Capítulo | 06
Olho para a Meg que ficou calada depois da resposta. Que merda eu tava pensando?
Vou quebrar o coração dela ao ponto de quando eu for, ela se sinta aliviada?
Nem se eu fosse a pessoa mais filha da puta do universo, eu iria ter coragem de fazer isso. Me dói ver ela tentando ser forte e também me deixa aliviado.
Minha mãe ainda não entendeu que eu prefiro viver como se estivesse tudo bem do que chorar todos os dias antes do dia chegar. Ela chora dia e noite. Eu fico ouvindo e não sei o que fazer pra isso doer menos.
— Você sabe que eu nunca faria nada de ruim com seu coração mole, não é? - Pergunto, fazendo-a me encarar.
— Por um momento eu pensei em um talvez, mas foi o tempo de um piscar de olhos. - Ela encosta a cabeça no meu peito, encarando agora as poucas pessoas da fila.
— Então não perca o tempo de um piscar de olhos pensando uma coisa dessa. - Beijo o topo da cabeça dela.
— Mas você pensou em me magoar para que eu não sinta tanto quando você...morrer, não é?
Meg retrucou, olhando fixamente para a fila.
— Só o tempo de um piscar de olhos e eu não vou perder mais o meu preciso tempo pensando nisso. - Passo os braços em volta dela.
— Mas James, não doeria menos, não importa o que você faça. - Ela levanta a cabeça para me olhar. — Mas por favor, não quebre meu coração.
Esse pedido com certeza fez com que meu estômago se embrulhasse, me sentindo culpado pelos milissegundos que pensei nessa possibilidade. Eu jamais teria essa coragem.
Encaro seus olhos castanhos que ela tanto queria que fossem azuis, mas eu os acho tão perfeitos que eu não poderia defini-los em uma palavra.
— Você ficaria muito magoada caso eu colocasse meu suco de beterraba acidentalmente na sua vitamina verde ruim?
— Se você fizer isso, você não vai ouvir a minha voz por duas horas seguidas. - Ela me encara indignada.
— Seria um tempo recorde. - Ironizo, empurrando-a levemente para frente, já que tinha chegando a nossa vez.
— Se você ousar falar disso outra vez, fico até três horas.
— Tem certeza que você não quer desistir? - Pergunto ao encarar sua palidez em ver a montanha russa descendo na velocidade da luz.
Os próximos serão nós e ela não parece muito confortável com isso.
— Absoluta, é moleza pra mim. -Ela da uma gargalhada falsa.
Olho para meus tênis que foram salvos com muita luta dos resíduos dela. Pelo visto, esse será o fim dele.
Meg abraça meu braço como se fosse a salvação dela, enquanto o senhor que trabalha fecha os cintos.
— Ainda dá temp...
— Cala a boca, James. - Ela me corta, enterrando o rosto no meu braço.
Sorrio. O carrinho começou a andar devagar, a cada travada ela apertava mais o meu braço. Tombo a cabeça para o lado vendo a descida se aproximar.
— Vai se sentir melhor se eu dizer que tá chegando? - Pergunto.
— Com certeza, não.
— Então não está chega...- O resto da frase ficou pelo ar. Meg me agarrou com toda força que tinha, que eu pude sentir meu braço dormente durante a descida.
Fecho meus olhos com força, não pela adrenalina de descer nisso, mas pelo zumbido ensurdecedor dentro da minha cabeça.
Balanço-a tentando fazer essa porra parar.
— James...-Olho para o lado ao escutar a voz da Meg. — Está tudo bem?
Olho em volta, vendo que já tínhamos parado e o senhor estava nos esperando sair.
— James...-Sua voz esbanjava preocupação.
— Acho que eu não sou tão corajoso como você. - Brinco, ignorando a dor que se alojou. Saio do carrinho e a ajudo.
— Acho que você não deveria ter ido naquilo.
— E eu acho que você está engana. - Retruco. — E também acho que deveríamos comprar hambúrgueres em comemoração de você não ter vomitado em mim.
— Eu sou incrível não sou? - Ela diz saltitando na minha frente. Indo em direção a uma barraquinha que ficava a poucos metros.
Sorrio observando-a saltitar como se estivesse genuinamente feliz. Eu espero que esteja. Ela vestia uma calça preta com uma blusa minha do Time.
Ela só tinha a usado uma vez e foi uma memória muito agradável que só de pensar, meu corpo se arrepia todo.
Depois de alimentá-la devidamente. Fomos em uma xícara estranha que se movia que nem uma lesma. Meg gargalhou disso até chorar.
Depois fomos para outra xícara estranha, só que maior. Meg riu disso como se fosse a coisa mais hilária do mundo e eu nem sei porquê.
— E agora podemos ir no carrossel? - Ela pergunta, já me puxando em direção ao brinquedo.
— Você não acha que seria uma cena...uma tanto exótica eu em cima de um cavalinho de brinquedo? - Pergunto me juntando a ela na fila.
— Eu diria, erótica. - Ela sussurra perto do meu ouvido, mas quando se afasta, faz uma careta. — Na verdade eu pensei melhor, seria muito bizarro.
— É assim que você aumenta minha autoestima? - Zombo.
— Como se você precisasse, bonitão. - Ela diz dando um tapa no meu ombro, indo para o carrossel que ficava a poucos metros.
— Gostosão. - A corrijo.
— Ah claro. - Ela da um tapa na própria testa. — Como eu ia me esquecendo do gostosão? Puts.
— Tudo bem, amor. - Me aproximo dela, caminhando lado a lado. — Não me importo se me chamar de supremo bonitão gostosão, caso não se importar.
— Jamais.
Hehehe mais um
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