Capítulo 11
Louren
Dick não quis ir para um hotel porque acha que a polícia deve estar cercando tudo e além disso, nossos rostos apareceram na televisão. Qualquer um pode nos reconhecer e o pior de tudo é que a merda da placa da camionete foi anotada, então vamos ter que trocá-la por outro carro. Mas faremos isso amanhã. Dick está cansado de dirigir e já escureceu.
Ele para a camionete no meio da mata, bem escondida, e diz:
- Acho que se uma viatura passar pela estrada não vai ver.
- Mas e se eles entrarem na mata?
- Vamos torcer pra isso não acontecer. - sai do carro.
- Dick - vou atrás atrás dele. - , você acha que a gente vai ser preso?
- Não vamos ser presos. - ele segura meu rosto. - Vamos deixar a poeira baixar. Logo eles esquecem da gente.
- E quando o dinheiro acabar?
- Nós damos um jeito. - diz, confiante.
- Nós?
- É. Foi você que quis isso. Te dei a chance de se livrar de mim, agora eu já me apeguei a você. Não dá mais pra te deixar ir.
- Que bom. - sorrio. - Porque não quero ir.
Ele sorri de volta e vai até a camionete para pegar um saco de dormir e colocá-lo no chão.
- Só tenho um. Temos que dividir.
- Tudo bem. - dou de ombros. - Eu já dormi com um cara antes. - provoco.
- É mesmo? - Dick revira os olhos e se deita sobre o saco de dormir.
- É. - sento ao seu lado. - Às vezes até me sinto uma vadia. - desabafo.
- Dormir com alguém não te faz vadia. - olha para mim.
- As pessoas da escola não pensavam como você. - os grilos cantando se misturam a minha voz.
- Escola é foda. - ele ri. - Eu odiava. Matava aula sempre que podia.
- Eu também. Sempre matava aula e ia pra uma sala vazia no prédio do colégio. - dou um sorriso triste. - Lá tinha uma janela enorme e a vista era linda. - navego em minhas lembranças. - Eu gostei de um garoto mais velho uma vez. Ele acabou ficando comigo no carro dele quando me deu uma carona. Um dia nós matamos aula e eu o levei até a sala vazia, mostrei a vista pra ele e ficamos abraçados. - passo os dedos pelos cabelos. - No dia seguinte, um boato sobre mim estava rolando pelos corredores.
- O que estavam falando? - ele parece interessado.
- Estavam dizendo que eu tinha... feito aquela coisa nele.
realmente não gosto de falar essa palavra.
- Disseram que você tinha chupado ele?
Apenas afirmo com a cabeça.
- Caralho. - Dick resmunga. - E o cara? Ele desmentiu?
- A pior parte foi essa. Foi ele quem inventou a história.
- Que merda, Lou - Dick diz com raiva. - Que idiota!
- Todo mundo ficou me chamando de vadia. Eu tentei ignorar, mas era difícil entrar na sala de aula e as pessoas te olharem como se você carregasse um monte de DST's. - solto um suspiro. - Esse assunto só foi esquecido depois que dei motivo para me chamarem assim.
- Como assim?
- Eu me tornei a pior vadia possível. - rio, mas não há motivos para rir.
Ele apenas olha em meus olhos.
- O que significa essa tatuagem? - tento mudar de assunto enquanto seguro seu pulso e passo o polegar por um desenho bonito.
- Essa é a fênix. - explica. - Fiz depois que saí da cadeia. Ela significa renascimento.
- Você achou que estava renascendo quando saiu da prisão?
- Foi mais ou menos isso.
Continuo passando o dedo por sua pele e não resisto a vontade de beijar o desenho. Me aproximo dele e meus lábios tocam a fênix ao mesmo tempo em que Dick fecha os olhos em reação. Beijo agora outra tatuagem; uma caveira que pinta seu braço, e nem me dou conta quando meus lábios já estão beijando a âncora em seu pescoço e minha mão toca seu abdômen por baixo da camisa.
- Lou... - ele me puxa para beijá-lo na boca.
Dick se vira e fica sobre mim, então não demora muito e ele já está tirando a camisa e a jogando para longe. Sinto sua pele contra a minha e fecho os olhos quando suga meu pescoço e sua mão passeia por minha coxa.
- Por favor... - digo. - não para. - minha respiração começa a ficar acelerada e afundo os dedos em seus cabelos.
- Louren, você não quer mesmo que eu pare? - ele volta a me beijar.
- Você ainda pergunta? - o empurro de leve, invertendo nossas posições para ficar por cima dele, e tiro minha camisa.
Dick segura minha cintura e sobe as mãos até meus seios ainda cobertos pelo sutiã. Ele os aperta com carinho e jogo a cabeça para trás, sentindo toda a minha pele se arrepiar debaixo do seu toque.
- Você vai acabar comigo, garota. - ele se senta e me mantém em seu colo. - Você é tão linda. - sinto suas mãos apertarem minha bunda.
- Então o que está esperando? - o beijo com vontade. - Anda, Dick. Chega de me evitar.
- Tem razão. - Dick beija todo meu pescoço, deixando uma trilha de marcas em minha pele e meus quadris tremem quando suas mãos seguram minhas coxas com força.
- Eu... - ofego. - preciso tirar essa saia. - começo a descer o zíper e me livro dela o mais rápido que posso. Logo já estou de volta em seu colo. - Ah, meu Deus - digo quando o sinto me pressionando e tomo sua boca em um beijo forte. - Tira essa calça.
- Espera aí. - ele ri. - Você é apressada assim mesmo? - seus dedos correm por minhas costas e finalmente abrem o fecho do meu sutiã.
Escorrego as alças por meus braços e ele me observa por um instante.
- Só vai ficar olhando? - pergunto.
- Qual o problema nisso? - ele toca meu rosto. - Poderia olhar pra você a noite toda. Você é perfeita. - suas mãos escorregam até meus seios nus e com o polegar, Dick roça em um dos meus mamilos. - Completamente perfeita. - ele desliza a língua por todo meu pescoço até chegar em minha orelha.
Não perco mais tempo e começo a desafivelar o seu cinto. Saio de cima dele para ficarmos de joelhos, um na frente do outro, e finalmente abaixo seu jeans.
Ele já está pronto para mim.
- Eu quero sentir você. - digo e recheio seu pescoço e peito de beijos.
- Ah... - ele geme baixinho. - Preciso usar camisinha?
Assinto com a cabeça e ele pega uma na carteira que estava no bolso da sua calça.
Quando estamos prontos, ele me deita com calma e então me beija pra valer. Suas mãos em mim, minhas pernas lhe envolvendo, seus lábios nos meus e finalmente nossos corpos são um só.
°°°
- A melhor transa da minha vida! - digo no dia seguinte, enquanto observo Dick vestir a calça e afivelar o cinto.
- Mesmo? - pega a camisa no chão e a veste com um sorriso.
- Uhum. - afirmo com a cabeça. - A melhor - deito de bruços sobre o saco de dormir.
- Melhor se vestir. - ele se senta ao meu lado para calçar os sapatos. - Imagina se alguma família vem fazer um picnic aqui e te vê desse jeito.
- E o que é que tem? Não estou nua. - argumento. Não estou mesmo nua.
- Calcinha e sutiã não contam como roupa.
- Dick, as pessoas vão à praia de biquíni e é praticamente a mesma coisa. - reviro os olhos.
- Não é, não.
- Ah, não?
- Não. Um biquíni não é tão tentador quanto uma lingerie de renda.
- Seu bobo. - rio e sento ao seu lado. - Mas é sério, Dick, eu adorei ontem à noite. - entrelaço meus dedos nos dele. - Você foi tão carinhoso e tranquilo.
- Fui?
- Foi, sim. Muito. - lhe dou um selinho nos lábios. - Foi romântico. - sorrio.
- Isso foi um elogio? - ele põe o braço em volta dos meus ombros.
- Claro que sim.
- Mas se você não se vestir agora mesmo, não vou ser tão romântico.
- E o que você vai fazer? - levanto as sobrancelhas.
- Vai se vestir logo, garota - fica de pé e me puxa pela mão. - ou eu não respondo por mim. - suas mãos em meus quadris me fazem perder a razão por uns segundos.
- Quero arriscar. - envolvo meus braços em seu pescoço.
- Ah, Lou. - ele sorri. - Você me deixa doido.
°°°
- Louren, me empresta seu celular? - Dick encosta a camionete. - Preciso ligar pro mecânico, acho que ele deve ter um carro pra nós.
- Você vai ter que se despedir da sua princesa. - brinco e pego meu celular no bolso.
Ligo o aparelho e vejo uma porção de ligações da Carla. Sei que ela é extremamente preocupada, mas eu só fiquei um dia sem ligar. Pra que todo esse desespero?
- Posso retornar uma ligação antes? - pergunto, pois estou com um mau pressentimento e se não falar com Carla agora vou enlouquecer. - Preciso falar com minha amiga.
- Claro. Tudo bem. - ele pega um cigarro e o acende.
Ligo para Carla e não demora muito para o telefone ser atendido. Porém, não é a voz dela que fala do outro lado da linha.
- Olá, querida.
- Marcus. - rosno.
- Acertou - ri com deboche. - Você é mesmo uma vagabunda, Louren! - grita. - Você fugiu, sua desgraçada! - a respiração de Marcus está entrecortada, ele parece está descontrolado. - Mas eu vou te pegar, sabe por quê? Porque eu estou com a sua amiguinha. Quer falar com ela?
Escuto alguns barulhos e em seguida Carla diz:
- Lou! - sua voz é desesperada. - Não volte! Não dê ouvidos a ele! Avise ao meu pai que ele...
- Cala a boca! - sei que Marcus deu um tapa nela, pude ouvir.
- Marcus, se você machucá-la...
- O que você vai fazer? Hein?
- Lou, com quem está falando? - Dick quer saber, mas peço que faça silêncio e ele apenas me encara confuso.
- Por favor, não a machuque. - imploro. - Fui eu que fugi, sou eu quem você quer! Deixe ela em paz!
- Só vou soltá-la quando você voltar, ouviu? - diz. - Você tem até amanhã pra aparecer aqui, então eu solto sua amiga e você volta pra sua vida comigo!
- E se eu não aparecer? - pergunto já temendo a resposta.
- Ela morre. - escuto o barulho da arma sendo destravada e o choro de Carla ao fundo. - Mando uma mensagem com o endereço do local onde estou com sua amiga. Até amanhã, Louren.
Ele desliga e enfio os dedos nos cabelos antes de começar a chorar.
- Lou, quem era no telefone? - Dick joga o cigarro pela janela da camionete e segura meu rosto com as mãos para enxugar minhas lágrimas. - Me diz.
- É uma... longa história. - soluço e o abraço. - E eu preciso voltar.
- O quê? - se afasta para me olhar. - Voltar? Por quê?
- Se eu não voltar, meu tio vai matar minha amiga. - conto de uma vez. - Ele me quer, Dick... não posso deixar Car morrer. Não posso! - afundo o rosto na curva do seu pescoço e o agarro com mais força.
- Tudo bem. - sussurra. - Eu vou com você.
Nesse momento, sinto que todas as minhas forças estão indo embora junto com as lágrimas que caem por meu rosto, pois tudo que eu mais temia está acontecendo e o pior ainda está por vir.
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