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A Aposta Dos Deuses

Daniel se desesperou, ficou alguns minutos gritando com Charlotte sobre ela ser incompetente até para morrer, depois passou mais algum tempo chorando e se desculpando pelo que havia dito.

— Você já parou de surtar e me ofender? Tem um minuto para eu lhe explicar a última jogada que irei fazer?

— Mais mentiras, Charlotte? — Daniel levantou — Tudo que sai da sua boca é mentira.

— Dessa vez eu só falarei a verdade, eu juro para você. — Charlotte mentiu encarando o amigo — Eu nunca mentiria para você, você precisa acreditar em mim.  Tem um livro, um encanto antigo que só necessita da fé.

— Sinto que têm um mas...

— Edgar me falou sobre esse encanto, uma aposta limpa. Eu só preciso de uma coisa, que você tenha fé em mim. — Charlotte pegou a mão do amigo encarando-o nos olhos — Você acredita em mim? Confia sua vida nas minhas mãos?

— Sim. Eu tenho fé em você. — Daniel respondeu dando um sorriso apoiador — Eu sempre terei fé em você. Sempre fomos nós contra o mundo, se eu estou vivo, se eu tenho uma filha eu agradeço a você.

— Então vamos trabalhar. Feche bem os olhos.

Charlotte respirou fundo de olhos fechados deixando que a vontade saísse do seu corpo e se espalhasse pela casa. O cômodo ia perdendo, os desenhos feitos por Meziriel eram substituídos pelos que Charlotte necessitava para realizar seu propósito.

Ao abrir os olhos o cômodo tinha uma nova aparência e Daniel um olhar assustado.

— Eu vi coisas... — Daniel falou assustado.

— Eu falei para fechar os olhos. — Charlotte procurou na jaqueta de Daniel a pequena caixa que havia pedido que ele guardasse. — Preciso que pegue algumas velas e faça um círculo sobre o desenho da balança. Segunda gaveta da escrivaninha.

Daniel se aproximou da escrivaninha e as pegou.

—Como sabia?

— Agora que sou a dona da casa ela está ligada a mim, sei onde fica cada coisa e cada pequeno detalhe. A casa é moldada a minha vontade. — A loura respondeu.

Daniel assentiu ainda confuso, colocou as velas em circulo e pôs a bacia no meio, se permitiu respirar fundo,  mesmo não sabendo o que a amiga iria fazer exatamente confiava plenamente nela.

A loura passou a mão na cabeça do amigo que a encarou confuso.

— Confie em mim, prometi lhe devolver sua filha.

— Eu tenho fé em você.— Ele respondeu —Boa sorte.

Charlotte sorriu e concentrou sua atenção a caixa que havia ganho de Edgar, a abriu revelando que em seu interior havia o cajado de Anúbis, uma das peças mais famosas e mais místicas que existiam, a loura respirou fundo, com um aceno de mão rápido acendeu todas as velas no circulo e em seguida entrou nele, sentou-se de frente a bacia. Ela manteve o olhar fixo no cajado em suas mãos e deixou que o feitiço fluisse por sua mente.

As chamas das velas se tornaram intensas, Daniel prendeu a respiração ao ver os olhos de Charlotte mudarem brevemente de cor. Ele ainda achava estranho que a amiga raramente precisase pronunciar para fazer um feitiço.

— Essa é uma oferta que a senhora do Sul dá a Anúbis! — Gritou antes de passar a ponta do cajado contra o próprio braço, o utilizando para abrir um corte que começava em seu pulso e acabava na metade do braço.

A bacia enchia de sangue rapidamente, Charlotte precisou se segurar para não perder a consciência, o coração acelerado não era nada perto da ansiedade que sentia, com a mão em que estava o cajado alcançou o fio de cabelo que havia roubado de Daniel e pousou dentro da bacia. Sua boca assumiu um sorriso discreto quando viu o sangue mudar a coloração antes de sumir.

— Que venham a mim os sombrios, os mortos e os tristes, pois eu sou o dono da vida e da morte — O tom de voz parecia perfurar a alma de Charlotte, o formigamento que sentia no braço não era nada perto da sensação que experimentava. — Que venham a mim os mortos, os cansados e os que declaram amor a vida. Que venham a mim os oprimidos, os ricos e devotos...

— Não sou um faraó, não preciso de mais discurso de depreciação. — Falou brutalmente interrompendo o Deus.

O homem sorriu para a jovem, sobre a cabeça do Deus repousava uma coroa com penas encaracolados de avestruz vermelhas , os cachos das penas pareciam alinhados dando ao homem alto ainda mais altura. O terno verde dava um ar superior e atual ao Deus antigo, no braço do homem uma tatuagem em tinta branca da coroa de Atef repousava tranquilamente. Anúbis era o retrato perfeito de um Deus moderno e antigo ao mesmo tempo.

O grande e majestoso Anúbis olhou para a loura que se levantava do chão o encarava como um igual.

— Minha querida Discórdia... — Anúbis cumprimentou como se estivesse vendo uma velha amiga.

— Charlotte.— Corrigiu a loura abaixando a cabeça como uma falsa forma de respeito.

— Desculpe, Marie. Você me lembrou alguém que conheci a muito tempo.— Anúbis respondeu, fazendo Charlotte se perguntar se havia mesmo envocado um Deus novamente — Então, Marie Hunter, lutadora de causas perdidas, a mulher que sacrifica tudo por nada, sabedoria é sem dúvida uma maldição.

— Você não sabe o que está falando — Charlotte respondeu brutamente sem lembrar de com quem falava.

— Você engana a morte e nega a própria capacidade, cada respiração sua é um insulto aos deuses seja qual lhe estenda a mão. Mas tenho certeza que você sabe disso. — Anúbis encarou a mulher de modo curioso, até que os olhos do Deus focou em algo — Acho que isso me pertence. — apontou para o cajado nas mãos da jovem — Esperava lhe conhecer mais cedo ou mais tarde. A que devo essa invocação ofensiva?

Charlotte suspirou antes de revirar os olhos, Deuses nunca mudavam, sempre se achando melhores que as pessoas que se sacrificaram, sempre exigindo mais sacrifício.

— Ouvi dizer que Vossa majestade não recusa uma boa aposta. Eu tenho algo que talvez te interesse. Uma aposta limpa e sem trapaças como um Deus do seu porte merece.

O Deus riu antes de responder duvidoso.

— Uma aposta? O que você tem que eu iria querer?

— Uma aposta de peso igual. Eu aposto seu cajado e alguns anos de vida.

— Como irá funcionar essa aposta que você sugere?

—  O coração de Daniel pesará menos que uma pena disso eu tenho certeza, você dará a ele uma escolha e duas opções. — Charlotte encarou ao redor notando somente agora que o tempo parecia ter parado — A alma da filha dele de um lado, do outro lado a vida dele. A escolha dele é a alma que se salvará, se o coração dele continuar leve ele leva a alma dele como uma recompensa.

— Assim ele salva a filha e se condena pela eternidade. Não entendo seu ponto de vista.

— Ele falou que pagaria o preço independente de qual fosse.

Anúbis riu vendo o que ela planejava na realidade, Daniel escolheria a filha e assim o coração dele pesaria menos, o Deus ganharia o cajado de volta e algumas anos de vida de algum ser que Charlotte decidiria mas não a de Daniel e muito menos a da feiticeira a sua frente.

— Você tentou passar a perna em um Deus, estou me perguntando se você é burra ou muito inteligente. — Anúbis encarou a loura com toda a superioridade que possuía, em seguida sorriu — Melhorarei sua aposta mudando alguns termos, será sua alma contra a da filha dele. Se ele escolher a filha dele, devolverei-a e ganharei cinquenta anos de sua vida e farei seu julgamento quando você morrer, mas, se ele escolher lhe salvar; você se salva e leva a filha dele e a sua, a única coisa que eu ganharei é um sacrifício. E em qualquer uma das duas opções acordarei os enfermos que Meziriel havia condenado.

— Combinado.— Charlotte respondeu duvidando um pouco dos termos de Anúbis.

Daniel possuía um bom coração, espírito de um herói, ele escolheria salva-la, ela sabia que ele era grato por tudo que ela já havia lhe feito.

Anúbis sorriu e estalou os dedos, uma forte ventania de areia surgiu a fazendo fechar os olhos. Quando Charlotte abriu os olhos, ela estava em um salão como se fosse um palácio, havia um trono feito de ouro, Anúbis estava sentado nele, ao lado do Deus estava Katherine sentada. Charlotte não havia percebido que também estava sentada, ao seu lado uma menininha que sorria a encarando.

— Mamãe, você demorou muito.— Amber falou encarando a loura.

Charlotte paralisou no lugar, suas pernas tremiam, seu coração acelerou de modo assustador e seus olhos encheram de lágrimas. A Hunter sorriu e pegou a filha no colo feliz, a abraçando e falando quanta saudade sentia. Quando Daniel surgiu em seu campo de visão, a loura tentou andar até ele mas ao se aproximar atravessou o homem.

— Ele não consegue lhe enxergar ou ver a própria filha, ele somente me enxerga.— a voz de Anúbis soou dentro da cabeça de Charlotte.

A presença verdadeira da filha fazia a jovem se sentir completamente feliz mesmo que por poucos instantes.

— Se ajoelha mortal, você está diante de um Deus! — Anúbis soou firme  se dirigindo a Daniel — Você me deve obediência e adoração, pois eu sou Anúbis e eu estou lhe julgando.

Daniel se aproximou do Deus ajoelhando-se aos seus pés.

— Imploro sua misericórdia por mim e por Charlotte. — Daniel se manteve ajoelhado mesmo quando o Deus se aproximou.

Charlotte se sentou ao lado de Katherine que deitou a cabeça no colo da loura.

— Obrigada por me salvar do homem mal sem rosto. —A menina Katherine sussurrou.

— Estava com saudade mãe. — Amber falou próximo a orelha da loura no colo.

Anúbis pediu silêncio mesmo que Daniel não vê-se ninguem no cômodo além deles dois, porém Charlotte sabia que era com ela.

— Estou curioso, você confia naquela que nomeamos Charlotte? Por que?

— Sim, eu daria minha vida por ela. Por mais que Charlotte errou no passado, ela tentou se redimir, ela me salvou muitas vezes do abismo e sempre que ela precisou eu a abandonei. Não tivemos uma boa infância mas ela sempre esteve ali por mim.

O majestoso Deus enfiou a mão de volta contra o peito de Daniel como se devolvesse algo para lá, algo que o homem nem sentia que Anúbis havia pego.

— Seu coração pesa menos que uma pena, Daniel Smith, bem como sua amiga falou. — Anúbis parecia levemente insatisfeito com aquela afirmação — Você terá o direito da escolha Daniel. Escolha sabiamente, a alma de sua filha está em jogo.

— Mas Meziriel...

— O feiticeiro exterminou Mezeriel, então a verdadeira decisão estará em minha balança, Pois eu sou o acolhedor das almas confusas e perdidas. — Anúbis sentou-se em seu trono de ouro — de um lado da balança a alma de sua filha, do outro a vida de Marie Hunter, a escolha é unicamente sua.

Anúbis retirou o pequeno encantamento, fazendo com que o homem enxergasse a filha ali sentadas ao pé do Deus bem próximas ao seu toque.

— Kate? — Daniel chamou duvidoso e a menina levantou a cabeça sorrindo para o pai.

Anúbis encarou novamente o trio, ele conseguia ver a luz que Daniel emanava tomar outro tom, seu coração estava fadado a fazer a escolha que iria o fazer pesar.

—  Eu espero que um dia a Charlotte me perdoe, mas eu não posso sacrificar minha filha por ela. — Daniel falou sentindo um peso sendo jogado em suas contas — Eu pensei que ter Amber a faria mudar, mas ela continuava a mesma pessoa infeliz que sempre foi, mas eu, Katherine me trouxe toda a felicidade do mundo. Espero que ela me perdoe um dia.

— Daniel! — Gritou Charlotte se levantando do chão — Seu maldito verme inútil!

Anúbis sorriu compreendendo a escolha de Daniel.

— Minha decisão foi tomada. — Daniel falou encarando Anúbis nos olhos.

O Deus bateu o cajado no chão fazendo pai e filha sumiram.

— A alma de Katherine retornou ao corpo, e Daniel retornou ao que vocês chamam de londres, todos os enfermos por Meziriel despertaram. — Anúbis explicou a loura — Você achou que ele lhe escolheria? O coração dele nunca mais pesará menos que uma pena, no fundo eu fico satisfeito com isso.

Anúbis virou de costas para a loura mas ao ouvir ela falar virou novamente na direção dela.

— Por que você estendeu a mão para Amber? 

— Outrora quando a criando você a ensinou sobre o Egito antigo, de quando o Nilo era cheio e dizimava plantações, a contou sobre os textos dos sarcófago, o livro dos mortos, a principia da discórdia e sobre mim. — Anúbis comentava encarando a mulher com desdém  — Quando a criança parou no vazio eu estendi minha mão para ela quando nenhum outro fez. A pureza da fé da menina sobre tudo que lhe foi ensinado é divina.

Charlotte engoliu as lágrimas que ameaçavam correr.

— Eu posso me despedir dela? — Perguntou Charlotte enquanto a menina em seu colo acariciava seus cabelos.

Anúbis acentiu com a cabeça e se afastou um pouco.

Charlotte pôs a filha no chão e a encarou.

— Me perdoe.— Charlotte abraçou a filha e deixou algumas lágrimas caírem sobre o vestido da menina.

— Não precisa chorar mamãe, eu te amo.— A menina falou dando um beijo da bochecha da mãe.— Eu sei que não foi sua culpa, ele me mostrou tudo.

— Não faça isso. Eu te imploro. — Charlotte pediu ajoelhada.— Eu faço o que você quiser.

— A alma dela não pertence mas ao mundo dos vivos. Ela estava no vazio, eu a resgatei, a alma dela agora me pertence. — Anúbis soou superior — Você deveria se envergonhar. Sua filha passou anos gritando por você, chorando seu nome e o de um homem morto, você foi mãe mas nunca mais terá a chance de ser. Te verei em breve nas balanças.

A menina correu em direção a Anúbis que desapareceu envolto de uma nuvem de fumaça.

Charlotte fechou os olhos com força, quando voltou a abrir notou que estava no chão da casa do silêncio banhada no próprio sangue chorando.

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