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˖࣪ ❛ MUITO PERTO
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BRIGAR.
Definido como a ação de lutar; violência ou conflito... Eu estava tão preparada para isso. Lutar, sabe? Para socar a loira de treze anos que me engasgou bem na garganta. Isso era o que eu estava pronta para fazer, então eu inalei e exalei, minha mão apertando a de Jasper com força.
Estávamos todos em silêncio na clareira enquanto esperávamos os Volturi. Senti outra mão apertar a minha de repente, e me virei para ver Clara olhando para frente, o vento gelado soprando em seu cabelo enquanto ela segurava minha mão.
Eu apertei o dela uma vez, e voltei a olhar diretamente para a névoa nebulosa que estava engolindo o campo. O ar ardeu em meu nariz, mas mantive minha respiração profunda, na esperança de me manter um pouco calmo.
Calma.
Não demonstrar ou sentir nervosismo, raiva ou outras emoções fortes... Ha, talvez por fora. Por dentro, estou enlouquecendo. Sinto que vou explodir fisicamente. Meus nervos estão tão à flor da pele que sinto como se estivesse drogado. Eu sinto que poderia dar cambalhotas em todo este campo em uma fração de segundo... Eu só queria que esses vampiros estúpidos aparecessem para que eu pudesse apenas relaxar.
— Por que diabos eles estão demorando tanto? — eu finalmente não aguentei mais, e Carlisle nem olhou para mim antes de falar.
— Eles estão aqui.
Quase como se os Volturi quisessem provar seu ponto, a névoa no ar pareceu aumentar, mas eu podia sentir meus nervos à flor da pele. — Casacos vermelhos estão chegando, casacos vermelhos estão chegando. — Garrett murmurou baixinho, e eu respirei fundo antes de responder.
— Rochambeau.
— Aro está procurando por Alice. — Edward explicou, e eu senti um calor inundar o ar, virando-me para ver um lobo familiar parado ao lado de Clara. O grande e prateado que vi no prado... Paul.
Quando o homem de olhos vermelhos falou, sua voz era quase tão assustadora quanto seu cabelo esquisito.
— Courtney Swan. Eu gostaria de falar com Courtney Swan.
Todos em nosso grupo ficaram tensos coletivamente quando os olhos vermelhos dos Volturi se viraram para me olhar. Engoli em seco, sugando outra respiração espessa de ar. É claro que esses caras querem falar comigo... Quem era eu para esperar que finalmente pudesse ser normal em uma guerra?
— Está tudo bem. — eu disse para Jasper, cujos olhos âmbar estavam semicerrados enquanto ele olhava para o velho pálido na nossa frente. Eu deslizei minha mão suavemente. — Eu prometo.
— Espere.
Não foi Jasper quem falou, e eu pensei que estava sonhando quando Clara correu para frente e envolveu seus bracinhos finos em volta de mim para o mais breve dos abraços. Ela sussurrou tão baixo que eu não tinha certeza se Jasper, que estava parado ao meu lado, poderia ouvi-la. — Tome cuidado.
Eu sorri para a jovem que na verdade era muito mais velha do que eu. — Eu sempre tomo.
Jasper me deu um pequeno aceno, e eu me virei e me separei do escudo.
Eu me senti nu caminhando em direção ao governo imortal de vampiros sem qualquer proteção, e ver Jane - a cadela loira que eu bati - não estava ajudando meus nervos. Aro estendeu uma mão lisa, e eu olhei para ela com desdém. A pele estava tão esticada em torno de seus ossos que ele parecia uma estátua realmente assustadora, e eu sabia por conversas anteriores que ele teria todas as minhas memórias se eu o tocasse... Eu não estava muito interessado nisso para ser completamente honesta.
Eu não aceitei, apenas sorri o mais sarcasticamente que pude. — Oi.
— Courtney Swan... Eu ouvi muito sobre você.
— Bem, obviamente não, porque caso você não tenha ouvido... É Hale agora.
Aro sorriu, o que só conseguiu tornar seu rosto ainda mais assustador aos meus olhos. — Parte humana é? Eu nunca ouvi falar de nada assim em toda a minha vida.
— Bem, eu tento ficar longe dos paparazzi.
O homem riu de novo, a risada ecoando como pregos contra o quadro-negro por toda a clareira. Ouvi um rosnado e não precisei olhar para trás para saber que era Paul. A mão de Aro ainda estava bem na frente dela, e acho que ele viu meus olhos piscarem para ela, porque ele falou de novo.
— Tenho algo para te mostrar. Pegue minha mão para que você possa ver os perigos que esta sua sobrinha contempla.
— Courtney. Não.
A voz soava distante, mas eu reconheceria o tom elegante de Edward em qualquer lugar, e me contorci desconfortavelmente em meu lugar. Eu podia sentir todos os olhos vermelhos olhando para o meu rosto, detectando o pequeno cheiro de sangue humano em mim. Os vinte por cento que podem ser minha maior fraqueza.
Eu sabia que Nessie não era um perigo. Mas senti uma coceira no estômago, então, antes que alguém pudesse me convencer do contrário, balancei meu braço para frente e agarrei sua mão.
Um suspiro deixou meus lábios enquanto o mundo ao meu redor parecia girar, e então eu estava em algum lugar completamente diferente. No meio do mesmo campo, mas... Sozinha. Isso é o que eu pensei. Como Aro poderia manipular minha mente assim? Achei que tudo o que ele podia fazer era... Ler.
Eu vi algo piscar na minha frente, um véu leve e translúcido muito parecido com o escudo de Bella. E então eu vi... Eu me vi.
Eu a primeira vez que vi Renesmee, com sangue em
minhas mãos, e o bebê sendo empurrado para os braços de Edward como se eu não quisesse nada com isso. Eu inalei bruscamente, meu peito se contraindo com a memória. Eu vi lágrimas escorrendo pelo meu rosto mortal, meus olhos vermelhos e meu peito arfando para dentro e para fora como se eu não pudesse respirar. Eu vi Bella morrendo na mesa, e então o bebê, e fiquei surpreso quando me virei e dei a Renesmee um olhar tão penetrante que parecia que eu... Odiava a criança.
Odiava a criança, claro. Aro não estava manipulando meus pensamentos, estávamos repetindo-os. Ele estava me mostrando como em um piscar de olhos eu escolheria minha irmã em vez de sua filha. Isso faz de mim uma pessoa horrível, não é? Que eu escolheria a garota que literalmente me matou, em vez de seu próprio filho, só porque a amo.
Isso é injusto da minha parte ou o quê?
— Não. — eu sussurrei, fechando os olhos assim que o pensamento passou pela minha cabeça. Isso é o que Aro queria, ele podia ver que Nessie não era uma criança imortal, mas ele ainda queria que ela fosse embora. Quer fosse a lei ou não... E ele estava me usando para isso. — Não! Ela não é perigosa! — eu gritei esperando que alguém pudesse me ouvir, mesmo que eu estivesse sozinho. — Eu juro! Eu não quero machucá-la! Ela é apenas uma criança!
Senti outra pressão em meu peito e engasguei, fechando os olhos com força quando outra imagem inundou minha cabeça. Mas não era uma memória... Pelo menos não minha. Era uma voz, uma voz muito vaga de dentro de algo tão escuro quanto meu subconsciente.
— Ei, e aí garotinho? Eu sou sua tia Courtney... Eu, uh, sempre vou ter chiclete... Se é algo que você gosta.
Fui eu. Essa foi a minha coisa atrevida que eu disse quando Edward me disse que o bebê gostou da minha voz. Renesmee gostou da minha voz.
Como um bebê de verdade.
Meu corpo inteiro estremeceu silenciosamente, e eu nem percebi que tinha caído, até que senti o frio úmido da neve derretendo em minhas costas. Eu inalei, sentindo como se não tivesse respirado o tempo todo, e virei para o lado, meu batimento cardíaco que eu não deveria ter subido para picos perigosos.
— Olá, tia Courtney.
Virei a cabeça, vendo a forma sorridente de uma jovem ao meu lado, a cabeça inclinada para o lado de uma forma que fazia seu cabelo escuro cair sobre o ombro. Isso era o que Renesmee podia fazer... Ela me mostrou uma memória, uma memória que me mostrou que ela... Ela me amava.
— Oi, boneca. — eu respirei trêmula e passei meus braços ao redor da garotinha, abraçando-a com força ao meu corpo, antes de me afastar e sorrir para ela suavemente. Meu momento de paz não durou muito, pois ouvi uma voz que eu juro que já ouvi antes falar.
— Os Cullen são inocentes, eu assumo total responsabilidade pelo meu erro.
Eu me virei novamente, ficando de pé e limpando um pouco da neve das minhas calças e agarrando a mão de Renesmee. Era Irina, uma das irmãs Denali... A delatora que nem sabe do que diabos está falando... Nossa, que vadia.
Observei quando ela se virou para olhar para o círculo não muito longe de nós, diretamente para Tanya e Kate. Seus olhos pareciam tristes. Não com medo de que ela tenha cometido um erro tão grande... Apenas, triste. — Eu sinto muito.
Eu não conseguia nem compreender totalmente o que estava acontecendo, e então a cabeça dela foi arrancada e um fogo foi aceso tão perto de mim que doeu.
O mundo desabou.
— Courtney! Volte aqui! — eu ouvi Jasper gritar, e a pura verdade horrível de apenas ver uma coisa que não pode morrer, morrer, me levou a ouvir. Eu puxei Renesmee junto, correndo o mais rápido que minhas pernas vinte por cento humanas podiam me levar. Eu ouvi muitos gritos de Tanya e Kate, e assim que estávamos de volta ao grupo, eu empurrei Nessie em direção a sua mãe e corri bruscamente para Tanya, derrubando-a no chão e prendendo seus braços no chão.
Ela chutou e gritou debaixo de mim, seus cachos loiros quase permanentemente me cegando. Fiquei feliz por minha tolerância à dor ser maior, porque quando ela me deu uma joelhada no estômago realmente doeu.
— Não! — ela gritou, sua voz saindo de sua garganta até que era quase desumana. — Devemos atacar!
— Isso é o que eles querem que você faça! — eu atirei de volta, grunhindo e respirando pesadamente. Essa garota pode ser pequena, mas ela é mal-humorada como o inferno. E ela acabou de ver sua irmã morrer, então não estou segurando ela se coçando. Se Bella morresse... Bem, vamos ver alguém tentar me segurar.
— Cegue-a! — eu ouvi Edward gritar com Zafrina, a garota que me fez pensar que eu estava morta quando ela demonstrou suas habilidades no dia anterior. Não segundos depois, o corpo de Tanya ficou mole, com os olhos vidrados e ela perdeu a visão. — Não!
— Desculpe, querida. É o que é. — eu murmurei, saindo de seu corpo e estremecendo com as marcas de garras em meu braço. Nenhum sangue estava à vista, felizmente.
— Aro! Veja, não há leis quebradas aqui! — Carlisle abriu os braços, gesticulando para todos nós enquanto Jasper corria para mim, envolvendo seu braço em volta do meu corpo e me puxando gentilmente para ele. Era sua própria maneira de se certificar de que eu estava bem.
O que eu estava.
— Mas então segue-se que não há perigo? — Aro se virou para seu exército, apontando para nós e falando como se não fôssemos nada além de um pequeno inconveniente. — Pela primeira vez em nossa história, os humanos representam uma ameaça para nossa espécie. Sua tecnologia moderna deu origem a armas que podem nos destruir. Manter nosso segredo nunca foi tão imperativo. Em tempos tão perigosos, apenas o conhecido está seguro. Apenas o conhecido é tolerável, e não sabemos nada sobre o que essa criança se tornará. Podemos viver com tanta incerteza? Poupar-nos de uma luta hoje, apenas para morrer... Amanhã? — ele vociferou, apontando para Renesmee, que tinha subido nas costas de Jacob, e estava olhando de volta para o homem sem nem mesmo uma pitada de medo em seus olhos.
— Bom discurso, cara, talvez guarde para uma ocasião melhor da próxima vez.
Virei meu corpo tão rapidamente que quase bati Jasper com meu cabelo. Infelizmente, lá estava ela. Sadie Michaels saiu da floresta com um sorriso no rosto, sua noiva ao seu lado.
Alice estava com o queixo erguido, o rosto tão sério que eu não tinha certeza se era Alice. Mas então fizemos contato visual e ela piscou, os cantos dos lábios se contraindo em um sorriso.
Eu, no entanto, estava radiante. Eu me virei para Jasper, que riu levemente em descrença, olhando para mim e beijando minha testa. — Viu? Eu te disse.
— Minha querida Alice! Estamos tão felizes em vê-la aqui, afinal! — ele se virou para Sadie, seu sorriso apenas se alargou. — Sadie Michaels, um prazer.
Sadie franziu o rosto enquanto dois guardas avançavam para separar minha irmã de Aro. — Você é assustador.
— Tenho evidências de que a criança não será um risco para nossa espécie... Deixe-me mostrar a você.
E tudo o que pude fazer foi prender a respiração e confiar em Alice.
POV Terceira Pessoa
Courtney Swan parecia prestes a dormir.
Ela olhou para Alice e Aro, junto com todos os outros no campo, mas seus olhos se estreitaram, e seu aperto na mão de seu marido ficou mais forte a cada segundo. O vento soprou em seu cabelo, o leve rubor de sangue evidente em suas bochechas. Clara lançou à mulher um olhar ansioso, os lábios cerrados entre os dentes.
Courtney lutou a vida inteira.
Jasper também.
E eles serão amaldiçoados se isso acabar agora.
Alice virou-se e olhou para o grupo de testemunhas, seus lábios mal se movendo enquanto ela sussurrava uma última palavra para Bella.
— Agora.
Todos começaram a se mover ao mesmo tempo.
Antes mesmo de Jacob fugir com Renesmee, Sadie agarrou a mão de sua noiva, na esperança de voltar ao escudo antes que Aro pudesse atacar. Não teve tanta sorte, no entanto, porque uma força invisível apertou seu corpo, e ela gritou de dor, caindo de joelhos quando os guardas agarraram Alice.
— Leve-a embora.
Se você perguntasse a alguém, eles diriam que as expressões faciais de Courtney e Carlisle eram exatamente as mesmas. A jovem rosnou, seus olhos brilhando perigosamente. O homem, no entanto, deu um passo à frente e soltou um grito enfurecido.
— Deixe ela ir! — ele gritou em um tom muito diferente do médico que todos conheciam e amavam. Ele avançou contra os Volturi, e antes que alguém pudesse aconselhá-lo contra isso, colidiu com Aro com força suficiente para quebrar ossos.
Todos observaram Carlisle cair no chão, imóvel. As sobrancelhas de Courtney se juntaram enquanto ela observava a cena, se perguntando por que ele não deu um pulo. A resposta logo se tornou evidente, enquanto Aro sorria, mostrando a cabeça decapitada do médico loiro.
Courtney nem fez nenhum som. Ela não poderia mesmo se ela quisesse também. Era como se seu corpo inteiro se contraísse, e ela engasgou o melhor que pôde, seu coração tentando bater por um segundo a mais.
Foi apenas aquela garota que tirou todos de seu estupor.
— Não! — ela gritou, a palavra ressoando por todo o campo, ecoando várias vezes antes de ela rosnar e correr para frente. Cada passo era como uma bala, e antes que alguém pudesse processar qualquer coisa que estava acontecendo, ela ergueu o punho para trás e deu um soco no rosto de Aro com tanta força que ele caiu no chão.
O mundo desabou.
Num piscar de olhos, Jasper estava ao lado de sua esposa, chutando Aro para que ele voasse para longe deles, caindo com força de costas no meio do campo. Courtney virou a cabeça, segurando a mão do marido por uma fração de segundo, antes de se separarem.
Courtney, principalmente saindo das coisas que ela viu nos filmes da Marvel, deu um chute no queixo do vampiro segurando Sadie, e embora ele não tenha voado para longe como um maldito fogo de artifício, ele tropeçou para trás, dando a outra garota a chance para socá-lo no estômago, levantando-se correndo e usando suas unhas afiadas para arrancar a cabeça de seu corpo.
— Olá, Courtney! — Sadie acenou, pegando a cabeça como se fosse uma bola de beisebol e arremessando-a em Jane, derrubando-a no chão. — Esses filhos da puta estão prestes a ser queimados.
— Isso aí.
Se alguém duvidava que Sadie e Courtney eram uma dinâmica de poder antes, eles definitivamente não sabiam. As duas meninas trabalharam como uma máquina, girando e usando seus tamanhos menores como vantagens. Houve até uma vez em que Courtney chutou a cabeça de um homem de cabelos escuros com tanta força que voou de seu pescoço.
Isso não foi uma vitória, no entanto... Não depois do que veio a seguir.
A morena ouviu seu nome sendo chamado e virou a cabeça bem a tempo de ver Jasper cair de joelhos, a dor evidente em cada poro de seu rosto. Ela sentiu seu peito cair em um buraco em seu estômago quando de repente e horrivelmente, Jasper foi atingido da única maneira que um vampiro poderia morrer.
Ela gritou.
Ela não estava em silêncio, ela nem estava pensando enquanto gritava. Um som tão alto e tão horrível que fez todos os Cullen olharem. Ela correu o mais perto que pôde sem que as chamas a cantassem. Seu coração já havia parado de bater, e as lágrimas que não caíam obstruíam sua visão enquanto ela soluçava.
Courtney nunca sentiu uma dor assim antes. Nem físico nem emocional. Assim não. Essa dor era como fogo que acendia em seu peito e aos poucos a matava de dentro para fora. Ela caiu quando seus joelhos pareciam que não podiam mais segurá-la, e ela arranhou o chão até que uma pequena porcentagem de sangue estivesse visível nas pontas dos dedos.
Ela foi arrastada para longe da cena enquanto tudo dela desaparecia no ar.
POV Courtney Swan
Não sei o que Alice fez... Mas funcionou.
— Agora você sabe. Esse é o seu futuro, a menos que você decida escolher outro caminho. — a voz dela soou muito ameaçadora, e eu acho que Aro pensou o mesmo, quando seus olhos brilharam e Sadie o mostrou o dedo do meio.
— Não podemos mudar nosso curso. — outro velho vampiro assustador falou. — A criança ainda representa uma grave ameaça.
— Mas se você tivesse certeza de que ela poderia ser escondida do mundo humano... Poderíamos viver em paz? — Edward perguntou, e embora não importasse, uma parte do meu cérebro queria zombar dele por falar como William Shakespeare.
— Claro... Mas isso nunca pode ser conhecido.
— Pelo contrário, meu velho, velho amigo. — Sadie se intrometeu, levantando a mão e parecendo bastante presunçosa por sua piada. — Estávamos procurando nossas próprias testemunhas. — ela cutucou o ombro de Alice, que sorriu.
— As tribos Tekona do Brasil.
— Temos testemunhas suficientes...
— Deixe-os falar, irmão.
Claro que são irmãos. Ambos assustadores e estranhos. Este parece mais passivo-agressivo, no entanto.
Um homem saiu da floresta, de pele escura e sorridente. Claro que ele estava sorrindo, porque precisamos de um pouco mais de felicidade agora. Ele falou, gesticulando com as mãos enquanto falava. — Eu sou meio humano, meio vampiro, como a criança. Um vampiro seduziu minha mãe, que morreu ao me dar à luz. Minha tia Huilen me criou como filha dela, eu a tornei imortal.
Inclinei-me para o lado de Jasper. Essa é uma história de fundo interessante.
— Quantos anos você tem? — a voz calma de Bella soou do canto do grupo. Ela caminhou até ficar na frente, inclinando a cabeça como um cachorrinho interessado.
— Cento e cinquenta anos.
— Droga. — eu assobiei entre dentes, enquanto Bella sorria, parecendo que um peso enorme foi tirado de seus ombros. Eu levantei minha mão. — O que você come?
— Sangue. Comida humana... Posso sobreviver com os dois.
— Essas crianças são muito parecidas conosco.
— De qualquer forma... — o velho passivo-agressivo falou, obviamente interessado em lutar. Revirei os olhos. — Os Cullen estão se relacionando com lobisomens, nossos inimigos naturais.
Em vez de concordar com ele, Aro se virou para consultar seu exército.
— Queridos, não há perigo aqui, não vamos lutar hoje.
Eu ri disso. Na verdade, ri quando me virei para abraçar Jasper, abraçando-o com tanta força que nunca quis soltá-lo. Inclinei minha cabeça para trás para sussurrar uma última palavra aos céus, um sorriso nos lábios.
— Nós ganhamos.
★
— Vocês são incríveis!
Assim que os Volturi estavam fora de vista, corri até Sadie e Alice, pulando em seus braços e balançando para frente e para trás. Alice riu, afastando uma mecha de seu cabelo curto do rosto, sua expressão séria desaparecendo quando ela voltou a ser a Alice alegre e normal.
— Bem, nós pensamos que se lutássemos em uma guerra, teríamos que adiar nosso casamento... E eu não quero fazer isso!
Eu ri quando ela beijou minhas duas bochechas e me abraçou novamente, apreciando como ela parece tão delicada, mas pode literalmente matar um homem adulto com as próprias mãos. Em seguida, virei-me para Sadie, abraçando-a com tanta força que pensei que meus pulmões fossem explodir.
Nós nos afastamos e rimos enquanto ela socava meu ombro de brincadeira. — Droga, Court, você realmente achou que iríamos embora antes que eu tivesse a chance de comprar um novo ursinho de pelúcia para você?
— Vamos conseguir os que combinam!
— Perfeito. — ela colocou o dedo no queixo como se estivéssemos discutindo o destino do universo. — Hmm... Theo e Gracie! Depois da minha irmãzinha.
Eu sorri, apertando a mão dela. — Perfeito.
— Ei, Courtney?
Eu me virei, meus olhos vazios quando vi Jacob parado atrás de mim. — Ah, oi Jake.
Ele bufou levemente, esfregando a nuca enquanto eu me perguntava como ele não estava congelado desde então, vestindo um par de shorts. — Eu queria me desculpar.
Eu bufei. Isso vai ser bom. — Por que exatamente?
Ele corou. — Tudo. Eu deixei minha paixão por Bella ficar no caminho de ser um bom amigo para você, o que é algo que eu me arrependo há muito tempo. Agora eu tenho Nessie, e acho que você meio que vai ser minha... Tia? Nossa, que estranho.
Foi a maneira como ele disse isso que me fez rir. Estendi meu mindinho. — Jura que não vai perder o amor de novo? Não saber a diferença entre paixão e amor pode arruinar a vida de outras pessoas e a sua, Jakie.
Ele enlaçou seu mindinho no meu. — Eu prometo.
— Bom. Nunca, nunca me chame de tia Courtney ou sua cabeça estará na minha parede.
Antes que ele pudesse reagir a isso, fui apanhada em outro abraço. De Emmett desta vez. Ele levantou meus pés do chão e girou em um círculo, nós dois rindo.
— Inferno, sim! Conseguimos, Cordie!
— Com certeza, nós fizemos! — Emmett me colocou no chão, e nós cumprimentamos antes de me virar para dar um abraço muito mais gentil em Rosalie. Ela sorriu, seu rosto tão perfeito quanto no dia em que nos conhecemos. Eu pisquei. — Você ainda é a pessoa mais durona que conheço, Rosie.
Ela revirou os olhos, embora estivesse sorrindo. — Você está em segundo lugar.
— Muito bem, querida. — Esme me deu o abraço mais maternal que já recebi em minha vida, e Carlisle me deu um abraço curto, passando a mão na minha testa. — Temos mais um teste para fazer quando chegarmos em casa... Quero ver como emoções diferentes interferem na proporção do seu sangue.
Eu ri. — Entendi, doutor.
— Vou fazer você ler uma peça de William Shakespeare quando chegarmos em casa. — Edward ameaçou, seu cabelo caramelo refletindo a luz do sol. — Eu acho que é tudo o que você pensa de mim agora.
Eu ri. — Vamos ver, Eddie.
Nós nos abraçamos, e assim que nos separamos, Bella o substituiu. Ela enterrou a cabeça na curva do meu pescoço e nós balançamos para frente e para trás. — Nessie está bem. Estamos todos bem! — Seus olhos brilharam e eu me virei para ver a própria garota brincando com Jake na neve. Eu suspirei.
— Você acabou de dizer Nessie!
Bella fez beicinho, cruzando os braços. — Está crescendo em mim. — ela admitiu a contragosto, e eu ri, cutucando seu braço. Ela sorriu. — Eu te amo, irmãzinha.
— Eu te amo mais, irmã mais velha.
— Podemos assistir Harry Potter quando chegarmos em casa? — Clara perguntou de repente, e eu sorri com o uso da palavra casa. — O Enigma do Príncipe é o mais próximo que consigo chegar de dormir.
— Ei, não insulte Harry Potter. — eu ri, bagunçando seu cabelo. A garota asiática revirou os olhos. — Vá assustar Emmett.
Clara riu, saudando. — Entendi, Cordie.
Eu suspirei, o sorriso no meu rosto tão genuíno quanto possível. Os braços de Jasper serpentearam em minha cintura. — Eu quero vê-la assustar Emmett.
Eu ri, me virando para poder capturar seus lábios
nos meus. A sensação quente e difusa se espalhou por todo o meu corpo, e senti as batidas do meu coração acelerarem como eu sabia que sempre aconteceria. Nós nos afastamos, ambos sorrindo, nos sentindo leves e felizes. — Obrigado.
— Pelo que? — eu perguntei, colocando meus braços em volta de seu pescoço, e olhando diretamente em seus olhos lindos e hipnotizantes.
Jasper sorriu. — Por ser minha felicidade. Por tornar cada dia perfeito... Por ser você.
Eu o beijei novamente. — Obrigada por ser meu porto seguro.
— Obrigado por ser minha força.
— Obrigada por me ensinar o que é o amor.
— Obrigado por ser minha melhor amiga.
— Obrigada por prometer me dar um cachorro.
Jasper riu levemente, o som vibrando em seu peito. Ele deu um beijo na minha testa, e eu fechei os olhos, saboreando essa sensação de puro êxtase o máximo que pude... Espera, eu nem preciso mais me preocupar com isso, porque nós temos o para sempre. Pensei em mais uma coisa para dizer, e fiz antes de pressionar nossos lábios novamente.
— Obrigada por ser meu perfeito para sempre e sempre.
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