Cuide de si mesmo
PARTE UM
Nos primeiros meses após o seu nascimento, Taehyung foi considerado uma criança abençoada pelos deuses por ter nascido e continuado saudável, visto a baixa natalidade das crianças naquele vilarejo. Seus olhos pretos eram vívidos e brilhantes, e todo o seu ser transmitia paz acompanhando o seu crescimento.
Entretanto, certa noite, sua mãe levou um grande susto quando lentamente e debaixo de um choro alto, Taehyung se transformou num pequeno lobo de pelos da mesma cor de seus olhos, apenas um pouco maior do que sua versão humana. Sua mãe o deixou cair de uma altura curta, assustada, e ao invés de um novo choro humano, ganidos foram ouvidos vindos de Taehyung.
Sua mãe estava abismada, e seu pai, ao lado dela, compartilhava do mesmo sentimento avassalador de medo e angústia.
- Fomos amaldiçoados! - ela gritou, olhando para Taehyung como se ele fosse uma besta feroz. O filhote se encolheu com a voz alta direcionada a ele. - Leve essa coisa embora daqui agora! - ela gritou desesperadamente ao marido. Ele recuou um pouco.
- Ele... Ele nasceu de você... É nosso filho... - ele falou, a voz nada mais do que um sussurro. Mesmo assim, suas palavras pareciam tentar convencê-lo que aquilo era verdade. - O que fizemos de errado para ele ficar assim...
Taehyung não conseguia entender completamente nada. Sua versão animal era diferente da humana, e por isso, ele saiu de sua postura acuada e deu leves passos para trás, sentindo a porta impedi-lo de ir mais longe.
- Leve essa coisa daqui agora! Ele não é nosso filho! É uma maldição, foi um erro! - ela gritava, e Taehyung ganiu levemente pelo tom. O som da palavra maldição continuava atingindo-o mais intensamente que todas as outras palavras. - Agora, tire essa coisa daqui!
O homem foi até Taehyung com medo, mas disposto a cumprir o pedido da esposa. Segurando o pequeno lobo pela parte superior do pescoço, ele abriu a porta e levou o filhote para fora da casa, angustiado. Seus passos eram incertos, e ele mal conseguia olhar para Taehyung.
Taehyung ganiu novamente, sem saber o que fazer. Ele não conseguia entender a razão de sua mãe odiá-lo, ou o porquê de seu pai tê-lo abandonado próximo a um riacho, tão distante do que deveria ser sua casa.
Taehyung ganiu o mais alto que podia, desejando que seu pai virasse para ele e o levasse de volta. Mas isso nunca aconteceu.
Naquela noite fria e escura, Taehyung não conseguiu fazer nada além de desejar que a doce morte o levasse embora daquela solidão, daquela maldição.
✧
Jeongguk ajeitou várias coisas essenciais dentro de uma mochila. Era seu aniversário de quinze anos, mas mesmo tendo recebido tanto amor logo cedo, ele não estava interessado em permanecer dentro de casa naquele dia, assim como tantos outros desde um ano atrás.
Ele já estava quase saindo pela porta quando sua mãe segurou-o gentilmente pelo pulso.
- Onde você está indo hoje, querido? Você sabe que eu não gosto quando você tenta sair sem me dizer nada - ela disse, passando levemente a mão sobre algumas mexas de cabelo da sua testa. - Está indo ver seu amigo?
- Sim, mamãe. Estou levando algumas coisas para ele também - Jeongguk murmurou, um pouco tímido por ter sido pego. - Eu voltarei cedo, não se preocupe. E não vou estar sozinho também, você sabe.
Sua mãe assentiu, imaginando que o amigo a qual Jeongguk se referia fosse alguém da escola.
- Não vá muito longe e volte realmente cedo para casa. Precisamos comemorar seu aniversário devidamente, seu pai também voltará cedo hoje.
Jeongguk assentiu, deixando sua casa logo em seguida. Ele correu em direção a imensa floresta, seu vilarejo cercado pela natureza que aos poucos ameaça tomar novamente para si o que um dia havia lhe pertencido.
Aos poucos, as árvores fechavam-se mais, até que a copa delas impedisse quase todos os raios solares de chegarem embaixo.
Jeongguk parou próximo ao único riacho do vilarejo, escolhendo algumas das enormes pedras que cercavam a correnteza do riacho para sentar-se. Assim que o fez, ele começou a abrir a mochila.
- Taehyung, eu sei que você está aí. Já pode aparecer. Não tem ninguém comigo. De novo - Jeongguk falou, sorrindo levemente pelo fato de que já era praticamente automático anunciar sua chegada daquele modo. - Você deveria simplesmente acreditar em mim quando digo que não trarei ninguém aqui.
O silêncio foi quebrado quando as folhas secas foram esmagadas no chão. A leve brisa e o chacoalhar das folhas vindo de uma árvore em questão fez Jeongguk direcionar seus olhos para lá. Saindo de trás dela, estava um garoto apenas um pouco mais alto que ele, vestido em algumas roupas que já haviam sido suas, com olhos pretos e fixos que ainda o encaravam como na primeira vez que se viram.
- Não estou preocupado com você trazê-los, mas deles seguirem você - Taehyung disse, se aproximando aos poucos. Mesmo que ele parecesse tranquilo, Jeongguk conseguia perceber como ele continuava inalando vez ou outra o ar, tentando descobrir cheiros desconhecidos, ele era extremamente sensitivo.
- Como você pode ver, ninguém me seguiu! - Jeongguk anunciou com um sorriso. Ele não contaria a Taehyung, tentando parecer legal, mas estava constantemente conferindo suas costas enquanto ia em direção a floresta. Ele não queria colocar Taehyung em perigo depois de tudo que ele já tinha passado. - A propósito, eu trouxe comida! E algumas roupas novas também.
Taehyung ignorou seu redor por um momento, olhando para Jeongguk. Foi a primeira vez no dia que ele conseguiu deixar a inquietude de lado.
- O que você trouxe aí mesmo? - ele perguntou de forma retórica, sentando-se de frente para Jeongguk, apenas a distância da mochila entre eles.
As bochechas de Jeongguk coraram levemente, mas ele ignorou, vasculhando sua mochila cuidadosamente, retirando as coisas de lá uma por uma.
- As roupas e também a comida - ele apontou após tê-las colocado lado a lado. Estavam todas embrulhadas para garantir que permaneceriam em boas condições enquanto Taehyung não abrisse. Taehyung assentiu atentamente, e estava pronto para agradecer quando Jeongguk puxou algo de dentro da mochila e ofereceu a ele. - Feliz aniversário... Eu espero que você goste.
Taehyung olhou para o pacote embrulhado que lhe era oferecido. Seus olhos ficaram chateados por alguns segundos.
- Não é o seu presente? Eu disse a você que o que você ganha de seus pais é seu, Jeongguk. Fico agradecido mas não posso receber.
Jeongguk negou rapidamente, oferecendo o presente novamente a Taehyung.
- Eu juntei meu próprio dinheiro, e então comprei - ele garantiu. - É você quem está ganhando, então é seu, certo?
Taehyung olhou para o presente novamente, por fim, aceitando. Ele abriu cuidadosamente a embalagem, ciente dos olhos de Jeongguk sobre ele. Depois de remover tudo, ele tirou de dentro de uma pequena caixinha um lindo colar de prata em formato de malha. Os olhos de Taehyung se arregalaram, mas Jeongguk o impediu de falar, sabendo exatamente o que ele diria.
- Por favor, aceite, é o seu presente. Eu queria muito dar isso a você - Jeongguk disse firmemente, mantendo seu olhar o mais firme possível quando Taehyung o encarou, tentando fazê-lo mudar de ideia. Mas sua motivação para aquela situação era muito maior que a de Taehyung, que desistiu da insistência antes mesmo de iniciá-la.
- Você é tão difícil de lidar - Taehyung murmurou com um pequeno sorriso, e Jeongguk riu, concordando.
- Se você não tentar discutir comigo, ficaremos bem.
- Isso é impossível.
- Eu sei, mas pelo menos eu venci essa, e tipo, todas as outras também.
- Eu deixo você vencer - Taehyung brincou, olhando para o colar em suas mãos. - É muito bonito, Jeongguk. Eu... Nem sei como te agradecer.
- Se você usar, já vai ser o suficiente - Jeongguk disse baixinho, mas ele sabia que Taehyung o ouvira, recebendo o colar em mãos a pedido de Taehyung para que colocasse em seu pescoço. - A propósito, meus pais provavelmente vão fazer uma festa hoje em casa, vai ser apenas nós, você não quer ir? Se formos pela noite, ninguém poderá ver você, certo?
Taehyung sentiu o colar tocar a pele de seu pescoço, tocando levemente no material enquanto sorria. Jeongguk era muito gentil.
- Seus pais vão perguntar de mim, Jeongguk, e você não vai ter todas as respostas para eles. Não acho que funcionará.
- Bem, sempre podemos inventar algo, e você é ótimo nisso.
- Eu nunca inventei nada.
- Então se transforme em um lobo - Jeongguk brincou, procurando algumas frutas dentro da mochila para que eles comessem.
- Como eu passei muito tempo como lobo, é difícil controlar essa forma. Se eu me transformasse agora, poderia machucar você.
- Bobagem, você não me machucaria - Jeongguk ofereceu uma maçã a Taehyung, vendo o mais velho receber.
Taehyung olhou para a maçã, pensando nas palavras do mais novo. Ele tinha começado a treinar sua forma desde que conheceu Jeongguk, há um ano atrás. Todos os seus anos antes disso basearam-se em viver como um lobo, alimentando-se de restos de comida e de pequenos animais. Quase tinha se esquecido da sua humanidade, e por um momento, ele cogitou tentar encontrar uma matilha de lobos para chamar de lar, mas toda essa ideia sumiu quando conheceu Jeongguk.
- Você ainda viu o lobo de antes por aí? - Taehyung perguntou, mordendo a maçã. Jeongguk negou.
- Agora que você me perguntou, ele simplesmente sumiu desde aquele dia. Acho que só estava perdido, deve ter encontrado sua matilha agora.
Não a matilha, mas certamente um lar, Taehyung pensou com um sorriso.
- Sério, TaeTae, você tinha que vê-lo. Era enorme! E aqueles olhos pretos... Se você me perguntar, eu realmente não sei o que deu em mim. Eu deveria ter saído correndo.
- Você sentiu pena do lobo, só isso.
- Não senti pena dele! - Jeongguk disse, chateado. - Senti empatia. Ele estava machucado, sozinho, e queria ajuda. Então eu o ajudei e ele melhorou. E talvez você não acredite, mas ele me agradeceu no final.
Taehyung riu alto, vendo Jeongguk fazer um bico enorme enquanto jogava algumas cascas da maçã nele.
- Como ele poderia agradecê-lo, Guk? Era um lobo. Lobos não pensam como nós - Taehyung disse.
- Você pode dizer assim, mas os olhos dele... Aqueles olhos pretos e profundos... Eles estavam agradecidos - Jeongguk disse quase de forma sonhadora, sem perceber o modo como Taehyung olhava para ele. - E por isso sei que se um dia ele me vesse de novo, lembraria de mim.
Taehyung ficou estático. O modo como Jeongguk sorriu para ele depois disso fez seu coração bater acelerado, e novamente ele percebeu o quão bom e gentil Jeongguk era.
Desde o dia que ele o havia salvado, até agora.
✧
- Eu fiz isso para você. Estive procurando por ela por um longo tempo, e finalmente achei - Taehyung contou de forma animada. Ele mostrou o colar que cuidadosamente fizera a mão, o pingente de ametista brilhando toda vez que balançava. - Eu não sabia que você também me daria um colar - ele riu fraco. - Não é igual o seu, mas eu trabalhei bastante nele para que ficasse o melhor possível-
Taehyung sentiu o calor antes da pressão dos braços que o rodearam.
- Você é tão doce, Tae. Eu estou muito feliz. Qualquer coisa que vier de você me deixa feliz. Obrigado - Jeongguk disse enquanto sentia os braços do outro rodearem seu corpo também.
- Você merece muito mais, Jeongguk - Taehyung disse, e quando eles levemente se afastaram, Taehyung deixou que sua mão segurasse levemente na nuca do mais novo, juntando seus lábios em um beijo gentil. - Eu amo você. Feliz aniversário.
Jeongguk sentiu como se a pressão dos lábios continuasse ali quando eles se afastaram. Taehyung colocou o colar nele, a brilhante pedra roxa de ametista deixando-o encantado.
- Vou usar esse colar sempre, Tae, eu adorei - Jeongguk disse, e ver Taehyung feliz por saber que tinha gostado do presente foi suficiente para aquecer seu coração. - Mas e então, você vai na minha casa, certo?
- Jeongguk, isso não vai funcionar...
- É claro que vai! Confie em mim.
Taehyung suspirou levemente, vendo como Jeongguk parecia feliz, deslumbrante. Sorriu. Bem, não poderia ser tão ruim assim.
✧
Taehyung acompanhou Jeongguk de volta para casa quando a noite começou a cair. Estava frio como costumava ficar naquela temporada, e ele já imaginava que teria que passar suas noites como lobo novamente. Um arrepio percorreu seu corpo quando ele pensou na ideia de se transformar e não conseguir mais voltar a ser humano. Negou levemente com a cabeça, observando a casa iluminada que aos poucos se aproximava.
- Vocês não tem cachorros aí, tem? - Taehyung perguntou. Por experiência própria, ele já sabia que animais eram sensitivos ao seu lobo interior. Preferia evitá-los para não denunciar o que realmente era.
- Não, a mamãe tem alergia - Jeongguk disse. - Mas eu queria um. Ei, eu já falei tudo isso pra você antes.
Taehyung riu.
- Apenas conferindo.
Eles chegaram em frente a porta logo em seguida. Jeongguk abriu-a, esperando pacientemente que Taehyung o seguisse. Assim que o outro o fez, ele fechou a porta.
Taehyung sentiu o calor de uma morada pela segunda vez, e não deixou de lembrar que era o mesmo sentimento antes que tudo que tivesse sentido desde então fosse frio. Apesar de Jeongguk já tê-lo chamado tantas outras vezes para voltar para casa com ele, aquela era a primeira vez que ele realmente ia.
Jeongguk segurou sua mão para guiá-lo mais adentro, onde seus pais estavam. A cozinha era grande e estava cheia de comida, enquanto seus pais terminavam de ajeitar a mesa com os pratos. Sua mãe foi a primeira a vê-los.
- Querido! Você demorou, eu disse pra chegar cedo - ela falou calmamente, apenas tentando parecer chateada. - Esse é o seu amigo?
- Sim, é o Taehyung. Ele pode ficar aqui com a gente hoje, né? - Jeongguk perguntou, e Taehyung sentiu como ele apertou sua mão levemente, ansioso.
- É claro. Seja bem vindo, Taehyung! Desculpe a bagunça agora - sua mãe disse. - Jeongguk, vá tomar um banho e se arrumar. Leve Taehyung com você. Deve ter algumas roupas que ele possa usar.
- Ok, nós vamos-
- Taehyung, seus pais sabem que você está aqui, certo? Já é noite - o pai de Jeongguk falou enquanto cruzava os braços. Ele conhecia o filho suficiente para ter suas dúvidas.
- Eles sabem, pai - Jeongguk mentiu facilmente, ainda segurando a mão de Taehyung enquanto começava a guiá-lo para seu quarto. - Vamos nos arrumar!
- Os pais dele não sabem - o pai de Jeongguk disse quando eles saíram, terminando de colocar o último prato na mesa.
- Se ele está aqui, os pais provavelmente sabem que está com Jeongguk. Ele não colocaria o amigo em encrenca - ela disse.
- Você tem razão. Ainda falta algo? Devo ir buscar o bolo?
- Faça isso, mas não demore!
✧
- Então essas são... As minhas roupas? - Taehyung perguntou, e Jeongguk assentiu. - Todas elas? - Jeongguk assentiu novamente, convencido. - Isso é muita coisa, Guk.
- Não é grande coisa! Eu pedi para a mamãe me ajudar a comprar, você pode levá-las ou... Ou ficar aqui - Jeongguk disse, mas a voz ficou baixa com a última frase. - Essa pode ser sua casa, se quiser.
- Seus pais não concordariam com isso.
- Então eu iria com você até eles mudarem de ideia - Jeongguk cruzou os braços.
Taehyung sentiu o coração bater rapidamente, mas sua respiração estava estranhamente mais lenta. Sorriu, calmo como só ficava quando estava com ele.
- Não funciona assim, e não vou ficar feliz se você fizer isso.
- Mas Taehyung-
- Podemos fazer isso aos poucos, que tal? Eu posso apenas... Visitá-lo de vez em quando e depois, no futuro, então veremos isso melhor.
Jeongguk bufou, mas concordou.
- Posso estar concordando agora, mas você sabe que não vou desistir da ideia tão fácil assim.
- Tudo bem. Estou feliz que eu ganhei essa discussão, entretanto - Taehyung brincou, e Jeongguk riu, acabando por perder toda a pose séria.
Jeongguk terminou de se arrumar, e Taehyung logo fez o mesmo. Era completamente estranho participar de uma rotina daquele modo, mas estava longe de ser ruim. Parece uma realidade na qual ele não teve direito de participar.
Eles retornaram para a cozinha novamente, e os pais de Jeongguk já tinham organizado o bolo na mesa também. Assim que sua mãe o viu, puxou-o para um abraço, sorrindo.
- Feliz aniversário novamente, querido - ela disse. Jeongguk recebeu seu abraço com felicidade. Seu pai logo fez o mesmo, e Jeongguk não poderia estar mais agradecido por tudo.
- Taehyung também faz aniversário hoje! - Jeongguk disse, olhando para o outro que tinha os olhos arregalados. Sorriu, um pouco provocador. - Vocês poderiam desejar a ele feliz aniversário também?
- Mas é óbvio que sim! Vamos lá, Taehyung, venha cá, você merece um abraço também - o pai de Jeongguk disse enquanto ia em sua direção. Taehyung ficou completamente tímido, recebendo o abraço dos pais de Jeongguk um de cada vez. Sentir o calor do que era uma família fez tão bem a ele que, naquela noite, quase foi possível esquecer que seus verdadeiros pais jamais teriam lhe desejado feliz aniversário daquele jeito.
Eles sentaram-se a mesa e jantaram as várias porções de comida, até que fosse o momento de partir o bolo.
- Vocês podem cortar o bolo juntos - o pai de Jeongguk disse quando todos já estavam ao redor da mesa.
Jeongguk concordou facilmente. Ele chamou Taehyung para que ficasse ao seu lado, frente ao bolo, e então pediu que o outro segurasse a faca apenas para cobrir a mão dele com a sua. Os quatro pedaços foram cortados e colocados nos pratos, então todos sentaram-se na mesa novamente para apreciar o sabor.
- Esse foi o melhor aniversário de todos porque você está aqui - Jeongguk disse baixinho para Taehyung ao seu lado, a mão segurando a cadeira enquanto ele inclinava-se levemente para o lado para tocar seu ombro no de Taehyung.
Taehyung sorriu, olhando para ele. Sua mão deixou a mesa para cobrir a de Jeongguk que segurava a cadeira. Resultado disso, Jeongguk ficou completamente vermelho.
- O que foi, querido? - sua mãe perguntou, notando a vermelhidão do seu rosto. - Se engasgou? - ela pareceu preocupada por um momento.
Jeongguk negou, nervoso, e Taehyung rir baixinho ao seu lado só o deixou mais inquieto. Como ele podia colocá-lo naquela situação em frente aos seus pais!
- Estou bem, mamãe - Jeongguk disse, tentando olhar para qualquer outro local. O restante do bolo pareceu ser uma ótima opção.
Seu pai, que observava tudo atentamente antes, riu, chamando a atenção de todos na mesa.
- Amigo, você disse? - ele perguntou.
- Sim - Jeongguk franziu a testa, sem entender a indagação. Entretanto, os olhos de Taehyung arregalaram-se levemente enquanto ele olhava para o pai de Jeongguk.
Seus olhos pareciam dizer muitas coisas, mas Taehyung entendeu bem o que aquele brilho paterno significava quando ele olhou para Jeongguk novamente, que estava sorrindo levemente.
Ele está feliz, e isso é tudo que importa.
✧
- Acho que ele percebeu - Taehyung disse enquanto eles se enrolavam na cama. Seus pais nem mesmo perguntaram sobre o fato de Taehyung dormir na casa deles, Jeongguk tinha a mania de tomar suas próprias decisões desde sempre, sendo filho único, seus pais facilmente aceitavam todos os seus pedidos.
- Eu não acho, eles teriam me falado algo.
- Você esteve comigo o tempo todo desde o bolo, Guk.
- Você está preocupado?
- Você não?
- Na verdade, não - Jeongguk disse, trazendo o cobertor até seu pescoço. - Meus pais são... Bons demais. As vezes eu só dou trabalho a eles. Não acho que os mereço.
- Você os merece, assim como eles também merecem você. Porque vocês amam um ao outro - Taehyung disse, e ele não precisava ver para saber que Jeongguk tinha ficado tímido. - Sabe algo mais? Dá pra ver a razão de você ser tão gentil.
- Você deveria ter tudo isso, Tae. Me sinto tão chateado porque quero que você seja feliz - Jeongguk murmurou.
- Eu já estou feliz. Você está aqui, certo? É tudo que preciso, Guk.
Jeongguk sentiu os olhos brilharem com lágrimas que ele piscou várias vezes para desfazer. Taehyung se acomodou ao seu lado, próximos um do outro, e o calor que compartilharam aqueceu seus corações.
- Eu amo você - Jeongguk murmurou. - Até o infinito.
Taehyung sorriu.
- Eu te amo, Guk. Até o infinito.
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:(
vai ter capítulo novo logo logo (história já terminada!!!)
espero que tenham gostado! <3
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