[Cʜᴀᴘᴛᴇʀ Eʟᴇᴠᴇɴ: Sᴏᴍᴇᴏɴᴇ ᴇʟsᴇ ᴀʟʀᴇᴀᴅʏ ᴋɴᴏᴡs ᴀɴᴅ ɪ ᴅᴏɴ'ᴛ ᴋɴᴏᴡ ɪғ ɪ ɢᴏᴛ ᴏᴠᴇʀ.]
Já fazia algum tempo que Jackson andava de um lado para o outro pela sala da casa de Mark. O tapete que ficava no centro já tinha as marcas dos pés dele e a televisão refletia a sua imagem andante. Bambam também estava nervoso e pensativo, pois sabia do relacionamento entre Park e Tuan. Se os pais de Jinyoung por acaso soubessem disso, os dois estariam em apuros.
- Bam, será que o Mark vai demorar mais? Por que ele bateu naquele cara? O que estava acontecendo? - O loiro mexia nos cabelos e coçava o queixo.
Se duvidar ele estava mais nervoso e ansioso que um pai que vai conhecer o seu filho que acabou de nascer ou então alguém que está esperando o resultado de um sorteio valendo muito dinheiro. Sua expressão mostrava quantas hipóteses ele estava levantando.
- Não sei, Jack... Espere o Mark chegar e pergunte a ele... - As vezes o jeito inquieto de ser do Jackson nem alterava muito a Bambam. Ele se comportava como uma criança pequena sendo que era o mais velho ali. Mesmo assim, o moreno de mechas vermelhas já sabia disso e estava acostumado.
- Que horas os pais dele chegam? - Indagou, quase roendo as unhas.
- Bem, acho que umas sete horas da noite... - Explicou e o loiro apenas concordou. Os dois ficariam no aguardo do rapaz de cabelos cor de caramelo...
(☂︎︎)
[Tempo depois...]
O moreno entrou em seu quarto e puxando Tuan pelo braço, fechou a porta. Estava incrédulo, nem imaginava que tinha conseguido se salvar usando uma desculpa daquelas. O mais novo se sentou na beira de sua cama, que ficava encostada na parede e suspirou um tanto aliviado. O rapaz de cabelos cor de caramelo preferiu ficar em pé, agitado ainda.
- Sério, da próxima vez você deixa o seu irmão resolver tudo sozinho... O seu pai quase descobriu! - Mark dizia, andando pelo cômodo de um lado para o outro e olhando para o chão.
- Eu nem sei como ele acreditou naquilo... - O moreno bagunçou os cabelos e a sua expressão de surpresa continuou lá.
- Nem eu, mas não vamos arriscar mais uma vez... - O mais velho se aproximou dele e se abaixou. - Tá tudo bem? - Segurou a sua mão.
- Sim... E-Eu só... - Pensava no que dizer, porém as palavras não vinham.
Até agora tinha em mente aquela situação com Eunwoo. Ele deveria deixar passar? Deveria ignorar quando sua consciência o alertava de que aqueles toques e aproximação não foram certos? Mas o que realmente lhe fazia matutar sobre aquilo era a possibilidade de ter sido assédio. Porém, Jinyoung se perguntava... "Homens também podem sofrer assédio?".
- Park, você estava estranho desde hoje mais cedo... Tem alguma relação com o que houve entre o seu irmão e o baterista? - Ele parecia ler os pensamentos e sentimentos de Jinyoung. Entendia perfeitamente que algo lhe incomodava.
- Mark... - Encarou Tuan, seu olhar estava como o de alguém vulnerável. Seus lábios estavam machucados e olhos quase que ainda molhados por causa das lágrimas. Uma aparência sofrida, pode se afirmar...
- Pode me dizer... Tem algo te incomodando? - Se sentou ao lado dele e passou o seu braço por cima de seus ombros.
O moreno deitou a sua cabeça - mesmo que por um pequeno instante - no peito de Mark e suspirou. O mais velho calmamente levantava a sua mão para acariciar o couro cabeludo de Park. Com certeza ele se sentiria muito melhor se colocasse para fora tudo o que estava lhe atormentando, mas ele não conseguia. Tinha receio do que Tuan iria pensar a respeito disso. Na mente de Park, o mais velho talvez não gostasse ou achasse que aquilo não foi nada demais e que Jinyoung deveria ignorar o que aconteceu. Ele tinha medo do que iriam dizer...
- N-Não foi nada, só ainda dói o soco que eu levei... - Tocou no corte em sua boca e reclamou um pouco de dor.
- Tem certeza? - Instintivamente lhe deu um beijo na cabeça e usou um tom de voz mais confortante.
- Jinyoung... - Jaebeom havia aberto a porta de uma vez e se deparado com aquela cena. Engoliu em seco e fechou a porta depois de entrar.
- Jae... - Se afastou de Mark e arrumou os seus cabelos. Tuan abaixou o olhar e tentou disfarçar.
- Vocês dois, temos que conversar... - O rapaz de cabelos grandes pronunciou, puxando a cadeira da escrivaninha.
(☂︎︎)
- Puxa vida, eu não aguento mais esperar... Eu tenho que ir para casa... - Jackson disse, com as mãos nos bolsos e apertando os lábios. Bambam que observava a angustia do amigo, se levantou do sofá e suspirou.
- Tá, vamos, eu te acompanho até em casa. Depois mando mensagem falando sobre o Mark... - Colocou o braço por cima do ombro de Jack e ele concordou.
Começaram o caminho até a casa do loiro em silêncio, talvez pensativos ou porquê não tinham realmente muito o que conversar naquele momento. Bambam notou o seu celular tocar e ao ver o número que lhe ligava, ignorou. Não queria esquentar a cabeça em pleno sábado, principalmente quando estaria na casa de um amigo, onde deveria aproveitar e se divertir um pouco. As férias já estavam acabando e o trabalho logo voltaria na segunda-feira. Além disso, terá que cumprir horário extra por ter saído mais cedo na sexta-feira. Mexeu nos cabelos morenos com mechas avermelhadas e chutou uma pedra que estava no chão.
O loiro, percebendo que o menor não estava tão bem quando aparentava, resolveu puxar conversa ou buscar saber sobre o que lhe atormentava. Estava receoso se deveria ou não tocar naquele assunto ou citar aquele nome.
- Então, vai dormir na casa do Mark de novo? - Começou e recebeu apenas um aceno com a cabeça como resposta. - Ah, legal... - Riu fraco.
- Os meus pais estão trabalhando com os dele num projeto, já que são do mesmo ramo... - Explicou e analisou um rapaz que passava andando de bicicleta.
- Oh, é mesmo! Os seus pais também trabalham com planejamento de imóveis ou algo assim, né? - Meio confuso ele pronunciou, coçando a nuca. Estava sem jeito por ver Bambam tão calado. Ele tinha que perguntar sobre aquilo. - Bambam, e a... - Não conseguia terminar.
- Anne? - O menor indagou, olhando para frente e com uma voz mais tranquila.
- Eh... Sim, como você está depois do que houve? - Foi mais direto e só tinha olhos para o seu amigo. Prestava total atenção nas reações, expressões e palavras que Bambam iria usar.
- Olha... Eu acho que fiz a coisa certa... Ou se não fiz, já está feito... Não quero encher a minha cabeça com dúvidas assim... - Desabafou, rangendo os dentes e abaixando o olhar.
- Ah... E ela? O que achou disso? - Se sentiu um psicólogo naquele momento, perguntando sobre sentimentos e coisas profundas.
- Ela ainda quer voltar, mas eu não... Mark me disse que tenho que ao menos terminar isso pessoalmente, só que fico receoso do que pode acontecer se eu a encontrar... - Encarou o loiro, com sua expressão desanimada e talvez triste.
- Puxa vida, Bambam... E agora? Você vai ou não? - Inclinou o corpo na direção do mais novo. O moreno estralou os dedos e bufou.
- Talvez? Vou deixar o tempo decidir... Por mim nós estamos acabados, entende? - Finalmente o encarou e quase que Jackson sentiu a conexão e profundidade do que passava na cabeça de Bambam.
- E-Entendo... - Limpou a garganta e olhou para o outro lado da rua, percebendo que haviam chegado.
- Bom, te vejo amanhã... - Acenou e se surpreendeu com o abraço inesperado do loiro.
- Eu estou do seu lado, bro... - Disse mais baixo e lhe deu uns tapinhas nas costas. O mais jovem sorriu e assentiu.
- Eu sei... - Terminou de se despedir e agora voltava para a casa de Tuan. Como não quis fazer o mesmo caminho, decidiu ir pela rua principal e passar pela praça. Talvez ele se arrependesse de escolher esse caminho...
(☂︎︎)
O coração de Jinyoung batia tão rápido que talvez nem fossem mais batidas. Mark mordia os lábios - pois estava morrendo de angústia - e olhava para o moreno de soslaio. Jaebeom estava sentado de frente para os dois e revezava em olhar para cada um.
- Está bem, me expliquem tudo... - Coçou a sobrancelha e suspirou.
- Eu explico! - Tuan e Park disseram em uníssono, fazendo o rapaz de cabelos longos ficar confuso.
- Calma, um de cada vez! - Exclamou e os outros dois se encararam. Quem deveria dizer? Será que se Mark contasse ele iria dizer a verdade? Ele contaria que está namorando com Jinyoung escondido há mais de meses? E Jinyoung? Será que conseguiria explicar? Esse era o medo dos dois...
- E-Eu conto... - Jinyoung tomou coragem. - Eu posso falar...
- Jinyoung... - A voz baixa e preocupada de Mark ecoou.
- Tá, me diz... - Jaebeom se virou para o seu irmão.
- Eu... - Começou, mas foi interrompido.
- Desde quando? - Cruzou os braços e concertou a coluna. Jinyoung teve um nó na garganta e sua cabeça sentiu uma tontura.
- O quê? - Exclamou.
- Há mais de dois meses... - Mark respondeu e Jaebeom virou a sua atenção para ele.
- Certo, quem foi o primeiro a sentir alguma coisa? - Um enorme interrogatório foi iniciado e o mais velho fazia as perguntas sem expressar nenhum sentimento.
- E-Eu... - O moreno disse, olhando para Tuan e depois seu irmão.
- Você se declarou? - Quase que totalmente frio, ele continuava a questionar. E era essa inexpressividade que deixava os outros dois rapazes mais nervosos.
- Quase isso... - Tuan suspirou e coçou a nuca. Se lembrou de como soube dos sentimentos de Jinyoung e ainda se sente culpado por causa da maneira que agiu naquele dia.
- Está bem... - Bufou e passou a mão nos cabelos longos. - Alguém mais sabe?
- Sim, o meu amigo Bambam... S-Só ele... - Mark explicou e o Park mais novo engoliu em seco.
- Entendi... Por enquanto, só quero saber disso... - Se levantou da cadeira e se direcionou para a porta. Jinyoung franziu as sobrancelhas e formou um beiço em seus lábios.
- Espera, e agora? - Indagou, fazendo Jaebeom parar e se virar aos poucos.
- O quê? - Murmurou.
- E então? O que você vai fazer? - Ficou de pé também e se aproximou dele.
- O você quer que eu faça? - Colocou as mãos nos bolsos. Tuan observou a situação em silêncio e assim como Jinyoung, estava confuso.
- E-Eu não sei... Não vai reclamar comigo ou me julgar? N-Não vai dizer que está decepcionado ou que acha isso errado? - Um soluço veio em sua garganta e não sabia se era o seu rosto que já estava molhado ou eram novas lágrimas que tinham aparecido.
- Não, ainda temos que conversar mais sobre isso... E sobre o que eu vi mais cedo... - Um arrepio profundo e grotesco subiu pela espinha de Jinyoung ao entender o que seu irmão quis dizer.
Ele estava falando de Eunwoo e de quando o viu junto a Park. Só de lembrar ele era capaz de sentir aquela aproximação e toques de novo. Droga, sentiu vontade de chorar... Aquilo tinha acontecido ainda nesse mesmo dia e nem parecia ser verdade.
- Não, e-eu não quero falar sobre isso... - Voltou para a cama e se sentou. Mark estava mais perdido ainda, pois era o único dos três que não sabia do que estavam falando.
- Ah, mas nós temos que falar sobre isso... Na verdade, o que foi aquilo? Eu não quero te julgar, mas devem haver limites... - Abandonou a ideia de ir embora, com os braços cruzados e balançando a cabeça negativamente.
- Não, Jaebeom, vo-você não vai entender. Aquilo foi... - Tuan inesperadamente o interrompeu e se levantou para ficar de frente com Jaebeom.
- Eu não compreendo. Você pergunta como se não se importasse e agora vai julgar ele? - Apontou para o menor, que realmente estava mais assustado.
- O que você quer? Não se meta em como eu trato o meu irmão! - Forçou o maxilar, exalando ainda mais a sua energia negativa naquele momento.
- Mas é que eu gosto muito do seu irmão e sempre que você discute com ele, eu que percebo como ele fica triste o resto do dia! - Os dois tinham quase a mesma altura e por isso nenhum deles recuava. Enquanto isso, o mais novo tentava tirar de sua mente mais uma vez as lembranças com Eunwoo, já que elas tinham se feito presentes novamente.
- Se você realmente gostasse dele, não iria estar reclamando comigo e sim procurando saber o que aconteceu hoje mais cedo! - A voz grave do rapaz de cabelos longos ecoava pelo quarto de uma maneira contínua.
- Mas eu fiz alguma coisa! - Mark pensava que estavam falando da briga que ocorreu momentos antes, onde Eunwoo deu um soco em Jinyoung e por isso Tuan se intrometeu.
- Não, ninguém fez nada! Eu ao menos tentei resolver! Não sei nem o que foi aquilo que eu vi, mas estava acontecendo! Se for para ele ser assim, que tenha ao menos limites! - Sim, os dois estavam falando de situações diferentes e isso com certeza resultaria em problemas. Acabaram de fugir de uma confusão e logo entrariam em outra?
Aquelas duas vozes discutindo faziam Jinyoung sentir a sua cabeça girar. Ele queria acabar com aquilo, mas não sabia o que dizer. Seu peito doía ao se incomodar novamente com o tanto de vezes que a sua consciência lhe alertava. Estava com
os olhos fechados e bem apertados. "Aquilo foi errado..." Ouviu o seu irmão dizer. "Algo foi feito..." A voz de Mark murmurou. "Sim, aquilo não foi certo..." Jinyoung pensou.
- Por que te incomoda tanto? - Mark perguntou a Jaebeom, não aguentava mais as reclamações. Ele estava brigando com o seu querido moreno, algo que ele não merecia.
- Porque foi assédio! - Subitamente o menor exclamou e os dois mais velhos o encararam. - Ele me assediou... - O timbre de voz mais fraco e choroso prevaleceu e as lágrimas não viam mais problemas em descer pelas bochechas do moreno.
- Park... - Tuan murmurou, chegando mais perto dele e sentando do seu lado.
- Jinyoung... - Jaebeom se agachou para ficar mais próximo e colocou a mão na perna dele.
- O Eunwoo... Me assediou... E-Eu não queria aceitar, mas aquilo me incomodou e me desculpe, Mark. Eu não queria deixar que ele fizesse isso, só q-que eu não consegui fugir, eu... - Encheu os rapazes com palavras e dizendo tudo de maneira rápida. Gaguejava ao tentar explicar e olhou nos olhos de Tuan.
- Shiu... - O rapaz de cabelos cor de caramelo o abraçou levemente, ainda deixando o seu rosto de frente para ele e começou a secar as suas lágrimas. - Tá tudo bem... Calma... - Respondeu tranquilo.
- Eu, eu... - Tentou se pronunciar mais uma vez.
- Eu sei, não é sua culpa... Não é sua culpa... - O envolveu um pouco mais nos seus braços e Jinyoung se recostou nele. Se sentiu cansado, pois era como se tivesse colocado um enorme peso para fora. Um alívio recorreu entre os seus suspiros e aquelas lembranças não eram nada quando ele estava com Mark.
Jaebeom apenas analisou a maneira como os dois estavam. Tuan segurava o seu irmão cuidadosamente, como se fosse algo delicado e que tinha se machucado. Notou que o menor aparentava estar confortável ali e como os seus olhos fechados confirmavam isso ainda mais. Os observou de cima para baixo. Como eles se completavam tão bem?
(☂︎︎)
O dia já estava escurecendo e Bambam continuava o seu caminho para a casa de Mark. Nem ao menos olhava para cima, mas mantinha os seus olhos atentos ao chão, chutando algumas pedras que apareciam.
- Ah, que ventania... - Um forte vento passou perto de seu corpo e ele se estremeceu um pouco.
- Dando uma volta também? - Ergueu os olhos e algo travou em sua garganta. Não haviam se passado nem mesmo sete dias e já se reencontram?
- Anne...
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