Capítulo 1
Scott Land recebeu uma ligação.
Não de qualquer um, mas sim de Sam Wilson, também conhecido como Falcão. O ex-presidiário sabia que o soldado fazia parte dos tão aclamados Vingadores. Até invadiu o prédio dos heróis há alguns anos. De qualquer forma, Scott jamais pensou que receberia tal ligação. Tecnicamente, não era um convite para ser um vingador, entretanto, ele não iria diminuir sua importância.
Ele aceitou sem hesitar.
A missão - como Scott gostava de classificar - aconteceria na Alemanha dentro de dois dias. Será que dava tempo para ele conhecer os pontos turísticos de Berlim?, pensou ingênuo. Conhecer o mundo sempre foi um sonho comum entre as pessoas. Lang não pensava diferente, porém, as circunstâncias nunca foram ao seu favor. As prioridades eram enumeradas em lista e não tinha como ele dar espaço para algo tão banal assim.
Os valores eram importantes para o engenheiro de uma forma acentuada que ele não aguentava ver injustiças. Uma vez, ele soube que seu antigo chefe estava roubando dos funcionários da empresa. O sensor de razão fez com que Scott não pensasse duas vezes ao recuperar a quantia e devolvê-la aos donos. Luis, seu amigo de longa data, até o chamou de Robin Hood pelo ocorrido.
Seus conhecimentos abundantes em abrir cofres, desarmar alarmes de segurança e invasão - parte delas estimuladas pelo seu curso de graduação em engenharia elétrica - o fizeram chegar ao desejado até ser apreendido pelas autoridades. Não era relevante o motivo nobre de Scott frente às circunstâncias que o mantinham enquadrado ao crime. Dentre a pior das consequências, estava o tempo em que ficaria longe de sua pequena filha, Cassandra Eleanor Lang. Um verdadeiro pesar.
Mas agora Scott era um novo homem.
Depois de ter cumprido a pena e de ter conhecido Dr. Hank Pym sua vida mudou por completo. Na verdade, o cientista da antiga S.H.I.E.L.D. sabia que Lang seria a pessoa mais adequada para assumir o papel de Homem-Formiga. Ele era um bom homem. Em nenhum momento Pym duvidou da capacidade do ex-presidiário ou questionou sua própria decisão, o que deixava Scott tremendamente orgulhoso e confiante.
Claro que a mudança não foi fácil. Entre as adaptações com o traje e o risco iminente de um criminoso perverso aparecer, Scott teve mais problemas em outro âmbito. O nome dela era Hope Van Dyne, filha de Pym. A mulher alta de cabelos castanhos e olhos avelã trabalhava na empresa de seu pai, as Tecnologias Pym, com uma função primordial no conselho administrativo. Como se não bastasse toda a inteligência e influência, ela era uma verdadeira beldade.
O relacionamento entre Scott e ela não começou bem, frente que ela esperava herdar o traje do pai. Por outro lado, o tempo deu a chance de Lang provar que era destinado à tarefa. Com isso, os dois criaram uma convivência saudável - como ele achava -, dentro de olhares sedutores e gestos carinhosos. Até a heroína não podia negar a atração. O singelo beijo entre eles interrompido pelo Dr. Pym foi uma amostra simplória do que os ligava.
Não tinha como evitá-la - e nem ele desejava -. Scott estava destinado a ser seduzido pela bela cientista de saltos que fazia seu corpo ansiar pelo dela de um jeito único e intenso. Quando estava na presença dela, na mente do engenheiro, imaginava-se em uma ilha deserta ao lado de Hope. Ou em um resort. Não importava o lugar, na verdade, estando juntos, era tudo o que importava para ele.
Era um sentimento perigoso, pois não se sabe o que esperar de Hope. Um mulher séria com um passado cheio de eventos dolorosos e traumáticos a tornavam um mistério. Scott sentia que poderia passar uma vida tentando decifrá-la, mas, mesmo assim, talvez nunca soubesse o que realmente se passa no coração dela.
O legítimo devaneio de Scott foi interrompido pelo tiro de rifle do Crossfire, também conhecido como William Cross, o ex-parceiro criminoso do herói. Anthony, sua fiel formiga, desviou em ar o ataque do inimigo, levando seu líder na garupa. Scott praguejou por distraísse com facilidade, seria um problema cair da altura de 15 metros do chão. Como se não bastasse, ambos estavam no meio da cidade, atrapalhando o trânsito da capital e ganhando olhares curiosos por todos os lados.
- Maldito, Lang! - Exclamou William, irritado. - Vou te destruir pedaço por pedaço de uma vez por todas!
Scott ajeitou o capacete de sua armadura que estava um pouco fora do encaixe.
- Vai pagar por não me dar atenção - sentenciou o vilão, mirando o rifle no outro.
O homem alto de cabelo branco e um olho biônico em vermelho começou a atirar exponencialmente contra Scott, fazendo-o guiar sua formiga para longe dos disparos. As balas tinham velocidade incrível, entretanto, Anthony não decepcionou, mantendo distância do perigo. O herói conduziu o inseto para baixo e, quando achou devido, girou o encolhedor para voltar ao tamanho original.
A surpresa pegou William desprevenido que foi empurrado pelo chute de Scott durante a transição. O vilão apontou a arma mais uma vez para o herói que de imediato a chutou, jogando-a para longe. Em seguida, Scott deu um soco no rosto do outro que foi respondido por outro mais rápido e mais forte. William claramente tinha aprimorado suas habilidades de luta enquanto estava na prisão, como se não bastasse ser mais alto e mais forte do que Lang.
De punhos levantados, o herói aferiu mais um ataque em Crossfire que teve sucesso em atingi-lo no estômago. Ele recuou, sentindo a dor na região afetada. Foi o tempo necessário para que Scott desse uma rasteira e desequilibrasse de vez o inimigo.
- Está bem, Will? - Scott aproximou-se devagar do homem caído. - Vamos parar logo com isso. Não deixe que as coisas ruins do passado façam de você alguém ruim - acrescentou ele, esperançoso. - Tivemos outra chance quando saímos da prisão.
As palavras fizeram Crossfire rir com ironia.
- Onde tirou esse discurso tosco? - Replicou enquanto limpava o sangue que escorria na lateral de sua boca. - Você pode ter conseguido uma oportunidade de se redimir, mas eu nasci para isso - ele indicou a multidão abastecida por smartphones que os olhava dos monitores iluminados. - Uma fama que você também se atraiu pelo visto.
Scott se pegou acenando para uma criança de aproximadamente sete anos que estava ao lado da mãe. Ele lembrou de Cassie que ficou maravilhada ao descobrir que seu pai era um super herói. Não apenas ela, mas o público aclamava pelo gostinho de aventura e ação dados pelas lutas ao vivo, precisando registrá-las e publicadas nas redes sociais.
Mesmo que as intenções iniciais dele não fossem estas, Lang não se incomodou do ícone que se tornou. Ok, talvez ícone fosse um exagero, pensou ele. Capitão América, Homem de Ferro, Hulk e Thor eram sim reconhecidos em todo o mundo. A verdade era que Scott poderia passar na padaria de seu bairro e não seria lembrado como ninguém menos do que a pessoa que quase derrubou o mostruário de sacolas recicláveis.
Com o uniforme, a história era outra. Ele levava nas costas o peso de ser o Homem-Formiga.
- Vamos parar por aqui, Will - Scott ofereceu a mão para o antigo amigo. - Já demos o show que tanto queria para ficar na internet por alguns dias.
- Você tem razão, Scott - respondeu de imediato.
No momento em que Crossfire ia pegar a mão do outro, ele aproveitou a guarda baixa para chutar o joelho de Scott, fazendo-o tender para frente. O ato fez com que William Cross prosseguisse com um soco no rosto do herói. O grunhido de dor vindo de Lang foi alto. Ele recuou em defesa para evitar outros ataques. A máscara havia protegido de danos maiores, mas a dor percorria a pele do rosto dele.
- Não ache que eu vou perder minha chance aqui.
Foi o que Crossfire disse antes de correr para seu rifle que estava a cinco metros deles. O vilão foi mais rápido que Scott, conseguindo recuperar a arma com louvor. Porém, ele não conseguiu fazer nenhum disparo, pois um tiro acertou em cheio sua mão, deixando a arma cair no chão. Os dois viraram-se para onde tinha vindo o ataque, ficando impressionados ao verem Hope Van Dyne.
A mulher de calça colada preta, jaqueta preta e camisa desbotada segurava uma arma com firmeza, mostrando seu alto controle e mira. Tanto Crossfire quanto Homem-Formiga ficaram breves segundos viajando sob a sensualidade da cientista, parecia que ambos não estavam nenhum pouco feridos.
- Por que está demorando tanto, Scott? - Perguntou ela, andando em direção a ele ainda com a arma apontada para William. - Achei que esse fosse fácil.
⌖
Crossfire praguejou baixinho enquanto os dois policiais o colocavam na viatura.
- Will é um antigo amigo meu, não seja tão dura - Lang alongou o pescoço sentindo uma pontada de dor.
- Ele roubou um banco em plena luz do dia - lembrou ela, encostada em seu carro preto. - Além disso, eu fiquei esperando no carro tempo demais.
Scott cruzou os braços.
- Ele tinha um rifle e você está sem qualquer proteção - tinha verdade nas palavras do herói.
- Eu sou mais rápida - deu de ombros, incentivando sua teimosia.
Um suspiro saiu dos lábios dele.
- Hank iria me matar se algo acontecesse a você.
- Então, me deixe com o traje que eu cuido do resto - rebateu ela. - Fui eu quem ensinou boa parte dos golpes que você sabe.
Ele tocou o braço dela, fazendo-a silenciar-se.
- Hope, conversamos sobre isso antes - explicou ele. - Seu pai não quer que você fique em risco. Ele está preocupado que...
Ela bufou.
- Que algo aconteça comigo como aconteceu com a minha mãe - completou ela, como se já tivesse repetido aquela frase anteriormente. - Hank tem que parar de ser superprotetor e me dar uma chance de ser mais do que administradora de uma empresa. Eu posso ser muito mais que isso.
Com a outra mão, Scott tocou no braço dela para acalmá-la.
- Eu sei que você é capaz, nunca duvidei disso por nenhum segundo - disse, sereno. - Mas, Hope, Hank tem razão em priorizar sua segurança. Se algo acontecesse a você, eu não sei o que ele ou eu faríamos.
O conforto naquela manhã de sexta-feira a tranquilizou repentinamente. Scott Lang a deixava assim quando a acolhia com palavras de livros de auto-ajuda. Era brega, mas ela não se importava. Hope precisava ser paciente e madura para entender o que ele queria dizer. Seu passado amargurado a afetava, não a deixando ficar indefesa. Ela precisava agir, ser alguém importante como seus pais. E, para isso, teria que acatar algumas decisões por mais que revoltantes que fossem.
⌖
Scott Lang ainda estava hospedado na casa de Hank. Após sair da cadeia, não houve tempo para conseguir um emprego ou alguma segurança para ter um lugar para chamar de seu. Ele sabia que sua ex-esposa, Maggie Lang, não o deixaria sob o mesmo teto que Cassie. Também geraria um desconforto com o padrasto da pequena, mesmo que aparentemente o relacionamento entre eles tenha melhorado um pouco.
Por isso, o doutor aceitou a permanência dele em sua residência até que Scott conseguisse se estabilizar. O salário de super herói era bem maior do que de um engenheiro para a felicidade dele. Com um tempo, teria dinheiro suficiente para se mudar para uma casa perto do bairro da filha. Assim, poderia visitá-la com mais frequência. Os anos presos o deixou longe o suficiente de Cassie, foi uma verdadeira punição para ambos.
Tranquilo com o problema resolvido pela manhã, Scott queria relaxar um pouco. Ainda sentia algumas dores de cabeça, mas nada intenso. Seu estômago não doía mais, porém, quando ele foi tomar um banho, percebeu que havia deixado uma marca no local. William esmurrava para valer.
Então, o som do telefone ecoou pelo corredor até chegar na cozinha. A xícara de café em sua mão quase caiu com o susto, o que por sorte não aconteceu, pois seria um desastre explicar ao doutor o trágico fim da sua porcelana de casamento. Lang deixou a bebida quente com cuidado sob a mesa de madeira antes de ir atender ao chamado.
Poderia ser Cassie para avisar que estava chegando com a mãe. Sendo sábado de manhã, quase almoço, era provável. Maggie estava deixando a pequena passar os finais de semana com o pai, uma vez que a filha deles era muito apegada ao pai, a todo o momento nomeando-o seu herói. Scott adorava cada segundo ao lado dela, pois sabia o quanto ela se orgulhava do pai mesmo antes dele se tornar o Homem-Formiga.
Com o tamanho da residência do Dr. Pym, Lang atendeu no segundo toque. A voz sensual e madura ao telefone o fez sorrir instintivamente. Hope Van Dyne causava essa estranha e provocante sensação nele.
- Scott? - Chamou ela.
- Olá, Hope - mudando um pouco o tom de voz para parecer mais grave e, em sua mente, mais másculo.
Houve um breve silêncio do outro lado da linha.
- Você está bem? - Perguntou ela, preocupada. - O que houve com a sua voz?
Scott tossiu de puro nervosismo.
- Não foi nada - voltando a frequência normal.
- Ótimo - afirmou, convicta. - Porque vamos sair à noite. Passarei aí às 19h.
A animação apoderou-se dele, antes de recordar que sua filha iria passar a noite com ele.
- Hope, bem que eu queria, - disse baixo, com sinceridade - mas Cassie vai chegar a qualquer instante.
- Claro - concordou ela, sem relutância. - Podemos marcar outro dia.
Outro dia? A missão com os Vingadores exigia e acarretava muito mais do que Scott pudesse imaginar. Eles poderiam embarcar para uma ilha desconhecida do Pacífico e voltar depois de dois meses, depois de enfrentarem vilões malignos. Ou ele poderia ser raptado por alienígenas e ficar anos sem aparecer. Qualquer coisa poderia acontecer quando se era um super herói. Então, adiar o encontro estava fora de questão.
- Você pode vir aqui em vez disso - a casa era do pai de Hope, afinal. - Aprendi no Youtube a fazer uma macarronada ao molho de queijo gorgonzola que você vai ter que experimentar.
- A oferta parece interessante - um mistério nasceu nas palavras dela, deixando-o curioso. - Vou aceitar a oferta e levar vinho para nós e sorvete de chocolate para Cassie.
- Ela prefere morango - ele se arrependeu de ter comentado no instante que disse. Tão desnecessário. Hope limitou-se a suspirar do outro lado. - Mas pode comprar qualquer um. Crianças não são exigente como nós. - Exigente? Quando na vida Scott Lang foi exigente?
Hope riu.
- Nos vemos mais tarde.
Quando desligou o telefone, um largo sorriso iluminou o rosto dele. Um pouco abestalhado, não percebeu que Hank o olhava do final do corredor. Com uma roupa casual e olhos profundos de cansaço, ele encarava o homem mais novo.
- O que Hope queria? - Disse Hank em um tom autoritário enquanto cruzava os braços.
- Como sabe que é sua filha? - Indagou Scott, desafiando-o. - Poderia ser a minha.
Dr. Pym franziu o cenho.
- Não, você fala com uma voz mais fina quando está ao telefone com Cassie.
- Isso não é verdade - Scott tentou engrossar a voz, como tinha feito há alguns minutos atrás.
- Como quiser - ele deu de ombros, seguindo para a escada e deixando o outro sozinho. - Vou ficar no laboratório se precisar de algo.
Scott acelerou o passo para acompanhá-lo.
- Você não vai ficar conosco? - Perguntou ele, surpreso. - Eu vou fazer o jantar hoje.
Do topo da escada, Hank riu.
- Suas aventuras na cozinha já desafiaram demais a saúde do meu sistema digestório.
- Não seja exagerado - disse ele, calmo. - Só foi uma única vez que aconteceu aquele incidente.
- E foi o suficiente para uma vida - ele se virou, começando a andar em direção a seu quarto.
- Tudo bem, então - ele fez uma breve pausa antes de acrescentar: - Prefiro que Hope e eu fiquemos sozinhos depois do jantar.
A frase foi o estopim para o pai-coruja despertar.
- Posso aguentar mais outra indigestão.
⌖
Hope estava com a cabeça passiva sobre aquela noite. A despreocupação vinha ciente de que a presença de Cassie os manteria sob controle. Quando os dois estavam juntos e sozinhos, algo sempre acontecia. O beijo que eles deram foi simples, contudo, ainda estava desenhado nos lábios dela. Por ela, os dois se trancariam em um quarto e ficariam a noite toda em claro.
O preço de se envolver com um super herói era alto. E mesmo que Hope estivesse disposta a aceitar as consequências, a relação entre Hank e Scott poderia ser diferente se algo acontecesse. Viver em um mundo de "e se" não era feitio dela. Quando colocava algo em mente, estava decidida a conseguir o que queria até o fim, seja em qualquer área sob qualquer circunstância. No amor não era diferente, Hope tinha lidado com namorados outras vezes, mas nada que fosse sério. Afinal, ela era herdeira da Tecnologia Pym, não poderia ficar com qualquer playboy riquinho que aparecesse. Até porque o estilo dela era outro.
O carro dela foi estacionado na frente da casa do pai no momento em que ela disse a si mesma que nada aconteceria naquela noite. A mensagem foi mandada para o cérebro, porém, Hope temia que seus instintos biológicos a ignorassem. Por diversas vezes, suas vontades eram deixadas de lado para darem espaço a uma Hope selvagem. O autocontrole parecia nada mais que uma lenda nesses casos.
Era aí onde estava o perigo.
Ela mal conhecia Scott e sabia que seria um grande problema começar qualquer tipo de envolvimento com ele. A ideia a fez balançar a cabeça em negação. O que ela estava dizendo? A confusão em sua mente deixava a desordem ganhar força. Um suspiro aliviou a tensão e sua teimosia rejeitou o enlouquecimento.
Ao sair do carro, Hope sentiu o frio da noite passando pela pele exposta de seus braços e pernas. O vestido azul celeste de alças com um decote que realçava seu busto e uma saia justa que valorizava os quadris, parecia a fórmula para o completo desastre. Mesmo não querendo parecer provocante, não havia como tirar a natureza da mulher por uma noite. Seu guarda-roupa era prova viva disso, uma mistura de moderno e sensual.
A diferença no visual refletiu ao ver o rosto da pequena Cassie segundos depois de tocar a campainha. O que chamou a atenção de Hope de imediato foi a capa vermelha que a criança estava usando. Bochechas rosadas e cabelo preso em dois rabos de cavalo torto em cada lado da cabeça, certamente eram obra de Scott.
- Olá, Cassie - disse ela, acenando. - Bonita capa.
- É do Capitão América - afirmou ela com orgulho, virando-se para que Hope pudesse ver o símbolo do herói estampado no tecido. - Papai conseguiu para mim.
A mulher conhecia bem o pai da criança para saber o quanto ele apreciava o grandioso capitão. Mesmo ciente de que no uniforme do herói não havia capa, o comércio criava mais e mais itens com o símbolo dele. Não seria uma surpresa se vendessem uma cueca do Hulk.
- Imagino que sim.
- Cassie - chamou alguém de dentro. - Mande-a entrar!
De imediato, Hope reconheceu a voz do pai. Ela torceu para que ele estivesse ocupado no laboratório, o que daria espaço para a esta. O relacionamento conturbado entre eles melhorava em passos lentos, deixando uma segurança que o comodismo havia criado entre eles. A cientista estava certa de que não iria melhorar de uma hora para outra. Depois da morte de sua mãe, seu pai criou um abismo entre eles que talvez só o tempo cure.
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