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Capítulo 13


Tento gravar a imagem do James olhando o por do sol no meio do campo que treinava quando era criança. O vento gelado batia contra seu rosto, seus cabelos agora grandes ao ponto de bater em seus olhos voavam pra todos os lados, me fazendo sorrir.

Me aproximo dele, parando a sua frente. James parecia melhor, suas bochechas estavam quase rosadas, ele riu das minhas tentativas de por o cabelo dele para trás.

Ao invés de me ajudar, ele estende o braço, soltando o meu cabelo.

— O que...

— Sente isso. - Pede, me colocando de costas pra ele, em direção ao sol e ao vento. Meu cabelo voava pra todos os lados enquanto o calor batia em meu rosto. Fecho os olhos sentindo seus braços me envolverem e seu rosto apoiar na minha cabeça.

— Eu não sei o que é isso, mas é bom. - Murmurei, tentando eternizar esse momento, esses sentimentos de agora, seu toque, rua risada, sua cabeça ao lado da minha, rua respiração fazendo cosquinha no meu ouvido.

— Sim, até seu cabelo Batendo no meu rosto é perfeito. - Retruca, eu rio baixo, ignorando as lágrimas que ser formavam, não quero perder tempo chorando, tudo que eu quero, é ganhar tempo.

— É, eu sei que você gosta.

(...)

Estávamos tentando, a mãe dele parecia bem de novo, tudo parecia bem até não estar mais.

James e Caleb sairam, fazem isso toda a sexta nessas  seis semana, James diz que o Caleb o leva pra ver jogos e reclamar da vida.

Mas sei quando ele mente, não existe algo que eu não saiba dele e eu não liguei, James jamais me magoaria.

Sinto a cama afundar ao meu lado, me viro na direção dele, que estava com o braço em cima dos olhos.

— Dor de cabeça? - pergunto baixo.

Ele balança a cabeça negativamente, no entanto logo depois, balança ela positivamente também.

— E quer me falar porquê estar com dor de cabeça e porquê também não está com dor de cabeça?

Meu estômago embrulha quando ele da um sorriso fraco antes de me olhar, com os olhos mais desanimados que eu já vi.

— Eu tentei Meg, por você, pela mamãe, pelo seu pai, até pelo Caleb e por mim também. - James fez uma pausa, desviando o olhar para o teto. — Fiz um tratamento experimental, não contei por que não queria dar esperanças a Ninguém e no fim, não dar certo e não deu.

Uma única lágrima solitária escorria pelo seu rosto até cair na cama. Meu coração se aperta com sua declaração.

— Por isso você estava mal nessas semanas? - pergunto, secando as lágrimas que agora caiam livremente dele, as que ele recusava a derramar antes. James sabia fingi bem, mas eu sabia que não.

Mas se ele se sentia melhor escondendo e se o fazia feliz, não seria eu que iria mudar isso.

— Acabou me fazendo mais mal do que bem. - Sussurra, se virando pra mim e me apertando com seus braços, eu não reclamei, jamais reclamaria. Eu o apertei mais, querendo sentir cada parte dele, como se isso tirasse tudo de ruim que ele sentia. — Eu estou com medo, Mag, eu estou com muito medo.

Aperto os olhos, eu estava tentando ser forte, mas com James desmoronando em mim como nunca antes, eu não teria forças o suficiente.

Continuei em silêncio, já que não havia nada que podia ser dito, nada que pudesse mudar algo, mas eu estaria aqui até o fim.

— Megan? - ele me chama minutos depois, ainda abraçado a mim. — Você me amaria se eu fosse uma lacraia?

Eu rio contra seu ombro, fungando o nariz de tanto chorar.

— Sério James? - olho pra cima, buscando seu rosto. Ele estava com os olhos fechados, ainda molhados e um sorriso nos lábios, aquele sorriso.

— Não tente mudar de assunto, isso é um teste. - diz firme, eu tombo a cabeça de volta pro corpo dele.

— Lacraias são peçonhentas demais, mas James, eu amaria você não importa quantas pernas você tenha.

Posso sentir ele sorrir mais e eu faço mesmo.

— Ótimo, agora tenho toda certeza que escolhi a pessoa certa para passar o resto da minha vida. - declara.

— Romântico e mórbido.

— É, chorar enquanto quase me fundia em você foi libertador. - diz se afastando, mas só o suficiente pra ficar por cima de mim.

Sorrio, secando seu rosto molhado.

— E agora que eu tenho certeza, tenho que aproveitar cada momento, certo?

— Certo? - digo receosa.

— Certo. - Exclama com um risada maravilhosa, me beijando de maneira lenta e sem pressa alguma. — Acho que devemos fazer um filho.

— O quê? - o afasto, rindo demais para continuar o beijando.

— Você está rindo de um homem doente? Megan, Megan...

— Thomas James, pare imediatamente com isso.

— Só James - reprende, voltando a me beijar.  — Então vamos só fingir, gosto disso também.

— Acredita que eu também, só James?

— Sorte a minha.

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