Capítulo 15 - F de fracasso ou M de mentira?
Música: Sad, XXTENTACION (Bem, essa música é bem curtinha e tristinha - o que significa que é provável, possível que vocês tenham que ouvir em looping já que o capítulo ficou meio -cof cof - extenso). Vamos lá!
Capítulo 15 – F de fracasso
Ou M de mentira?
Eu não vou chorar, eu não vou chorar, eu não vou chorar.
Não conseguiria olhar para aquela nota humilhante por muito tempo: F, escrito de vermelho em letras garrafais. Sentia aquele nó chato se formar na minha garganta, era o sentimento de fracasso. Aquela nota vermelha era humilhante. Havia toda aquela expectativa para o final da aula quando o professor entregaria as provas, até sentamos eu, Harry e Waliyha próximos, mas quando peguei a prova só consegui dobrá-la e jogar no fundo da mochila. Respirei fundo, mas não consegui não me irritar quando Waliyha voltou com sua prova comemorando sua nota.
-Quem precisar ou quiser aumentar a nota, temos uma atividade extra. Vocês podem conversar com o Zayn depois da aula. – o professor disse e tudo parecia um complô contra mim. Se eu fizesse uma lista com o nome de pessoas indesejáveis, o Zayn com certeza, seria o primeiro da lista e, paradoxalmente, ele era o único que poderia me ajudar a não ficar de recuperação em álgebra. Deus, estamos assistindo a sacanagem.
O sinal, que em outro momento, seria motivo de alegria, despertou em mim aquele sentimento conhecido como "efeito Zayn". Meus olhos o encontraram próximo a lousa e senti meu estômago virar ao avesso. Ele conversava com duas meninas provavelmente sobre a atividade extra, mas hoje não. Peguei minha mochila sem me despedir dos meus amigos e procurei o banheiro mais próximo no corredor.
Um minuto de paz e uma cabine para chorar sozinha, por favor.
Sem falas irônicas, sem intriguinha entre Louis e Zayn, sem palpitações no coração, sem teorias malucas para decifrar o Zayn, eu queria paz.
O banheiro estava silencioso, entrei na cabine e peguei a prova na mochila e encarei o meu fracasso do dia. Eu não entendia muito bem o que tinha errado, mas os vários X's vermelhos diziam que eu havia errado várias coisas, droga... Respirei fundo, o nó na garganta voltou, mas, de certa maneira, me senti aliviada por poder chorar e soltar minhas frustrações sem o olhar repressor dos meus amigos, sem a presença do Zayn.
Eu repetia mentalmente que era só uma prova, que eu estava supervalorizando o meu fracasso, que isso nunca tinha acontecido antes, que eu iria recuperar essa nota, que eu era capaz... Ainda assim, sendo o meu primeiro fracasso estudantil, chorar e ficar desapontada comigo mesma era normal, não era?
Afinal, eu não era muito boa em muitas coisas: não era atlética, não tinha nenhum talento musical, não sabia desenhar, não era nenhuma super dançarina. Eu só era boa no colégio, ou até receber esse F eu acreditava que fosse. Como eu era essa zero à esquerda, só me sobrava o estudo mesmo e até hoje isso pareceu ser suficiente. Porém, de repente, parou de ser e eu me senti bem vazia naquele banheiro, chorando por uma nota de álgebra? Seja menos patética Sophia...
-Soph, você tá ai? – o silêncio até então quebrado pelos meus soluços, era agora substituído pela voz do Harry ecoando no banheiro feminino.
- O que você está fazendo no banheiro feminino? – foi o que consegui dizer enquanto tentava secar meu rosto e parar de fungar, sem sucesso, porém.
-Eu vim te salvar. – encontrei Harry encostado sobre a bancada quando saí da cabine, ele abriu os braços para me receber. Antes de me fechar no seu abraço vi minha cara inchada no espelho e fiz uma careta, eu estava péssima, mas seu abraço me fez sentir melhor.
-Seu maluco, vamos sair daqui antes que alguém entre! – disse me desvencilhando do seu abraço depois de chorar um pouco mais.
-Na moral, vai ter que me dar uma camisa nova depois do tanto de meleca que tem aqui. – ele fez uma cara de nojo e só fiz revirar os olhos, nem tinha meleca na camisa dele.
-Seu insuportável. Vamos sair daqui, vamos. – empurrava Harry até a porta do banheiro e encontramos do lado de fora, aparentemente fazendo a guarda da entrada do banheiro, Niall e Waliyha.
-Se vocês demorassem mais dois segundos... – Waliyha fingiu estar nervosa, mas em segundos abriu um sorriso compassivo e me abraçou de lado.
-Sophia, o que aflige esta pequena grande gênia? – Niall disse fofíssimo antes de me abraçar. Só balancei a cabeça negando, como se nada estivesse acontecendo. Eu podia ser uma sem talento, quase reprovada em álgebra, mas tinha amigos maravilhosos.
Caminhava abraçado de lado com Harry e íamos os três até o refeitório para tentar pegar o resto de recreio. Sentamos em qualquer mesa vazia e Harry se ofereceu para comprar meu lanche. Aceitei de bom grado, pois estar no refeitório com aquela cara inchada já era uma ousadia, preferia não ficar desfilando por aí. Enquanto isso, Niall tentava me animar contando sobre mais um dos seus atrasos e das suas táticas malucas pra conseguir tapear o inspetor.
-Enterro do Bob, meu lagarto de estimação. – olhei-o tentando entender (desafio quando se trata do Niall) do que ele estava falando. – Eu ia dizer gato, mas aí lembrei da Mimi e me senti mal em envolve-la nisso.
Balancei a cabeça incrédula que tipo de desculpa surreal era essa e acabei rindo da sua "consciência pesada" em envolver sua gatinha branca fofíssima nesse mar de mentiras, Niall era a personificação da aleatoriedade. Waliyha se resumiu a soltar um "affe" e revirar os olhos, porém, não conteve um sorriso no final, ela sempre dava uma aliviada quando se tratava do Niall, enquanto para mim era só o olhar cortante mesmo.
As nossas ridas cessaram, porém, quando a porta do refeitório se abriu de maneira brusca e ouvíamos uma menina gritar repetidamente "nunca mais chegue perto de mim". Tentava me virar discretamente para ver quem estava dando o show já que o queixo da minha amiga parecia que ia cair a qualquer momento, mas notei que todas as pessoas sentadas no refeitório olhavam para a cena.
O que a namorada do Zayn estava fazendo ali discutindo com o Louis bem no meio do refeitório?
Eu deveria ter uma interrogação gigante no meio da testa. A todo instante um acontecimento estranho diferente nessa escola, Deus me salve. O que estava acontecendo? Arregalei os olhos para minha amiga e ela balançou a cabeça mostrando que estava tão confusa quanto eu. Nesse meio tempo, enquanto os dois continuavam discutindo no meio do refeitório, Harry voltou com os nossos lanches. Meu estômago agradeceu feliz pela chegada da comida e já fui pegando o meu croissant por direito que era o de chocolate, uma das sete maravilhas do mundo.
-Harry, cadê a pipoca pra assistirmos esse barraco? – Waliyha, fofoqueira nata, continuava com os olhos atentos nos dois brigões.
-Ai gente, se ela queria chamar atenção poderia colocar uma melancia na cabeça... – disse incomodada com a situação, mas, é claro, sem abandonar meu croissant de chocolate que estava maravilhoso.
-Eles, são dois. – Waliyha me corrigiu. – Ela não está nessa palhaçada sozinha, não esqueça o Tomlinson ali, tá?
Seu olhar foi cortante em minha direção e deveria admitir, ela estava certa, aquele teatrinho não estava sendo encenado só por ela, o Louis agora estava fazendo o papel de aleatório. Se ela, em tese, deveria estar brigando com alguém, não deveria ser o namorado dela?
Meus questionamentos foram interrompidos por um estalo que silenciou todo o refeitório e agora o queixo de Waliyha parecia estar mesmo prestes a cair, estava com medo que ela deslocasse o maxilar ou algo assim. Ela colocou a mão na boca como se pudesse conter sua perplexidade e ao seu lado, estava Harry com seus olhos arregalados. Eu queria olhar para trás, mas estava com medo do que veria.
-É o que eu estou pensando? – disse ainda sem me virar e não tive obtive nenhuma resposta.
-Não amiga, não... – antes surpresa, agora Waliyha tinha uma expressão confusa, preocupada talvez, suas sobrancelhas estavam franzidas, formando aquela ruguinha na testa.
-Gente, o que foi? – perguntei esperando que alguém dissesse algo, mas Waliyha continuava com a mão na boca e Harry falhou quando tentou abrir a boca pra dizer algo se embolando nas palavras.
-Alguém quer coca? – Niall largou sua latinha no meio da mesa, parecia que ele queria "acalmar" o clima.
O que havia acontecido, afinal? Quando olhei para trás não havia mais sinal de Perrie ou Louis e as pessoas conversavam e comiam como se nada tivesse acontecido. Não sabia exatamente o que havia acontecido, ainda que quisesse muito saber, mas tinha quase certeza que era algo sério para conseguiu deixar Waliyha, o ser humano mais falante desse universo, calada.
O sinal tocou e entreolhamo-nos, era hora de cada um caçar sua sala. Andava lado a lado de minha amiga que havia se apoderado da coca-cola do Niall, coitado. O que o amor não faz com as pessoas, não é mesmo? Elas chegam ao ponto de ceder comida e refrigerante umas para as outras.
Ocupamos nossas cadeias para a aula de Francês e logo em seguida a professora entrou e fechou a porta da sala e já começou a tagarelar, não me dando oportunidade de perguntar minha amiga sobre os recentes acontecimentos.
-Bon jour les enfants (Bom dia crianças)! – a professora dizia enquanto já enchia a lousa com aquela conjugação verbal difícil da língua francesa. Abri meu caderno para copiar, mas fui interrompida por uma cutucada em meu ombro, minha amiga estava com uma expressão densa, sobrancelhas franzidas, braços cruzados sobre a carteira.
-Olha, - ela respirou fundo – como eu posso dizer isso? Ai que droga... Então, não chega mais perto do Louis, ele... ah Sophia...
Ela tentava dizer algo enquanto mexia freneticamente no seu material, organizando o caderno sobre a mesa, bagunçando suas mil canetas coloridas. A interrogação girante sobre a minha testa havia voltado e eu tentei dizer para ela desembuchar logo quando a professora pediu silêncio, pois a turma estava tagarelando (quase gritando), o tipo de liberdade que a turma toma quando os professores começam a encher a lousa, ainda mais tratando-se de conjugações complexas de línguas de matriz latina.
A aula se passava vagarosamente e a minha curiosidade parecia aumentar em progressão geométrica (P.G). A professora passou a ler um texto e eu não conseguia entender nenhuma palavra, parecia mais grego que francês. E olha que eu era até razoável quando se tratava de francês. O que estava atrapalhando minha concentração não era, sem dúvida alguma, compreensão da língua e sim a minha falta de atenção, consequência do crescimento em P.G interminável da minha curiosidade.
Por que eu não podia mais ver o Louis? Logo agora que ele tinha me convidado para um encontro desses bem clichês de filme americano. Ah não, eu quero muito o meu clichê e ninguém vai me tirar!
Desde quando minha amiga me dava ordens, afinal? Eu pensei em uma daquelas frases de efeito, mas na verdade, essa é quase uma pergunta retórica, já que a Waliyha sempre me deu ordens e eu sempre obedeci, mais para não ouvir ela me enchendo do que por livre e espontânea vontade. Ela sempre foi muito mandona e com o tempo parei de me questionar sobre isso e acabou se tornando "normal" abrir mão das coisas que queria fazer em detrimento do que ela queria pra mim. E esse jeito mandona dela nunca havia me incomodado tanto quanto nesse momento.
Eu ia lutar pelo meu clichê de cinema e, dessa vez, Waliyha não iria se meter isso.
Desde quando ela estava tão preocupada com o Louis e essas meninas que dão em cima dele? Ela deveria é avisar para o irmão dela que a namorada fica dando showzinho em público com os outros... A imagem antes clara do Louis deu espaço praquela aura toda nebulosa do Zayn e passei a me questionar sobre essas peças confusas desse quebra-cabeça estranho.
Eu fazia tantas voltas mentais e criava tantas explicações para juntar todos os fatos que era certo estar saindo fumaça da minha cabeça. Bufei e deveria estar visivelmente desatenta, pois ouvi a professora chamar meu nome, me fazendo estremecer na minha cadeira, eu simplesmente odiava ser chamada à atenção.
-Est-ce que tout va bien, Sophia (Está tudo bem, Sophia)? – a professora se direcionou a mim e só faltava cavar um buraco no meio da sala pra enfiar a minha cabeça. Acenei com a cabeça pensando que eu tirei F em álgebra, presenciei um barraco na hora do recreio, a minha melhor amigava achava que podia mandar na minha vida e eu estava prestes a perder a minha chance de ter um encontro clichêzinho de cinema, eu poderia estar várias coisas, bem não era uma delas, a não ser que fosse bem confusa.
- Super! Lire la page 4, cinquième paragraphe pour la classe (Ótimo! Leia a página 4, quinto parágrafo para a turma). - demorei uns bons minutos pra localizar o texto no livro e ficou um silêncio chato na sala, que droga...
-Hmmm.... "A partir de ce moment, son existence ne fut plus qu'un assemblage de mensonges, ou elle enveloppait son amour comme dans des voiles, pour le cacher. C'était un besoin, une manie, un plaisir, au point que, si elle disait avoir passé, hier, par le coté droit d'une rue, il fallait croire qu'elle avait pris le coté gauche".
"A partir desse momento, a sua existência não foi mais do que um amontoado de mentiras, em que ela envolvia o seu amor como que em um véu para o esconder. Era uma necessidade, uma mania, um prazer, a tal ponto, que se ela dissesse ter passado ontem pelo lado direito da rua, devia-se acreditar que passara pelo esquerdo".
(Madame Bovary, Gustave Flaubert)
- Mercy, Sophia! James, continue, s'il te plait (Obrigada, Sohia! James, continue, por favor)... – ela voltou a sua atenção para o loiro sentado no fundo da sala que tagarelava sem parar e me deixou em paz, amém!
A minha cabeça estava vazia e a tensão da leitura de agora a pouco ainda não havia passado, eu detestava ler coisas para a turma, responder ou fazer perguntas, eu era mais do tipo de aluna que guardava as dúvidas para resolver sozinha ou, se não tivesse jeito, falava com o professor ao final da aula, não gostava de me expor.
Encarei o livro de francês e sentia como se não houvesse entendido nenhuma linha do que havia acabado de ler e tornei a me concentrar sobre o trecho, agora em uma leitura silenciosa do que descobri ser um trecho do livro Madame Bovary pela nota no final da página.
"A sua existência não foi mais do que um amontoado de mentiras", tive quase um estalo, e se eu fosse parte de algum desenho animado uma lâmpada se acenderia sobre a minha cabeça.
Lendo o trecho vi a máscara da Sophia de aluna exemplar cair, tirei a fantasia de pau mandado que havia vestido para agradar minha amiga e ficou só um vazio somada a uma inquietação estranha, eram as vozes do Louis e do Zayn ecoando na minha memória, aquela sensação de estar andando pelo lado direito da rua, mas querer acreditar estar do lado esquerdo.
"Era uma necessidade, uma mania, um prazer, a tal ponto, que se ela dissesse ter passado ontem pelo lado direito da rua, devia-se acreditar que passara pelo esquerdo".
Eu estava afundada em mentiras dos outros ou será que eu estive mentindo pra mim mesma esse tempo todo?
Essas questões me levaram a esquema mental dos últimos meses, desde que pisei nesse colégio, fazendo com que as memórias surgissem em cascata.
***
"Tchau caloura, legal te conhecer!"
***
"Isso, Sophia! Você é amiga da minha irmã né?...Posso te dizer, que pra quem nunca tinha beijado ninguém, você é boa nisso."
***
"Como eu estava dizendo, o meu monitor vai auxiliar vocês... Zayn, vem aqui se apresentar."
"Foi mal, ainda não aprendi os nomes dos alunos calouros do Sr. Fester."
***
"Estamos nos cruzando pouco, tá visitando pouco a detenção."
"Que malvada, eu só queria te dar um beijo."
***
"Toma cuidado com o Louis, ele é um babaca."
"Eles também não tem nada a ver um com o outro, o meu irmão é todo fechado e tímido, o Louis é todo expansivo...Eu não acredito que o Louis pareça um babaca... Você vai acreditar no meu irmão sem noção?"
***
"Já sei! O Zayn tem um gêmeo do mal...não cabem essas duas pessoas em uma só."
***
"Hmmm, estou aqui porque o Tomlinson pediu pra te chamar"
"Uma pena que dessa vez eu não estava preso com você... o mínimo que eu posso fazer depois de toda aquela ajuda é te levar pra jantar e te beijar no final da noite."
***
"Não, fica... O Louis não está aqui, se você quer saber... O que eu tinha pra te falar eu já te falei. Era pra você ter ficado longe do babaca do Tomlinson, mas aparentemente ele é fucking irresistível, que porra! [...] Não vai achando que eu comecei essa briga a toa..."
***
"Louis você batizou esse ponche?"; "Só um pouquinho Sophy, como a gente vai se diverti afinal?"
"Vamos anunciar agora o rei e a rainha do Baile de Inverno da King Cross: Louis Tomlinson e Perrie Edwards!"
"Sobramos nós dois aqui... Eu pensei que poderíamos dançar essa dança, já que nossos pares estão lá dançando juntos..."
"Aquele babaca te deu bebida alcoólica, não foi?... Vamos, eu vou chamar um taxi pra você."
***
"Não vai me agradecer por ter te salvado no baile?[...] Ah, só toma cuidado pro seu namoradinho não te prender no vestiário de novo, seria péssimo se não tivesse ninguém pra te salvar."
***
"Eu vou conseguir a atividade extra valendo ponto, o Mr Fester já liberou..."
"Hm, aquele mala do Zayn, né? [...]Zayn é só um nerd inconveniente, não deixe ele te perturbar."
As vozes continuavam ecoando na minha memória e eu com certeza entraria em parafuso se o sinal não tivesse tocado, interrompendo minha cadeira de questionamentos. Guardei meu material e pela segunda vez no dia eu só queria um lugar de paz, mas agora queria a minha casa mesmo, um pijama confortável, chocolate quente e televisão passando, de preferência, algo bem idiota.
A realidade materializada na voz da minha amiga tanto me lembrou que ela ainda teria que me contar algo, quanto ainda teríamos mais uma aula, teria que adiar minha paz por mais sessenta minutos, será que eu iria sobreviver?
-Então, sobre o que aconteceu mais cedo... – balancei a cabeça em negação, eu não precisava de mais um pedaço desencontrado de quebra-cabeça, essas mentirinhas não eram da minha conta, nada daquilo era, ou pior, eu que era o pedaço desencontrado nesse quebra-cabeça.
Peguei minha mochila e saí andando rápido da sala, deixando minha amiga falando sozinha. Talvez eu fosse decapitada por isso, talvez, mas hoje não, eu não queria ouvir.
Saí da sala como um foguete e acabei esbarrando em alguém que cruzava o meu caminho.
-Nossa, me desculpa... – interrompi minha fuga para olhar para o sujeito que havia esbarrado e dei de cara com o Zayn. Eu já ia amaldiçoar o universo por ter colocado o Zayn no meu caminho de novo quando o vi esboçar um sorriso (?) e notei que ele não estava sozinho, seus braços estavam em volta de sua namorada. Fiquei um tempo estática quando vi de soslaio os olhos da menina loira meio marejados e a bolsa de gelo encostada sobre sua bochecha.
Abri espaço para que os dois passassem, mas continuei parada no meio do corredor juntando todos os pedaços do quebra-cabeça, ao mesmo tempo que negava essa forma de encaixe, eu não queria desse jeito, muito menos se o encaixe provasse que o Zayn estava certo.
Se essa fosse mesmo a verdade, eu não a queria. Preferia mil vezes a mentira atraente, o meu clichê de cinema, preferia dizer que esse é o lado esquerdo da rua, mesmo sabendo que estava andando do lado direito.
n/a: Se não bastasse o capítulo GIGANTE, lá vem uma nota monstruosa hahahaha
Bem, eu não sou muito de me lamentar nessas notas, mas vou abrir meu coração aqui e queria a resposta de vocês (não vamos flopar, oremos).
Pois bem (que formal ela), eu gosto bastante de escrever essa história e de escrever, no geral... Eu sei que não estou fazendo isso com a frequência que eu gostaria e essa história já está se arrastando há muito tempo, tendo em vista que eu não consigo atualizar num esquema mais organizado etc etc... mas eu sinceramente tenho tentado esse ano, mas daí que eu já sou meio "velha" e tenho várias responsabilidades chatas que aposto que vocês também têm que me atrapalham a me dedicar como eu gostaria a escrever, além de que eu trabalho basicamente escrevendo (outras coisas, infelizmente), ai geralmente eu chego muito cansada em casa e já passei muito tempo no computador e daí que só queremos comer e dormir zzzzzzzzzz.
O que eu quero dizer com tudo isso é: apesar dos pesares, eu quero continuar com essa história, mas alguém além de mim tem que querer hahaha porque pra ser uma escritora autista eu poderia só escrever no word e deixar lá pra que eu mesma fosse escrevendo e lendo aos poucos hahhaha A razão de ser da Maria Clara postar no wattpad é que alguém está interessado e quer ler. Eu não estou fazendo drama, longe de mim hahahah Só quero saber, sem pressão, se vocês estão interessadas nessa história, se gostam da maneira que as coisas estão andando e se fazem questão que eu continue. Bem, o fato é que eu tenho tido outras ideias para outras histórias e fico meio travada pra postar algo novo, pra mudar de fandom (eu tenho pensando bastante em escrever sobre k-pop, especificamente sobre BTS ), já que eu já tenho duas histórias "encalhadas". Vocês me entendem?
Eu até poderia continuar sem contar com nenhum leitor, não tem problema, mas prefiro saber o que vocês acham sobre tudo isso, se vocês querem essa história até o final, se vocês estão gostando do jeito que eu estou escrevendo ou se eu estou sendo meio pretensiosa fazendo essas pseudo-metáforas com esses clássicos da literatura (possível, provável hahah). Enfim, aguardo aqui um sinal de vocês <3 No próximo capítulo, dependendo da resposta, conversamos melhor, tá? Beijos, bom fim de semana!
María Clara
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