único !
Zhong Chenle mais uma vez escutava o álbum "Sticker", do seu grupo favorito, bem alto na televisão da sala de estar enquanto fazia o almoço e arrumava tudo. Ele cantou e dançou mais do que havia planejado, e agora, o lugar não está encharcado com a água do balde que ele costuma usar para limpar o cômodo grande e espaçoso.
Quando colocou o almoço em um prato de vidro adequado, ouviu a porta bater, o que o fez pausar a música, se aproximar da porta e ver pelo olho mágico que era seu vizinho.
Oras, quem é esse vizinho e por quê ele está na frente da porta do garoto?
Chenle sabe muito bem. Andy Park ou Jisung Park, um coreano-francês que odeia barulho, e que Chenle amava irritar.
Ele não abriu a porta, colocou a música de volta em som alto e cantou - quase gritando -. Pegou uma bandeja e arrumou toda a sua comida na sala de estar, onde iria saborear a sua refeição.
Ele não ouviu o vizinho gritar seu nome, mesmo que ele ouvisse, não ligaria. Chenle ama irritá-lo e, mesmo que o mais alto e ainda mais jovem, o confrontasse, o chinês debocharia sem problemas.
[...]
— Pelo amor de Deus, como você conseguiu enfiar a cabeça em um carrossel de criança? — Chenle agora estava conversando com seu melhor amigo, Na Jaemin, por ligação, e soltava lindas gargalhadas enquanto estava sentado no sofá. Alguns programas passavam pela televisão, aos quais Chenle nem prestou atenção, mas sim às desgraças que escutava em voz alta do Na. — Pelo menos o Jeno estava lá, pois se fosse eu, eu fingia que não te conhecia.
— Só não te mando para um sítio porque o Jeno está do meu lado e quase que vai me comer vivo.
— Ele já te come, mas não desse jeito.
— Você podia parar com essas bobagens? Eu nunca faria isso.
— Jaemin, todos sabem que você dá para o Jeno, e se pudesse, daria até no meio da rua.
— CHENLE, EU TE ODEIO, SÉRIO! POR QUE VOCÊ ME EXPÕE ASSIM?
— Fala baixo, Nana! — Jeno reclama, do outro lado da linha.
— Quem é o Nana?
— É o apelido que ele me chama.
— Mas "Nana" vêm de onde?
— Na, seu burro. Meu sobrenome é Na.
— Prefiro te chamar de "Jaemin que dá para o Jeno".
— EU VOU TE BATER, SUA CRIANÇA BERRANTE.
— EU TENHO VINTE E UM ANOS.
— NÃO DEIXA DE SER CRIANÇA.
— VOCÊ E EU TEMOS A MESMA IDADE.
— PAREM DE GRITAR OU EU ATIRO O CELULAR PARA O RIO E ACABA A CONVERSA DE VOCÊS NA HORA! — Jeno gritou, tão alto que Chenle afastou ainda mais o celular de si, pois a chamada se encontrava em função de alta-voz.
— Desculpa. — Pediu o chinês.
— Desculpa, Neno. — Chenle fez uma carinha de nojo, agradecendo por Jaemin não estar ali com ele, ou então ele claramente notaria. — Mudando de assunto, ou meu celular vai com Deus. Como vai a sua relação com o vizinho bonitão coreano-francês?
— Não chame ele de bonitão, ou o Jeno vai ficar com ciúmes.
— Mas até eu acho ele bonitão. — Chenle arregalou os olhos. Ele não esperava isso de uma pessoa tão ciumenta como Jeno era. Talvez tenha mudado e percebido que estava sendo idiota de tão ciumento que era. Bem, Chenle pensou nisso, mas não deixou de estar com os olhos arregalados.
— Ele veio aqui, mas não lhe abri a porta.
— Ele um dia ainda te coloca a polícia à porta.
— Se ele quisesse, já teria feito isso.
— Fala isso, fala, isso vai acontecer quando menos esperar. — Jeno comentou, fazendo agora o chinês revirar os olhos.
— Ninguém te chamou à conversa, maromba ciumento.
— Olha, vai apanhar bananas.
— O Jaemin que apanha, eu não, osh.
— Chenle, mais uma dessas e eu vou na sua casa e faço um lindo macarrão com você.
— Credo. Voltando ao assunto, eu amo irritá-lo.
— Você deixa na cara. E se eu falar mais, com certeza sou eu quem vai virar um macarrão.
— Pois é, melhor ficar calado. Quero que ele descubra por ele próprio. — Chenle mordeu os lábios assim que falou. Ele tinha um pequeno grande motivo do por quê amava irritar o vizinho.
Ele admite que não tem medo nenhum de ter a polícia à porta, e muito menos de ser despejado porque dinheiro não lhe faz falta. Se esse fosse seu medo, ele não usaria o que o vizinho mais odeia contra ele. Chenle poderia usar qualquer um dos métodos, mas seriam todos falhos porque o vizinho coreano-francês parece o Lula-molusco e ele o Bob Esponja.
Ou seja, o vizinho é completamente reservado, ama arte e tem um gosto enorme por ouvir e tocar músicas clássicas. Ama baguetes e comidinhas que o Zhong não sabe o nome, mas sabe que são europeias, e quando se irrita, ele grita em francês, fazendo o chinês não entender patavina de nada. Fica apenas encarando o garoto mais jovem enquanto se embebeda nos seus pensamentos focados no quão lindo é Andy Park, ou então, Jisung Park.
— Terra chamando Chenle fedido que prefere poupar água em vez de tomar banho sendo que é rico! — Chenle se assustou quando ouviu a voz do melhor amigo, e logo em seguida ouvindo alguém na porta bater.
— Já te ligo. — Desligou, e com certeza imaginou a face indignada ou então confusa do Na. O chinês se locomoveu até á porta e olhou pelo olho mágico.
— Mas eu não estou ouvindo música agora! — Reclamou baixinho, respirando fundo e abrindo a porta.
— CH... — Chenle percebeu na hora que abriu a porta, que o mais alto ia gritar seu nome, o que deixou-o com um sorriso no rosto.
— Chenle, ao seu dispor.
— Deixe-se dessas merdas.
— Para quem é chique, disse um palavrão.
— Não quero perder muito tempo. Pois também, teve a audácia de me ignorar na hora do almoço. Você tem noção que o almoço é uma refeição importante?
— Palavras muito chiques, prefiro que fale palavrões.
— Zhong Chenle! Você tem noção que eu deixei claro que odeio qualquer decibel de barulho á mais? Por que você não sabe respeitar?
— Pelo amor de Deus, eu só estava me divertindo. Quer que eu te mande a minha playlist? Vai amá-la.
— Quando a polícia aparecer em sua porta, vamos ver se ainda fala dessa maneira para mim. Eu não quero saber das suas playlists, eu apenas quero que pare de fazer barulho. Você não me deixa ter uma vida sossegada!
— Ninguém te mandou vir para o meu bairro, todos sabem como eu sou.
— Eu tenho pena deles. E se eu pudesse, eu sairia daqui na primeira oportunidade, mas ainda estudo e prezo pelo meu futuro. Ao contrário de você, que claramente não tem problemas com dinheiro.
— Não tenho mesmo. Se eu for despejado, arranjo outra casa e pago na hora.
— Você me respondendo á letra me mete uma raiva!
— Eu gosto de te ver irritado!
— Apenas me respeite! Eu estou me esforçando para não berrar com você em francês, pois como eu disse, eu odeio barulho, mas você não aprende! Você parece aquela esponja irritante do desenho animado.
— Bob esponja?
— Deve ser isso. Até seus cabelos laranjas combinam, mesmo que ele seja amarelo.
— Você para mim é o lula-molusco. Ma... — O mais alto o interrompeu.
— Ah, quase me esqueci, antes de mais conversas desnecessárias, eu queria perguntar se você tem ovos.
— Ovos? Devo ter. Entre. — Chenle deu passagem, mas o mais alto não se mexeu. — Eu falei que pode entrar.
— Não é necessário. E já estou demorando muito tempo, por favor, apenas me dê ovos se tiver.
— Entre, não vou te deixar aí fora, vai pegar mal.
— Tudo com você já parece dessa forma, então dispenso. — Chenle riu nasalmente e puxou o braço do maior com um pouco de força, trazendo-o para dentro da sua casa.
— Fique á vontade, estive arrumando a sala hoje, é ali.
— O design é praticamente o da minha casa, seu burro.
— Sem ofensas. — Chenle se dirigiu até ao frigorífico, pegando a caixa de ovos que tinha lá e tirou metade dos ovos, procurando um saco transparente de seguida e colocando os ovos lá dentro.
Pegou o saco, dirigindo-se até a sala, onde o garoto estava, mas Chenle percebeu que ele estava olhando a sua parte especial da sala, onde tinha as escadas, porém, tinha uma porta que supostamente levava para debaixo da parte citada.
— Esse é o meu sítio especial.
— Achei interessante. Gostaria de vê-lo, entretanto não quero ser invasivo.
— Osh, que isso, eu deixo você entrar. — Abriu a porta e deixou o mais novo entrar primeiro, já que era mais alto e precisaria se baixar. — Embora seja pequeno, é aconchegante. — Park não ligou ás palavras ditas pelo chinês, mas isso porque ele paralisou ao ver fotos penduradas na parede. Se sentou num pequeno puff e ficou vendo uma por uma.
— São seus amigos?
— Sim, Renjun, um velho amigo chinês que agora faz parte de um grupo de kpop. — Apontou para uma foto dos dois chineses juntos, mas notava-se ser já antiga. — Este é o Jaemin, um doido completo que ainda hoje ficou preso com a cabeça num carrossel infantil. E este ao lado dele, é o Jeno, eles são praticamente namorados e se você for homofóbico, saia da minha casa porque eu faço parte da comunidade.
— Eu não sou homofóbico. — Comentou simples. — Quem é este? — Apontou para um garoto, esse que fez Chenle engolir a seco.
— Meu ex namorado... Donghyuck ou Haechan. Ele foi quem me fez perceber que não gostava somente do sexo oposto.
— Então você é bissexual?
— Pan... Haechan é Trans.
— Ele era uma garota?
— Sim, agora é um homem. Ele me fez perceber que eu não só gosto de mulheres, como de tudo o que seja gente. Fui eu que acompanhei todo o seu desenvolvimento, mas infelizmente, o destino não foi feito para nós dois e atualmente ele namora Moon Taeil, um ator que se revelou pansexual há pouco tempo aos fãs.
— Hmm... e ele?
— Ele? É o Mark Lee. Bom, não tenho muito o que falar dele porque ele teve que voltar para o Canadá, mas foi boa a sua amizade enquanto durou. Ele com certeza já não se lembra de mim e como pode ver, éramos criancinhas nessa foto.
— Me perdoe por ter invadido esse lugar, realmente estava curioso e nunca pensei ser tão importante.
— Relaxe.
— Posso te fazer uma pergunta e você me responde com sinceridade? Visto que agora conheci um pouco mais sobre Zhong Chenle.
— Claro. Só não berre em francês porque eu não entendo nada. — Jisung riu e Chenle nunca pensou em o ouvir rir. Isso acabou lhe tirando um sorriso.
— Que risada linda... — Acabou soltando.
— O quê?
— Hã? Nada, estava pensando alto que nem sei o que disse. Pode perguntar.
— Por que você insiste em me irritar? Vamos falar agora como se fôssemos próximos, eu realmente quero te entender, visto que estamos num lugar que te trás memórias felizes.
— Nem tão felizes. Eu gostaria que tudo com o Haechan tivesse dado certo. Mas enfim, respondendo a sua pergunta e talvez essa seja a razão pela qual consegui superar o Haechan, bom, eu me apaixonei... de novo.
— Você está mudando de assunto ou me respondendo? Eu não entendi.
— Eu me apaixonei por você, Jisung. Desde o primeiro dia em que te vi.
— Não entendi. Você vive me irritando. Eu quase desenvolvi um ódio enorme pelo seu ser.
— O amor vence o ódio. Desde o primeiro dia que te vi, me senti muito estranho, porém, eu passei a amar te irritar desde aquela bronca em francês que me deu, você lembra? Não entendi nada e mesmo assim tentava prestar atenção, eu acabei olhando todos os detalhes do seu rostinho... E a cada dia, eu preferi te irritar, até que um dia eu conseguisse me desculpar e explicar porque fazia isso. E esse momento chegou.
— Você é estranho, apesar disso, achei fofo. Mas nunca mais faça isso.
— Eu nunca pensei que conseguiria me apaixonar por alguém que é totalmente o aposto do meu ser, mas o amor não escolhe as pessoas e nem as idades, pois você é mais novo e eu não quis saber. Mas também, sei que vai rejeitar-me...
— Com isto que me contou, vai parar de me irritar?
— Sim, visto que já lhe contei tudo.
— Então, eu vou te dar uma segunda chance de recomeçar comigo. Isto é, se você quiser. Porque eu realmente não entendo isso de sentimentos. Mas, não quero te machucar, porque depois eu vou ficar com remorsos que machuquei o meu vizinho que foi a primeira pessoa a gostar de alguém como eu.
— Eu me sinto especial ouvindo isso.
— Por que?
— Porque eu sou o único que gosta de você. Fui o único que viu o quão lindo e charmoso você é. Eu sou o único com bom gosto, e mesmo que eu tenha tido um relacionamento falho, eu agora sou apaixonado pelo meu vizinho da frente, coreano-francês, cujo nome é Andy Park ou Jisung Park. — Jisung nunca tinha sido amado por ninguém e isto estava sendo novo para ele. Nunca pensou que alguém fizesse isso por ele e mesmo que tenha chegado a certos pontos como o Zhong, aceitou o fato que foi para lhe chamar a atenção, e mesmo que ele não entenda de sentimentos, ele não quer machucar o chinês ruivinho da casa da frente.
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