24
A hora no relógio de Bucky Barnes não passava. Tinha combinado, há dias, de encontrar com Heather às oito e meia da noite no apartamento dela para eles irem a um restaurante na Noite de Ano Novo. O plano era eles ficarem conversando, literalmente, como em um primeiro encontro e, depois, verem a queima de fogos da Times Square.
Conseguir aquela reserva, na verdade, tinha sido um favor de Sam, cujo amigo trabalhava no restaurante e, por causa disso, soube que dois casais acabaram cancelando o compromisso e, por isso, tinha surgido a vaga. O rapaz passou Bucky e Heather à frente, na lista de espera, e por isso, ele estava nervoso de acabar perdendo a hora.
Não era o caso. Afinal, ele estava meia hora adiantado, esperando apoiado na sua mais recente compra: Uma moto Kawasaki Ninja H2R. Era modelo antigo, lançamento de 2021, mas ainda era a moto mais rápida e potente que existia no mercado e o design dela era dinâmico e moderno.
Enquanto esperava a hora certa para subir, Bucky puxou um lenço do bolso e começou a polir a lataria da moto, com o mesmo cuidado com o qual polia seu braço de vibranium.
Depois de muita enrolação e de começar a suar de nervoso, enfim, a hora marcada chegou e Bucky se agachou na frente do espelho retrovisor, ajeitando a blusa preta de botões e o casaco também preto por cima. Então, ele subiu no elevador e só hesitou na frente da porta do apartamento, onde tirou uma bala do bolso e enfiou na boca.
Não achava que estava com bafo e nem que beijaria Heather naquele dia, mas era melhor prevenir do que passar vergonha. Ajeitando a franja, ele tocou a campainha e ouviu, quase que imediatamente, um sonoro "Já vai!".
Ele esperou por alguns segundos, antes de encostar o ouvido na porta e perceber que Heather estava andando de um lado ao outro do apartamento, com certa pressa. Também percebeu que ela bateu o joelho em algum móvel quando ouviu barulho de coisas caindo e quando ela xingou, em alto e bom som, gemendo de dor.
-Ainda bem que não é só eu que tô nervoso… - Bucky sussurrou, soltando o ar.
Desde que tinha começado a ficar ansioso, lá pelas quatro da tarde, estava se achando ridiculamente imaturo. Quer dizer, não era como se Heather fosse o primeiro encontro dele ou como se eles fossem desconhecidos. Mas mesmo assim, suas mãos suavam e Bucky sentia borboletas no estômago a cada vez que pensava que, finalmente, estava indo em um encontro com a garota que mais gostou em toda a sua vida!
E isso, sem nem mesmo tocá-la de verdade. Só por ela ser quem era e do jeito que era, ele já a amava.
Antes de Heather, Bucky sempre achou impossível amar alguém que não pertencia a você, mas não era. Ele amava Heather e ela não precisava pertencer a ele para isso. Porque, segundo a psicóloga, e agora Bucky concordava, o amor era isso: Admiração, respeito, identificação… O amor, para existir, não exige nem mesmo que seja correspondido como pré-requisito. Ele só existe.
E quando a porta do apartamento se abriu, revelando Heather, Bucky sentiu que não tinha outro sentimento para descrever aquilo e, porra, se ele estava parecendo um emocionado boiola, não tinha a menor culpa, porque era isso que ele era.
Bucky Barnes era o maior boiola e cadela de Heather e não tinha a menor vergonha de admitir isso.
Ela estava linda demais, com um vestido de renda comprido, na cor preta. Algumas jóias enfeitavam suas orelhas e mãos, além do cordão que foi dado a ela estar pendurado, exatamente, no vale dos seios dela.
-Oi… - Bucky sussurrou, pigarreando e esticando um buquet de rosas vermelhas para ela. - Ah, são para você!
-Ah! - Heather sorriu, pegando as flores e ficando na pontinha do pé para beijar a bochecha dele. - Obrigada! Elas são lindas! Eu vou só colocar elas na água, James. Já volto!
Ele assentiu, vendo ela entrar no apartamento.
-Hey, não esquece o casaco, Heather! Tá frio!
-Tá bom, Papai!
Bucky sorriu, encostando na porta, pensando que hora o homem mais sortudo do mundo e se merecia mesmo aquilo tudo. No entanto, seus pensamentos não duraram muito, já que Heather apareceu logo depois e saiu do apartamento, trancando logo a seguir.
-Seus pais não ficaram chateados da gente não ir com eles para Paris? - Bucky perguntou, criando coragem para entrelaçar seus dedos.
-Eles sabem que eu ainda tô chateada e eu disse que você não podia sair daqui até o ano que vem. - Heather deu de ombros, olhando Bucky, de cima a baixo. - Você está… Uau!
Ele vestia uma calça que não era jeans, mas não parecia social. Heather não entendia de moda o suficiente para saber que tipo de calça era aquela, mas a blusa social preta de botões e o casaco quentinho ela reconhecia.
Bucky já era o homem mais lindo do mundo todo, mas de alguma forma, quando corou enquanto apertava o botão do elevador, ele se tornou mais ainda. E isso fez Heather perceber que ele, realmente, não tinha feito a barba, o que só tornava mais atraente o maxilar e o queixo.
Céus, Heather só queria passar a língua alí e sentir a barba pinicar sua boca…
-Heather?
-Ham? Que?!
-Você também está linda, Boneca! - Bucky sorriu, convencido. - Agora, para de babar por mim… Vai acabar escorregando na sua própria baba!
Heather enfiou um tapa nele, rindo, enquanto entravam no elevador. O que se tornou uma tortura, já que os dois conseguiam pensar em inúmeras formas de se agarrarem naquele cubículo. Obviamente, não fizeram nenhuma, mas os dois conseguiam sentir a tensão sexual do momento entre eles.
Foi só quando eles chegaram na calçada do prédio e Heather viu a moto acender quando Bucky puxou uma chave do bolso, que ela entendeu porque ele não queria ir com o carro dela.
-Ai, meu Deus! É sua?!
-Agora, é! - Bucky sorriu, orgulhoso, erguendo o banco para pegar dois capacetes. - Aliás… Como eu pretendo sair com você muitas outras vezes, tomei a liberdade de comprar… Esse é seu.
Heather sorriu amplamente, pegando o capacete nas mãos e rodando. Ele nem tinha saído com ela a primeira vez e já planejava sair outras… Foi como se o cérebro de Heather tivesse dado um nó quando percebeu que Bucky, realmente, não estava tentando só um sexo fácil ou algo assim. Ele meio que estava planejando incluir ela em sua vida e Heather não sabia se gritava e dava pulinhos ou se se mantinha calma.
De qualquer forma, o cérebro dela apenas destravou quando Bucky segurou seu rosto com as duas mãos e enfiou um beijo em sua testa, sorrindo.
-Fica abestalhada depois, Meu Bem! Precisamos ir…
-Que? Eu não estava…!
-Já andou de moto?
-Já andei de Jet Ski…
Bucky arqueou uma sombrancelha e murmurou um "Riquinha!", fazendo Heather enfiar um tapa nele, mas enfiar o capacete a seguir, com o auxílio dele.
Andar de moto com Bucky, apesar de parecer que não, era a coisa mais tranquila do mundo e, nem mesmo quando ele acelerava um pouco mais ou fazia uma curva mais fechada, Heather ficava com medo. Quer dizer, a direção dele era certa e segura e a moto mais parecia uma extensão dele.
Além do mais, andar de moto com Bucky Barnes tinha uma vantagem enorme: Eles ficaram quase quarenta minutos agarradinhos. Inclusive, em todos os sinais que paravam, Bucky brincava com os dedos na perna de Heather ou nos braços que envolviam sua cintura, firmes.
Mesmo se não rolasse nada naquela noite, Heather sabia que, muito provavelmente, voltaria para casa molhada e com muita imaginação.
Como a rua estava bloqueada naquele dia por causa do show da Times Square, Bucky estacionou a moto em um um desses estacionamentos subterrâneos, embaixo de um prédio, e os dois caminharam por mais cerca de vinte a vinte e cinco minutos até chegarem ao prédio cujo terraço era um restaurante em estilo Rooftop.
Eles se identificaram na porta e subiram de elevador todos os setenta andares juntos com outras pessoas: Casais, um grupo de turistas franceses e uma família com crianças barulhentas e curiosas, que não paravam de olhar para Heather, sussurrando em alto e bom som que ela devia ser uma Princesa.
Isso fez ela ficar vermelha e fingir que não tinha ouvido, mas Bucky a puxou pela cintura, a abraçando de lado, enquanto beijava a testa dela e sussurrava, bem mais baixo:
-Eles têm mesmo razão! Você é uma Princesa!
Com vergonha, ela enterrou o rosto no peito de Bucky, sorrindo, enquanto o abraçava até o elevador abrir as portas e eles serem liberados para um pequeno corredor, cuja saída dava uma duas portas de vidro abertas.
Para além delas, o restaurante se abria, ocupando quase toda a largura e extensão do prédio, com inúmeras mesas e cadeiras, quase todas cheias. No canto direito, uma banda ao vivo tocava uma música fofa da Ariana Grande e Heather reconheceu a letra de "MoonLight".
-Eu adoro essa música, sabia? - Ela comentou, empolgada, enquanto se sentava na mesa de dois lugares, guiada por um garçom. - Ela sempre me lembra voc…!
Bucky ergueu os olhos para ela, vendo Heather abaixar a voz e o olhar, como se estivesse envergonhada de ter admitido isso. Sorrindo, ele pegou a mão dela por cima da mesa, ignorando a presença do garçom e perguntou:
-O que você disse?
-Ah… Não era nada!
-Pode falar, Heart.
-É que essa música, ela… Bem, ela me lembra você…
Enquanto o garçom pigarreava e colocava os cardápios na frente deles, Bucky prestou atenção na letra da música, se controlando para não sorrir igual um apalermado. Era linda e saber que ela associava a música a ele só fez Bucky ter mais vontade de se jogar por cima daquela mesa, agarrar Heather e a beijar naquele momento.
Porém, um tempo depois, quando a música foi substituída, ele percebeu que ela ainda estava com o cardápio fechado, apenas admirando a decoração cheia de luzinhas de Natal do lugar.
-Hmm… Não tá com fome?
Ela o encarou, confusa.
-Que?
-É que você não mexeu no cardápio…
Heather ficou vermelha e se ajeitou na mesa, dando de ombros.
-Ah… É que a etiqueta me diz para deixar você escolher e só depois, eu escolho.
Bucky franziu o cenho, confuso, deixando a cabeça cair para o lado.
-Que? Por quê?
-Ué, para eu poder escolher algum prato até com o limite de preço que você escolheu?!
Bucky piscou, entediado. Revirando os olhos, ele se inclinou sobre a mesa e enfiou um peteleco no nariz de Heather, o que fez ela reclamar, o fuzilando com os olhos.
-Deixa de frescura, Heather Monroe! Escolhe logo, caramba!
- Não é frescura, é…!
-Etiqueta! - Bucky falou mais baixo. - Já sei… Mas enfia essas regras no rabo e escolhe logo o que você quer, se não, não vou escolher o meu, hein!
Heather revirou os olhos, forçando um sorriso para o garçom quando o rapaz começou a querer rir. Pegando o cardápio, Heather viu Bucky cruzar os braços, esperando ela escolher por quase cinco minutos, enquanto fazia mil perguntas para o garçom para, no fim, escolher o primeiro prato que cogitou.
E ele tinha certeza que ela faria isso, de forma que quase riu quando ela abriu a boca e pediu um pedaço de carne com ervas e manteiga. Então, Bucky pediu algo menos refinado e mais rústico e eles também pediram um vinho tinto suave.
O garçom se afastou deles, serpenteando pelas mesas enquanto Bucky olhava ao redor, vendo o espaço reservado em um canto do prédio para observar a queima de fogos. Então, seus olhos voltaram para Heather e ele ficou vermelho quando percebeu que ela estava com o celular apontado em sua direção, tirando algumas fotos dele.
-Ah, não! Apaga isso, Heather!
-Não mesmo! - Heather riu, escondendo o celular quando ele tentou pegar por cima da mesa, dando lingua para ele. - Você estava lindo demais para eu não registrar!
-Tenho certeza que estão horríveis!
-Tá dizendo que eu sou uma péssima fotógrafa?!
Heather fingiu estar ofendida, pondo a mão sobre o peito, em um gesto teatral e exagerado. Bucky negou, esfregando o rosto e controlando a vontade de rir.
-Tenho certeza que sou um péssimo modelo!
-Você é lindo, James Barnes. - Heather revirou os olhos, entregando o celular na mão dele. - Agora… Tira algumas minhas?
Bucky concordou e pegou o celular da mão dela, abrindo a câmera. É claro que ele prometeu achar o melhor ângulo dela, mas o problema era que, para Bucky, todos os ângulos de Heather eram perfeitos e, de todas as cento e quatro fotos que ela obrigou ele a tirar, Bucky só achou que davam para descartar duas - Que ficaram tremidas e sem foco -, enquanto Heather só gostou de quatro, afinal, ela sempre achava algum defeito nas fotos.
Fosse no cabelo, na papada, nas olheiras, nos olhos… Bucky já estava a ponto de enfiar outro peteleco na fuça dela quando o garçom, enfim apareceu com os seus pratos e o vinho.
A carne estava macia e quente, fazendo o cheiro invadir seus narizes. A barriga dos dois roncou ao mesmo tempo e as bocas salivaram em conjunto, mas mesmo assim, eles preferiram esperar o rapaz despejar o vinha nas taças e quando ele se afastou, foi Bucky quem esticou a taça na direção dela.
-Ao nosso primeiro, de vários encontros, Heart!
Vermelha, ela sorriu.
-Vamos ter vários encontros, Sargento?
-Se você quiser, a gente não para de se encontrar nunca. - Bucky sorriu, encostando a taça na dela. - O que me diz? Quer um próximo encontro?
-Eu quero todos os próximos encontros que a gente puder ter. - Heather admitiu, em um fio de voz.
Isso fez Bucky sorrir amplamente e, depois que eles beberam um gole do vinho, ele esticou a mão por cima da mesa, em um pedido mudo, recebendo a mão dela logo a seguir. Beijando o dorso, Bucky finalmente a soltou e começou a comer, satisfeito de estar naquele lugar, tendo Heather como companhia.
Quer dizer, há muitos anos Bucky não dava a mínima para datas comemorativas. Nem mesmo para o seu aniversário. Tudo tinha perdido um pouco do sentido e do brilho depois da Hydra, mas ele estava feliz de ter passado o Natal com amigos e com a família dela, e mais feliz ainda de estar com Heather quando o relógio batesse meia noite.
Eles comeram calmamente, entre conversas e risadas, onde começaram a conversar, de alguma forma, sobre a infância e adolescência deles.
Como Bucky suspeitava, Heather era uma menina quieta e obediente, embora admitisse que tinha a língua um pouco afiada, principalmente na adolescência. A adolescência dela tinha sido resumida em implicar com a irmã, viajar com a família, fazer alguns programas com amigos quando não estava no colégio e, principalmente, passar o dia trancada no quarto, lendo.
Já Bucky, como também era esperado por Heather, contou que a infância dele se resumia a passar o dia brincando na rua, arranjando confusão por causa de Steve ou tomando conta da irmã. Heather, na verdade, só se surpreendeu de saber que, antes da guerra estourar, Bucky era de classe média alta e que o motivo de ter entrado no exército foi para, depois que a mãe morreu, conseguir terminar de pagar os estudos da irmã.
Ela também ficou um pouco surpresa, embora não chocada, de saber que ele era um galinha e que a cada semana estava com uma menina diferente, tendo partido outros dez corações no processo.
Já ela, não era santa. Teve vários namoradinhos ao longo da adolescência e início da juventude e aproveitou muito bem a vida sexual durante a faculdade, principalmente, embora estivesse sossegada há anos.
Então, se eles parassem para pensar, os dois não tinham namorado muito nos últimos anos, o que tornava eles, literalmente, seus primeiros encontros oficiais depois de muito tempo.
A hora foi passando e o assunto foi se estendendo para campos mais confortáveis ainda para eles como trabalho, Alpine, famílias e gostos pessoais. O garçom apareceu para tirar os pratos de cima da mesa e trazer mais um pouco de vinho e nem assim eles pararam de conversar.
Era confortável e talvez fosse o álcool no sangue dela, mas Heather estava relaxada e feliz. Na verdade, não era exagero nenhum dizer que, quando eles juntaram as cadeiras para tirarem algumas selfies a pedido dela, a proximidade do corpo dele ao seu fez com que ela se sentisse em casa. Era a temperatura e o cheiro, na verdade. E com ele daquela forma, bem encostado nela, com o braço de vibranium ocasionalmente apoiado em sua coxa, que fez com que Heather tomasse coragem e levantasse da cadeira.
Franzindo a testa, confuso, Bucky observou ela caminhar até perto do palco, falando com o cara que tocava ora violão, ora guitarra ou baixo, ele não sabia. Eles conversaram por alguns segundos e antes que Bucky pudesse cogitar a possibilidade dela ter ido dar em cima dele, Heather já estava de volta, o puxando pela mão.
Por alguns segundos insanos, ele também achou que ela podia estar convidando ele para ir cantar no palco, mas assim que o primeiros acordes da música soaram, Bucky deixou uma risada de alívio escapar e seguiu para perto do palco, se infiltrando entre os casais que dançavam, colados.
Puxando a ruiva pela cintura, Bucky juntou seus corpos, como aqueles casais faziam, e pegou uma das mãos dela, levando até seu ombro, enquanto a outra entrelaçava seus dedos.
-Eu não dançava desde…
-Mil novecentos e bolinha! - Heather riu, deixando ele balançar seu corpo de um lado ao outro. - Eu sei! Mas na verdade, a gente dançou no casamento da minha irmã, lembra?
-Pois é… E você continua sendo a única pessoa com quem eu dancei nesse tempo todo. - Bucky confessou, ajeitando o cabelo ruivo para trás da orelha dela, usando as duas mãos, agora, para mantê-la perto dele. - E eu sei que isso é brega hoje em dia, mas…
-É fofo! - Heather deu de ombros, deitando a cabeça em seu peito.
Enquanto a melodia continuava tocando, Heather fechou os olhos. Sempre achou incrível como algumas letras de músicas poderiam traduzir, exatamente, o que sua alma sentia em alguns momentos, mas talvez, ela nunca tivesse vividos tão intensamente alguma música como naquele momento.
Estava apaixonada. Ridiculamente apaixonada por aquele homem há meses e desde aquele dia em que apareceu chorando em sua porta, sabia que não era um sentimento infundado. E embora tivesse sentido um pouco de medo no início, quando decidiu ir para a casa e ficou sozinha, pensando em tudo, depois daquela noite e do jeito que Bucky a olhou durante todo o tempo desde que apareceu em seu apartamento, ela sabia que o queria.
O queria e o desejava como nunca tinha sentido antes. Como só tinha visto nos livros em que passava horas perdida, vendo o personagem principal se apaixonar. E agora, estava acontecendo com ela. Ela podia sentir na forma como as mãos dele seguravam sua cintura, no jeito como ele deitou a bochecha em sua cabeça e em como a mantinha perto. Ela podia sentir nas batidas do coração, agitadas, sob sua orelha e na respiração longa e suave que movia sua cabeça.
A música não durou tanto, de forma que quando acabou, Heather elevou o olhar para Bucky, tendo consciência que sorria como uma boba, assim como ele. Bucky chegou a pôr a mão em seu queixo depois de ajeitar o cabelo atrás da orelha dela, mas logo, a contagem regressiva começou, fazendo todo mundo correr na direção reservada para apreciação dos fogos.
Sem dizerem nada, Bucky entrelaçou seus dedos e a guiou para lá. Estava cheio de gente e apertado, de forma que Heather preferiu abraçar sua cintura, por trás dele, apoiando a testa entre suas omoplatas.
Faltavam cinco segundos quando Heather respirou fundo, decidida. Sua mão tocou o cotovelo dele, pela parte de dentro do braço, descendo, suavemente em direção a mão masculina, causando pequenos arrepios de prazer no homem pelo contato das suas peles.
Era meia noite em ponto e os fogos começaram a desabrochar no céu quando eles entrelaçaram seus dedos e ficaram de mãos dadas. As pessoas gritavam, felizes, ao redor deles, mas os dois apenas continuaram encarando o céu por instantes, sentindo a importância daquele momento.
Um novo ano se iniciava e com ele, novas oportunidades viriam. As esperanças seriam renovadas e mudanças seriam inevitáveis. Mas para isso, Heather sabia que não adiantava apenas fazer o pedido durante a passagem do ano. Ela precisava ir atrás do que queria.
E foi nesse instante que a mulher puxou Bucky para trás, fazendo ele tirar os olhos do céu colorido e barulhento.
Ela pôs a mão dele em sua cintura e o puxou pela nuca, ficando na ponta dos pés, apesar de estar de salto alto. Bucky teve um único segundo para raciocinar o que ia acontecer antes que suas bocas se encostassem. No segundo seguinte, ele a puxou pela cintura, com as duas mãos, enquanto Heather o mantinha perto de si pelo rosto e pescoço.
Eles se beijaram suavemente, à princípio, mas não demorou absolutamente nada para que Bucky pedisse passagem com a língua, buscando sentir aquele gosto único de Heather em sua boca. Suas línguas se acariciavam em um carinho mútuo e lento, molhado e calmo.
Heather gemeu, agarrando a camisa de Bucky entre seus dedos, quando ele infiltrou a mão por seus cabelos, a mantendo perto de si. Sua boca alternava lambidas, mordidinhas e chupões nos lábios da mulher, sentindo ela ficar cada vez mais mole e rendida a ele. Eles compartilhavam sorrisos a cada vez que o fôlego se fazia necessário, mas logo voltavam a se beijar e quando Heather parecia prestes a morrer de tanto o beijar, Bucky, ainda a abraçando, beijou seu pescoço, dando um leve chupão no fim, rindo ao sentir Heather arquear o corpo e buscar mais contato.
Naquele segundo, ele sabia, se enfiasse a mão por dentro da calcinha dela, ela estaria encharcada da mesma forma que ele começou a sentir seu membro ganhando vida.
Poderia sugerir deles irem ao banheiro ou irem embora para casa. Ele sabia que Heather toparia. Mas dessa vez, Bucky não queria que fosse assim, então, se afastou dela, observando os lábios inchados e as bochechas coradas.
Enfiando a mão no bolso, ele pegou a mão dela e a abraçou, sussurrando em seu ouvido:
-Hey, posso te fazer uma pergunta, Heart?
-Sim, foi o melhor beijo da minha vida inteira! - Heather riu, fazendo ele rir junto. - Tô brincando! Quer dizer, foi o melhor mesmo, mas… O que era a pergunta, James?
Então, ele abriu a mão e mostrou a ela, que estacou, surpresa demais. Eram duas alianças em prata, finas e delicadas até. Tomando coragem, ele perguntou:
-Quer ser minha namorada? De verdade, dessa vez, hein!
Heather engoliu um soluço. Mesmo tendo achado no início da noite que não rolaria nada e estivesse pronta para voltar para casa até mesmo sem alguns beijos ela não conseguiu não se emocionar e pensar que, definitivamente, era a mulher mais sortuda do mundo todo. Então, assentiu e o abraçou.
Depois de mais um beijo e de enfiar a aliança no dedo dela, Bucky olhou no fundo dos olhos de Heather e, enquanto beijava o dedo dela, quase tendo um piripaque de alivio - Afinal, estava morrendo de medo dela achar que ele era emocionado demais -, afirmou:
-Eu vou te fazer a mulher mais feliz e amada do mundo, Heather Monroe! Eu te juro!
-E eu vou fazer o mesmo por você, Bucky Barnes! - Heather afirmou, voltando a abraçá-lo. - Ai, Deus… A Hannah vai ter um treco quando ver isso!
-O Sam também! - Bucky riu.
-Eu acho que a Kate Bishop também. Quer dizer, no Natal, ela não parava de dizer o quanto a gente fazia um casal lindo e que tinha que ficar junto logo!
Bucky guiou Heather de volta para a mesa assim que os fogos acabaram, onde ela ficou observando a aliança em seu dedo de vários ângulos, com um sorriso bobo. Depois de Obrigar o - agora seu namorado- com a desculpa de que, como eles eram namorados, ele tinha virado seu fotógrafo oficial, a tirar mais umas vinte fotos dela bebendo apenas para mostrar a aliança de compromisso.
Depois da queima de fogos e de conversarem sobre suas vidas - Agora, em conjunto -, eles pagaram a conta e Bucky até mesmo deixou uma boa gorjeta para o rapaz que atendeu eles antes de decidirem ir para casa.
E é claro que, como agora eles namoravam, usaram isso como desculpa para poderem se agarrar no estacionamento e em frente à entrada do prédio de Heather, quando eles foram se despedir.
-Então, Minha Namorada… - Bucky sorriu, abraçando Heather quando se afastou um pouco dos lábios dela.
-Diz, meu namorado! - Heather sorriu, fazendo um carinho gostoso na nuca dele.
-Melhor você entrar agora. Está tarde!
Por um segundo, Heather franziu a testa, sem entender. Então, perguntou:
-Você não vai entrar?
-Eu acho melhor não… A gente bebeu demais hoje.
-Ah, vamos, Bucky! Por favor! - Heather pediu, manhosa. - Eu juro que não vou tentar te atacar!
Rindo, ele negou mais uma vez, mas acabou não resistindo quando ela encheu o rosto dele de beijinhos e o puxou pela mão para dentro do apartamento.
Realmente, eles não fizeram absolutamente nada quando deitaram na cama dela. Apenas se abraçaram, encaixando seus corpos, enquanto tentava relaxar e, por vários minutos, ficaram em silêncio, mas foi ela quem quebrou primeiro, o chamando, baixinho.
-James?
-Hm? - Ele abriu os olhos e apertou mais Heather entre seus braços, mostrando que estava ouvindo.
-Posso te fazer uma pergunta?
-Já fez!
-Outra!
-Claro!
Heather se virou de frente para ele e sorriu.
-Lembra o dia que a gente se conheceu? - Vendo ele assentir, ela continuou. - No dia seguinte, você foi lá na Biblioteca. Não foi?
-Fui…
-Você foi mesmo lá porque sua terapeuta falou para você ler ou você foi para…? Bem, me ver?
Bucky ficou vermelho e hesitou, mordendo o lábio inferior enquanto encarava o teto. Por fim, ele soltou o ar.
-Eu fui para ver você…
-Eu sabia! - Heather riu, erguendo o corpo e beijando o queixo dele. - Você nem ensaiou uma desculpa, né?
Bucky riu, sem graça, concordando.
-Pois é, eu só… É que eu te achei linda demais e pensei que… A gente podia sair para conversar e aí, eu fui, só que… Nossa, me bateu uma vergonha tão grande que eu esqueci que tinha que improvisar e perguntar dos livros foi a coisa mais racional que pensei!
Os dois começaram a rir e quando ficaram em silêncio de novo, ela continuou falando:
-Eu não parava de pensar em você desde que a gente conversou. - Heather admitiu. - Antes de você aparecer na biblioteca, eu… Pensei várias vezes em te escrever e puxar assunto porque meio que me apaixonei desde que te vi no jornal…
Bucky soltou uma risada, envergonhado. Essa, com certeza, era a declaração que, assim como aquela noite, ele nunca a deixaria esquecer.
Oiie, Pessoal! ❤
Finalmente, o capítulo mais aguardado do mundo por vocês chegou hehhee e nossa, realmente, demorou uma eternidade até para mim KKKKKK
Ai, gente... Eu não tenho o que dizer, só que eu sou apaixonada por cada detalhezinho dele, PRINCIPALMENTE, PELO PRIMEIRO BEIJO!
E por esse final, dele admitindo que queria ver ela e não ler livros? KKKKKK Eu amooo
Olha, espero que a espera tenha valido a pena porque sou asbsurdamente apaixonada por esses momentos hehehe
Aliás, o próximo também está muito bom, MAS, Não vamos ter nosso casal nele, hein 👀
No entanto, vocês vão gostar de qualquer forma porque ele é MUITO importante!
Ah, antes de eu me despedir, preciso da opinião de vocês! Eu tô com bloqueio criativo com essa fanfic e não faço ideia do que abordar agora que eles são um casal 🤡 Portanto, se puderem me ajudar com o que querem ver eles fazendo ou até mesmo se quiserem falar de algum ponto que vocês acham que esqueci ou não aprofundei... Eu agradeço muito muito muito muito muito! ❤
É isso!
Até o próximo!
Beijos! 💋💋
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