Eu não acredito. Como ele pôde fazer isso?
Me mandar para a detenção por perguntas corretamente respondidas? Era o cúmulo!

Por mais que eu tentasse me conter, não conseguia deixar de sempre querer responder todas as perguntas feitas, não importasse qual professor estivesse na sala. Isso praticamente era uma marca registrada minha, eu gostava de ler e aprender o máximo possível, mas não era nada agradável, levar detenção por estar correta.

Acho que nunca irei entender de fato, o que se passa pela brilhante mente de Severus Snape. Ele era um homem sério, muita das vezes desagradável, não poupava esforços para mostrar seu desgosto com qualquer um, principalmente com a Grifinória.

Claro que os Sonserinos eram seus protegidos, afinal, ele era o diretor da casa, mais ele sequer fazia questão, de disfarçar sua preferência pelas cobras.

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- Como aquele ranhoso tem coragem de te mandar pra detenção? - Rony reclamava enquanto andávamos para o pátio, para aproveitar o intervalo de tempo de uma aula para outra.

- Snape não suporta nenhum grifano, não ficaria surpreso se ele mandasse todos de uma só vez para a detenção. - era bem óbvio que Harry não gostava do professor de poções, mesmo descobrindo que ele tentava o salvar no primeiro ano de uma queda da vassoura.

Eu por outro lado, não ousava em reclamar, já que muitas das vezes, tínhamos o grande azar de sermos surpreendidos pelo próprio homem, quando tínhamos reclamações de suas atitudes.

Não conseguia conter o descontentamento em saber que teria detenção depois do jantar, simplesmente não era justo, eu não havia feito nada de errado, e que eu soubesse, responder benditas perguntas ainda por cima corretamente, não era o fim do mundo.

- Pelo menos espero que ele não me faça dar de alimento aos morcegos que se escondem nas masmorras. - comentei, gerando uma bela risada dos meninos.

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O dia claramente não seria normal, se Malfoy e seus capangas cabeças ocas não nos atacassem, o que finalmente gerou alguns menos pontos de sua casa, e uma carranca desagradável do professor Snape ao ver que Harry estava no meio da situação.

Seu olhar em direção a Rony não foi indiferente, muito menos quando resolveu fazer o mesmo comigo.
Sua carranca e seu sarcasmo intactos como sempre.

- Me impressiona o fato, de ainda não terem sidos expulsos de Hogwarts por suas confusões Potter! - um olhar desprezível foi dado a Harry. - Já você Weasley, não me impressiona sua falta de educação. - estava pronta para ouvir suas reclamações sobre mim, mais nada foi dito, o que foi realmente estranho.

Quando me dei conta, só tive tempo de ver o homem de vestes negras sumir pelos cantos dos corredores que davam até o jardim, enquanto a doninha albina do Malfoy sumia rindo da nossa cara.

- Maldito ranhoso, quem ele pensa que é? - era óbvio que Rony ficaria bravo, seu sentimento em questão a Snape era nulo, porém, não poderíamos reclamar, se Dumbledore confiava nele, quem éramos para o contradizer?

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O dia havia acabado, quer dizer, não para mim, já que tinha a árdua tarefa de descer até às masmorras, e cumprir a missão de realizar a detenção que Snape havia proposto.

Claro que Gina e os gêmeos não pouparam esforços em brincarem com minha cara, afinal, não era todo dia que a Irritante-Sabe-Tudo ia para a detenção.

A cada corredor que virava, e a cada degrau que descia até o buraco das cobras, conseguia conter o impeto de murmurar o desgosto do castigo.

Por sorte ou não, quando entrei na sala fria, professor Snape não se encontrava, ou estava mais do que adiantada, ou o temível mestre estava mais do que atrasado.

As paredes de pedras eram frias, a sala possuía um leve estilo vitoriano, com detalhes mais que sonserinos, - mais não exagerados, - haviam pratileiras com poções, organizadas métodicamente tanto por ordem alfabética, quanto por seus efeitos e substâncias. Mais o que me chamou mais atenção, foram os venenos, que ficavam numa prateleira mais alta, mais podiam ser muito bem vistas. Afinal, porque Snape teria tantas poções venenosas assim?

- Se já terminou de bisbilhotar, creio que esteja pronta para começar sua detenção, senhorita Granger! - a voz grave, e ao mesmo tempo suave e ferina soou atrás de mim, não pude me conter em dar um pulinho de susto.

Quando me virei, vi a figura alta e onipotente do mestre de poções. Seu olhar mortal sobre mim não passava despercebido, me deixando um pouco desconfortável.

- Desculpe professor Snape, eu cheguei mias cedo, e como não o vi..... -

- Achou que poderia bisbilhotar sem minha permissão. - por que ele tinha de ser assim tão... - Quero que engarrafe essas duas poções, e as rotule, depois escreva num pergaminho os ingredientes de cada uma, e para o que cada serve. E depois, as guarde. -

Sem mais nem menos, ele se virou rapidamente indo até sua mesa de imbuia, logo, se afundando nos vários pergaminhos a sua frente.

Percebi que teria muita coisa para fazer, então se quisesse sair logo dali, teria que começar o quanto antes.

Vez ou outra, quando parava para respirar um pouco, percebia que o par de olhos ônix me encaravam, logo voltando a encarar os pergaminhos.

Aquele silêncio todo começava a me dar pânico, e a curiosidade de perguntar a ele o do porque tantos venenos nas prateleiras me dava nos nervos.

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Depois de um bom tempo organizando os recipientes com cada poção, e de rotular cada uma, já estava prestes a terminar de escrever suas composições.

Faltava muito pouco para terminar tudo. E no mesmo silêncio na qual comecei a fazer tudo, provavelmente terminaria.

O homem de vestes negras e olhar profundo e enigmático, já não se encontrava mais em sua mesa, se encontrando sentado agora, na poltrona de couro preto. Olhando melhor para ele, vi sua expressão séria e abstrusa, não sabia ao certo se ele olhava para mim, ou para um ponto fixo.

Mais o jeito que ele se encontrava, sentado com as pernas abertas, olhando diretamente para algo, os braços apoiados nos encostos enquanto segurava sua varinha com as pontas dos dedos em frente ao rosto... O deixava com um ar mais lascivo. Me perguntava se os cabelos dele eram oleosos como Sírius e Rony insistiam em falar.

Guardando os frascos em seus devidos lugares, tive o impulso de me esticar mais, ficando nas pontas dos pés, para tentar alcançar uma poção que chamara minha atenção.

- Sua curiosidade grifinória irá a meter em sérias encrencas Granger. - me virei rapidamente, assim que fui pega tentando pegar o vidrinho com líquido cor carmesim, dando de frente com o corpo forte e alto do professor.

Recebi um olhar questionador de sua parte, mais o que mais me incomodava, era a proximidade em que ele se encontrava.

Foi aí que notei a grande diferença de altura, ele era mais alto do que parecia, e seu cheiro... Nunca pensei que ele poderia ter o aroma tão bom de ervas frescas, com toque amadeirado.

- Eu.... Desculpe professor Snape, só queria.. -

- Dizem ser uma bruxa brilhante, mais sequer cogitou na possibilidade de alcançar o que queria com um simples accio. - seu rosto ainda estava próximo, uma mexa de seu cabelo extremamente negro caia mais a frent, me deixando sem escapatória, já que estava encurralada com as costas na estante.

Não sabia explicar o que estava acontecendo comigo, pois a cada vez que ele se aproximava, me questionando seja verbalmente quanto com os olhos, sentia uma sensação de calor percorrer por todo meu corpo, não sabia explicar ao certo o que era, mais cada vez mais, parecia que se intensificava. Não era algo normal como o calor da luxúria, nem um calor normal de um dia típico de verão, era diferente!

As velas que iluminavam parte da sala, começaram a oscilar, talvez pelo pouco de vento que percorria pelas masmorras, mais a sensação de quentura em minha epiderme sequer passava.

Snape pareceu perceber algo, já que arqueou as sobrancelhas, logo se afastando e indo até a porta.

- Se terminou o que pedi senhorita, pode ir embora! - autoritário, deu por terminado, abrindo a porta para que eu fosse.

A sensação passava aos poucos, mais não se encontrava menos amena. Quando finalmente caminhei até a saída, Snape se afastou, e antes que eu pudesse falar algo, como 'boa noite' a porta foi fechada, me deixando do lado de fora, e mais uma vez, as chamas que iluminavam os corredores, começavam a oscilar.

Escrito por: 007_Aylin

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