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𝓒𝓪𝓹 16

Ainda sentia o gosto dela, ainda sentia a maciez do seus lábios, era um misto de desespero e certeza, que me puxava de volta sempre que eu tentava me afastar, eu odiava isso e odiava como Alisson  fazia me sentir tão viva e tão perdida ao mesmo tempo.

Depois daquele beijo, a festa parecia ter perdido o brilho, a música ecoava pelo salão, mas nada disso chegava até mim, eu estava num estado de suspensão, como se o mundo tivesse ficado em segundo plano.

Fui até a varanda, precisava de ar, o vento gélido da noite bateu no meu rosto, me trazendo uma sensação de realidade que eu estava perdendo lá dentro, apoiei as mãos no parapeito, fechando os olhos e tentando controlar a respiração, ainda descompassada por causa de... tudo.

— Você fugindo de novo boneca?

A voz dela cortou o silêncio ao meu redor, não precisei abrir os olhos para saber que era Alisson, o jeito como minha pele se arrepiava já entregava que ela estava por perto.

—  não tô fugindo — murmurei, sem coragem de virar e encará-la. — Só precisava de um tempo pra pensar.

Ela se aproximou, e eu senti a presença dela atrás de mim. — E o que você tá pensando, Amélia? No que aconteceu lá dentro?

Abri os olhos e encarei a vista à minha frente, a cidade iluminada contrastava com a escuridão da noite e era exatamente assim que eu me sentia: uma confusão de luzes e sombras, sem saber em qual lado eu deveria ficar.

— Não sei — admiti, minha voz baixa. — Não sei o que pensar, o que sentir... eu só... eu preciso de tempo.

— Tempo? — Alisson soltou uma risada seca. — O problema não é o tempo, Amélia, a gente já passou tempo demais correndo em círculos, sempre pra estaca 0 de se odiar, fingindo que nada tava acontecendo, mas agora... agora não tem mais voltas.

Virei-me para encará-la, finalmente,  lá estava ela, a expressão séria, os olhos verdes escuros fixos nos meus, uma intensidade que me desarmava, sempre a via assim, como uma tempestade prestes a acontecer, e agora... eu estava no meio dela.

— Não é tão simples assim — respondi, a voz mais firme do que eu esperava. — A gente... a gente mal se suporta, Alisson. Passamos tanto tempo brigando, provocando uma à outra, e agora você quer que eu simplesmente... aceite isso?

Ela deu um passo em minha direção, e por um segundo, pensei que ia me beijar de novo. Mas ao invés disso, ela se deteve a poucos centímetros, o olhar mais suave.

— Eu não quero que você aceite nada, só quero que você pare de mentir pra si mesma. — A voz dela era baixa, mas cheia de convicção. — Porque  sei que sente o mesmo que eu e isso te assusta pra caralho não é?

Engoli em seco, não conseguia negar, sim, eu estava assustada, aquilo que estava entre nós não era uma simples atração física, era algo que eu não sabia se estava pronta para lidar.

— Você tá com medo — ela continuou, sem me dar espaço para fugir. — E eu entendo, mas fugir nunca resolveu nada, Amélia, pensei que já tivesse entendido isso.

Eu queria argumentar, mas ela estava certa, fugir era meu mecanismo de defesa, sempre foi e com Alisson, era ainda mais difícil enfrentar o que estava na minha frente, ela era tudo o que eu não sabia lidar: impulsiva, intensa, cheia de certezas onde eu só tinha dúvidas.

— Eu não sei se consigo — admiti, baixando o olhar. — Não sei se consigo lidar com isso, com a gente.

Ela ficou em silêncio por um instante, e quando falou de novo, sua voz estava mais suave, quase delicada.

— Ninguém sabe, Amélia, ninguém tem todas as respostas, mas, às vezes, é só... dar o primeiro passo.

Levantei o olhar, encarando-a de novo, havia sinceridade no olhar dela que me desarmava, uma vulnerabilidade que eu nunca tinha visto antes. E naquele momento, percebi que, talvez, ela estivesse tão perdida quanto eu.

— E se eu der esse passo e me arrepender? — perguntei, a voz quase um sussurro.

Ela sorriu, mas dessa vez havia algo de genuíno no sorriso, uma doçura que eu não estava acostumada a ver.

— Então a gente lida com isso quando acontecer, mas, de uma coisa você pode ter certeza, Amélia... eu não vou a lugar nenhum.

Aquelas palavras, tão simples, bateram fundo. E pela primeira vez, eu me permiti considerar a possibilidade de que... talvez eu não estivesse sozinha nessa confusão toda.

Suspirei, sentindo o peso daquela decisão se aproximando, mas antes que pudesse responder, ouvimos vozes vindas de dentro, a festa ainda estava em pleno andamento e alguém parecia nos procurar.

— Acho que já estão sentindo nossa falta — ela disse, com um sorriso de canto.

— Pois é — murmurei, me virando para voltar para dentro. — Vamos deixar as complicações para mais tarde, então.

Ela não respondeu, mas senti seu olhar em mim enquanto voltávamos, sabia que aquela conversa não estava encerrada, mas, por ora, a festa e os nossos amigos nos aguardavam.

Mas, no fundo, eu sabia que, cedo ou tarde, teria que lidar com o que estava entre nós. Não dava mais para fugir.

— Amélia! — Era Naomi, claramente preocupada, chamando do salão.

Alisson olhou para a porta e depois de volta para mim, como se estivesse esperando que eu decidisse o que fazer, por um instante, eu quis ficar ali, sozinha com ela, só mais um pouco, longe do caos, mas a realidade nos trouxe de volta.

— A gente deveria voltar — murmurei, ainda incerta.

Alisson assentiu, mas não se moveu, seus olhos verdes me analisavam de um jeito que me deixava desconfortável e ao mesmo tempo, me fazia querer ficar. — A gente não precisa decidir tudo agora, Amélia, mas isso não vai desaparecer só porque você quer — disse ela, a voz baixa e firme, como se tivesse dado seu último aviso antes de um furacão.

— Eu sei. — Suspirei, virando de costas para a cidade e caminhando na direção da porta, não podia negar mais o que sentia, mas lidar com isso... seria outro desafio.

Assim que entramos, Naomi me avistou e correu na minha direção. — O que aconteceu? Você sumiu!

— Só precisava de ar. — Respondi de forma vaga, tentando manter a calma.

Ela olhou de mim para Alisson, e eu soube que ela percebeu que algo tinha mudado. Naomi sempre foi perceptiva, mesmo quando eu não queria. — Tá tudo bem?

— Tá sim. — Tentei soar convincente.

Ela não pareceu acreditar, mas assentiu. — Ok. Mas, olha, Catarina estava te procurando. Eu disse que você tava com outra coisa na cabeça.

Meu coração deu um pulo com o nome dela, a amiga da ficante de Naomi, e a lembrança de que Catarina não era alguém que eu conseguia tolerar facilmente, Alisson parecia saber disso também, porque se aproximou e disse:

— Não sabia que vocês duas estavam tão próximas.

Havia algo nas palavras dela, uma pontada de ciúme, talvez? Naomi ergueu uma sobrancelha, notando a tensão entre nós três.

— Ela só tava sendo amigável — respondi rapidamente, tentando me desviar da conversa antes que ficasse ainda mais complicada.

Mas Alisson não parecia disposta a deixar o assunto morrer tão rápido. — Amigável demais, se você me perguntar.

Naomi cruzou os braços e olhou para mim com uma expressão que eu conhecia muito bem, aquela de "a gente precisa conversar depois". Mas, por enquanto, ela deixou passar.

— Vamos embora? — perguntei, sentindo que já não queria estar ali.

Naomi olhou de mim para Alisson, claramente sentindo a tensão no ar, e então concordou. — Tá bom, mas vamos antes que Catarina apareça de novo.

Alisson soltou uma risada baixa e sarcástica. — Ótima ideia.

Saímos da festa em silêncio, cada uma perdida nos próprios pensamentos. Alisson se manteve perto de mim o caminho inteiro, como se quisesse garantir que eu não fosse embora sem resolver o que tínhamos começado. Mas, por enquanto, tudo que eu queria era um pouco de distância para processar tudo.

Enquanto a noite avançava, eu sabia que algo havia mudado entre nós. Eu só não sabia se estava pronta para enfrentar essa nova realidade.

Quando chegamos à frente do meu prédio, Alisson se deteve. Seu olhar se encontrou com o meu, e pela primeira vez, ela parecia incerta do que dizer.

— Boa noite, Amélia — murmurou, sem sua habitual provocação.

— Boa noite, Alisson — respondi, com uma mistura de alívio e ansiedade.

Ela se virou, indo embora, mas não sem antes lançar um último olhar que me fez sentir que aquilo estava longe de acabar.

E enquanto a noite se tornava silêncio ao meu redor, eu me perguntava se estava pronta para enfrentar o que estava por vir.

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