𝓒𝓪𝓹 15
Peguei um drink e comecei a dançar, me deixando levar pela música, logo, Léo, Naomi e até Madison se juntaram, formando um pequeno grupo que aproveitava o momento, rebolavamos, fazíamos uma passinhos malucos, por um tempo, esqueci de tudo e me concentrei na energia à minha volta, os corpos se movendo, as luzes piscando, estava focada em deixar todo o drama de lado.
Foi então que Alex apareceu no meio do nada e começou a dançar conosco, ela parecia mais descontraída do que eu esperava, movendo-se com a música e logo se aproximando de mim, achei estranho, mas relevei, tentei não pensar demais sobre o que isso significava, e simplesmente me deixei levar pela batida.
Mas conforme a dança com Alex se intensificava, algo dentro de mim começou a despertar.
Sentia os olhares ao redor, mas o que realmente chamou minha atenção foi quando olhei para frente e vi Alisson. Ela estava parada do outro lado da pista, me encarando de longe, com um olhar que me gelou por dentro. Algo nos olhos dela, uma mistura de raiva e... ciúme, talvez?
Depois de alguns minutos dançando, senti a necessidade de sair para pegar uma água quando a garganta secou, Enquanto bebia a água, me virei para olhar a pista e dei de cara com Alisson, mais perto do que eu esperava.
— Precisamos conversar. — foi o que o que ela disse.
— Sobre o quê? — perguntei erguendo uma sobrancelha.
- Gostou de dançar com ela? - Alisson perguntou, com um tom gelado, mas a intenção clara em seus olhos. Ela estava com ciúmes.
Engoli em seco, não estava preparada para aquilo. - Do que você tá falando exatamente?
Ela deu um passo à frente, diminuindo ainda mais a distância entre nós. - Sabe muito bem o que eu quero dizer, você acha que eu não percebi os olhares?
Revirei os olhos, tentando manter a compostura. - Não tem nada para perceber, Alisson, foi só uma dança, tá parecendo minha namorada, só pra te lembrar que não é tá.
Ela soltou uma risada baixa, mas sem humor. - Só uma dança? Claro, porque pra você tudo é simples assim, né? — disse ignorando as minha últimas falas.
Antes que eu pudesse responder, ela me pegou de surpresa, com um movimento bem rápido, me puxou até um canto e me empurrou contra uma parede, com uma brutalidade que fez meu coração acelerar, o choque me travou e quando percebi, ela estava perto demais, os olhos verdes fixos nos meus, ela parecia estar tensa.
- O que você tá fazendo? - sussurrei, tentando entender o que estava acontecendo, mas minha voz falhou.
- O que eu deveria ter feito há muito tempo, mas perdi tempo entrando nos seus jogos, agora vai ser do meu jeito Amélia- ela murmurou, a voz grave e carregada de uma tensão que eu não conseguia identificar o que significou.
O impacto foi avassalador, não tinha doçura ou alguma hesitação, era uma intensidade devastadora que me fez perder o fôlego, o beijo dela era lento, mas na medida certa, como se tivesse lutando contra algo maior, eu tentei a empurrar com as minhas mãos, mas a verdade era que meu corpo me traia.
Ao invés de afasta-la, senti um impulso de traze-la para mais perto, a puxando pela camiseta, me rendendo àquele desejo, o gosto de rebeldia e impureza nos lábios de Alisson era inegável, por um momento, tudo ao nosso redor desapareceu.
Não havia mais música, nem festa, nem olhares curiosos, era só nós duas, presas naquele confronto de emoções mal resolvidas, pra ser sincera, ainda bem que cedi.
Alisson me segurava com força, quase como se quisesse ter certeza de que eu não iria fugir dessa vez, mas ao mesmo tempo havia um desesperado em seu toque, como se já esperasse por isso por muito tempo.
Quando finalmente ela se afastou, encostou a testa na minha respirando fundo, os lábios ainda próximos dos meus, puxou meu lábio inferior e soltou, ela manteve o olhar firme nos meus olhos, sem esconder a intensidade do que estava sentindo.
— Você acha que pode fugir disso pra sempre, Amélia? — A voz dela era baixa, quase um sussurro, mas havia uma intensidade que eu não conseguia ignorar. — Saiba que fingir que isso não mexeu com você, só vai provar que tá se enganando, mentindo para si mesma.
Tentei recuperar o fôlego, minha mente girando, afastei minha testa da sua, encarando seu esferas verdes. — Eu... não sei o que dizer.
Alisson soltou um sorriso, mas não havia humor nele, só frustração. — Sempre a mesma coisa, né? Você corre quando a coisa fica séria.
— Não é isso — tentei argumentar, mas no fundo, sabia que ela tinha um ponto. — É só que... você me deixa confusa, em um momento me provoca, no outro faz isso na maior naturalidade.
Ela me encarou por um instante, o rosto sério, como se estivesse lutando contra as próprias emoções. — Talvez porque eu também não sei como lidar com o que sinto, não com você— admitiu, a voz mais suave agora, mas carregada de sinceridade. — Mas eu não consigo mais fingir que não tá acontecendo nada entre nós duas.
Me faltaram palavras. Ela tinha aberto uma porta que eu não sabia se estava pronta para atravessar. Passar da fase de "briguinha de crianças birrentas" para algo mais sério, algo mais adulto, como deveríamos ser... duas adultas.
Fiquei em silêncio, incapaz de responder de imediato. Eu sabia que estava acontecendo algo entre nós, mas dar nome a isso... parecia complicado demais, confuso demais.
Meu corpo pedia uma resposta, qualquer coisa que fosse, mas a minha cabeça não conseguia processar tudo rápido o suficiente. A verdade estava ali, escancarada, mas... e se eu não quisesse lidar com ela? E se fosse mais fácil continuar fingindo que a tensão entre nós era só mais um dos nossos joguinhos?
Eu estava jogada no sofá da casa de um dos jogadores que fazia a festa, ao lado de Alex, ela olhava pra mim como se eu fosse uma criança perdida, e talvez fosse mesmo.
— Você não pode ficar a encarando e fugindo. — ela falou, quase como se soubesse o que eu ia dizer.
— Não tô fugindo de nada. Só não acho que seja isso. — Evitei encará-la diretamente, mexendo no piercing da boca, Amélia estava logo a frente dançando com seus amigos.
— Tá, me diz então o que você acha que é. — Alex deu de ombros, erguendo a sobrancelha com aquele ar de quem já sabe a resposta.
Suspirei, irritada. Ela sempre fazia isso, já sabia mais do que eu sobre os meus próprios sentimentos.
— Não sinto nada pela Amélia. Não dessa forma. — afirmei, quase acreditando no que falava.
— Ah, claro. Você não sente nada por ela, mas sempre arruma um jeito de implicar, de ficar perto, de provocar, chamar a atenção da coitada, sabe o que parece? Que você tá tentando se enganar. — Alex disparou, seca.
— Você não entende... — tentei argumentar, mas Alex riu, me cortando.
— Não entendo? Eu entendo perfeitamente. Você tá tentando esconder de si mesma, mas todo mundo percebe o que tá acontecendo. Você tá com medo, Alisson, mas é hora de parar de fugir, é sério, você já é adulta.
— E o que você sugere que eu faça, então? — rebati, cansada da conversa.
— Simples, vou te ajudar, te provando, que sente algo por ela. — Ela levantou, um sorriso malicioso no rosto. — Vou dançar com a Amélia na pista e vamos ver como você reage, vai me dizer que não sente nada depois disso.
— Você é louca, Alex. — revirei os olhos, mas no fundo, um frio subiu pela minha espinha.
— Então você não se importa se eu dança com ela.
Encarei Amélia do outro lado, ela parecia descontraída.
—Pode casar com ela, eu não ligo.
—Calma eu não sou tão emocionada assim.
Olhei para frente onde estava a Amélia e para meu lado que havia uma Alex pronta para aprontar.
A música alta preenchia o ambiente, e eu fiquei de longe, assistindo enquanto Alex caminhava até Amélia, elas começaram a dançar, próximas demais, Amélia esfregava as costas contra a barriga de Ale, Meu estômago revirou de imediato, o calor subindo ao meu rosto, eu não queria admitir, mas ver aquilo estava me incomodando e muito.
Amélia parecia hesitante no começo, mas depois começou a se soltar, o jeito que Alex a tocava me irritava, a proximidade, os olhares. Senti um nó na garganta, minhas mãos fecharam em punho sem eu perceber, mordida meus lábios com força, quase machucando meu piercing.
Não era possível que eu estivesse com ciúmes... ou era?
Quando Amélia foi até a mesa pegar água, Alex distanciou da apista, se aproximou de mim com um sorriso vitorioso.
— E aí? Já caiu na real? — ela perguntou, como se tivesse vencido um jogo.
— Cala a boca Alex. — respondi, mas ela sabia que tinha acertado em cheio.
E ela já estava com um sorriso presunçoso no rosto, aquela desgraçada sabia primeiro que eu, não esperei mais nem um comentário de Alexia, Andei até Amélia, meu coração batendo mais rápido.
— Precisamos conversar. — foi o que consegui dizer quando me aproximei dela. Ela me olhou, surpresa, ainda com o copo de água na mão.
— Sobre o quê? — ela perguntou, erguendo uma sobrancelha.
Eu sabia que, depois daquela noite, nada seria mais o mesmo.
★★★
É isso gente votem e comentem por favor.
Saiu o primeiro beijoo 🥳
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