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Capítulo | 09

Acordo assustada com algum barulho do lado de fora, olho para onde James deveria estar deitado, sinto o pânico começar a surgir.

Me levanto com pressa, saindo da barraca com uma coragem que eu não sabia que tinha, olho em volta, procurando-o.

— James. - O chamo enquanto esfrego meus braços, tentando me proteger do frio.

Tento me manter calma, mas porra, estamos no meio do nada. Dou alguns passos para longe da barraca e avisto o rio.

- James. - O chamo de novo. Acampar não é tão legal como parece nos filmes, na verdade é assustador e tem barulhos estranhos para todo o lado.

Caminho lentamente até o rio, ouvindo barulhos para todos os lados que olho. Observo a água se movimentar e tudo que penso é na mulher que gosta de degolar cabeças.

Quando eu me preparava para gritar, eu o vejo, quase cai sentada de puro alívio.

Fico em silêncio e o observo, ele estava escondido perto de uma rocha enorme, James estava escorado nela, a água cobria quase seu peito todo.

Ele olhava para a lua fixamente, completamente perdido por toda essa merda que provavelmente está na cabeça dele.

Eu adoraria tirar uma foto dele agora, com a luz da lua o iluminando e guarda-la pra sempre, como se isso fosse o eternizar ao meu lado.

Sinto meus olhos lacrimejaram quando percebo que um dia, é só isso que vai restar dele.

Pequenas coisas, que um dia foi ele por completo.

— Você quer entrar? - Levo um susto com a voz dele. — Não precisa ter medo, já me certifiquei que não há degoladora alguma aqui. -Ele ri.

— E você não tem medo de algum bicho morder seu pé? Não dá pra ver nada do que está na água.

— Nenhum pouquinho.

Mordo o lábio, pensando se eu seria corajosa o suficiente.

— Vamos, você consegue. - Ele insiste.

Eu suspiro alto, quando mais teremos a chance de nadar em um rio de noite, sozinhos e com fantasmas degoladores? É uma oportunidade irrecusável.

Tiro a blusa dele que estava me servindo muito bem como camisola, permanecendo de calcinha e um tope preto. Ele sorri, se desencostando da rocha, vindo até a beira do rio me buscar.

- Está tãoooo fria. - Resmungo, batendo os dentes só de por os pés na água.

— Eu te esquento. - Ele pista pra mim. — Não é sempre que vejo uma menina bonita assim por aqui no meu rio.

— Está atuando e nem me avisou antes? - Pergunto enquanto entrava mais, sentindo minha pele arrepiar a cada passo que eu dava. — É que eu sou nova aqui na floresta.

Entro na brincadeira.

— Seu rio é muito frio, você deveria providenciar uma hidromassagem para por ao lado. - Brinco, colocando os braços dele em minha volta, buscando de alguma forma me aquecer, mas ele estava tão frio quanto a água.

— Você acha que assim vai atrair mais pessoas para meu rio? - Pergunta. — Preciso de muitas cabeças para me alimentar.

— James. - O empurro. — Está me assustando.

Dou alguns passos para trás.

— Não gostei, prefiro você como o sedutor da lanchonete. - Sugiro, mas ele me olha sério, com o semblante duro.

— Não tem nenhum James aqui. -Ele sorri de lado, dando um passo para frente. — James só será devolvido se você aceitar casar com ele.

— James, para de brincar disso. - Imploro.

— Hummmmm, estou com tanta fome, sua cabeça é tão linda. - Declarou, começando a se aproximar.


— Jameeeees. - Tento correr pra longe, mas a água me atrapalha. James me pega por trás, me prendendo com os braços.

— saborosa. - Diz, passando a língua no meu pescoço. Eu me contorci, não sei se por excitação ou vontade de rir.

— Eu aceito. - respondo-o. Isso fez ele me soltar e então finalmente eu pude o encarar.

— Ué, quando foi que você entrou aqui? - Ele franze as sobrancelhas, parecendo confuso.

— Você é um babaca. - Exclamei, espirrando água no rosto dele. — Mas quando vamos nos casar?

— O que? Você está me pedindo em casamento? - James soa surpreso.

— Tá, James, já entendi. - reviro os olhos. — Você é um ótimo ator, mas se você não parar, você fica sem beijo...

— Taaaaaa. - Agora ele joga água em mim, me fazendo rir. — Eu comprei os anéis há quase um ano, eu ia pedir em algum momento melhor, mas como ele nunca vai chegar, então acho que essa é a hora certa, não é romântico ser pedida em casamento assim?

— Tirando a parte de me pedir em casamento possuído. -eu gargalho, me aproximando dele, sentindo cada parte do seu corpo colado ao meu, aproveitando cada milésimos de segundos.

— Eu sei que por algum tempo você acreditou. - Ele sorri convencido, enquanto colocava meu cabelo por trás dos meus ombros.  —E e eu acho que não teremos tempo para um casamento tradicional.

James soa magoado, mas eu sorri.

— Casamento tradicionais são chatos, só a comida é legal. - dou de ombros. -
— Podemos casar na minha sala e pedir um monte de comida, o padre pode ser meu pai, você convida alguém do time.

Ele ri como se fosse a coisa mais irada que já ouviu.

— Ainda bem que foi por você que eu me apaixonei. - Beija meu nariz.

— Mas a lua de mel é com você. - Declaro, recebendo um sorriso malicioso em troca.

— Que tal adiantarmos ela? - Ele sugere. - O que você acha de ter grilos como testemunhas do nosso amor?

— Como você adivinhou que esse era o meu sonho para uma lua de mel? - Fingi surpresa.

—Bom, você sebe, eu sou um namorado perfeito.

— Você era, agora você é um noivo perfeito.

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