobre como você é teimoso e difícil, mas, no fundo, um cara irresistível.
Malia riu alto, colocando os biscoitos na mesa perto da porta.
— Relaxa, cowboy. Eu só tô aqui pra garantir que você não fuja de novo.
— Fugir?! — Theo parecia genuinamente ofendido. — Eu não tô fugindo!
— Tá sim. — Liam e Malia disseram ao mesmo tempo, o que os fez cair na risada.
Malia se aproximou de Theo e deu um tapinha no ombro dele.
— Você devia parar de complicar, Theo.
— complicar..... ? — Theo sentiu o coração disparar.
Malia deu um passo para trás, erguendo as mãos como se dissesse "minha missão está cumprida".
— Vou deixar vocês dois sozinhos. Mas, sério, resolvam isso logo. Não aguento mais assistir esse drama todo dia.
Quando ela desapareceu para dentro da casa, Liam virou-se para Theo, agora com um sorriso mais tranquilo.
— Ela só quer ajudar, sabe? Disse que eu tava sendo covarde.
Theo inclinou a cabeça, cruzando os braços.
— Covarde? Por quê?
Liam deu um passo à frente, até que os dois estivessem quase se tocando novamente.
— Porque eu demorei muito pra admitir que gosto de você, cowboy.
Theo sentiu o chão desaparecer por um instante. Ele abriu um sorriso, balançando a cabeça.
— Você é impossível, sabia?
— E você é gostoso. — Liam deu de ombros com um sorriso provocante.
— Não me provoca, madame. — Theo respondeu, mas o brilho em seus olhos dizia outra coisa.
Dessa vez, foi Theo quem tomou a iniciativa. Ele envolveu Liam em um abraço apertado, inclinando-se para sussurrar:
— Só não reclama depois.
Liam ergueu o rosto, mal conseguindo esconder a expectativa. Antes que Theo pudesse hesitar, Liam o beijou novamente, desta vez sem pressa. O beijo foi suave e cheio de promessas, como se o mundo inteiro pudesse esperar.
Quando se separaram, Liam suspirou, os olhos brilhando.
— Isso não foi reflexo.
Theo riu, apertando a mão na cintura dele.
— Não foi mesmo.
— Boa noite cowboy!
Enquanto Liam entrava na casa, Theo ficou parado na varanda, com um sorriso bobo nos lábios. O beijo sob o luar ainda ardia, e ele sabia que, dali em diante, as coisas nunca mais seriam as mesmas.
[🌼🐄🌲]
O sol da manhã brilhava suavemente sobre os campos, e Liam, com as mangas da camisa dobradas, caminhava em direção à horta onde sua avó Emily já estava ajoelhada na terra, cuidando das plantas. Ele carregava um regador e uma cesta, pronto para ajudá-la.
— Bom dia, vó. — Liam chamou, sorrindo enquanto se aproximava.
Emily ergueu o olhar, limpando a testa com as costas da mão enluvada, e sorriu ao vê-lo.
— Bom dia, meu querido. Pensei que ia me deixar trabalhar sozinha hoje.
— Nem pensar. — Ele respondeu, abaixando-se ao lado dela. — Onde começamos?
Emily apontou para uma fileira de alfaces que precisavam ser colhidas.
— Pegue essas alfaces, e depois pode regar os tomates. Eles estão sedentos com esse calor.
Liam assentiu e começou a trabalhar, puxando delicadamente as alfaces pela raiz e colocando-as na cesta.
— Sabe, vó, essa horta me lembra quando eu era criança. Você me ensinando a plantar cenouras... que nunca cresciam direito.
Emily riu, sua voz suave como uma brisa matinal.
— Isso porque você tinha pressa demais e arrancava as mudas para ver se estavam crescendo.
Os dois riram juntos, e Liam sentiu uma tranquilidade que só a presença da avó conseguia proporcionar. Enquanto regava os tomates, notou o som de passos se aproximando. Ao virar a cabeça, sentiu o coração acelerar ao ver Theo. Ele estava ali, com o chapéu ligeiramente inclinado sobre os olhos, caminhando na direção deles com aquele sorriso despreocupado que sempre fazia Liam perder o fôlego.
— Bom dia, senhora Emily. — Theo cumprimentou, parando na cerca da horta. — Precisa de ajuda por aqui?
Emily ergueu os olhos, um sorriso caloroso se formando em seu rosto.
— Bom dia, Theo. Sua ajuda é sempre bem-vinda, mas parece que o Liam já tomou conta de tudo.
— É... — Theo respondeu, os olhos presos em Liam enquanto cruzava os braços. — Parece que ele está trabalhando duro hoje.
Liam sentiu o rosto corar levemente, mas tentou disfarçar.
— Alguém tem que fazer o serviço, né?
Theo riu, pulando a cerca com facilidade e caminhando até eles.
— Então, acho que cheguei na hora certa para dar uma mãozinha.
Emily, observando a interação entre os dois, deu um sorriso discreto antes de se levantar.
— Acho que vou buscar mais sementes lá dentro. Vocês dois podem cuidar do resto.
— Pode deixar, vó. — Liam respondeu, enquanto Emily se afastava com a cesta de alfaces.
Quando ficaram sozinhos, Theo se aproximou mais, com aquele brilho no olhar que sempre deixava Liam desconcertado.
— Parece que você não está no seu elemento hoje, trabalhando na terra, suando... Sem o seu copo de limonada
— Theo deixou o olhar percorrer Liam, deliberadamente provocador. — Fica bem em você.
Liam sorriu de canto, uma ideia travessa passando pela sua mente.
— Ah, é? Que bom que você gosta de me ver assim, cowboy. — Ele se inclinou um pouco para o lado, observando Theo com um olhar de provocação. — É bom te ver tão solto, sem essa cara de quem está sempre com pressa.
Theo levantou uma sobrancelha, claramente surpreso com o comentário, mas o sorriso em seus lábios não diminuiu.
— Sabe, Liam, você tem uma maneira toda especial de me deixar sem palavras.
Liam balançou a cabeça, tentando manter o ar de despreocupação, mas seu coração acelerou um pouco.
— Eu? Você é que é o mestre das palavras, cowboy. Sempre com uma resposta na ponta da língua.
Theo se aproximou um pouco mais, os olhos brilhando com aquela mistura de provocação e carinho.
— Você é mais difícil de ler do que pensa, sabia?
Liam sentiu o regador escorregar um pouco das suas mãos suadas. A proximidade de Theo estava deixando-o inquieto de um jeito bom e complicado.
— Talvez eu só queira te ver tentar.
O som da porta da casa se abrindo fez os dois se afastarem ligeiramente, mas o sorriso de Theo permaneceu. Emily voltou com um pequeno saco de sementes, completamente alheia à troca de olhares entre os dois.
— Trouxe o que faltava! — Anunciou alegremente. — Theo, já que está aqui, pode ajudar o Liam a plantá-las?
Theo pegou o saco de sementes das mãos dela, lançando um último olhar para Liam, que tentou se concentrar nas plantas, mas sabia que seria impossível esquecer a presença de Theo ao seu lado.
Enquanto os dois trabalhavam juntos, Emily observava à distância com um sorriso cúmplice. Talvez ela não soubesse de tudo o que acontecia entre eles, mas bastava ver os olhares trocados para entender que havia algo especial crescendo ali, tão forte quanto as raízes das plantas que eles cuidavam.
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