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[Cʜᴀᴘᴛᴇʀ Nɪɴᴇ: Mʏ Fʀɪᴇɴᴅ, ᴍʏ ɴᴇɪɢʜʙᴏʀ ᴀɴᴅ ʜɪs ᴄᴏʟʟᴇᴀɢᴜᴇ.]

   
    Nem acreditava no que tinha acabado de acontecer, sentindo ainda os seu corpo quente apesar do frio e da chuva. Como deveria agir depois daquilo? O que ele iria pensar disso? Será que mudaria o seu jeito de sonhar com ela? E o que a motivou a fazer aquilo? Ele então teria uma chance de realmente conseguir o que queria? Ele não sabia, mas tinha certeza de que hoje iria demorar para ir dormir...

(☂︎︎)

[Tempos antes...]

- Aqui, é onde aconteceu... - O moreno explicava ao mais velho, que com os seus cabelos loiros jogados ao vento, prestava bastante atenção.

- Foi aqui que ela... - Ele não queria exatamente dizer, mas Park balançou a cabeça concordando e com os braços cruzados.

- Ah, no fim de tudo, ela não tem muita coisa pra contar... Além disso, ela ainda não fez muita coisa... Infelizmente não pode aproveitar a sua juventude como a gente... - Dizia e era recebido pelo olhar confuso de Jackson. Por que eles falavam como se ela não pudesse andar, falar e viver normalmente? Tudo não se passa de um problema na memória. Por que tratam como uma doença crônica?

- Não pode? Por que ela não poderia? Quando eu conheci ela, achei que fosse uma garota bem livre e independente... Ela não parece que está perdendo algo... - Foi sincero, como sempre, e não entendia esse jeito de pensar deles.

- Não, não... Eu digo no sentido de que ela não poderá fazer coisas como as que você quer... Por exemplo, namorar... - Chutava uma pedra que estava no chão e subitamente se lembrava do rapaz de cabelos cor de caramelo. Não havia conversado com ele hoje ainda, já que foi logo "sequestrado" pelo amigo dele.

- Por que ela não pode? Ela só tem algumas falhas na memória... - Aquilo lhe deixava um tanto impaciente. - Todo mundo esquece algo, às vezes... Até eu! Ando sempre com um caderno, olha! - Retirou de seu bolso uma agenda bem pequena que vinha com um lápis amarrado por um cordão.

- Para que você tem isso? - O moreno perguntou, pegando o objeto de suas mãos e analisando a capa.

- Eu ponho o que tenho em mente nesse caderno... Daí eu sempre estou com a cabeça fria... - Explicou, permitindo que o menor rapidamente folheasse algumas páginas.

- É como um diário? - Lia as palavras que apareciam até que uma delas lhe chamou atenção. Era uma pergunta muito interessante. "Por que você diz que tem medo de viver o agora, sendo que você já está vivendo ele?"

- Sim, quase isso... Anoto minhas ideias e pensamentos aí... As vezes o que eu estou sentindo também... - Limpou a garganta. O moreno começou a refletir um pouco naquela pergunta.

     Por que eles precisam ter medo de viver o agora e fazer o que querem, sendo que já estão fazendo isso? E qual a necessidade de ficarem receosos com o amanhã, sendo que ele nem aconteceu ainda para que possam saber como vai ser? Isso estava girando na mente do mais novo. Será que ele e Mark tinham reais motivos para sentirem medo de expor o que sentem a outros?

- Você não tem medo de não conseguir o que quer? - Olhou nos olhos do loiro e o viu quase sorrir um tanto confiante.

- Como eu vou saber se vou conseguir o que eu quero, sendo que nem tentei ainda? - Pegou o caderno de volta das mãos dele e guardou.

    Observando os carros passando pela rua, analisando a questão que Jackson havia levantado, Jinyoung tinha como que parado no tempo. Como ele e Mark poderiam saber se as pessoas iriam reagir bem ao relacionamento deles, se eles nem o apresentaram ainda? Por que ter medo sem tentar? Além do mais, a vida era deles.

(☂︎︎)

    Já estava na metade da manhã e o rapaz de cabelos cor de caramelo não deixava de ficar reflexivo. Talvez isso fosse exagero ou apenas um pouco de saudades, mas Mark não parava de pensar no moreno. Havia enviado algumas mensagens mais cedo e ele não tinha respondido. Não queria ligar e parecer muito chato, mas só queria saber onde ele estava. Se ele fosse até a casa de Jinyoung, o irmão dele poderia suspeitar ou algo do tipo. Então ele só ficava mais nervoso ainda.

- Por que você não me responde? - Pensou alto, olhando para a tela do celular.

- O Jackson lhe falou alguma coisa? - Bambam estava na casa de Mark ainda, pois seus pais permitiram que ele ficasse até o fim do dia.

- Não... Ele te mandou mensagem? - Indagou, jogando o corpo no sofá. Sua mente rodava e rodava, sempre chegando em Park. Se lembrando da promessa que havia feito de um dia contar aos outros sobre o relacionamento deles.

- Também não... - Bufou, entediado.

- Puxa vida... - Sua voz cansada era muito clara. Então, depois de um prolongado silêncio, o menor se pronunciou.

- Mark, posso te perguntar uma coisa? - O moreno de mechas vermelhas tinha um tom bem sincero. Havia se jogado no sofá junto com o mais velho e estava encarando o teto.

- Pode sim... - Ele nem esperava qual o tipo de pergunta que Bambam iria trazer, por isso continuou pensando em Park.

- Por que você não namora? - Cruzou os braços e Tuan se surpreendeu com o questionamento repentino. O que ele deveria dizer? Pois na verdade ele já estava namorando.

- A-Ah... Olha Bam, eu não sei... Acho que... - O menor o interrompeu, olhando diretamente para ele.

- É muito cedo? Qual é? Eu sou mais novo que você e já namorei... - Deduziu, mas esse não era o pensamento correto.

- Não, eu não diria isso... - Suspirou, sem saber o que dizer. - Eu não sei se eu devo responder essa pergunta ou não...

- Por que? - Levantou o corpo, mais atento ainda. Bambam estava curioso e Mark receoso, pensando em sua resposta.

- Se eu lhe disser, sinto que não vai gostar... Eu posso ser um cara bem calado, mas sou inseguro quanto aos meus sentimentos... - Desabafou sem nem perceber, desapontado consigo mesmo. Por que era tão difícil de falar?

- Amigo, pode me falar... Eu sou o seu bro, não vou te julgar e nem nada... - Lhe garantiu, como se soubesse exatamente o que o mais velho queria dizer.

- É que eu já gosto de alguém há muito tempo...

(☂︎︎)

- Nossa, que vento repentino... - Madelyn dizia depois de sair de uma loja de tintas. Ela tentava se cobrir melhor com a sua roupa para fugir do frio, analisando o movimento da rua.

    Sorriu boba ao recordar-se de mais cedo, quando passou um tempo ao lado das crianças do hospital infantil. Ela gostava de fazer isso, pois era como uma esperança ou uma maneira de recarregar as energias. Se sentia bem melhor depois de receber as boas vibrações que as crianças e a sua imaginação lhe traziam.

    O seu celular começou a tocar e ao ver quem era, logo atendeu. Seu sorriso calmo foi refletido e sua voz tranquila.

- Alô? Jae? - Seu irmão havia ligado para ela antes, só que não pode falar com ele já que estava ocupada.

- Madie, você sabe onde está o Jinyoung? - Ele perguntou, deixando ela um tanto quanto confusa.

- Não... Ele não está em casa? - Olhava para os dois lados da rua e se preparava para atravessar a faixa de pedestre.

- Ele saiu sem nem tomar café e só me mandou uma mensagem dizendo que iria no centro com um amigo... Ele te disse alguma coisa? - O mais velho aproveitava a pausa que tinha feito no ensaio de sua banda para poder ligar para Madelyn.

- Ele não me disse nada e nem me mandou mensagem, Jaebum... Tentou ligar pra ele? - Passava pela faixa e por estar um tanto desatenta, ao chegar do outro lado ela acabou se batendo em alguém e derrubando a sacola cheia de bisnagas com tinta. - Oh, desculpe... - Pegou algumas das tintas e levantou o rosto. Desligou o celular imediatamente.

- Não, eu que peço desculpas... - Puderam se encarar e o coração da morena bateu mais forte ao olhar nos olhos dele. Era um rapaz quase de sua idade, muito esbelto e simpático. Bem, era isso o que ela tinha achado dele.

- Ah... Tudo bem... - Falava lentamente, analisando os detalhes do rosto dele e o garoto parecia fazer o mesmo com ela. Usando roupas pretas que não o deixavam com uma aparência intimidadora, mas era estiloso.

- Eu não vi você aí, então... Eu deveria ter sido mais atento... - Sorriu de uma forma tímida e educada ao mesmo tempo. Que fofo, era o que pensaria senão estivesse sem jeito naquele momento.

- Já disse, sem problemas... - Ainda não havia notado quem estava ao lado do rapaz, e só pôde perceber quando ouviu a voz familiar.

- Madie, ainda não foi para casa? - Era o seu irmão, que tinha aquele beiço nos lábios dele como sempre, e os olhos surpresos ao olhar para ela.

- Jinyoung? O que faz aqui? Por que saiu sem dizer nada? - Ela agora tentava voltar a sua atenção para o moreno mais novo, mas era difícil pois sentia o olhar do outro rapaz sobre si.

- Ah, desculpe, eu só vim aqui com um amigo para resolver algumas coisas... Aliás, esse é o Jackson, meu amigo... - Apontava com a sua mão para o loiro que estava perto deles, o que havia esbarrado em Madelyn.

- Prazer... - Ele sorriu de novo. Nem ao menos um gaguejar ou suspiro, tinha decidido começar do zero todas as vezes.

- A-Ah, Jackson? O prazer é meu... Me chamo Madelyn... - Ajeitava em sua mão a sacola que estava segurando e sorriu de volta para ele.

- O Jackson é amigo do Mark, sabe quem é? - Jinyoung já parecia ter se tornado um apresentador daqueles programas de namoro, ou então alguém que está tentando convencer a mãe de seu amigo a deixá-lo ir dormir na sua casa.

- O Mark? O nosso vizinho? - Ela não tinha descolado os olhos do loiro e ele tinha feito o mesmo. De onde surgiu essa coragem? Talvez os dois garotos tenham conversado antes e planejado uma maneira de falar com ela. Não se sabe exatamente o que pode passar na mente de meninos.

- Sim, nos conhecemos há muito tempo... - Agora foi a vez do próprio rapaz falar, com sua voz que estava quase que rouca.

- Sério? Eu nunca notei você pela vizinhança... - A presença do Park mais novo estava prestes a ser inútil, já que os dois mais velhos iriam entrar naquele tipo de diálogo onde toda a informação pode fluir tranquilamente.

- Bem, eu moro algumas algumas ruas à frente da de vocês... - Seu sorriso fechado e braços para trás completavam a imagem do que Madelyn gostava de chamar de "boy type".

- Oh, jura? E você conheceu o Jinyoung como? - Sim, o mais novo já estava fora da conversa e apenas observava. Seu sorriso fechado e um tanto orgulhoso, deixava escapar que por trás disso talvez houvesse um planejamento. Ou então não, pois o jeito natural que o loiro poderia continuar a conversa era muito interessante.

    Aproveitando o momento onde os dois estavam distraídos, o mais novo pega o seu celular para falar com o rapaz de cabelos cor de caramelo. Nem tinha se lembrado de ao menos responder as suas mensagens ou ligar de volta, pois com Jackson ao seu lado não iria conseguir.

- Tuan? - Ele havia se afastado e indagou quando viu que alguém tinha atendido.

- Park, onde você está? Por que não me respondeu? Poderia ter me ligado, já que sabe que não posso ir até a sua casa e perguntar ao seu irmão sobre você. Ele com certeza suspeitaria, como sempre... - O garoto que antes era um tanto calado, quando o assunto era sobre o seu moreno mais novo, se tornava como que um vendedor tagarela.

- Mark... Vai me deixar falar? - Ele perguntou, com o seu jeito ingênuo e ao mesmo tempo envergonhado por causa da preocupação do mais velho.

- Tá, desculpa... - Suspirou e consegui ouvir o pequeno riso de Park.

- Eu vim no centro, com o Jackson... - Dizia calmamente e olhando o movimento ao redor.

- O Jackson? Ele está com você? - O mais velho se levantava do sofá.

- Sim, ele me chamou para vir aqui e resolver algumas questões... - Sabia que Tuan ficaria curioso com o que eles teriam ido fazer. Então, só esperava ele lhe perguntar sobre.

- Ah... Q-Questões? - Esconder a sua vontade de querer saber sobre o que era estava sendo um tanto complicado.

- Sim... Questões... - Continuou, pois não falaria se ele não indagasse.

- É sobre a Madelyn? - Se deixou vencer pela curiosidade.

- Sim, claro que é sobre a Madie... Não precisa se preocupar, Tuan... - Seu riso sincero fez o mais velho sorrir de volta.

- Está bem... Já estão voltando? - Apertou os lábios e andou um pouco pela sala.

- Sim, só terei que passar em casa antes de ir ver você... - Explicou e era quase como se pudesse sentir o sorriso de Tuan. Ouviu o mais velho murmurar algo como uma pequena comemoração. - Mark? - Achou um tanto fofo ao notar isso.

- Desculpa, é que nós não nos vimos hoje... - Passou a mão nos próprios cabelos.

- Eu sei... Então, até mais tarde! - Se despediu e o rapaz fez o mesmo.

    Ao voltar os seus olhos para onde estavam o loiro e a sua irmã, viu que não estavam mais lá. Para onde foram? Os buscou rapidamente, mas não conseguia encontrar os dois. Será que a conversa ficou tão boa que se esqueceram de Jinyoung?

- Eles me deixaram aqui? - O menor, como uma criança perdida, perguntou.

    Lá na frente, já perdidos em risos e histórias, Madelyn e Jackson estavam caminhando em direção a casa da garota. O assunto estava fluindo tão bem que nem perceberam a falta do moreno e que tinham começado a andar inconscientemente.

- E por causa disso, eu nunca mais tive coragem para andar de patins... - A garota contava, rindo um tanto de si mesma e também por causa das reações do loiro. O riso dele era contagiante.

- Nunca mais? - Ele ainda se recuperava de sua risada, respirando fundo.

- Claro que não, não tive coragem... - Jogou um pouco dos cabelos para trás e voltou a rir de maneira leve.

- Oh, puxa vida... Eu já passei por algo parecido, mas a história não é muito interessante... - Coçava a sua nuca, rindo.

- Ah, aposto que deve ser bem engraçada! - Sem nem se importar mais, dava como que um pequeno empurrão no braço do loiro.

- Sim, quem sabe outro dia eu conto... - Seus olhos brilhavam e nem pareciam acreditar que aquele momento era real. Será que não poderia durar para sempre? Era muito bom conversar com ela, e Jackson não tinha dificuldade em fazer isso.

- Sabe, Jackson... Você parece ser um cara bem legal... - Verificou as bisnagas em sua sacola e voltou a olhar para frente.

- Qual é? Eu sou um cara legal... Acha que estaríamos conversando até agora se eu não fosse? - De certa forma, se garantiu, fazendo a garota sorrir fechado com a sua brincadeira.

- Sim, isso é verdade... Eu já teria te dado um fora... - Levantou as sobrancelhas e olhou para os lados.

- Oh, Madelyn, você me daria um fora? Estou totalmente abalado... - Disse de uma maneira dramática, quase que em uma novela mexicana. Pondo a sua mão em seu coração e fechando os olhos por alguns segundos. 

    Claro que a morena não poupava risos das piadas dele. Eram muito fáceis de se conectar um com o outro. A energia deles dois é harmoniosamente incrível. Mesmo que, de certa perspectiva, eles tenham se encontrado há pouco tempo, é como se já conhecessem o outro. Bem, uma das partes já conhecia, que no caso era Jackson.

- Sim, Jackson, eu lhe daria um fora se não fosse com a sua cara... - Cruzou os braços.

- Bom, se você não me deu um fora é porque gostou de mim? Então você foi com a minha cara? - A provocava, lhe olhando atentamente e esperando a resposta.

- Sim... Eu até achei você legal... - Tentava não esboçar alguma reação, mas ao ver a quase comemoração do loiro, sorriu tímida.

- Puxa vida, você me acha legal... - Ele dizia como se fosse algo extraordinário.

- E o que tem? - Ela perguntava confusa.

- Bom, já é o primeiro passo para conseguir sair com você... - Mordeu os lábios e com os braços para trás, olhava apenas para frente. Aquilo lhe trouxe em mente o dia em que se conheceram.

- Sair comigo? - Madelyn tinha o rosto quente ao pronunciar essas palavras.

- Sim, com você... Não acha que depois que um cara acha uma garota legal, bonita e interessante, o próximo passo é chamar ela para sair? - Com seu andar mais lento, decidiu olhar para ela e ver a sua expressão. Um rosto tímido e envergonhado. Jackson havia achado lindo o jeito que ela ficava quando sentia vergonha.

- É-É verdade... - Ela mexia nos cabelos para diminuir a sensação de calor que sentiu.

- Pensando bem... Não é como se estivéssemos em um encontro? - Se referia ao momento, a conversa, ao clima e aos corações batendo como loucos. Depois de analisar esses fatores, viu que ele tinha razão, mas não queria ver dessa forma logo de início.

- Ah, isso não é um encontro... - Apertou seu lábio rosado, notando que pequenas gotas de água caíam.

- Então o que é? - Insistiu, pois queria que ela mesma respondesse e confirmasse.

- Olha, vai chover... - Usou de desculpa e mudou de assunto. Quando o rapaz virou os olhos para o céu, murmurou algo como "porcaria" e trouxe a garota para dentro de uma loja que estava ali perto.

- Mas nem passou do horário de almoço ainda... Você tem um guarda-chuva? - Notava as pontas do cabelo dela se balançando ao vento.

(☂︎︎)

    Depois de ter continuado o seu caminho, o jovem Park tinha entrado no ônibus e prestava atenção na paisagem que passava. Sua cabeça encostada na janela lhe fazia refletir em como as coisas estavam andando. Como estavam os seus sentimentos? E o seu relacionamento escondido com Mark? Será que realmente eles deveriam assumir o que sentem? É o melhor momento? Bem, tudo isso vinha nos pensamentos do mais novo.

- Eu sei me virar sozinho... - Se referia ao fato de Jackson e Madelyn terem ido na frente e o deixado lá.

    O ônibus se aproximava do ponto que ele iria descer e Jinyoung se preparava para levantar. Segurou no ferro de apoio e puxou o seu corpo, indo até a saída do veículo. O ponto estava vazio, mas deixava a mente dele cheia de lembranças. Seus passos lentos ao andar por ali, mostravam o quanto ele se perguntava sobre quem ele era, o que ele era, e o motivo dele ser assim.

- Eu estou errado? - Pensava alto, falando sobre si mesmo e suas ações. Ah, quantas coisas atordoavam a cabeça do Park mais novo que não podia falar delas para ninguém. Bem, quem além de Mark iria entender o que ele sente? Não tinha muitas opções...

    Sentiu alguns pingos caírem sobre o seu ombro e ao notar que se tratava de chuva, correu. Aumentou o seu passo até a sua casa, não deixando de olhar para onde o rapaz de cabelos cor de caramelo morava. Apenas 3 casas de diferença da sua e ele insistia em chamá-lo de vizinho. Não seria apenas um garoto que mora na mesma rua que ele? Até que seria, se esse garoto não tivesse roubado o coração de Jinyoung.

    Chegou na porta de sua casa e com duas batidas foi logo atendido. Seu irmão, que saiu rapidamente da cozinha para lhe atender, mexia em algumas panelas e fazia o cheiro daquilo se espalhar pelo lugar inteiro.

- Oh, isso está cheirando muito bem... - Se aproximava para ver o que ele estava preparando.

- Onde você estava? Por que sumiu? Jinyoung, você não pode fazer isso... Me deixou preocupado... Sabe que o responsável por você e pela Madie sou eu! - Apontava uma colher suja com molho de macarrão para o mais novo e lhe olhava com fogo nos olhos. Jinyoung riu disso. Como estava se recordando de tantas coisas, não pode deixar de perceber que o seu namorado, ou se talvez pudesse chamá-lo assim, era muito parecido com o seu irmão em alguns momentos.

- Vai me ameaçar com uma colher, senhor? - Se oferecia para experimentar o molho, olhando para a panela.

- Se eu quiser, sim... Quer provar? - Abriu uma gaveta e tirou de um dos talheres uma colher menor. Mexeu no molho avermelhado e pegando um pouco dele, levou até a boca desenhada de Jinyoung.

- Puxa, está muito bom... Está melhor que o da mãe, Jae... - Piscou para ele e acenou um gesto de confirmação.

- Não pense que vai me enganar... - O olhou com os olhos quase que fechados.

- Jaebum, onde está? - Uma voz vinda da garagem surgiu, o que fez o moreno mais novo ficar confuso.

- Os seus amigos ainda estão aqui? - Pegava alguns pratos e talheres, e os arrumava na mesa.

- Ah, sim... Mas vão embora logo... Exceto o Eunwoo, já que vai almoçar com a gente... - Cozinhava tranquilamente, mas podia saber que no rosto de Jinyoung havia uma expressão de surpresa. - Ele que me pediu, pois os seus pais estão fora esse sábado e ele não sabe cozinhar... Aliás, ele queria um copo de água, mas eu esqueci de levar... - Apontava para o copo de vidro vazio que havia colocado em cima da mesa.

- Tudo bem, eu levo... - Pegou e encheu o copo com água. Fez o caminho até a garagem pensando nos seus sentimentos de novo. - Ah, posso entrar? - Dizia, batendo na porta do que estava sendo o estúdio improvisado de seu irmão.

- Jinyoung? Pode entrar... - Ouviu a voz do amigo de Jaebum pronunciar.

- O Jae me disse que você tinha pedido um copo de água, mas ele esqueceu de trazer... Aqui está... - Entregava ao rapaz, que se levantava do pequeno banco que estava sentado, onde tocava bateria.

    Sua blusa xadrez vermelha tinha três dos botões abertos e os cabelos dele estavam bagunçados. A calça jeans preta e rasgada completavam o visual dos tipos de amigo que Jaebum tinha. Jinyoung não conseguia não reparar no rapaz bebendo a água numa só virada e em sua respiração acelerada depois de acabar com o líquido do copo. Até se assustou quando o mais velho olhou diretamente para ele e lhe deu um sorriso ladino. 

- Obrigado, estava ótimo... - Riu nasalado e secou a boca com o antebraço.

- De nada... Eh... - Analisou um lugar e viu que o resto dos garotos não estava lá.

- Os caras foram comprar algo e já voltam, por isso estou sozinho... - O baterista explicou, pegando o seu celular e olhando as horas.

- Entendi... - Foi o que lhe veio em mente e o que pode dizer. Não tinha muito assunto com os amigos de seu irmão.

- O rapunzel lhe falou que eu vou almoçar com vocês? - Indagou sem nenhuma mudança do tom de voz e seu rosto estava abaixado, olhando para o celular.

- R-Rapunzel? - Perguntou, sem entender o que ele queria dizer.

- Estou falando do seu irmão! - Lhe deu como que um pequeno tapa no braço e riu baixinho. Mas Jinyoung ficou um tanto sem graça. - Aí, foi mal... - Colocou o aparelho no bolso de novo.

- Não tem problema... Ele me disse sim... - Sorriu sem jeito e se virou para ir embora. Apesar de ser atraente, Eunwoo não parecia ser muito interessante.

- Oh, Jinyoung... - Murmurou, fazendo o mais novo se virar aos poucos de volta para ele.

- Sim? - Levantou uma de suas sobrancelhas. Num piscar de olhos e sem nem mesmo o moreno perceber, Eunwoo havia lhe envolvido num abraço inesperado.

- Eu sei como é se sentir diferente e confuso... Mas não se sinta mal, você não é o único... - Disse baixinho nos ouvidos de Park e sorriu de maneira compreensiva.

- O quê? - Exclamou, tentando afastar o mais velho de seu corpo, mas eles continuavam com os rostos próximos.

- Eu sei sobre quem você é de verdade, Jinyoung... Eu sei... - Encarou fixamente o menor e pode transmitir um pouco de compaixão com o seu olhar.

- Eunwoo... - Ainda não entendia esse abraço e essa fala repentina. Do que ele está se referindo? Ele sabe o que Jinyoung sente? Ele sabe quem ele é por dentro? Ele é como Jinyoung?

(☂︎︎)

- Ah, estou com fome... - Bambam se aproximava da porta do quarto de Mark e murmurava isso, cansado.

- Eu também, nós já vamos comer... - O mais velho estava lendo algo que parecia ser uma revista em quadrinhos e riu um pouco do comentário do amigo. O celular do moreno de mechas vermelhas então, começou a tocar loucamente e notificar mensagens. - Não vai ver quem é? - Indagou.

- Eu sei quem é, mas não vou atender... - Jogou o aparelho em cima da cama e se sentou no chão, perto da cadeira onde estava Mark.

- Oh... É a Anne? Ela está tentando falar com você? - Olhou de soslaio para ele e também notou que o seu celular continuava a tocar.

- Sim... Eu já disse a ela para não me ligar, só que a sua insistência de querer que a gente se encontre pessoalmente não acaba... - Cruzou os braços e pela janela do quarto viu que tinha começado a chover.

- Bom, você poderia ao menos respondê-la... - Sugeriu, passando a página de sua revista.

- Eu não quero! Já me sacrifiquei demais para fazer coisas por ela... Quando que ela fez o mesmo por mim? Eu me cansei ou sei lá... - Abaixou a cabeça, descansando a sua testa em seus joelhos juntos.

- Entendi... Eu imagino como deve ser complicado, Bam... Mas acho que deveria terminar com ela pessoalmente... Eu faria isso em seu lugar... - Explicou e sentiu o mais novo levantar os olhos arregalados.

- Mas você não teria motivos para fazer isso... Nem começou o namoro ainda... Na verdade, Mark, eu estava pensando em te ajudar... - Ficou de pé e guardou o celular que já tinha voltado ao silêncio.

- Me ajudar? - Tuan fechou a revista por alguns segundos e olhou diretamente para o menor.

- Sim, a conquistar o seu vizinho... - Bateu em seu ombro.

- O quê? Bambam, espera... - Era interrompido e ele tomou a revista de sua mão.

- Mark, eu já suspeitava... Mas depois de você me dizer que "gostava de alguém que não podia gostar" só confirmou ainda mais o que eu pensava... - Lançou o quadrinho para longe e puxou o mais velho da cadeira. - Eu já sei de tudo, Tuan...

(☂︎︎)

- O meu irmão vai me dar um sermão daqueles se eu chegar atrasada no almoço... - Madelyn suspirava fundo e seguia as gotas de chuva com os olhos.

- Mas e se você disser que foi por causa da chuva? - Jackson colocava as mãos nos bolsos e virava o seu rosto para ela.

- Ele não é daqueles caras muito compreensíveis... Mas eu sei que é só preocupação mesmo... - Sorriu fechado, suspirando mais uma vez e nem notando a maneira perdida e talvez boba que o loiro a encarava.

- Sei como é... Eu não tenho irmão, mas tenho amigos... O Mark é como um irmão mais velho... Ele está sempre quieto e vai te ouvir, te aconselhar e até reclamar... Mas eu sei que o motivo disso é ele se importar comigo. Ah, eu devo muito a ele... - Desabafou, falando mais para si mesmo. Agora já também notava os pingos da chuva continuarem.

- Deve ser legal ter um amigo assim... Eu tenho uma amiga, mas ela parou de falar comigo e não respondeu mais as minhas mensagens... - Pegou o celular e depois de rapidamente olhar as horas o guardou de novo.

- Sim, que pena... Ah, você vai se atrasar, né? - O loiro perguntou, desanimado e atento ao movimento exterior.

- É, mas não tem problema... - Riu fraco e olhou para o chão.

- Madelyn, qual a sua cor favorita? - Indagou.

- Favorita? Acho que vermelho... - Cruzou os braços, sem nem perceber Jackson indo mais até o interior da loja e ao voltar, tinha algo em mãos.

- Vamos... - Ele andou um pouco para o lado de fora e tinha um sorriso fechado.

- Ir para onde? Está chovendo... - Apontou para os céus ainda nublados. O loiro riu um pouco e como que tímido, estendeu a mão e um guarda-chuva vermelho muito bonito apareceu.

- Senhorita? - Se curvou um pouco, com os olhos presos nos dela que brilhavam. A garota chegou mais perto dele e nem hesitando, lhe deu um beijo simples na bochecha e segurou o guarda-chuva de sua mão.

    Nem acreditava no que tinha acabado de acontecer, sentindo ainda os seu corpo quente apesar do frio e da chuva. Como deveria agir depois daquilo? O que ele iria pensar disso? Será que mudaria o seu jeito de sonhar com ela? E o que a motivou a fazer aquilo? Ele então teria uma chance de realmente conseguir o que queria? Ele não sabia, mas tinha certeza de que hoje iria demorar para ir dormir...

(☂︎︎)

- Eunwoo, e-eu não sei o que você quer dizer... - Usava os braços para afastar o seu corpo do mais velho, só que era difícil.

- Eu também sou como você, Jinyoung... Eu também gosto de garotos... - Lhe olhou nos olhos e com essa frase fez o Park mais novo parar de se mexer e brilhar o seu olhar ingênuo.

- Você... - Apontava incrédulo para Eunwoo, que não deixava de tentar abraçá-lo, o segurando, mas então o soltou. Jinyoung havia escutado aquelas palavras pela primeira vez... Mesmo que tivesse outra pessoa como ele, que no caso era Mark. Alguém usou a maneira mais direta possível de dizer o que era e o que sentia. Alguém também aceitou quem era. Mas Jinyoung havia aceitado?

- Pode chamar do que quiser... Eu não me importo... E eu sabia sobre você... E-Eu percebi e gostei... Gostei de saber quem você era... - Seu jeito ofegante de falar, talvez pela sua empolgação ou nervosismo, fazia o menor se sentir agoniado.

- V-Você gostou? - Sua mente girava ainda mais, lhe trazia sensações que não gostava e se incomodava com a proximidade do rapaz, que levou uma de suas mãos até o rosto dele e tocou a sua bochecha. Foi algo repentino, que assustou o menor. Ele encontrou outra pessoa que se parecia com ele e que não era Mark. Alguém para se confiar?

- Ah, gostei... Gostei porque na verdade eu nunca tinha achado um outro alguém além de mim... E quando eu descobri que sobre você, me senti melhor... - Seus dedos já foram automaticamente para os lábios do moreno e os tocou sem a menor prudência, como se fosse uma coisa muito desejada. Até umedeceu a sua própria boca. Jinyoung tentava se afastar, mas em sua passada para trás ele acabou se batendo em um dos armários que tinha lá e não pode sair. Estava cercado pelo corpo de Eunwoo, que começou a alisar com sua outra mão o braço direito de Park.

- Quando você descobriu? - Chegava o seu tronco para trás, já que não conseguia sair do lugar. O mais velho buscava tanto chegar mais perto que a mão que antes alisava o braço de Jinyoung, foi passando lentamente para se aconchegar na cintura dele. Que arrepio Park sentia em toda a sua espinha. Queria sair dali, com certeza.

- Quando eu percebi que podia sentir algo por você e isso não me incomodava, pois era como se eu soubesse que você iria me retribuir... - Voltou os olhos para os lábios cheios e desenhados de Jinyoung, querendo possivelmente colar os seus nos dele e já sorriu de canto mais uma vez.

- N-Não, o que você quer fazer? - Virava o rosto para os lados, evitando o que ele menos queria. Mas o rapaz com certeza era mais forte e decidido. A mão que estava na cintura do menor e que ele tinha tentado afastar, foi descendo e chegou em sua coxa.

- Eu estou afim de saber como é te beijar, Jinyoung... Já que somos iguais, não há mau algum... - Segurou sua coxa e a pressionou o máximo que pode, nem se importando com a situação, pensamentos e sentimentos de Jinyoung. Como se ele fosse apenas uma forma de Eunwoo satisfazer as suas próprias necessidades.

- Não, eu não quero! Me solte! - Tentava escapar, mas ele ainda lhe prendia. Suas pernas quase que  esmagadas pelas de Eunwoo e já estava envergonhado com os toques que podia sentir em suas partes íntimas, que eram roçadas nas do maior descaradamente.

- Vamos... Não seja tímido, Park... - Chegou a conseguir encostar por poucos segundos a ponta de seus lábios nos dele. Então um tapa veio em seu rosto, já que foi a forma que Jinyoung encontrou para se defender. - Você me bateu? - Soltou o sua perna e lhe agarrou pela gola.

- Me solte, nós não somos iguais... - Sua voz falhou e tremeu ao se pronunciar.

- Eu ainda vou experimentar o seu sabor... - Levou as mãos até as duas coxas do moreno mais novo e as pressionou com vontade mais uma vez, prestes a deixá-lo ir. Mas a porta da garagem abriu primeiro e lá estava Jaebum, que viu os dois rapazes colados e próximos daquele jeito. - A-Ah... Jaebum, não lhe ouvi bater...- Disfarçou e soltou Jinyoung, que quase correu para se esconder atrás de seu irmão. Sentiu o seu coraçãozinho a mil e nem tinha mais saliva para engolir.

- Atrapalhei alguma conversa de vocês? - Tinha um pano de cozinha nas mãos e deixou que o menor apoiasse a testa em seu ombro.

- Oh, não, não... - Riu forçadamente e evitava de olhar diretamente para Jinyoung. Será que ele contaria disso a alguém? O que tinha acabado de acontecer?



















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Capítulo grande, né? Desculpem... E agora? O que será que Jaebum vai fazer a respeito? E Jinyoung? Irá contar o que aconteceu? Jackson e Madelyn vão se dar sempre tão bem assim?

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