16
-Espera aí!
A voz de Sam Wilson ecoou pela sala do apartamento de Bucky Barnes enquanto os dois amigos olhavam para a mulher loira, na frente deles, sentada de buda, no chão, com as mãos para trás do corpo. Ela estava, claramente, entediada.
-Você está dizendo que era irmã da Natasha Romanoff?
-É, foi exatamente isso que eu disse! - Yelena retrucou, com um sorriso irônico. - E eu também disse mais vinte outras coisas, mas pelo visto, você só focou nisso, não é?
Bucky, que ainda estava sentado na beirada do colchão, ergueu o rosto para analisar Yelena. Ela não era um rosto estranho, na verdade. Era quase como se ele já tivesse a visto algumas vezes antes, mas sua memória estava afetada pelas sessões de lobotomia e choques, portanto, não sabia dizer se estava imaginando ou se realmente, tinha treinado a garota no Quarto Vermelho.
No entanto, ele sentia que ela estava falando a verdade e, por isso, também tinha se interessado quanto ao outro assunto sobre o qual ela passou os últimos minutos falando.
-Olha, você não pode me culpar, Elena! Eu nunca soube que ela tinha uma família!
-É Yelena! - A loira corrigiu, irritada. - E sim, ele tinha, tá legal? Com certeza, tinham mil coisas sobre ela que todos vocês não sabiam! Mas não foi para falar da minha irmã que eu vim aqui!
Bucky aproveitou a deixa para se manifestar, finalmente. Ajeitando o corpo no colchão, Bucky pigarreou, sério.
-Você disse que foi contratada para investigar o que mesmo?
-Eu não disse. - Yelena retrucou, erguendo a sombrancelha na direção dele. - Eu disse que enquanto procurava informações sobre essa coisa.. Que é confidencial, eu não vou dizer!... Me deparei com informações sobre uma possível volta da Hydra e da KGB.
-Então, você decidiu investigar sozinha e por conta própria. - Sam comentou, vendo Yelena assentir. - E por que?
-Bem, porque diabos você e o bonitão aqui estão investigando isso também? - Yelena perguntou, puxando as contas de uma pulseira na mão esquerda. - Eu sofri demais por causa deles, assim como você, Barnes.
Ele assentiu, entendendo, mesmo sabendo que tinha muito mais coisa por trás de um simples "Eu sofri demais". Muito provavelmente, algum tipo de sede de vingança ou alvo específico.
-Enfim… Eu não tô pedindo para me contarem tudo que vocês sabem, mas se me contarem algo, eu posso contar alguns nomes para vocês!
Sam e Bucky se entreolharam, desconfiados. Então, Bucky de virou para Yelena e declarou:
-Você é a estranha aqui, Yelena. Me conta você os nomes e depois, se for relevante, eu posso pensar em contar a você alguma coisa.
Yelena olhou para ele e depois para Sam. Por fim, revirou os olhos e bufou, irritada, levantando do chão.
-Certo! Se é isso que vai fazer vocês confiarem em mim, ótimo!
Os dois amigos observaram Yelena andar até a mochila marrom, de couro, e a abrir, brutalmente. Sam ergueu uma sombrancelha para Bucky, vendo o amigo dar de ombros. Quer dizer, problema dela se Yelena era estressada. Eles que não poderiam sair entregando tudo à rodo para ela!
-Toma! - Yelena esticou para os dois homens uma pasta de plástico transparente, tão abarrotada de coisas que chegava a transbordar. - Aqui estão os principais nomes e tudo que eu consegui descobrir!
Sam abriu a pasta, franzindo a testa para o conteúdo. Quer dizer, aquilo era um monte de recortes de jornal e revista e nada parecia pertencer a investigação, a não ser alguém estivesse interessado em uma receita de empadão de frango.
-Não o que tem dentro, gênio! É o que tem no pendrive!
-Ah, como eu ia saber? - Sam pegou o objeto e esticou para Bucky, bufando. - Você não se explica!
-Para um Capitão América, você é meio lerdo demais!
A risada de Bucky ecoou pelo apartamento, mas ele disfarçou com um ataque de tosse quando percebeu o olhar do melhor amigo em cima dele. Franzindo os lábios, Bucky ergueu o corpo do colchão e foi buscar o laptop em cima do sofá abarrotado de coisas. O dito cujo estava embaixo de uma bola de pelos branca e bastante dorminhoca, mas apesar de normalmente não fazer isso, naquele momento, ele não hesitou em tirar a gata de cima do laptop.
Voltando para o colchão, ele se sentou de buda e equilibrou o aparelho no colo, enquanto Sam tentava puxar algum assunto trivial com Yelena, apenas para passar o tempo.
Assim que o aparelho iniciou, ele conectou o pendrive na entrada e em segundos, apareceu na tela uma caixa, pedindo a senha. Yelena a deu e logo, várias pastas apareceram na tela. Tudo organizado metodicamente, de uma forma que não foi difícil para ele achar, exatamente, o que ele queria.
Três dos nomes que eles tinham, batia com os nomes investigados pela mulher: Hunter Sei lá o que, Danillo Orttz e Aquele fulaninho que eles tavam investigando antes. Bastou uma troca de olhares com Sam para que eles percebessem que, ao menos dessa vez, ela estava do lado deles.
E talvez, Yelena tenha percebido, exatamente, a mesma coisa, já que se jogou no meio dos dois e, com um sorriso irônico no rosto, comentou:
-Puxa, olha que engraçado! Parece que eu estava falando mesmo a verdade, não acham?
-Okay, já entendemos, garota! - Sam reclamou, rolando os olhos e encarando Bucky, que ainda mexia nas pastas eletrônicas. - O que vamos fazer agora?
Bucky tirou os olhos da tela do laptop e franziu a testa, raciocinando. Estreitando os olhos enquanto coçava o queixo, ele comentou:
-Melhor a gente estudar isso aqui, eliminar as informações que temos em comum e ver quais nos complementam mutuamente.
-Certo. - Yelena concordou, jogando a mochila sobre os ombros. - Bem, eu vou fazer mais umas pesquisas. Cinco horas eu volto e a gente decide o que fazer, okay?
-Para onde você vai?!
Bucky e Sam perguntaram, juntos, olhando para a mulher, que já estava abrindo a porta do apartamento.
-Se eu quisesse que vocês soubessem, eu mesma tinha falado! Boa tarde!
A porta bateu com um som suave. Os dois homens se encararam de novo e Sam revirou os olhos, levantando do colchão e engatinhando até a própria mochila, jogada num canto aleatório do apartamento.
-Vou ligar para a Tan…!
-Espera! - Bucky pediu, quase jogando o laptop em qualquer lugar, na pressa de levantar. - Ela pode ter deixado uma escuta!
Sam assentiu observando Bucky indo até uma gaveta da cômoda, pegando um aparelho meio estranho, que lembrava um celular antigo, com antena. O som baixo e agudo do aparelho invadiu os ouvidos deles e, segundos depois, Bucky negou.
-É, ela não deixou nada.
-A gente confia nela?
-Bem… - Bucky apontou para o laptop largado no colchão. - Aquelas pastas parecem ter bastante coisa! E eu acho que lembro dela…
-Mas não tem certeza.
-Não.
Bucky e Sam se encararam de novo e o moreno deu de ombros, apoiando a mão no quadril.
-Melhor a gente começar logo, certo?
-Certo! Como eu falei, vou ligar para a Tania! Vê se faz logo uma cópia desse treco!
Bucky sorriu de lado, erguendo uma sombrancelha.
-Está bem, papai!
Á
-Vai à merda!
Bucky riu, mas logo voltou sua atenção ao laptop na sua frente, ao mesmo tempo que Alpine pulava do sofá, se espreguiçando, para chegar perto do dono.
-Espera aí, Pine! Papai tá tentando trabalhar!
A gata continuou esfregando o corpo no colo do homem, empinando o rabo a ponto de tampar a visão dele, fazendo Bucky bufar, irritado, a pegando no colo.
-Ai, tá bom! Fica aqui, Filha! Que coisa chata!
Erguendo a gata, ele a pos em volta do seu pescoço, onde ela se enrolou, igual um cachecol, mordendo a orelha dele. Finalmente, em paz para começar a trabalhar, Bucky, literalmente, perdeu a noção da hora junto a Sam e os dois se surpreenderam quando a campinha do apartamentos tocou.
Yelen entrou assim que Sam abriu a porta para ela, segurando uma sacola de comida japonesa.
-Nossa, foi um horror para conseguir isso! As pessoas não tem educação quando estão em uma fila… Vocês comem hot Philadelphia?
-O que foi isso no seu rosto?!
Bucky perguntou, arregalando os olhos assim que percebeu que ela tinha um corte enorme na testa, bem acima da sombrancelha. Yelena pôs o saco de comida em cima da bancada de mármore que separava a cozinha da sala e deu de ombros.
-Trabalho. Onde tem prato?
-Gaveta inferior, direita! - Bucky informou, enquanto se encaminhava para o banheiro. - Vou pegar algo para você passar aí antes que inflame!
Yelena revirou os olhos, tirando as embalagens de isopor de dentro da sacola. Como Sam foi para o seu lado, ela o encarou.
-Hey, acharam alguma informação importante?
-Claro! - Sam confirmou, distribuíndo os pratos pela bancada. - Escuta… Como você achou isso tudo? Estamos há meses atrás dessas informações…
-Não que eu vá revelar a vocês meus métodos, mas… - Yelena suspirou, começando a procurar pelos garfos nas gavetas, até desistir. - A maior parte dessas informações não está nos Estados Unidos. Espero que vocês saibam comer de Hashi porque não tô achando os garfos!
-Gaveta inferior, esquerda! - Bucky assustou a garota, aparecendo ao lado dela, de supetão. - Toma, vai limpar esse treco logo!
Yelena puxou a maleta da mão dele e parou na pia da cozinha, limpando o ferimento.
-Qual é a dessa gata?
Bucky seguiu o olhar dela e encarou Alpine, que estava sentada no chão, atrás dele, miando alto pelo cheiro da comida.
-Ela te segue para tudo que é lugar!
-Ela acha que ele é a mamãe dele! - Sam debochou, rindo.
-Ela é bebê, Samuel! Só tem três meses! Liga, não, Pine! Pode seguir o papai à vontade! Aliás, Yelena!
A mulher pulou de susto, já que estava distraída com um enfeite de cachorro que balançava a cabeça, cuja peça Bucky não fazia idéia de como tinha ido parar lá.
- Chegamos a uma conclusão e você precisa ver se concorda com a gente.
-Bem, podemos ir falando enquanto a gente come? Eu tô virada de fome!
Os três - Mais a gatinha - se acomodaram ao redor da bancada e, por alguns minutos, apenas o som de miados, embalagens abrindo, garfos e hashis batendo nos pratos e refrigerantes sendo abertos pôde ser ouvido.
Porém, depois que os primeiros hots e bolinhos d'ouros foram consumidos, Sam fez questão de puxar a pasta e voltar a falar sobre o assunto.
-Okay, vamos lá: Esses nomes aqui batem com os mesmos nomes que temos. Aliás, chegamos nesse através de um atentado contra uma garota chamada Heather Monroe. - Sam apontou para Henry Devlon.
-E porque atentaram contra ela? - Yelena perguntou, interessada.
-Bem, é isso que estamos tentando descobrir! - Sam informou. - Mas… Esses caras aqui são amigos ou conhecidos do pai e do cunhado dela. Os dois trabalham na promotoria e até agora, não conseguimos provar o envolvimento de nenhum dos dois, mas ainda estamos trabalhando com essa possibilidade. Certo, Bucky?
Ele ergueu o rosto, tirando os olhos do celular escondido embaixo da mesa, onde ele e Heather conversavam sobre fazer algo diferente no final de semana.
-Hm… Certo!
-Você ouviu algo que eu disse? - Sam perguntou, desconfiado.
-Claro que ouvi!
-Prova!
-Não preciso provar nada para você!
-Ah, precisa, sim! Tá falando com quem, hein?!
-Não te interessa!
-É a Heather? É claro que é! - Sam debochou, rindo. - Tá todo vermelho!
-Que Heather? - Yelena perguntou, confusa. - Essa Heather que acabamos de falar?
-Isso! - Sam continuou sorrindo, vendo Bucky ficar corado, fingindo irritação só para não falar mais nada. - Eles são namoradinhos!
-Cala a boca, Samuel!
-Vem calar, James!
-Hey!
Yelena se jogou na frente dos dois quando percebeu que eles iam acabar brigando de verdade. Alternando o olhar entre um e outro, ela exclamou:
-Okay, isso foi de zero a cem muito rápido! Parem ou vou eletrocutar os dois e ir atrás do Devlon sozinha!
Os dois homens pararam de implicância, ao menos, enquanto os três montavam um plano de ataque. Quando ficou definido que Yelena ia na frente, para tentar arrancar algo do homem, eles esperaram por horas o momento certo, até que Devlon estivesse em casa.
Ele morava no terceiro andar de um prédio, no Soho, mas entrar foi fácil, apesar disso. Yelena, gentilmente, ofereceu ajuda para carregar as compras de um senhora que estava entrando no prédio e com isso, ela conseguiu acesso ao interior rapidamente.
Sam e Bucky ficaram no alto do prédio vizinho, com binóculos e todos os equipamentos, esperando para que Yelena desse o sinal para eles.
Andando de um lado ao outro, Sam começava a irritar Bucky, que estava sentado no parapeito, limpando a mão de vibranium com um lenço umedecido em álcool.
-Desse jeito, você vai fazer um buraco no chão! - Bucky reclamou.
- Você não acha que ela está demorando demais?
- Você precisa para de fingir que eu não estou ouvindo tudo na escuta, Samuel! - Yelena reclamou. - Eu estou, exatamente, na porta dele!
-E onde ele está?
-Não sei, mas vou entrar! - Yelena declarou.
-Ela é maluca?! - Sam perguntou, olhando, incrédulo, para Bucky.
-Eu sei lá!
Mais alguns segundos de silêncio. Sam voltou a andar pela cobertura e Bucky descartou aquele lenço quando percebeu que o braço todo estava limpo de novo.
-Oh, gente… Temos um problema!
Bucky ergueu o corpo e pegou o binóculo, se pendurando na beirada do prédio para tentar enxergar dentro do apartamento de Henry, mas sem sucesso.
-Qual? - Sam perguntou, parando ao lado do amigo. - Yelena?
-Ele está morto.
-Morto?! - Sam e Bucky exclamaram, juntos.
-Morto. - Yelena confirmou, com a voz levemente abalada. - E com certeza foi por falar demais! Quer dizer… O Cara tá parecendo o Coringa!
-Me poupa dos detalhes! - Bucky reclamou, sentindo a cabeça rodar. - E sai logo daí!
- Certo. - Yelena concordou. - Não, espera… Achei alguma coisa!
-Yelena, não!
Não adiantou. A mulher continuou no apartamento, desligando a escuta a seguir, por vários minutos, deixando os homens tensos, enquanto esperavam o contato, que veio cerca de dez minutos depois.
A voz dela estava bastante urgente, quando ela falou:
-Achei um tablet jogado ao lado do corpo. Eu tô saindo do apartamento, mas… Achei uma coisa no tablet. Ele estava falando por um aplicativo de mensagem com um tal de "Manipulador".
-E o que tem nas mensagens.
-Algo sobre conseguir o dinheiro para pagar os agiotas. E o final… Qual era mesmo o sobrenome daquela garota?
Bucky sentiu o coração parar, trocando um olhar com Sam. Ela não devia estar falando sobre Heather. Deveria ser outra garota, por isso, ele não respondeu. No entanto, Sam quem respondeu:
-Monroe.
-E Ela trabalha onde?
-Numa Biblioteca.
-Gente… - A voz de Yelena soou urgente depois de uma pequena pausa. - Liga para ela. Agora! Eu acho que sequestraram a Heather.
Oiie, Pessoal! 😄❤
Eita, calma... Abaixem paus, pedras e armas KKKKK Autora morta não termina fanfic, hein 👀
Aliás, eu disse há alguns capítulo atrás que tava tudo muito tranquilo, né? Hehehe agora vamos ter alguns capítulos de desespero e MUITO drama, do jeitinho que a gente gosta heheheh (Ou que, pelo menos, eu gosto)
Ai, gente... Sério, tô muito ansiosa pelos próximos capítulos e para ver os surtos de vocês!
Aliás, esse capítulo eu dedico à viickpsoares porque eu tava morrendo de vontade de pastel e ela me enviou três aqui para casa hehehe Te amo e obrigada por me mimar mesmo de longe! 🥺❤💫
Até o próximo, família!
Beijos 💋💋
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