𝓒𝓪𝓹 𝟢𝟣
Aproveite a leitura, recomendo ler no modo escuro, ajuda a vista...💋
Capítulo 1: 𝐎 𝐞𝐧𝐜𝐨𝐧𝐭𝐫𝐨
A luz do sol entrava pelas janelas da faculdade, iluminando os corredores movimentados e cheios de gente apressada. Todos passavam tão rápido, nem percebendo o quão lindo o céu estava, ou como a professora Bella acenava para eles e sempre desejava um bom dia. Ela fazia isso todos os dias, e eu não pude deixar de admirar sua empolgação às sete da manhã.
Passei a noite toda tentando terminar um quadro e, como resultado, dormi mal. A esperança de não me atrasar desapareceu quando meu quarto alarme tocou.
Agora, aqui estou eu, ouvindo Alicia, que parecia irritada. Ela estava mais focada em falar sobre seu namoro do que na matéria que estávamos prestes a estudar. Eu mal percebi as palavras de Alicia.
- Você não vai acreditar no que a Alex fez na última festa! - Alicia exclamou, seu tom estressado cortando o ambiente da aula. Tantos problemas, e parece que o dela é sempre o mesmo. Revirei os olhos, tentando ignorar a falação. As histórias sobre Alex não eram novidade, e eu não estava disposta a gastar meu tempo ouvindo isso enquanto tentava me concentrar.
Às vezes, sinto que não pertenço a esse mundo, tão cruel. Para mim, tudo passa devagar, chega a ser estressante. Mas também culpo o TDAH e bipolaridade. Era como se tudo não estivesse na mesma linha do tempo que eu. Tudo parecia se mover lentamente, até as pequenas tartarugas que iam da areia até o mar. Os pequenos acontecimentos surgiam como bombas, uma explosão de sentimentos. Seu tempo começa, e de repente, tudo se acumula até que... bum! Explode. Não sou dramática, só gosto de emoção.
O que para alguns eram apenas palavras, para mim, eram como alfinetes a pinicar, agoniando. Nunca soube o que dizer. Para me expressar, as palavras se tornaram uma guerra. Então, comecei a usar minhas roupas como verdadeira expressão facial - felicidade, tristeza, raiva. No começo, ninguém entendia, mas as cores diziam tudo. Meu pai, sempre tão ocupado, nem tentava entender. Minha mãe sempre dizia que eu não era o problema; ele só não tinha muito tempo. Mas, às vezes, eu achava que talvez eu fosse o problema.
Quando a aula finalmente terminou, respirei fundo. Estava aliviada por sair daquela sala barulhenta. Caminhei rápido até a saída, mas fui interrompida por Matteo, meu irmão. Ele estava sorrindo, mas seus olhos tinham um leve brilho de preocupação.
- Ei, pequena, o que você vai fazer agora? - Matteo perguntou, com a energia que só ele tem.
- Só vou encontrar a Naomi na lanchonete. Por quê? - Respondi, impaciente.
Naomi é minha melhor amiga: alta, parda, com cabelo escuro e franja.
- Estou sem tempo hoje e preciso de um favor. A Alisson vai te buscar mais tarde. Você sabe como ela é, então, por favor, tente ser legal com ela.
Alisson era a melhor amiga de Matteo e sempre fora uma fonte de tensão na minha vida. As provocações entre nós eram constantes. Alisson era encrenca, certeza.
- Por que você não pode me levar? Eu não quero ter que falar com aquela rainha rabugenta.
Matteo deu uma risada, mas seu olhar sério me fez perceber que não havia escolha.
- Você vai ficar bem. É só uma carona. Promete que vai tentar não implicar?
Antes que eu pudesse protestar, Matteo já estava indo embora. Suspirei, decidindo que, pelo menos, teria alguma fofoca para contar à Naomi.
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Mais tarde, enquanto esperava a ranzinza, sentia uma ansiedade. Não sabia o que esperar de Alisson, mas sabia que sua presença sempre me deixava estressada e sem reação. Assim que a moto apareceu do outro lado da rua, vi Alisson: ela era tudo que eu não era. Confiante, ousada, com uma aura de rebeldia que atraía a atenção de todos ao redor.
Alisson desceu da moto, com o capacete agora em sua mão. Seu cabelo curto e escuro estava espalhado pelo rosto, mas logo ela puxou os fios para trás, revelando os piercings na boca e na sobrancelha. Estava com um jeans e uma camiseta social, com um olhar provocador, como se estivesse pronta para desafiar o mundo. Se não gostassem de Alisson do jeito que ela era, o problema não era dela. E uma coisa eu não podia negar: ela podia ser ela mesma, o que eu sempre quis. Ser eu mesma sem medo...
- Pronta pra ir, boneca? - Alisson perguntou, com um sorriso no rosto que fez meu estômago dar um nó.
- Eu não sei se isso é uma carona ou uma punição - eu respondo, tentando manter o tom leve, mas a tensão entre entre nós era palpável.
Alisson arqueou uma sobrancelha fazendo o piercing brilhar. - Ah, você está com medo de andar de moto comigo? Não me diga que é uma dessas garotas medrosas, prometo não derrubar a princesa da carruagem, relaxa aí cabelos de fogo. -sorriu de lado.
A provocação me atingiu, então a olho com deboche e falo. - Claro que não. - sorrio ironicamente - Eu só não quero ser responsabilizada se você se acidentar, já que você é uma pessoa sem noção das consequências e para de me chamar assim é irritante.
As duas sobem na moto e enquanto Alisson acelerava, me seguro com força, não apenas pela velocidade, mas pela adrenalina que sentia. Era uma sensação nova, estar tão perto de Alisson, cercada por uma mistura de medo e excitação. Bem ciano.
- Então, qual é a sua história? - eu a pergunto, olhando para o céu - Você sempre parece tão séria.
- Eu sou apenas... focada - Alisson respondeu, tentando evitar a pergunta. Mas havia uma curiosidade em mim que me deixa intrigada. - E você? O que faz uma garota adulta de 20 anos ter alguém sempre a buscando?
- Talvez isso não seja da sua conta - eu digo, Alisson com a fala solta uma risada irônica e não diz mais nada.
Eu não queria a dizer que na verdade tentei fazer carteira de motorista, mas foi rejeitada, duas vezes, não faz ideia do porque, tipo sério, um simples erro de baliza e talvez um pequeno baque, viu nada de mais.
A moto zuniu pelas ruas da faculdade, o vento soprava em meu rosto, levando embora as preocupações do dia. Enquanto eu me deixava levar pela sensação, percebo que talvez a implicância entre nos poderia ser cansativas.
Ao chegarem à lanchonete, avisto Naomi sentada em uma mesa, me encarando com as sobrancelhas franzidas. Merda. Eu estou atrasada.
- Olha, eu juro que tentei vir rápido, mas... -começo, mas fui interrompida.
-Deixa eu adivinhar, Alicia apareceu falando de novo sobre ela e a alecrim dourado dela - Naomi disse com desdém, apontando com a cabeça para a cadeira à sua frente.
- Juro que tentei fugir, mas é impossível. Ela não para de falar nunca.
- Você já não tinha dito para ela que iria se afastar?
- Eu disse, mas ela levou na brincadeira. E o Léo?
- Não vai vir.
Léo, o namorado da irmã de Naomi, Madison, é trans e está em fase de transição, agora tá evoluindo com Madison ao seu lado. Ele sempre teve um papel fundamental em sua vida. Por mais que Madison pareça ser aquelas loiras chatas, por vista, ela é uma das garotas mais incrível e carinhosa que já vi
- É por causa da mãe dele de novo? - questiono, preocupada.
Naomi acenou com a cabeça. - Eu sinto muito pela dor que ele deve estar passando.
- Logo ele volta a andar com a gente de novo. Relaxa, Mel.
A mãe de Léo estava doente, e ele precisou ficar com ela para auxiliá-la. Eu me preocupo com ele e quero fazer o possível para ajudar.
- E sua irmã ainda não terminou o turno? Amélia perguntou.
-Ela vai sair daqui a 30 minutos.
- Então é melhor esperarmos por ela. - concordo, sorrindo enquanto pego o cardápio. O tempo que eu passava com Naomi era sempre um bálsamo, uma pausa em um mundo que muitas vezes me sufocava.
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Para deixar bem claro que está história é "wlw" woman love woman, um romance sáfico, espero que gostem porque juro que estou tentando muito inovar e deixar as histórias mais interessante, bj gente obrigada por tudo mesmo.
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