Depois de contar como vai se infiltrar na sociedade dos contrabandistas, que Hermione nem sabia que existia, achava que eles trabalhassem individualmente. Ele voltou a tocar no assunto dos elfos.

- O que te incomoda quanto aos elfos Hermione? - Eles já estavam comendo a sobremesa quando ele perguntou.

- Eu não me importo que bruxos tenham elfos domésticos e eu entendo que é uma relação que os próprios elfos estimam. Mas existe uma qualidade de trabalho que precisa existir, na minha opinião.

- Conte mais.

- Acho que eles poderiam ter uma folga por semana pelo menos e que não houvessem castigos físicos. Depois de uma certa idade serem livres. - Ela respirou fundo e deixou o corpo afundar na cadeira. - Eu sempre lembro de Dobby e de como ele ficou feliz por ser livre e bem tratado, de como ele era um amigo.

- Mas as leis não exigem nada disso.

- Mas é uma questão de bom senso né Draco? Nem tudo a lei vai dizer, pode ter haver com caráter também.

- Então eu seria mau caráter por seguir as leis?

- Não foi o que eu quis dizer.

- Você que tocou no assunto caráter Hermione.

- Você pune fisicamente os elfos? - Ela perguntou olhando dentro dos olhos de Draco e os viu vacilar. - Sério Draco?

- São os costumes Hermione, é a tradição.

- Você sabe que você pode ir além do que é tradição. - Ela se levantou e começou a seguir para a sala onde a lareira a levaria para casa, mas estava um pouco tonta. Maldito álcool, por isso não bebia. - Merda.

Draco começou a rir atrás dela e a seguiu de longe para sala.

- Hermione você não precisa ir embora desse jeito.

- Bêbada?

- Irritada comigo. - Ele lhe estendeu o braço para servir de apoio para ela. - Você não está bêbada.

- Mas estou tropeçando.

- É falta de costume.

- Não sei porque estou falando com você, estou brava. - Ela soltou o braço dele e se afastou. - Boa sorte com a infiltração, volte a falar comigo quando tiver alguma informação.

- Hermione...

Mas não adiantava falar mais nada, a garota já tinha atravessado para a própria casa e ele já estava sozinho.