Capítulo 2 - Sonho Involuntário
Alguns dias se passaram desde o acidente de Dione, e ele estava agora finalizando a última etapa da mudança. Batia as portas do caminhão baú com um esforço exausto, garantindo que tudo estivesse em ordem. Max, o melhor amigo de Marina, estava ao lado, ajudando na despedida.
- Nos vemos por aí! - Dione disse, apertando firme a mão de Max.
- Com certeza! - Max respondeu com um sorriso largo, sentindo o aperto forte de Dione. - Agradeço por convencer a Marina a vir.
- Eu só dei um empurrãozinho. Ela já sabia que essa era a melhor escolha para ela. - Max sorriu, mostrando um brilho de satisfação nos olhos.
Enquanto isso, Marina estava ao lado de Camily, a ruiva alta e magra. As duas se abraçavam, lágrimas escorrendo pelo rosto de Marina.
- Nossa amizade não termina aqui. - Marina disse, a voz embargada.
- Claro que não! - Camily respondeu, apertando o abraço. - Vou te acompanhar onde quer que vá, e você sempre estará no meu coração.
- Siga firme no seu sonho de ser uma grande modelo! - Marina encorajou, a confiança visível em suas palavras.
- Jamais desistirei! - Camily respondeu com determinação. - E você, não se esqueça de mim!
- Nunca! - Marina sorriu através das lágrimas. - E se cuide!
Marina se virou para Max, o moreno que aguardava atrás dela. Ela o abraçou com carinho, sentindo o calor da amizade e o pesar da separação.
- Até logo, meu grande amigo, meu parceiro, meu irmão... - Marina disse, a voz quebrando com a emoção.
- Não chore... isso não é uma despedida, é um até breve - Max respondeu, tentando consolar Marina e conter suas lágrimas.
- Não consigo acreditar que vou estar tão longe de vocês.
- Marina, deixa de drama! Em breve vou te visitar. - Max apontou para o Mustang estacionado do outro lado da rua. - Com meu amigo ali, a distância não é problema.
- Não demore a visitar a nova casa! - Marina pediu, tentando manter o sorriso apesar das lágrimas.
Dione ligou o motor do caminhão, e Max deu um rápido aceno.
- Prometo que não, mas agora vá logo. Seu pai já está prestes a partir!
Marina subiu na boleia do caminhão e, com um último olhar para os amigos, começou a acenar com entusiasmo. Ela sorriu, emocionada, enquanto o caminhão começava a se afastar. Quando os amigos ficaram pequenos na distância, ela se encostou na poltrona e suspirou profundamente.
- Você fez a escolha certa, Marina - Dione disse com um sorriso no rosto, os olhos focados na estrada.
- Não se esqueça das minhas condições! - ela falou com um tom sério, mas com uma leveza que desmentia sua preocupação.
- Pode confiar, eu vou me comportar daqui para frente, e largarei os cigarros! - Dione garantiu, a seriedade se desfez em risos alegres.
Ambos riram, a tensão da partida se dissolvendo na estrada aberta à frente. O caminhão continuava a rolar, levando-os para uma nova vida, enquanto as risadas e o calor da amizade permaneciam, conectando o passado ao futuro.
No aconchegante quarto de Marina, a luz suave da tarde filtrava-se através das cortinas, lançando um brilho dourado sobre as paredes agora quase vazias. O ambiente estava tomado por caixas de papelão empilhadas, algumas fechadas, outras abertas, revelando objetos pessoais que Marina estava cuidadosamente organizando. A cama, antes adornada com almofadas e cobertores coloridos, estava despojada, acentuando a sensação de mudança iminente.
Marina e Max estavam sentados na beira da cama. O rapaz de pele escura, era alto e se vestia com roupas casuais. A moça de cabelos loiros escuros de 1,65, vestía uma blusinha de alças e um shorte jeans curto.
Marina estava imersa na tarefa de empacotar suas últimas lembranças, enquanto Max observava com uma mistura de preocupação e carinho. O silêncio do quarto era apenas ocasionalmente interrompido pelo som de fita adesiva sendo rasgada e o sutil estalo das caixas sendo fechadas.
- Marina, você está realmente pronta para isso? - Max perguntou, sua voz suave rompendo o silêncio carregado de tensão.
Marina suspirou e olhou para as caixas ao redor, seu rosto expressando um misto de determinação e insegurança.
- Eu sei, Max. Às vezes, sinto que estou prestes a deixar toda a minha vida para trás, e isso é assustador. Mas também sinto que é necessário. Meu pai está empolgado com a nova oportunidade, e eu não quero ser um peso para ele.
Max se aproximou, com sua expressão buscando oferecer conforto.
- Entendo. Mas não está sendo fácil para você, não é?
Marina balançou a cabeça, lágrimas começando a brilhar em seus olhos.
- Espere, vou trocar essa blusa suada e já volto. - Falou se levantando, e indo em direção ao banheiro. Max pegou uma pequena caixa com objetos diversos e começou a revirar seu conteúdo. Entre as lembranças, uma foto antiga chamou sua atenção. Era uma imagem de Marina quando criança, com cabelos desgrenhados e um sorriso espontâneo.
Max, notando a foto, a pegou com curiosidade.
- Olha só isso, Mare! - disse ele, segurando a foto acima da cabeça para que ela visse melhor.
Ela apontou a cabeça na porta do banheiro e estreitou os olhos. Então saiu correndo de onde estava sem ao menos se tocar que estava sem blusa e de sutiã, e imediatamente tentou apanhar a foto das mãos de Max, mas ele foi mais rápido e a segurou fora do alcance dela, se colocando de pé.
- Não, Max, me devolve! - pediu ela, pulando para tentar alcançar a foto.
Max, divertindo-se com a situação, ergueu a foto ainda mais alto. Marina, determinada a recuperá-la, continuou a pular, com seu rosto vermelho de esforço e constrangimento.
Finalmente, Max, em um ato de brincadeira, caiu para trás na cama, com a foto ainda em suas mãos. Marina, em sua tentativa final de recuperar a foto, também perdeu o equilíbrio e caiu sobre ele. Ambos riram enquanto se desenrolavam na cama, Marina, deitada sobre Max, ainda tentava apanhar a foto
- Me dê, não quero que veja o quanto eu era desajeitada! - Marina brincou, tentando pegar a foto novamente.
- Não se preocupe, essa foto só mostra o quanto você sempre foi autêntica e especial. - Max sorriu, segurando a foto em um gesto protetor.
Enquanto ainda brincavam sobre a cama, a porta do quarto se abriu com um estrondo. Dione, seu pai, apareceu na entrada, com uma expressão furiosa no rosto. Ficou pedreficado no lugar ao ver a filha seminua sobre o corpo do rapaz na cama.
- O que está acontecendo aqui?! - Questionou apertando firme uma garrafa de cerveja que trazia em mãos. A voz de Dione era uma mistura de incredulidade e raiva.
O fato da filha estar seminua, reforçava aquela ideia indecente que se formou em sua mente. Os risos e gritinhos que ouviu da sala deletaram uma intimidade que ele não desejava a sua princesa naquele momento.
Marina congelou. Seu sorriso desapareceu instantaneamente. O pânico se instalou em seu peito e rapidamente saiu de sobre o corpo do rapaz ajeitando sua roupa e já tentando se justificar. Max se levantou abruptamente, assustado.
- Pai!? Não é o que parece! - vestiu logo a primeira blusa que achou jogada por ali e continuou: - Nós só estamos brincando... eu não queria que Max visse minha foto criança e...
- Essa! - Engolindo em seco, o rapaz a colocou ligeiro a mostra na intenção de reforçar o que a moça explicava.
- Brincando!? - O pai a interrompeu com sua voz carregada de desconfianças. - Isso parece uma brincadeira muito inadequada para mim!
Max levantou as mãos em rendição.
- Seu Dione, eu juro que não era nada além de uma brincadeira inocente.
Marina só estava tentando pegar a fotografia e... daí a gente aca- acabou caindo sobre a cama...
- Cali-se! - Dione esbravejou fazendo o casal tremer de medo enquanto jogava a garrafa de cerveja ao chão a fazendo espatifar em mil pedaços. - Eu sabia que essa intimidade com minha filha só poderia acabar nisso! - Cuspiu as palavras com rancor na direção do rapaz já se arrependendo de ter permitido essa aproximação dele na casa.
- Nisso o quê?! Não estávamos fazendo nada! Por favor, pai, acredite em nós! Max é meu melhor amigo e você sabe muito bem disso! - Tentou manter a voz firme apesar do tumulto emocional.
Após um longo momento, Dione soltou um suspiro pesado, abalado com o que viu, saiu calado do quarto deixando os dois ali sem uma explicação.
- Hei, pai, aonde você vai?! Volte aqui! - A garota já adivinhou o que pai poderia ter ido buscar e o pânico a dominou por completo. Logo se adiantou a tentar impedi-lo, segurando o seu braço, no corredor. Ela estava preocupada, já sabia como ele ficava sob o efeito da bebida.
- Vou fazer o que eu já deveria ter feito há muito tempo. Não deixe esse cretino sair, vou pegar uma coisa e já volto . - Ele se soltou da sua pegada e continuou sua marcha fazendo a sola de seus sapatos ecoarem pelo ambiente.
A moça começou a se desesperar, mas percebeu que precisava agir rápido, antes que o pai voltasse, então retornou logo pro quarto.
- Mari, o que ele vai fazer? - O rapaz questionou imaginando o pior.
- Você tem que ir embora logo daqui, Max, tenho quase certeza que foi pegar a sua arma!- Assim que disse essas palavras, ouviu o barulho de uma garrafa se quebrando em outro ambiente da casa que não conseguiu identificar, e logo o início de um bate boca do seu pai com sua mãe.
- Mas nós não fizemos nada, Mari! - O rapaz estava visivelmente apavorado. Sua cor drenava em seu rosto.
- Mas, ele não entende. Ele muda por completo quando está bêbado. Você sabe muito bem que...
De repente, Marina sentiu um turbilhão de confusão e medo quando o rosto de Max começou a se transformar diante de seus olhos. Suas feições morenas e conhecidas mudaram de forma sutil, até que Marina viu no lugar de Max o rosto de Camily, a melhor amiga ruiva.
O choque foi tão abrupto que Marina piscou repetidamente, tentando afastar a visão distorcida. Seus pensamentos estavam fragmentados, e a realidade parecia estar se desintegrando ao seu redor. Ela se perguntou se estava delirando, se aquilo era um sonho, ou se havia perdido completamente o controle de seus sentidos.
Finalmente, quando abriu os olhos, a transformação havia desaparecido. Max estava de volta, pálido e com o rosto cheio de pânico, a expressão de preocupação ainda clara em seus olhos.
Enquanto Marina estava envolta pela bruma do sonho, o quarto pareceu se transformar em um cenário ainda mais surreal. De repente, a porta se abriu suavemente e Helena, sua mãe, entrou com um passo elegante e uma expressão carregada de preocupação. Seus olhos cor de mel estavam arregalados, e sua presença irradiava uma beleza serena que parecia intemporal. Seus cabelos loiros escuros caíam em ondas perfeitas, emoldurando seu rosto da mesma forma que as fotos emolduradas espalhadas pela estante e paredes da casa.
Marina ficou paralisada, seu coração disparando com a visão da mãe, uma figura que ela sabia estar perdida há muito tempo. O choque e a saudade se misturaram em um turbilhão de emoções. Helena parecia tão real e próxima, sua beleza e graça confirmando o vínculo profundo que Marina sentia. Porém, no fundo, a consciência de que sua mãe já havia falecido fazia com que tudo parecesse ainda mais irrereal.
- Filha, o que aconteceu?! Dione está furioso! - Helena disse com um tom urgente, mas a suavidade de sua voz parecia estar em desacordo com a intensidade da situação.
Marina tentou processar o que estava acontecendo, mas a confusão reinava em sua mente. A presença de Helena parecia um eco distante de um passado querido, agora manifestado em um momento de crise. O pânico tomou conta de Marina, e as perguntas se atropelavam em sua mente: Como poderia sua mãe estar ali? Estava sonhando? Era um delírio? A realidade parecia se dobrar e se contorcer ao seu redor, tornando impossível distinguir entre o sonho e a realidade.
Desesperada, Marina tentou encontrar uma rota de fuga, uma explicação lógica que pudesse justificar a presença da mãe e a situação confusa que a cercava. Seu olhar se fixava em Helena, em busca de respostas, mas a realidade do sonho se desdobrava em uma atmosfera de incerteza e estranhamento.
Enquanto a visão de Helena se tornava mais etérea e distante, Marina sentiu uma pontada de saudade que parecia ser a única constante em meio ao caos onírico. Ela tentou agarrar a realidade com todas as suas forças, mas a sensação de que estava vivendo um sonho persistia, a envolvendo em um abraço de ilusão e memória.
- Filha? Te fiz uma pergunda! - Helena quebra o transe da filha a trazendo para o momento.
- O pai, ele acha que viu algo que não aconteceu. Max e eu estávamos apenas brincando mas, ele está convencido de outra coisa! - As palavras saiam atropeladas de sua boca e começou com lágrimas no olhar. Podia sentir as bochechas já molhadas pela trilha que elas deixavam. - Faça alguma coisa mãe, ou ele vai matar o Max!
- Ele não vai fazer nada disso! Eu não permitirei! Rápido, Max, saia pela janela ao lado! - A voz protetora dela era ainda como se lembrava. Mesmo a tanta pressão, ela mantinha o controle da situação. Marina sentiu mais uma vez aquele sentimento de saudade apertando o seu peito ainda mais.
Helena já se movia, tencionando mostrar o caminho ao rapaz apavorado, mas ao dar alguns passos, já viu o marido no corredor com a arma em punho e dando um longo gole na nova garrafa de cerveja que trazia em mãos, sem tirar os olhos do rapaz. Da porta, eles vislumbraram a visão de um homem furioso disposto a lavar a honra da filha com sangue.
- Por favor seu Dione, não aja por impulso, vamos conversar! Só houve um mal entendido... - Max falava pedindo calma com as mãos em sua frente, mas com o suor já escorrendo pela testa. Um misto de medo, terror e certeza de qual seria o seu veredito.
- Isso é sério, Dione?! Olha pra você... está caindo de bêbado! Qualquer dia desses, você vai chegar em casa, e não mais vai me encontrar! - Aquela frase ecoava na mente de Marina. Parecia um mantra já repetido inúmeras vezes. - Guarde essa arma, homem! Não está vendo que está assustando o rapaz?! - A mãe tentava colocar juízo na cabeça do marido, ainda descrente que poderia mesmo fazer o que pretendia.
Dione deu de ombros. Já tinha tomado a sua decisão. Não voltaria atrás, mesmo com os suplícios da mulher. Baixou a mão com a garrafa ao seu lado do corpo, levantou o braço direito o erguendo na direção de Max com a arma em punho e com satisfação, puxou o gatilho em pontaria certeira.
Tomada pelo instinto, Helena se colocou na frente do rapaz com rapidez e o empurrou para fora da mira, tomando assim, o tiro no peito em seu lugar.
- Mãnheeee! - Marina soltou um grito gutural.
Ela via a mulher tentar se equilibrar em pé uns momentos absorvendo o impacto da bala. O olhar dela era dirigido friamente na direção do marido não acreditando no que ele acabara de fazer. Colocou a mão em seu peito, tentando assim, aplacar a dor e depois de um longo suspiro, foi caindo ao chão em um amontoado de seu próprio corpo.
Seu pai, pasmo com o que acabou de acontecer, deixou a garrafa cair de sua mão e se espatifar no chão em mil pedaços. Não acreditava no que tinha feito. Ela era a paixão da sua vida. E ele, fora o responsável por ceifar sua vida ainda tão jovem, tão bela e com tantos sonhos à realizar.
- Papai, você matou a mamãe! - A garota gritou para o pai em prantos, trocando olhares com ele antes de ir socorrê-la.
Dione, saiu dali descontrolado pelo corredor socando as paredes em sua volta, se segurou no corrimão da escada tentando aplacar as lágrimas que se formaram com a culpa por sua irresponsabilidade. Quase acabou rolando escadaria abaixo por causa da vertigem que o álcool e a dor em seu peito provocaram. O som da porta retumbando pela casa denunciou a sua fuga. Não demorou muito para que se escutasse o barulho da chave na ignição e o ronco do motor de um veículo saindo em disparada pela rua.
Marina ficou paralisada por um momento. Seu coração estava pesado com um misto de tristeza e raiva.
- Isso mesmo, foge novamente como sempre faz! Eu nunca vou lhe perdoar por isso, ouviu bem?! Nunca! Nunca! - Marina gritou para o vazio, com a cabeça da mãe no colo, não importando se ele podia ouvi-la ou não; seu desabafo era uma tentativa de expurgar a frustração sufocante que sentia.
Fora daquele pesadelo, dentro da boleia, Dione dirigia com os olhos concentrados na estrada. Os resmungos da filha que dormia ao seu lado lhe chamou a atenção. Dione observava de relance a filha se debater no banco do carona, e lágrimas a rolarem pelo rosto mesmo com seus olhos fechados. Não era a primeira vez que a via nessa situação. Isso já tinha ocorrido outras vezes. E como de costume, Marina estava mais uma vez presa a um pesadelo. Parou o caminhão devagar no encostamento, o deixando em ponto morto.
- Você matou a mamãe e isso não tem perdão! Você matou a mamãe! Você matou a mamãe! - Marina começou a dizer ainda dormindo. - ASSASSINO!
Ela deu um salto no mesmo lugar e se despertou gritando e chorando sem controle.
- Hei, hei... Calma! Calma! Foi só um sonho. Vai acabar se machucando desse jeito! - O pai falou segurando as mãos da filha, a vendo soar frio e se debater tentando se libertar de sua pegada.
- Me solte! Você matou a mamãe! Você atirou nela! - Marina bradou se soltando abruptamente se afastando dele e se encolhendo no canto da boleia. Dione engoliu em seco e de momento não soube como reagir ao ver a cena de surto da filha.
- Filha... Acalme-se. Eu não matei ninguém. Você só teve um pesadelo. Estamos dentro de um caminhão, na estrada, transportando a nossa mudança, lembra? - O pai falou tentando manter a voz firme e reconfortante.
Marina Passou os olhos ao redor, tentando se ambientar, e a realidade começou a se infiltrar em sua mente confusa.
O que tinha visto em seus sonhos era tão real e palpável que podia sentir ainda o cheiro do sangue no ar. O desespero de Max, o calor do corpo da sua mãe em seus braços... Enxugou as lágrimas e deu uma fungada na manga da blusa. Estava perdida em sentimentos, realidade, espaço e tempo. Tentou se recompor da melhor maneira possível para encarar a realidade à sua volta.
Tal cena na realidade nem poderia ter acontecido, pois quando sua mãe sumiu, ainda era uma criança de seis anos. E ali, naquele sonho bizarro, já era uma adolescente, apenas com uma mãe mentalizada dos retratos que via espalhados pela casa. Buscar encontrar em seus sonhos e suas lembranças a resposta do que realmente aconteceu á ela no passado, era tudo que mais desejava, e desconfiar de quem quer que seja, fazia parte dessa busca.
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