O caos com D
Lindos, tem nova personagem introduzida. Aqui vai um spoiler: De anjo ela não tem nada.
Personagem=Daphne.
Intérprete=Danielle Campbell.
....
Capítulo escrito a maior parte pela incrível e muito especial para mim @Eubha.
Obrigada pela sua escrita maravilhosa nesse capítulo, e me desculpa ter feito você se apressar com ela, para postar dois anos depois kkkk.
Desculpa mesmo por isso.
Mas obrigada de coração. ❤️🥰
.................................
- Você não pode... - a menina ruiva, tão amena e amada por sua personalidade afável, tornou a falar para a senhora de terceira idade, que lhe teve de tudo arrancado de maneira atroz, por um terrível homem, sem escrúpulos algum e o coração depravado a sentimentos que não se tratasse a destruir o mundo, Valentim Morgenstern. Clary não podia negar o que a mente se esforçava a crer, compreendia os motivos de medidas cruéis de Imogem, se pegou a imaginar como seria se a vida lhe tivesse dado um destino cruel, atroz e abominável, tal como reservou para Imogem. Tinha em mente o pensamento temível de que a garotinha amena, a personalidade afável como ninguém nunca houvera deixado de alegar admiração, não existiria dentro de seu ser mais puramente humano possível. Compreendia sinceramente o quão difícil e exaustivo era ser a inquisidora, os trabalhos dobrados. Mas acima de sob qualquer coisa, sabia que devia ser difícil para Imogem, ser a mulher por quem todos temiam até o calcanhar, e último fios de cabelos, ela própria, temia Imogem quando a mulher bastante rígida lhe olhava, transpassando a cruel pessoa, que o longo passar dos anos, lhe transformara em tal.
E também, Clary não podia negar, o pesar acelerado que estava seu coração, agredindo sua pele, cada vez que este batia fortemente como um furacão, dentro do peito. Sentia um terrível medo da mulher amargurada que nem sequer, se deixara comover com o fato recente do parentesco com Jace.
Aquela mulher, tão promíscua em seu julgamento cruel, era uma pessoa tão má que nem mesmo o tempo, Clary cogitou, poderia surgir qualquer tipo de mudança nesta...
- Eu posso fazer o que achar ser necessário, Clarissa. Eu sou a juíza aqui, e você não passa de uma peça. A peça do quebra-cabeça infinito e doentio de Valentim, então não ouse de modo algum me dizer nesse tom, que não posso. Eu posso sim e vai acontecer agora, do jeito que eu quero. - o suposto ataque de Imogem, usando as palavras amargamente, como um veneno saltando no ar, fora como um tapa fortíssimo no rosto de Clary, e de repente, a menina esqueceu de que ainda era a vítima dos pensamentos doentios de Imogem, onde em sua mente abominável, a filha de Valentim, como insinuara a senhora, era a grande vilã dos acontecimentos malditos ocorridos nos últimos mais difíceis meses da vida de todos ali.
- Como você pode ser tão execrável a esse ponto, senhora Herondale. - Clary a Indagou, as palavras, sabia ela, eram venenosas, direcionadas a senhora juíza, porém ainda tentou, tampouco ser a menina educada que a mãe lhe ensinara desde muito cedo, mesmo com a mulher maligna, que claramente não era digna de tal simpatia da garota.
- É melhor você não me questionar, Clarissa, porque eu sei o que estou fazendo, não cabe a petulante filha de Valentim, me dizer se estou certa ou não. - a resposta de Imogem para a indagação repleta de negligência de Clary, fora audaciosa, até mesmo atrevida, igualmente a garota, porém com sua pitada de soberba, que Clary nem poderia reclamar, já que a mulher mais velha, era visivelmente, a superior ali, e não ela, como Imogem intitulara, a peça do quebra-cabeça perdida de Valentim.
Uma tola marionete, cuja vida fora decidida, já em sua maligna e conturbada concepção. Clary às vezes, em seus momentos de completa falta de luz para seu peito, achava que era mesmo melhor, nunca ter nascido, porque carregar o "titulo algoz" de filha de Valentim, às vezes parecia um esqueleto sombrio, uma pilha de ossos, sobre seus ombros frágeis, que pesavam muito mais do que milhões de toneladas de mármore. Algo frio, corrompido e assustador, para uma jovem aspirante ao mundo das artes, que toda sua vida crera, que ela se tratava apenas de uma garota comum do Brooklyn.
Aquela era sua sina e dolorosamente também poderia ser para sempre, a de Jace... Toda dor que já suportaram em suas vidas, estava tatuada em suas peles, sobre rastros de cicatrizes altamente ardentes. Pois ser um sobrevivente, também era ter que lidar para todo o infinito, com as marcas deixadas pelas chamas das quais se tinha orgulho de ter atravessado, pois o fogo machucava e agonizava, quem ousava o transpor.
A ousadia tinha seu preço a ser cobrado...
E a conexão que tinham, inevitavelmente, por mais que Clary se negasse a aceitar, duraria pela eternidade que seus corações batessem, e nada tiraria aquilo deles, a forma incrivelmente inacreditável, que só um era capaz de compreender a mente e o coração um do outro. E naquele momento terrível de desalento, sendo encarada pelos olhos de lince e predadores da inquisidora senhora, e juíza da Clave, que Clary julgava estar sem nenhum escrúpulo naquele instante, enquanto falava da situação e destino de Simon, a menina ruiva desejou ser mais que tudo, abraçada pelo Lightwood adotivo. Era culposo para Clary, ter que lidar com o fato, que não conseguia se livrar do modo arrebatador que ainda deseja Jace. O amor pelo rapaz, ainda estava acompanhado daquele assombro de castigo e dor, ela sentia-se tão traidora. E cada vez mais condenada a amar Jace, até seu último suspiro de vida, que seu corpo pudesse dar.
- A senhora não pode fazer isso, eu não vou deixar. - a conturbação de seus sentimentos, pelo futuro Herondale, recém descoberto, fez Clary transportar para fora, toda sua fúria avassaladora, quando resolveu enfrentar Imogen. Ainda possuía uma dívida enorme de lealdade e amizade com Simon, jamais o desampararia diante daquela situação absurda de perigo ao qual fora exposto. Imogen não tocaria em um fio de cabelo do rapaz submundano, se dependesse de Clary.
Os lábios finos de Imogen estreitaram-se, num sinal de um sorriso presunçoso e debochado, algo que Clary interpretou, como um sinal de asco e soberba. A ruivinha cerrou os punhos, mantendo seus braços ao lado do corpo, entendendo que estava a um passe de perder, qualquer fio de educação, que ainda estaria intacto dentro de si mesma.
A raiva te cega, e prende teu coração sobre sombras incontroláveis... Clarissa não duvidava de tal veracidade.
- Ao contrário de você Clarissa, eu sou a autoridade maior desta instituição, portanto faço, o que julgo e sei, ser correto, para a segurança das pessoas que confiaram em mim para isso, e não será uma garota petulante, que só vem causando problemas a todos, desde que apareceu por aqui, que dirá como eu devo proceder ou não. Você não passa de um cisco menina, uma poeira, uma intrusa, que está amaldiçoando esse lugar com sua presença. - as palavras com ares triunfantes de Imogen, chicotearam o corpo de Clary, a deixando anestesiada em impacto, provocando o mesmo estrago que um chicote demoníaco, poderia causar em alguém com tanto sangue angelical em suas veias, como era o caso dela.
A filha de Jocelyn, manteve seus olhos ainda fixos na senhora de língua ferina, estava se negando, a deixar seu abalo ser algo transparente para Imogen. Seria a última coisa que a mulher teria dela... Imogen não a veria derrotada. A matriarca Herondale, odiava com a força da vida que corria em suas veias, e tamborilava seu peito, qualquer coisa, que tivesse uma mínima ligação com Valentim Morgenstern, dava para Clary sentir isso em sua alma. Não importava o quanto ela estivesse disposta, a agir corretamente, Imogen mesmo assim, continuaria a desprezando, devido ao sangue, que ela não tinha a culpa de carregar em suas veias. Não fora escolha sua afinal...
Os olhos esmeraldas estavam aquecidos por pura ira, quando Clary respondera a senhora com um olhar de altivez, igualável ao que Imogen lhe fitava...
- Essas palavras não me parece ser algo que os anjos aprovariam, para se referir a alguém. - cabelos negros esvoaçantes, surgiram de trás de uma pilastra, que encobria o sol do entardecer, no enorme salão da construção em forma de catedral, onde Clary e Imogen discutiam.
Daphne, tinha um olhar sereno e delicado, em seu rosto branco como porcelana.
- Daphne. - surpresa momentânea, herdou o rosto fino e não guardado por juventude de Imogem. - E você agora escuta conversas, que não lhe dizem respeito, senhorita Daphne. - Imogen não obteve abalo em seu tom de voz confrontador. Não apreciava ser contrariada, desafios foram feitos para ela sair vencedora, não para que tivesse que engolir qualquer derrota. Afinal fora assim também, que obtivera forças, para sobreviver a todas as tragédias que já assolaram sua vida e família.
Clary olhou para a morena, ainda bastante desconhecida por ela, pois muito pouco ela sabia sobre a outra garota, a não ser o apreço de todos os Lightwoods pela garota, e isso incluía principalmente Jace. A Fairchild se quer soube, por que a constatação fora de hora, a desconcertou tanto. Talvez porque tudo que dizia respeito à Jace, era o seu primeiro pensamento ao acordar, e o último que teria após ir para a cama à noite. Pensar no rapaz, se tornara para ela, algo casual como respirar.
Os saltos pretos de veludo de Daphne estalaram contra o piso de granito, quando ela aproximou-se mais da dupla, que anteriormente discutia. Realmente, ela também achava ser muito feio ouvir conversas, que não lhe pertenciam, em verdade nem tinha este hábito, mas estava tentando cruzar o salão, para ir para a ala sul do instituto, quando sem querer, ficou impactada com toda discussão, que tomaria ares devastadores, se acaso Imogen levasse seus planos declarados em diante.
- Apenas acho que estamos nesse mundo para defender pessoas, não ameaçar suas vidas, em nomes de ideias tão truculentas e brutais. - a garota morena de cabelos lisos, tentou ser plausível e cautelosa. Pois há muito tempo entendia, que discutir severamente com Imogen Herondale, nem sempre era o melhor caminho para dissuadi-la. A juíza não costumava ser muito diplomática, com quem confrontava suas ordens. - Talvez há outras formas de salvarmos Simon, sem que ele continue sendo uma ameaça para a proteção de ninguém, eu mesma posso me encarregar de me informar sobre o assunto, juíza. - sugerira pacientemente Daphne. Pois o plano de Imogen, além de levemente cruel, e sem preocupação alguma com o rapaz vampiro, também era o estopim suicida, para todo submundo se virar contra a Clave, como a juíza que se julgava tão inteligente, não percebia isto.
- Isto claramente não está aberto para suas sugestões contestáveis e muito pouco prováveis, assim como você estar aqui, tampouco é algo discutível. Sabe sei lá o que a tragou até aqui, senhorita Daphne, mas ainda hoje, quero sua ida. - a mulher, uma senhora a longo de tantos anos, não tratou de ser tudo, se não, muito desaforada, com a menina morena, sem o conhecimento de quem ela se tratava, para Clary.
A risada nasal e muito preenchida por ironia, deixou os lábios de Daphne, de fato a situação com Imogem a divertia.
- Eu só acho que a vossa juíza, não vai querer entrar em uma discussão diplomática com a protegida neta de Ithuriel. - a garota declarou, de certa, Clary cogitou, tais palavras eram suas últimas.
- Irei esperar pelos seus relatórios senhorita Daphne, agora com licença. - a mulher declarara e saíra de supetão, fazendo questão, de não destinar, sequer uma migalha de seu olhar em direção a Clary.
Clary não resistiu em revirar os olhos, enquanto dobrava os braços em posição de defesa frente ao corpo. Imogen verdadeiramente pensava, que com sua atitude quase infantil, ela se sentiria atingida.
- E você quem é. Ah não responda, é a filha de Valentim Morgenstern, ou engano meu. - Daphne se atreveu a tocar com leveza o ombro de Clary, a chamando de volta a realidade conturbada ao qual fora inserida.
- Sou, mas não sou muito aconchegada a este título de ser filha de um homem tão desprezível, que isto seja algo que esteja bem entendido. - disse Clary, não era como se estivesse tentando declarar o início de uma discussão implacável ali, a garota, Daphne o nome dela, que começara, seu tom de voz não deixara resquícios de simpatia, apenas antipatia destinada a Clarissa.
- Mesmo assim, você é quem presenciou a todos os acontecimentos nostálgicos que aconteceu aqui. Um shadowhunter atacado por um demônio a muitos séculos extinto, um vampiro com fogo celestial percorrendo nas veias, e seu tão desprezível papai, rondando a instituição como se pertencesse a tal. - Daphne alfinetou Clarissa, com sua arrogância perceptível. Clary, naquele momento, nunca quis tanto sufocar alguém tanto com a ponta de suas unhas, como quis realizar com a garota, lembrou ela, a protegida de Ithuriel.
- Porque, em nome do anjo, você acabou de enfrentar a juíza em minha defesa, se me considera a culpada por tudo que aconteceu aqui hoje. - Clary sentiu a necessidade de indagar a garota de belos olhos verdes, como os dela. Verdes em um esmeralda brilhante, como folhas de samambaia. E mais alguma coisa, muito desconhecida e que instigava mais Clary, a nunca perder o contato visual com a garota.
Daphne tinha um sorriso genuíno em puro sarcasmo, em retribuição a indagação enfurecida de Clary. - Pelo anjo, olha pelo pouco que eu conheço de Imogem, ela pode ser alguém bastante dura sim, mas duvido que ela aja com crueldade, somente pensando em sacrificar alguém. - arriscou a garota. Querendo ser doce e audaciosa. De onde vinha lhe ensinaram, que estender a mão ao outro, independente da situação, poderia ser a maior prova de bondade. E Daphne realmente gostava de acreditar naquilo, mas havia algo em Clary, algo que lhe tragava na orla, a pura fúria.
- Talvez eu devesse ficar mais aliviada agora então. - a retórica no palavriar de Clary, fora algo que ela não pudera controlar com maestria. Como se Daphne soubesse algo dela e de Simon, ou de como sempre foram tratados, para pedir que ela ficasse tranquila, e supostamente acreditasse em confiança, ou na bondade da senhora Herondale. Era o concelho mais patético que Clary ouvira, mas sabia que a menina estava sendo puramente ambiciosa com as palavras, afim de ser muito má com a esta, Clarissa Fairchild.
Daphne pareceu pega de surpresa com o tranco que levara, Clary notou, o que não foi algo forte para ativar a culpa da ruiva, pelo seu ato deselegante. Ela já tinha problemas demais... E a situação de Simon agora, era o maior deles no momento.
O silêncio entre elas fora transgressor de indelicadezas, e de todo mal estar que ficou vagando pelo ar naquele instante.
- Clary eu estava te procurando. - a voz de Jace lhe chamou atenção, sendo pronunciada em suas costas. Ela tinha um tom bastante aflitivo.
- Jace. - Clary não foi capaz de dizer mais nada, ou mesmo raciocinar sobre o que significavam os ventos impulsivos que a levaram a jogar-se nos braços dele, quase que como em um pedido de socorro.
"Conserte meu coração... Amenize todas as minhas dores, ao menos enquanto eu estiver em seus braços, tão afetuosos..." O seu pensamento fora uma desesperada súplica, a respeito de como estava se sentindo, completamente estilhaçada por dentro. Nos últimos dias Clary fora realmente atingida por uma avalanche de coisas ruins.
Surpreendido pela atitude da menina que tanto amava, o loiro não pudera fazer mais nada, do que aquecer o corpo dela, envolto por um abraço, que queria lhe dar mais que conforto e carinho, mas também declarar o quanto Jace a amava, com toda sua vida e coração. Céus, ele se perguntava, até quando, manteria aquele seu desejo de querer, o único e absoluto que fora capaz de sentir por alguém intacto e segredoso. Às vezes sentira que era totalmente incapaz de continuar mentindo para o mundo, e escondendo dele mesmo também, o quanto ele a amava singelamente e profundamente.
- Eu tentei falar com Imogen. - sussurrara a ruivinha, como se contasse o seu pior segredo a alguém. Ela entregou-se ao seu estado de desalento, apertando o tecido da camiseta cinza de algodão de Jace entre seus pequenos dedos, e inalando profundamente, como se quisesse deixar o calor e cheiro dele, penetrarem suas narinas, até que pudesse mesmo embriagar sua alma e coração para todo o sempre. Uma vez na vida, ela queria poder pensar, em simplesmente ama-lo, até que nada mais lhe causasse medo. Porque estava cada vez mais certa, de que só Jace poderia tirar todo o seu medo e tristeza, abrandando um pouco seu coração, que no momento parecia tão judiado pelos tormentos que passava. Clary, uma única vez, desejou ser capaz de se entregar a leveza que só Jace, era capaz de lhe transmitir.
Mais como pudera ser tão egoísta, logo no momento que Simon precisava dela, porque sua vida praticamente dependia disto... Ela amargou sua irresponsabilidade, devido ao que pensava naquele segundo. Deveria esquecer aquela insanidade por hora...
- Eu sinto muito. - dissera Jace, em tom de clausura amargurada. Afinal despejar sobre Clary, o que poderia significar os planos da avó de sangue para Simon, fora tudo coisa dele, e de sua mania acidamente sincericida de ser. Ansiou, que pudesse ter se mantido calado o rapaz caçador de sombras. Querendo prometer, que eles achariam um jeito pacífico de resolver aquela situação, custasse o que custasse, Jace não resistira ao impulso de deixar um amoroso beijo contra a têmpora esquerda de Clary, intensificando o modo carinhoso como ainda a mantinha presa em seus braços.
Se o que sentiam um pelo outro, era uma droga potencialmente venenosa para ambos, Jace soubera naquele segundo, que estava cada vez mais difícil não sucumbir a aquele vício, até que seus corpos fossem completamente incinerados pelas chamas da paixão mais que ardente que sentiam, em uma overdose fatal para ambos.
Clary suspirou em retaliação, furiosa com os pensamentos que sempre a guiava até Jace.
Ainda era Jace, somente Jace, e unicamente Jace...
E tudo bem que Simon, poderia ser considerado alguém insuportavelmente irritante na maioria das vezes, e acrescendo também o fato que Jace mesmo sem admitir, ou querer isso para si, porque ia muito contra a sua natureza indomável, ele morria de ciúmes do melhor amigo e namorado de Clary. Mesmo com tudo isso, Simon não merecia ser castigado, por algo que não fora sua culpa. Tinha que ter um modo de ajudar o garoto atrapalhado. Mesmo que isso significasse que Clary, estaria nos braços de Simon para sempre, a partir dali. Mas como ele continuaria a ver a dor, nos olhos esmeraldas dela, que já pareciam não emitirem o mesmo brilho incandescente de antes. E para Jace, aquilo era como sangrar seu coração cem vezes mais.
E se a felicidade de Clary, bem como encontrar o alívio novamente em seus belíssimos olhos, o sorriso perfeito e único, que tanto o cativava, significasse que ele nunca mais teria um motivo para sorrir, sem sentir que seu coração estava sangrando sem parar, como se obtivesse toda vez, uma espada aquecida em brasa quente atravessando seu peito, ele faria. E faria por Clary, porque a ver feliz, era a única coisa que ele poderia desejar mais que tudo, muito mais até do que viver.
Jace estava mesmo disposto a fazer qualquer coisa, para enfrentar a avó recém conhecida, e impedir que ela tocasse em um fio de cabelo castanho de Simon.
- Eu supervisionarei tudo de perto, acabei de comunicar isso à juíza Herondale, ela não poderá tomar nenhuma atitude sem esperar meu parecer. - Daphne afirma, também estendendo sua mão amiga e de ajuda. A garota não achava que Imogen fosse a pior pessoa do mundo, mas pressentia que a senhora, precisava muitas vezes, deixar sua razão de lado, e pautar suas decisões um pouco pelo coração.
- Parece que você continua casada com o perigo, porque ir contra a Clave não me parasse ser algo inteligente, não quando eles decidem algo. - Jace imitira um ruído de riso debochado e irônico, quando encarou de soslaio a garota, que há muito tempo conhecera, e em parte tinha admiração por seu grande poder e força, para lutar por aquilo que queria verdadeiramente.
Um frio um pouco repentino cobriu a pele de Clary, por um segundo, ela quis poder ser tão ousada a ponto de pedir, que Jace voltasse a lhe abraçar.
- É, ao menos eu não o tenho como amante, como você, isso pode ser algo bem mais traiçoeiro, não acha. - atrevida, como sempre, Daphne aderiu ao desafio de Jace, cheia de superioridade quando piscou a ele, rolando os olhos amendoados. Conhecia o grande amigo, e também a melhor forma de irrita-lo, Jace odiava que o vencessem, não importava se a competição, se tratava apenas de um jogo de palavras. E o que ele estava criticando, sendo que ela não seria capaz de correr nem um terço dos riscos, que sempre vira ele se expor, sem se quer pensar nas consequências.
Um sorriso altivante e repleto de satisfação cobriu automaticamente a face de Jace... - Assim eu me magoo facilmente. - sentenciara o rapaz, com seu clássico ar de riso repleto de sarcasmo.
Clary olhou de um para o outro, sentindo seu estômago embrulhar-se em ondas, como se ela estivesse boiando em mar aberto, seu coração palpitou também, e de um jeito sufocante demais, para que ela interpretasse como algo bom. Por um instante quis compreender o que ela estava sentindo, e porque imaginar qualquer tipo de cumplicidade entre Jace e a suposta desconhecida a afetou tanto.
Seria tudo um misto de tristeza e ciúmes? O pensamento formou um nó em sua garganta.
- Você pode ficar tranquila, quanto à obrigação de me ajudar, eu posso cuidar dos meus problemas e da segurança do Simon sozinha. Acredito que você já tenha uma vida muito agitada, com licença. - Clary poderia dar a si mesma os inoportunos e negativos adjetivos de tola e infantil, mas realmente não soube, por que aceitar a ajuda oferecida pela outra garota de classe angelical, lhe afetou tanto. Como se tivesse mendigando algo, de alguém que lhe oferecia uma esmola, enquanto espezinhava seu coração, provando o quanto era um máximo. E ela não passava, do que todos lhe diziam sempre, desde que Clary chegou ou mundo das sombras, uma garotinha mundana desprotegida, e despreparada para viver dentro daquele mundo. A ruiva baixinha estava cansada de ser tratada assim.
A garota misteriosa, recém chegada ao instituto, não precisava provar o quanto era incrível para ninguém, afinal era só olhar para ela, e sua estonteante personalidade e fisionomia. Clary constatou que se sentiria um lixo ambulante, se tivesse que engolir a todos, dando os "parabéns" a Daphne, por ela supostamente ser a salvadora da vida dela e de Simon.
Era egoísmo, talvez... Porém Clary não queria aceitar nenhuma esmola de alguém. E também não precisava ver Jace elogiando a outra garota em sua frente. Clarissa sentia-se péssima naquele momento. A clausura de seu quarto, seria o seu único remédio por hora.
Jace olhou um pouco confuso, para Clary que foi sumindo sua silhueta pelo corredor iluminado, sem se quer pensar em olhar para trás...
Daphne acompanhou a saída quase dramática de Clary, um pouco em dúvida sobre o que pensar. Não soube o que poderia ter desagradado tanto à outra ruiva. Afinal ela só estava oferendo sua ajuda, porque esse era o seu desejo, apenas ajuda-la. Mas Clary pareceu ofendida e irritada com sua disponibilidade. Precisaria reavaliar a situação com olhos de lince, para entender tudo melhor, e finalmente poder confirmar as teorias que ficaram pairando em sua mente.
- Mais o que, o que deu nela. - Jace encarou de uma garota para a outra indo embora, freneticamente perdido. As peças do quebra-cabeça soltos em sua mente, não fizeram nenhum sentido, e olha que ele sempre acreditava ser alguém com um raciocínio rápido como o de uma raposa. Clary pareceu com raiva dele também quando o olhou, pela última vez, e nada daquilo se comparava com a garota afável e terna que lhe abraçou.
- Isso meu caro amigo, você vai ter que descobrir sozinho. Mas nesses casos, vocês homens sempre demoram mais do que o normal. - Daphne riu ardilosa, dando um tapinha no ombro do amigo, antes de lhe deixar a sós, com a nuvem de confusão que se estabeleceu sobre sua cabeça.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro