Capítulo 2 (FINAL)
Hope Van Dyne encarava o pai do outro lado da mesa de seis lugares feita de madeira maciça. O ambiente familiar a deixava naturalmente desconfortável, porém, ela tentou não demonstrar isso em sua face. O que ela menos queria era deixar um clima tenso na hora do jantar. Scott estava terminando o jantar enquanto Cassie mostrava para Hank seus desenhos do novo uniforme do Homem-Formiga. A pequena fez observações pertinentes e deu sugestões pontuais como um botão de invisibilidade e um suporte comida que poderia levar grandes quantidades em miniatura.
Com um humor atípico, o cientista concordava e prestava atenção em cada palavra que fluía da imaginação de uma Lang. A atitude deixou Hope surpresa ao ver um lado do pai atrofiado pelo acidente da esposa. Ele fora rígido e frio no passado, o que foi um incentivo para que Hope ficasse distante. Por isso, ela cresceu sendo independente e rebelde. Conquistava o que queria com o próprio esforço e dedicação. Na empresa, detestava quando a comparavam ao pai, não era por menos que usava o sobrenome da mãe.
Ser a sombra de um Pym não estava na lista da cientista. Ela queria criar uma imagem única, não vinculada a ninguém. Ser conhecida e respeitada pelo seu conhecimento, astúcia e devoção à ciência por todos ao seu redor. Uma cientista excepcional e uma administradora poderosa. Essa era Hope Van Dyne.
Exatamente por esse motivo que Scott estava longe de ser o estilo dela. Em um ecossistema limitado, eles seriam duas espécies diferentes que não se suportariam. Muito provavelmente Hope seria um animal acima na cadeia alimentar, acabando em segundos com ele. O que deixava claro que mesmo que houvesse química, não havia compatibilidade entre eles.
Por mais que parecesse claro, por que ela abriu um sorriso alegre ao vê-lo trazer a macarronada em uma travessa? A cena era comum, mas não a impediu que a serotonina se elevasse em seu organismo. Ele deixou sobre a mesa, inundando o ambiente com um cheiro maravilhoso de queijo.
- Que cheiro bom, pai! - Adiantou-se Cassie enquanto guardava o papel com o desenho do traje.
- Espero que não seja apenas isso - resmungou Hank, abrindo o guardanapo sobre o colo.
- Vai morder a língua quando provar esse prato digno de campeonato - rebateu Scott.
- Estaria contente em lhe inscrever no próximo Masterchef USA - apontou Hope. - Assim, poderia ficar no seu lugar.
Hank tossiu e Scott limitou-se a abrir um sorriso bobo.
- Desculpa a demora, mas eu tive alguns imprevistos - falou ele, mudando de assunto.
Ele servia todos enquanto o silêncio perturbador tomou a mesa. Cassie não tirava os olhos do prato, faminta de desejo, porém só começou a comer quando a última pessoa foi servida. Hope trocou rápidos olhares com Scott que o fez se perguntar o que passava na mente dela.
Lang sabia que aquele estava longe de ser um encontro perfeito com Hank e Cassie em sua cola. Algo mais íntimo e romântico seria mais adequado para uma primeira vez. Com a missão iminente, Scott ficou encurralado. Ainda assim, ele faria o possível para tornar aquela noite divertida e interessante para ambos. Claro, sem comprometer o sigilo do plano.
⌖
Após o jantar, que, por sinal, foi fonte de elogios, Cassie sugeriu uma brincadeira envolvendo o grupo. Hank colocou impedimentos no início, porém, a doçura da pequena o fez mudar de ideia. O jogo era Uno, uma atração em cartas separadas por cores e números que tinham elementos especiais que mexiam com os jogadores.
Com o passar das jogadas, Scott e Hank se destacavam entre os demais, levando a competição para um nível alto. Hope parou de jogar ao notar que os dois disputavam a atenção enquanto Cassie achava que iria ganhar se continuasse tentando. A ingenuidade dela dava mais luz à personalidade carinhosa da criança.
- Vou pegar vinho - declarou Hope. - Quer sorvete, Cassie?
Os olhos da menor se iluminaram como se ela tivesse acabado de ganhar uma viagem para a fantástica fábrica de chocolate.
- Claro! - Respondeu com bastante entusiasmo.
Deixando os dois homens à sós, as duas foram para a cozinha em busca de conseguir um pouco de espaço - pelo menos Hope pensou assim -. Serviu em um pote rosa e grande o sorvete que havia comprado. Ao entregar para Cassie, a cientista viu um sorriso largo surgir no pequeno rosto.
- Morango! - Exclamou ela. - Meu preferido!
- Sabia que ia gostar - Hope passou a mão pela trança torta da pequena.
- Você é a melhor - disse enquanto colocava uma colherada do doce rosado na boca. - Só o papai sabe qual é o meu favorito. Agora, acho que vocês ficam bem juntos.
Hope abriu a garrafa de vinho que estava sobre o balcão, servindo em duas taças. Com a rolha, ela lavou e entregou a Cassie que ficou observando atentamente aos movimentos da mais velha.
- Está vendo esse símbolo aqui? - Ela mostrou para a criança o desenho da marca do vinho na rolha. - Se você pintá-lo com tinta, pode usar como um carimbo - agachando-se para ficar na altura de Cassie, ela completou: - o que acha?
- Eu adorei! - Disse ao pegar o objeto com cuidado. - Vou usar por todo o meu caderno e mostrar para toda a sala.
- O que estão fazendo aqui? - Uma voz vinda da porta do cômodo as interrompeu. Scott olhou para as duas procurando entender o que se passava.
- Hope me deu um carimbo de vinho! - Cassie andou até o pai com a rolha de um lado e o pote de sorvete do outro.
Scott foi ágil em segurar o pote antes que caísse no chão. Depois entregou a filha, limpando o canto da boca que estava sujo de rosa. Hope olhou a cena tomando um grande gole da taça. Lang realmente era um pai atencioso, contrastando o que ela teve quanto a Hank.
- Cuidado, Cassie - ele olhou para a rolha com cautela, depois virou-se para Hope. - Não vai precisar para o vinho?
Ao deslizar o líquido devagar sobre o objeto, Hope respondeu:
- Não tenho planos de deixar sobrar nem uma gota.
⌖
Hank adormeceu depois do segundo álbum de Loving The Alien de David Bowie. Cassie foi em seguida, juntando-se a ele nos travesseiros do chão em cima do grosso tapete persa. Scott deixou os dois confortáveis e os cobriu para que não sentissem frio durante à noite. Enquanto o herói estava na sala, Hope estava lavando a louça. Scott insistiu que ela não o fizesse, contudo, ela replicou que como ele havia feito o jantar, não seria exagero se ela o ajudasse com os pratos.
Ele serviu a quinta e última taça de vinho para Hope havia alguns minutos. Não foi o suficiente para abalar o sistema de ambos. Por isso, ou algum motivo obscuro, Scott decidiu vasculhar a casa em busca de mais vinho. Hank guardava as bebidas em seu escritório que, para a infelicidade de Scott, estava fechado. Por pouco tempo, pois, com um arame, ele facilmente abriu a porta.
As bebidas estavam quase intocadas, mostrando que Dr. Pym não procurou por álcool com frequência. Eles estavam na mesma casa havia algumas semanas e ainda não tinha visto o proprietário entretido naquela área. Talvez a situação atual não exigisse uma válvula de escape como Scott estava procurando.
Mas para quê?
Agora, ele era um super herói, tinha guarda compartilhada de sua amada filha, um emprego digno. Estava satisfeito com as decisões que havia tomado para mudar o rumo de sua vida. O que mais ele poderia querer?
Simples. O cérebro dele respondeu no instante que a imagem de Hope foi projetada na porta.
- Achou? - Ela andou em direção a ele, fazendo com que Scott notasse seu vestido azul desenhando as coxas dela.
- Tem esse francês - Scott pegou o primeiro que viu e a entregou sem tirar os olhos da roupa sensual dela.
- Gosto desse - como o vinho estava aberto, ela não teve dificuldades em tirar a rolha e jogá-la para longe. - Quer um pouco? - Ela indicou a garrafa.
- Vou pegar as taças - disse Scott antes de ver Hope bebendo no gargalo da garrafa.
Ele gostou de vê-la à vontade, uma vez que eles apenas se encontravam quando tinha algum assunto heróico para resolver. Assim, Hope parecia mais humana, cheia de perfeições e imperfeições. Um conjunto que agradava Lang sem sombra de dúvida. Ela era o equilíbrio ideal de sensualidade, atitude, confiança e beleza. Como não ficar encantado?
- Sua vez - Hope entregou a garrafa na metade para Scott. Caminhando até a porta, ela fechou-a devagar para não fazer barulho.
De olhos arregalados, ele bebeu dois goles grandes de vinho também no gargalo. A temperatura ambiente era adequada para se consumir aquele tipo de bebida, mesmo assim, ela desceu ardendo pela garganta do herói. Ele não estava acostumado a beber, o que foi talvez a decisão errada se juntar a Hope que tomou mais alguns goles da garrafa.
- Tudo bem, Hope? - Scott levou a crer que ela estava chateada com alguma coisa, pois não era de costume que a cientista agisse daquela forma.
Com a garrafa em uma das mãos e a outra apontando para Scott, ela disse:
- Sabe de uma coisa, Scottie? - Ela fez uma pausa, sorrindo. - Hank sempre gostou de você - um suspiro de desaprovação dado por Hope fez Scott abaixar a cabeça. - Te escolheu a dedo para ser o tal Homem-Formiga - ela bebeu mais um pouco de vinho. - Sem ao menos me cogitar para substituí-lo sob a desculpa de que não queria me perder.
Ela deu um sorriso irônico que fez com que Scott entendesse as palavras duras dela.
- Eu fiz tudo sozinha! - Ela colocou a garrafa debaixo do braço, quase derramando. - Terminei os estudos, consegui minha própria casa, tenho um bom emprego - ela balançou a mão. - Que eu mais ou menos consegui, mas as promoções são méritos meus.
Com o balanço do álcool no sangue, Hope oscilou. Scott segurou a garrafa e a cintura dela ao mesmo tempo, evitando um belo desastre. A proximidade dos dois fez com que ela se calasse por alguns minutos. As mãos delicadas dela tocaram o rosto dele, conhecendo cada traço Lang que o fazia ser tremendamente charmoso.
- Você deve me achar uma garota mimada - Hope soltou mais como uma confissão.
Scott viu que ela beirava a lágrimas.
- Não acho - disse ele, baixo. - Você passou por muita coisa e Hank com certeza não é a melhor pessoa para saber como lidar nesses casos. Hope, - ao pronunciar o seu nome perto de sua boca, ela sentiu-se hipnotizada pelos lábios dele - não deve colocar todos os problemas do mundo sobre suas costas e tentar lidar com tudo sozinha - ela afastou as mãos dele. - Existem pessoas que estão com você para te ajudar. Elas só querem o seu melhor.
Ela fechou os olhos, tentando conter as lágrimas.
- Não existem essas pessoas, Scott - disse com profunda tristeza. - Eu empurrei todos que se aproximavam de mim. Fui egoísta com receio de me decepcionar de novo.
- Hope, eu me importo com você - ele pegou uma mão dela e beijou seu pulso.
O ato fez com que seus olhares se encontrassem. Hope podia sentir seu coração acelerar, além de uma vontade avassaladora de agarrar Scott Lang. Seu corpo estava ansiando pelo toque do herói. O álcool intensificou o sentimento que fora afugentado diversas vezes por ela. Não mais, disse para si. Naquela noite, ela era apenas uma mulher, sem nenhum rótulo, cheia de desejos.
Hope não esperou que Scott desse o primeiro passo, passando sua mão por detrás do pescoço dele e o puxando abruptamente para que suas bocas se unissem. O estalo fez com que ele despertasse do devaneio que era estar com ela. Ainda com a garrafa em mãos, tomou cuidado para que Hope não derrubasse, pois estava inebriada demais para conseguir controlar seu sistema locomotor.
Ele deveria interrompê-la. Afastar-se seria a decisão mais sensata para o que ele iria deixá-la no dia seguinte, partindo com os Vingadores. Entretanto, os beijos elogiosos da cientista eram viciantes ao incluírem uma língua habilidosa. Hope sabia sim beijar. Tirava o fôlego de qualquer um, ainda mais com as mãos acariciando o corpo de Scott. Começando pelo rosto, ela descia com destreza pelo tecido de algodão da camisa, roçando o tórax abaixo.
Lang suspirou trêmulo quando ela chegou na margem da calça. Podia sentir o coração bater com fervor, delatando seu completo nervosismo. Estar na presença de um mulherão como Hope deixaria qualquer homem sem jeito por mais experiente que fosse. E perdido. Quando escutou o som do zíper descendo, ele segurou a respiração.
- Hope? - Disse como uma súplica.
Ela o ignorou. Com um passo para trás, Hope decide libertar-se ao deslizar as alças do vestido azul e retirá-lo sob a cabeça sem qualquer dificuldade, revelando uma lingerie branca de seda com detalhes em renda. Cada movimento era bastante convidativo para ele que preferiu assistir longe. A cada minuto que passava, Scott sentia que estava testando seu autocontrole ao manter suas mãos no devido lugar.
Em vez de ceder, ela apenas o atormentou mais ao puxá-lo até a escrivaninha de seu pai. Apoiado, Hope ficou de joelhos enquanto terminava de tirar a calça e a cueca dele, deixando-o lívido por estar duro depois de toda aquela cena. Com um sorriso mordaz, sua boca beijou a ponta de seu membro ereto. Quando os lábios se apoderaram e começaram a percorrer por todo o local, Scott arfou.
Na atual circunstância, ele colocou a garrafa sobre a mesa e segurou em seus limites para conseguir liberar sua força em algum objeto, uma vez que era levado ao paraíso em cada movimento que Hope fazia com a mão ou com a boca. Ele tocou a cabeça dela, acariciando os cabelos curtos e negros.
- H-Hope - desafiou-se a dizer entre os suspiros de puro prazer. - Isso está saindo do controle. Eu acho que... - acelerando o vai e vem com a mão, Scott silenciou-se. Verdadeiramente controlado pela cientista.
Ela levantou-se ainda na posse de seu membro.
- Você não quer que eu pare, mas está hesitando muito - declarou ela, um pouco irritada. - Onde está o Scott Lang que me beijou há algumas semanas?
Delirando dentro do civilizado herói que estava de calças arriadas no escritório do chefe com a filha dele. Por incrível que pareça, as barreiras que seguravam seu autocontrole foram derrubadas quando Hope roçou seu membro no espaço entre as pernas dela coberto pelo fino tecido. Scott praguejou, ciente de que não aguentaria mais nenhum segundo fora dela, de que não aguentaria procurar por proteção, mesmo que seja essencial. Ele precisava penetrá-la com força para saciar seu desejo enlouquecedor e puní-la por fazê-lo sofrer em suas mãos.
Lang a tomou nos braços, colocando-a sobre a escrivaninha. Com avidez, ele beijou os lábios dela, invadindo sua boca com uma língua quente. Enquanto isso, as mãos grandes dele voaram para o sutiã que além abrí-los, deram vez para que os seios redondos e avantajados fossem aliciados. Hope gemeu com o toque, mas ficou ainda mais excitada quando o membro dele tocava sua calcinha.
Ao tirar a camisa e se livrar de toda a vestimenta, Hope seguiu o mesmo exemplo de Scott quando tirou a calcinha ainda sentada na mesa. Ele voou para junto dela, grudando seus lábios aos dela apenas se afastando quando ela gemeu no instante que o membro dele penetrou nela. O balançado começou com força, fazendo os corpos se chocarem com frenesia.
As unhas dela ficaram nas costas musculosas dele, dando uma leve ardência ao ato. Hope adorou a invasão que a completava perfeitamente, deixando seu ponto de excitação enlouquecido. Scott tinha o próprio ritmo acelerado que facilitou para o delírio dela. Enquanto beijava seu pescoço e sua clavícula, ele a fazia gemer mais. Pressionando mais e afundando sobre ela, o herói sentia seu membro latejar até explodir. Hope fez o mesmo segundos depois, arfando intensamente.
Scott encostou sua testa na dela, ambos suados e com respiração pesada. Quando ele saiu de dentro dela, Hope desejou mais em segredo.
- Isso foi... - ele procurou palavras adequadas para descrever aquele momento sem nenhum sucesso.
Ela abriu um pequeno sorriso.
- Turbulento? Inesperado? - Hope passou a mão pelos cabelos bagunçados.
Com um sorriso, ele tocou o queixo dela, fazendo-a olhá-lo.
- Também - confessou ele. - Mas eu queria dizer emocionante e especial.
As palavras a tocaram, ficando contente em saber que era um bom sinal sobre o relacionamento deles.
- Com certeza foi, Scott - ela beijou seus lábios com ternura. - Eu me senti da mesma forma.
A felicidade do herói foi condenada ao lembrar do que estava por vir. Scott tinha prometido a si mesmo que não iria passar dos limites com ela, pois a cientista se sentiria traída ao saber que apenas ele iria à Berlin. Não houve arrependimento nas carícias ou em cada segundo que compartilhou ao seu lado. Por outro lado, agora, pesou em sua consciência que a deixaria pelo mesmo motivo que Hank não queria que Hope se tornasse uma super heroína.
Medo.
Medo de perdê-la. Medo de nunca mais poder tocar em seu belo rosto. Medo de nunca mais poder ver seu sorriso estonteante. Scott entendia Hank e, por ter sentimentos fortes por Hope, ele não podia arriscar. A protegeria mesmo que isso significasse que ela o deixaria. Scott jamais a colocaria em zona de guerra, era impensável. De todo o coração, ele esperou que, quando voltasse, Hope fosse capaz de perdoá-lo. Por isso, ele a amou por uma noite como se fosse a última.
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