Havia cinco anos que Ogawa Sayuri havia partido, sem ao menos ter a chance de ver o pequeno Nobu crescer. O menino havia herdado todos os aspectos de sua mãe.

— Nobu! – Yeo chamou.

O pequeno menino correu pelas flores que ali tinham. Nobu era a luz, a luz que Ogawa Sayuri sempre fora.

— Yeo-hyung, onde o papai está? – o pequeno perguntou ao chegar próximo dele.

— Chame por ele, Nobu. Ele sempre aparecerá quando você chamar. – sorriu.

O pequeno menino, então, pegou um dente de leão do chão e o soprou.

— Otousan! – a criança correra para Yuto.

Yuto abaixara-se para alcançar o menino.

— Ei, garotão! – o pegara no colo sorrindo.

— Eu fiz uma amiga hoje, otousan. – o menino sorrira com o dente de leão em mãos.

— É mesmo? E qual o nome dela? – o pai perguntara.

— Ela não me disse. – o menino fez bico em forma de chateação.

— Tenho certeza de que ela é incrível, certo? – o garotinho assentiu. — Então, ela será muito feliz com sua amizade.

Colocara o menino no chão novamente, este que correra pelo enorme campo de flores brancas.

— Quando você vai decidir ficar, Yuto?

— Quando a culpa passar, Yeo...

— Você não é o único que se sente culpado, Adachi... E Nobu precisava de você...

— Viver sem Sayuri é apenas existir...

— Se passasse mais tempo com ele, veria que Sayuri te deixou a felicidade nas mãos. Nobu é tão inteligente, e ele está despertando os dons de Sayuri.

Adachi sorriu. E talvez o anjo da morte estivesse certo.

◇◆◇

Era de noite. E Yuto estava contando uma história para que o garotinho dormisse.

— Era uma vez uma linda estrela. Ela sem dúvidas era a mais bela e brilhante no céu. Havia um anjo, um anjo que a admirava todas as noites. Ele estava completamente apaixonado, mas um dia, a estrela quase apagou, mas aquele anjo corajoso, foi e a protegeu. Desde aquele dia, ela passou a amá-lo e prometeram um ao outro, que sempre estariam juntos: fosse na terra, ou no céu. – mostrou o livro ilustrado a mão que havia feito.

— Otousan... – o menino chamou manhoso.

— Sim?

— Ela era violeta...

— Quem, filho?

— A minha amiga... – adormeceu rapidamente.

Yuto passou mais alguns minutos ali e acabou sendo vencido pelo sono também.

Estava chovendo. Uma chuva de pétalas de lírios violetas.

— Adachi...

Ouviu sua voz chamar. Ele a procurou por todos os lados.

— Adachi, encontre a esperança. Então, poderá me encontrar.

— Eu perdi as esperanças, Sayuri...

— Ela nunca saiu do seu lado, meu amor... Mas mesmo assim, você não consegue enxergá-la.

— Eu não sei como encontrá-la.

— Você irá achar o caminho quando esquecer o passado.

Quando a chuva cessou, apenas uma flor de lírio violeta estava no chão em frente ao túmulo que ele havia feito para Sayuri.

Ao despertar o homem ainda estava com o pequeno Nobu envolvido nos braços. Acariciou os fios negros da criança.

— Nobu... – sorriu — Você sem dúvidas é esperançoso como sua mãe...

E naquele momento encontrara sua esperança. Aquela que havia deixado há muito tempo. Aquela que sempre esteve ao seu lado, mas ele não era capaz de enxergar.

Nobu significava esperança. Ele era o caminho, ele sempre foi, mas a culpa por não poder salvá-la e a forma como ele lembrava a mãe, o faziam ficar cego.

Adachi Yuto havia recuperado a esperança e ele não estava disposto a perdê-la novamente.